Estima-se que o risco vitalício de tromboembolismo venoso seja de 8% no geral entre adultos dos EUA.[145]Lutsey PL, Zakai NA. Epidemiology and prevention of venous thromboembolism. Nat Rev Cardiol. 2023 Apr;20(4):248-62.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9579604
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36258120?tool=bestpractice.com
O tromboembolismo venoso é uma das complicações mais comuns e evitáveis da hospitalização. A taxa de tromboses venosas profundas (TVP) adquiridas em hospital assintomáticas, se a tromboprofilaxia não for usada, é de 10% a 40% após uma cirurgia geral e de 40% a 60% após uma cirurgia de quadril. A taxa de tromboembolismo venoso sintomático é de até 5% (ou mais) dos pacientes clínicos e cirúrgicos se a tromboprofilaxia não for usada.[3]Gould MK, Garcia DA, Wren SM, et al. Prevention of VTE in nonorthopedic surgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians evidence-based clinical practice guidelines. Chest. 2012 Feb;141(suppl 2):e227S-77S.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(12)60125-1/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22315263?tool=bestpractice.com
Devido ao grande número de eventos de tromboembolismo venoso atribuíveis à hospitalização e ao período de risco finito, o risco de tromboembolismo venoso associado ao hospital se tornou um alvo importante das medidas de prevenção de tromboembolismo venoso para reduzir as complicações associadas aos cuidados com a saúde.[145]Lutsey PL, Zakai NA. Epidemiology and prevention of venous thromboembolism. Nat Rev Cardiol. 2023 Apr;20(4):248-62.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9579604
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36258120?tool=bestpractice.com
Apesar do desenvolvimento de diretrizes rigorosas de práticas clínicas que informam sobre tromboprofilaxia, em grupos de pacientes de alto risco, como aqueles com câncer e gravemente doentes, a tromboprofilaxia normalmente é abaixo do ideal, e as taxas de mortalidade continuam altas, com a trombose como segunda maior causa de morte em pacientes com câncer.[146]Brenner B, Hull R, Arya R, et al. Evaluation of unmet clinical needs in prophylaxis and treatment of venous thromboembolism in high-risk patient groups: cancer and critically ill. Thromb J. 2019 Apr 15;17:6.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6466798
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31011294?tool=bestpractice.com
A embolia pulmonar (EP) continua sendo a causa mais comum de morte prevenível com paciente hospitalizado nos EUA, enquanto o tromboembolismo venoso pós-operatório também foi a segunda causa mais comum de tempo excessivo de permanência em hospital em um grande estudo nos EUA.[2]Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, et al. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess (Summ). 2001;(43):i-x;1-668.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK26966
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11510252?tool=bestpractice.com
[4]Zhan C, Miller MR. Excess length of stay, charges, and mortality attributable to medical injuries during hospitalization. JAMA. 2003 Oct 8;290(14):1868-74.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/197442
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14532315?tool=bestpractice.com
Um estudo constatou que aproximadamente 10% dos casos de tromboembolismo venoso adquirido no hospital são preveníveis e podem ser atribuídos à terapia abaixo do ideal, inclusive dosagem inadequada e/ou seleção do anticoagulante, dose(s) esquecida(s) e início tardio do esquema anticoagulante (>24 horas após a internação).[147]Narayan SW, Gad F, Chong J, et al. Preventability of venous thromboembolism in hospitalised patients. Intern Med J. 2023 Apr;53(4):577-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34719859?tool=bestpractice.com
Além disso, apesar da disponibilidade dos modelos de estratificação de risco para tromboembolismo venoso e sangramento, eles são complexos, não são usados de maneira ideal na prática clínica e, na maioria das vezes, requerem validação externa.[146]Brenner B, Hull R, Arya R, et al. Evaluation of unmet clinical needs in prophylaxis and treatment of venous thromboembolism in high-risk patient groups: cancer and critically ill. Thromb J. 2019 Apr 15;17:6.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6466798
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31011294?tool=bestpractice.com
As ferramentas de decisão baseadas em computador, implantadas em sistemas de saúde eletrônicos existentes, em conjunto com solicitações pré-impressas e auditorias periódicas, comprovaram ser eficazes para otimizar a adesão médica às diretrizes de tromboprofilaxia.[30]Patel SV, Liberman SA, Burgess PL, et al. The American Society of Colon and Rectal Surgeons clinical practice guidelines for the reduction of venous thromboembolic disease in colorectal surgery. Dis Colon Rectum. 2023 Sep 1;66(9):1162-73.
https://journals.lww.com/dcrjournal/fulltext/2023/09000/the_american_society_of_colon_and_rectal_surgeons.7.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37318130?tool=bestpractice.com
[75]Tooher R, Middleton P, Pham C, et al. A systematic review of strategies to improve prophylaxis for venous thromboembolism in hospitals. Ann Surg. 2005 Mar;241(3):397-415.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1356978
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15729062?tool=bestpractice.com
[76]Mosen D, Elliott CG, Egger MJ, et al. The effect of a computerized reminder system on the prevention of postoperative venous thromboembolism. Chest. 2004 May;125(5):1635-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15136370?tool=bestpractice.com
[77]Abdel-Razeq H. Venous thromboembolism prophylaxis for hospitalized medical patients, current status and strategies to improve. Ann Thorac Med. 2010 Oct;5(4):195-200.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20981179?tool=bestpractice.com
A redução da incidência de tromboembolismo venoso em pacientes clínicos e cirúrgicos é importante para mitigar o risco de tromboembolismo venoso inicial e sequelas associadas ao tromboembolismo venoso, como síndrome pós-trombótica e hipertensão pulmonar tromboembólica crônica. Além disso, o tromboembolismo venoso está associado a índices mais altos de internação hospitalar e períodos mais longos de internação, resultando em aumento significativo no uso de recursos de cuidados com a saúde.[146]Brenner B, Hull R, Arya R, et al. Evaluation of unmet clinical needs in prophylaxis and treatment of venous thromboembolism in high-risk patient groups: cancer and critically ill. Thromb J. 2019 Apr 15;17:6.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6466798
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Além disso, aproximadamente 20% dos indivíduos morrem até 1 ano após o diagnóstico de tromboembolismo venoso, às vezes em decorrência do tromboembolismo venoso, mas, muitas vezes, em decorrência de condições que provocaram o evento.[145]Lutsey PL, Zakai NA. Epidemiology and prevention of venous thromboembolism. Nat Rev Cardiol. 2023 Apr;20(4):248-62.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9579604
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36258120?tool=bestpractice.com
Os médicos e enfermeiros responsáveis devem, rotineiramente, procurar por sinais e sintomas de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar quando os pacientes são hospitalizados. Se houver suspeita de tromboembolismo venoso, exames diagnósticos adequados devem ser realizados rapidamente para excluir essa complicação potencialmente fatal.
Pacientes que recebem tromboprofilaxia farmacológica
A tromboprofilaxia com um agente farmacológico também pode ser complicada por sangramento ou, menos frequentemente, por reações alérgicas e trombocitopenia induzida por heparina.