Etiologia

A intensidade dos sintomas é diretamente proporcional ao número de fusos horários atravessados. Viagens no sentido oeste causam menos transtornos porque é mais fácil atrasar que adiantar as fases do sono do ciclo circadiano natural.[1]​​ A readaptação ocorre a uma taxa de aproximadamente 1 hora por dia durante as viagens em sentido leste e de aproximadamente 1.5 hora por dia durante as viagens no sentido oeste. Vários fatores podem precipitar ou predispor um viajante aos sintomas do jet lag (por exemplo, estresse, cafeína excessiva, uso de bebidas alcoólicas e privação de sono).

Fisiopatologia

Vários ritmos biológicos circadianos endógenos são regulados por um marca-passo interno, o núcleo supraquiasmático.[2]​​ Esses ritmos são influenciados e estão em sincronia com estímulos ambientais por um processo conhecido como arrastamento. As variáveis ambientais que são capazