Hipertensão intracraniana idiopática
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
todos os pacientes
controle de fatores que podem aumentar a pressão intracraniana
Uma vez que a hipertensão intracraniana seja diagnosticada, pode-se instituir um programa de redução de peso em pacientes com sobrepeso, devendo-se eliminar ou tratar outros fatores causais presumidos (p. ex., descontinuar tetraciclinas, retinoides ou ingestão excessiva de vitamina A; ou, em caso de supressão de corticosteroides, reiniciar a corticoterapia e reduzir a dose mais lentamente).[11]Johnson LN, Krohel GB, Madsen RW, et al. The role of weight loss and acetazolamide in the treatment of idiopathic intracranial hypertension (pseudotumor cerebri). Ophthalmology. 1998 Dec;105(12):2313-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9855165?tool=bestpractice.com [55]NORDIC Idiopathic Intracranial Hypertension Study Group Writing Committee; Wall M, McDermott MP, Kieburtz KD, et al. Effect of acetazolamide on visual function in patients with idiopathic intracranial hypertension and mild visual loss: the idiopathic intracranial hypertension treatment trial. JAMA. 2014 Apr 23-30;311(16):1641-51. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1861803 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24756514?tool=bestpractice.com [56]Newborg B. Pseudotumor cerebri treated by rice reduction diet. Arch Intern Med. 1974 May;133(5):802-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4821775?tool=bestpractice.com [57]Sinclair AJ, Burdon MA, Nightingale PG, et al. Low energy diet and intracranial pressure in women with idiopathic intracranial hypertension: prospective cohort study. BMJ. 2010 Jul 7;341:c2701. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2898925 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20610512?tool=bestpractice.com Os pacientes são aconselhados a seguir uma dieta com baixo teor de sódio e a beber apenas quando estiverem com sede (em vez de forçar a ingestão de água).
Para pessoas com sobrepeso ou obesidade, recomenda-se perder de 5% a 10% do peso corporal total e manter a perda de peso. Pacientes com obesidade de classe III (índice de massa corporal >40) apresentam resultados ruins com a terapia alimentar e devem ser considerados para cirurgia bariátrica.[58]Amaral JF, Tsiaris W, Morgan T, et al. Reversal of benign intracranial hypertension by surgically induced weight loss. Arch Surg. 1987 Aug;122(8):946-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3632342?tool=bestpractice.com [59]Sugerman HJ, Felton WL 3rd, Sismanis A, et al. Gastric surgery for pseudotumor cerebri associated with severe obesity. Ann Surg. 1999 May;229(5):634-40. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1420807 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10235521?tool=bestpractice.com
Há muitas doenças associadas e associações iatrogênicas à hipertensão intracraniana; elas devem ser eliminadas ou reduzidas, quando possível.[1]Wall M. Idiopathic intracranial hypertension. Neurol Clin. 2010 Aug;28(3):593-617. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2908600 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20637991?tool=bestpractice.com
farmacoterapia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Na manifestação inicial, muitos pacientes são sintomáticos, têm perda leve da visão e um grau moderado de papiledema. Além de um programa de redução de peso com baixo teor de sódio e da eliminação dos fatores causais, esses pacientes podem iniciar uma terapia medicamentosa.
Evidências sugerem que o uso da acetazolamida com uma dieta de redução de peso com baixo teor de sódio melhora a função do campo visual em pacientes com HII e perda visual leve.[55]NORDIC Idiopathic Intracranial Hypertension Study Group Writing Committee; Wall M, McDermott MP, Kieburtz KD, et al. Effect of acetazolamide on visual function in patients with idiopathic intracranial hypertension and mild visual loss: the idiopathic intracranial hypertension treatment trial. JAMA. 2014 Apr 23-30;311(16):1641-51. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1861803 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24756514?tool=bestpractice.com A combinação de acetazolamida e dieta demonstrou também melhorar significativamente o grau do papiledema, as medidas de qualidade de vida e a pressão do líquido cefalorraquidiano aos 6 meses.[55]NORDIC Idiopathic Intracranial Hypertension Study Group Writing Committee; Wall M, McDermott MP, Kieburtz KD, et al. Effect of acetazolamide on visual function in patients with idiopathic intracranial hypertension and mild visual loss: the idiopathic intracranial hypertension treatment trial. JAMA. 2014 Apr 23-30;311(16):1641-51. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1861803 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24756514?tool=bestpractice.com [63]Smith SV, Friedman DI. The idiopathic intracranial hypertension treatment trial: a review of the outcomes. Headache. 2017 Sep;57(8):1303-10. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28758206?tool=bestpractice.com No entanto, uma revisão Cochrane concluiu não haver evidências suficientes para o uso da acetazolamida, não estando claro se os possíveis benefícios superariam o aumento do risco de efeitos colaterais em comparação com o placebo.[64]Piper RJ, Kalyvas AV, Young AM, et al. Interventions for idiopathic intracranial hypertension. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Aug 7;(8):CD003434. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003434.pub3/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26250102?tool=bestpractice.com O paciente deve tomar acetazolamida até que os sintomas e sinais regridam, ou se os efeitos colaterais interferirem nas atividades diárias.[65]Lubow M, Kuhr L. Pseudotumor cerebri: comments on practical management. In: Glaser JS, Smith JL, eds. Neuro-ophthalmology, Vol. IX. St Louis, MO: CV Mosby; 1976:199-206.[66]Tomsak RL, Niffenegger AS, Remler BF. Treatment of pseudotumor cerebri with Diamox (acetazolamide). J Clin Neuroophthalmol. 1988;8:93-8. Deve-se administrar a dose máxima tolerada, o que às vezes requer reduzir a dose até que os efeitos colaterais melhorem e, em seguida, aumentar lentamente a titulação. Pacientes com perda mais grave da visão precisam de uma dosagem inicial mais alta e de um ajuste mais rápido.
Os efeitos adversos da acetazolamida incluem: alterações no sabor dos alimentos e bebidas (que podem resultar em perda de peso); parestesia nos dedos das mãos e dos pés e região perioral; mal-estar; cálculos renais; acidose metabólica; hipocalemia (particularmente quando combinada com outros diuréticos); anemia aplásica (raramente).[55]NORDIC Idiopathic Intracranial Hypertension Study Group Writing Committee; Wall M, McDermott MP, Kieburtz KD, et al. Effect of acetazolamide on visual function in patients with idiopathic intracranial hypertension and mild visual loss: the idiopathic intracranial hypertension treatment trial. JAMA. 2014 Apr 23-30;311(16):1641-51. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1861803 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24756514?tool=bestpractice.com [67]Lichter PR. Reducing side effects of carbonic anhydrase inhibitors. Ophthalmology. 1981 Mar;88(3):266-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7231916?tool=bestpractice.com [68]Garner LL, Carl EF, Ferwerda JR. Advantages of sustained-release therapy with acetazolamide in glaucoma. Am J Ophthalmol. 1963;55:323-7.[69]Zimran A, Beutler E. Can the risk of acetazolamide-induced aplastic anemia be decreased by periodic monitoring of blood cell counts? Am J Ophthalmol. 1987 Dec 15;104(6):654-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3688107?tool=bestpractice.com [70]ten Hove MW, Friedman DI, Patel AD, Irrcher I, et al; NORDIC Idiopathic Intracranial Hypertension Study Group. Safety and tolerability of acetazolamide in the Idiopathic Intracranial Hypertension Treatment Trial. J Neuroophthalmol. 2016 Mar;36(1):13-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26587993?tool=bestpractice.com
O tratamento pode ser trocado da acetazolamida para furosemida ou topiramato, ambos os quais são considerados tratamentos secundários.[71]Corbett JJ. The 1982 Silversides lecture: problems in the diagnosis and treatment of pseudotumor cerebri. Can J Neurol Sci. 1983 Nov;10(4):221-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6652584?tool=bestpractice.com [72]Pollay M, Fullenwider C, Roberts PA, et al. Effect of mannitol and furosemide on blood-brain osmotic gradient and intracranial pressure. J Neurosurg. 1983 Dec;59(6):945-50. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6415245?tool=bestpractice.com [73]Roberts PA, Pollay M, Engles C, et al. Effect on intracranial pressure of furosemide combined with varying doses and administration rates of mannitol. J Neurosurg. 1987 Mar;66(3):440-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3102698?tool=bestpractice.com [74]Vogh BP, Langham MR Jr. The effect of furosemide and bumetanide on cerebrospinal fluid formation. Brain Res. 1981 Sep 21;221(1):171-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6791768?tool=bestpractice.com A dose de furosemida pode ser aumentada gradualmente até que o efeito desejado seja obtido. Recomenda-se o monitoramento atento dos níveis séricos de potássio. A acetazolamida pode também ser administrada com a furosemida em casos de doença refratária, mas é necessário monitoramento rigoroso do potássio sérico.[76]Schoeman JF. Childhood pseudotumor cerebri: clinical and intracranial pressure response to acetazolamide and furosemide treatment in a case series. J Child Neurol. 1994 Apr;9(2):130-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8006361?tool=bestpractice.com [77]Schoeman J, Donald P, van Zyl L, et al. Tuberculous hydrocephalus: comparison of different treatments with regard to ICP, ventricular size and clinical outcome. Dev Med Child Neurol. 1991 May;33(5):396-405. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2065826?tool=bestpractice.com
O topiramato pode ter eficácia similar à da acetazolamida.[78]Celebisoy N, Gokcay F, Sirin H, et al. Treatment of idiopathic intracranial hypertension: topiramate vs acetazolamide, an open-label study. Acta Neurol Scand. 2007 Nov;116(5):322-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17922725?tool=bestpractice.com [79]Hoffmann J, Mollan SP, Paemeleire K, et al. European Headache Federation guideline on idiopathic intracranial hypertension. J Headache Pain. 2018 Oct 8;19(1):93. https://thejournalofheadacheandpain.biomedcentral.com/articles/10.1186/s10194-018-0919-2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30298346?tool=bestpractice.com Ele pode ser útil para a profilaxia de enxaqueca bem como para a inibição da anidrase carbônica.
Gestantes geralmente recebem os mesmos tratamentos de não gestantes; no entanto, recomenda-se cautela.[97]Digre KB, Varner MW, Corbett JJ. Pseudotumor cerebri and pregnancy. Neurology. 1984 Jun;34(6):721-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6539432?tool=bestpractice.com Não existem estudos adequados sobre a acetazolamida em gestantes. Ela demonstrou ser teratogênica em animais, havendo relatos de casos de malformações congênitas, distúrbios eletrolíticos neonatais e baixo peso ao nascer em humanos.[98]Lee AG, Pless M, Falardeau J, et al. The use of acetazolamide in idiopathic intracranial hypertension during pregnancy. Am J Ophthalmol. 2005 May;139(5):855-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15860291?tool=bestpractice.com A acetazolamida pode ser usada após o primeiro trimestre (por exemplo, nos casos em que a paciente está perdendo a visão ou apresenta papiledema de alto grau), mas somente se os benefícios superarem os possíveis riscos para o feto. Não há estudos bem controlados sobre a furosemida em gestantes.[99]Thurtell MJ, Wall M. Idiopathic intracranial hypertension (pseudotumor cerebri): recognition, treatment, and ongoing management. Curr Treat Options Neurol. 2013 Feb;15(1):1-12. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/labs/pmc/articles/PMC3554852 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23136035?tool=bestpractice.com Novamente, ela só deve ser usada se os benefícios superarem os possíveis riscos para o feto. O topiramato não é recomendado em gestantes pelo aumento do risco de fenda labial e/ou fenda palatina no feto, bem como outros problemas (por exemplo, pequeno para a idade gestacional, acidose metabólica materna, trabalho de parto prematuro).[47]Mollan SP, Davies B, Silver NC, et al. Idiopathic intracranial hypertension: consensus guidelines on management. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2018 Oct;89(10):1088-100. https://jnnp.bmj.com/content/89/10/1088.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29903905?tool=bestpractice.com No entanto, pode haver circunstâncias em que o uso de topiramato se justifique porque os benefícios do tratamento superam os riscos para o feto. Sempre discuta o risco e os benefícios dos tratamentos medicamentosos com as gestantes antes de iniciar a terapia.
Opções primárias
acetazolamida: 500 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 250 mg/dia a cada 4 dias de acordo com a resposta, máximo de 4000 mg/dia
Opções secundárias
furosemida: 20-40 mg por via oral duas a três vezes ao dia
ou
topiramato: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
acetazolamida: 500 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 250 mg/dia a cada 4 dias de acordo com a resposta, máximo de 4000 mg/dia
e
furosemida: 20-40 mg por via oral duas a três vezes ao dia
analgesia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
As cefaleias costumam ser um grande problema no tratamento, mesmo após a administração de medicamentos que diminuem a pressão do líquido cefalorraquidiano.
Antidepressivos tricíclicos (por exemplo, a amitriptilina) podem ser usados, mas, como o ganho de peso é um efeito adverso, eles devem ser prescritos em doses baixas. Eles podem também causar retenção urinária, xerostomia e sedação, embora raramente sejam um problema significativo.
Os anti-inflamatórios não esteroidais, como o naproxeno, podem também ser usados, mas devem ser tomados apenas 2 dias por semana para evitar cefaleia de rebote.
Pacientes com história de enxaqueca, ou cefaleias com efeito rebote por analgésicos ou cafeína, podem necessitar de di-hidroergotamina intravenosa em combinação com metoclopramida. A metoclopramida deve ser usada somente por até 5 dias, para minimizar o risco de efeitos neurológicos ou outros efeitos adversos.[80]European Medicines Agency. European Medicines Agency recommends changes to the use of metoclopramide. July 2013 [internet publication]. http://www.ema.europa.eu/ema/index.jsp?curl=pages/news_and_events/news/2013/07/news_detail_001854.jsp Não é incomum que o papiledema remita e as cefaleias por uso excessivo de analgésicos continuem.
Opções primárias
amitriptilina: 10-50 mg por via oral uma vez ao dia ao deitar
ou
naproxeno: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia quando necessário, máximo de 1250 mg/dia (máximo 2 dias por semana)
Opções secundárias
di-hidroergotamina: 1 mg por via intravenosa inicialmente, repetir dentro de 1 hora se não houver melhora, máximo de 2 mg/dose total e 6 mg/semana
e
metoclopramida: 5-10 mg por via intravenosa a cada 8 horas quando necessário por um máximo de 5 dias, máximo de 30 mg/dia
shunt do líquido cefalorraquidiano
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Vários procedimentos de shunt têm sido utilizados para cefaleias intratáveis ou terapias medicamentosas insatisfatórias, inclusive o shunt lombar subaracnoide-peritoneal, bem como shunts cisternoatriais, ventriculoatriais, ventriculojugulares e ventriculoperitoneais.[81]Eggenberger ER, Miller NR, Vitale S. Lumboperitoneal shunt for the treatment of pseudotumor cerebri. Neurology. 1996 Jun;46(6):1524-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8649541?tool=bestpractice.com [82]Rosenberg M, Smith C, Beck R, et al. The efficacy of shunting procedures in pseudotumor cerebri (abstract). Neurology. 1989;39(suppl 1):S209.[83]Johnston I, Besser M, Morgan MK. Cerebrospinal fluid diversion in the treatment of benign intracranial hypertension. J Neurosurg. 1988 Aug;69(2):195-202. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3392566?tool=bestpractice.com [84]Burgett RA, Purvin VA, Kawasaki A. Lumboperitoneal shunting for pseudotumor cerebri. Neurology. 1997 Sep;49(3):734-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9305333?tool=bestpractice.com [85]McGirt MJ, Woodworth G, Thomas G, et al. Cerebrospinal fluid shunt placement for pseudotumor cerebri-associated intractable headache: predictors of treatment response and an analysis of long-term outcomes. J Neurosurg. 2004 Oct;101(4):627-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15481717?tool=bestpractice.com
As complicações mais comuns são oclusão do shunt e hipotensão intracraniana. O mau funcionamento do shunt pode também ser acompanhado de perda grave da visão. Complicações menos comuns são dorsalgia, dor abdominal, infecção do espaço discal, meningite, desconexão do tubo e descida das tonsilas cerebelares. Embora o desvio do líquido cefalorraquidiano possa reduzir o declínio visual e melhorar a acuidade visual, 68% dos pacientes continuam a sentir cefaleias 6 meses após o procedimento.[86]Sinclair AJ, Kuruvath S, Sen D, et al. Is cerebrospinal fluid shunting in idiopathic intracranial hypertension worthwhile? A 10-year review. Cephalalgia. 2011 Dec;31(16):1627-33. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21968519?tool=bestpractice.com É fundamental não desprezar as cefaleias causadas por efeito rebote de analgésicos ou cafeína nesses pacientes.
Podem ser realizadas cirurgias em gestantes sob anestesia local; portanto, essas cirurgias não devem ser proteladas.
fenestração da bainha do nervo óptico ou shunt do líquido cefalorraquidiano
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se os pacientes perdem a visão apesar de terapia medicamentosa completa, pode-se realizar tratamento cirúrgico por fenestração da bainha do nervo óptico ou shunt do líquido cefalorraquidiano (LCR). A efetividade das duas técnicas foi demonstrada em grandes estudos de caso.[87]Goh KY, Schatz NJ, Glaser JS. Optic nerve sheath fenestration for pseudotumor cerebri. J Neuroophthalmol. 1997 Jun;17(2):86-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9176777?tool=bestpractice.com [88]Acheson JF, Green WT, Sanders MD. Optic nerve sheath decompression for the treatment of visual failure in chronic raised intracranial pressure. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1994 Nov;57(11):1426-9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/labs/pmc/articles/PMC1073203 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7964827?tool=bestpractice.com [89]Plotnik JL, Kosmorsky GS. Operative complications of optic nerve sheath decompression. Ophthalmology. 1993 May;100(5):683-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8493011?tool=bestpractice.com [90]Rizzo JF 3rd, Lessell S. Choroidal infarction after optic nerve sheath fenestration. Ophthalmology. 1994 Sep;101(9):1622-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8090466?tool=bestpractice.com [91]Spoor TC, McHenry JG. Long-term effectiveness of optic nerve sheath decompression for pseudotumor cerebri. Arch Ophthalmol. 1993 May;111(5):632-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8489443?tool=bestpractice.com [92]Fonseca PL, Rigamonti D, Miller NR, et al. Visual outcomes of surgical intervention for pseudotumour cerebri: optic nerve sheath fenestration versus cerebrospinal fluid diversion. Br J Ophthalmol. 2014 Oct;98(10):1360-3. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24820047?tool=bestpractice.com [93]Huang LC, Winter TW, Herro AM, et al. Ventriculoperitoneal shunt as a treatment of visual loss in idiopathic intracranial hypertension. J Neuroophthalmol. 2014 Sep;34(3):223-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24637911?tool=bestpractice.com [94]Niotakis G, Grigoratos D, Chandler C, et al. CSF diversion in refractory idiopathic intracranial hypertension: single-centre experience and review of efficacy. Childs Nerv Syst. 2013 Feb;29(2):263-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22918619?tool=bestpractice.com [95]Rizzo JL, Lam KV, Wall M, et al. Perimetry, retinal nerve fiber layer thickness and papilledema grade after cerebrospinal fluid shunting in patients with idiopathic intracranial hypertension. J Neuroophthalmol. 2015 Mar;35(1):22-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25295682?tool=bestpractice.com
A evolução clínica da fenestração da bainha do nervo óptico aguarda outros estudos, pois a metanálise retrospectiva de séries de casos também mostra que aproximadamente 10% dos pacientes perdem a visão apesar desse procedimento;[96]Wall M, Johnson CA, Kutzko KE, et al. Long- and short-term variability of automated perimetry results in patients with optic neuritis and healthy subjects. Arch Ophthalmol. 1998 Jan;116(1):53-61. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9445208?tool=bestpractice.com uma porcentagem semelhante de perda da visão ocorre em pacientes com shunt do LCR.[1]Wall M. Idiopathic intracranial hypertension. Neurol Clin. 2010 Aug;28(3):593-617. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2908600 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20637991?tool=bestpractice.com A deterioração tardia que exige refenestração parece ser incomum. Podem ser realizadas cirurgias em gestantes sob anestesia local; portanto, essas cirurgias não devem ser proteladas.
A fenestração da bainha do nervo óptico geralmente produz resultados imediatos, sendo que a melhora na visão ocorre ao longo de vários meses. Geralmente, o procedimento é realizado no olho que apresenta pior visão. Muitas vezes, a visão se recupera, e o papiledema também diminui no olho não operado. Essa melhora no olho não operado pode persistir por meses ou até anos, mas, geralmente, é menos pronunciada do que no olho operado. As complicações incluem perda da visão no período perioperatório, distúrbios de motilidade ocular e pupilas tônicas. A perda da visão pode estar relacionada a uma queda da pressão arterial.
prismas ópticos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Prismas podem ser utilizados para diplopia decorrente da paralisia do sexto nervo craniano. A diplopia geralmente remite com tratamento.
anti-inflamatórios não esteroidais
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Anti-inflamatórios não esteroidais podem ser usados para dor cervical, mas devem ser limitados a apenas 2 dias por semana se houver cefaleia concomitante.
Opções primárias
ibuprofeno: 300-400 mg por via oral a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia
ou
naproxeno: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia quando necessário, máximo de 1250 mg/dia
colocação de stent no seio venoso transverso
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Embora o zumbido síncrono ao pulso geralmente responda à perda de peso e aos tratamentos clínicos, pode ser indicada a colocação de stent no seio transverso naqueles casos em que há estenose do seio venoso transverso relacionada à pressão intracraniana elevada.
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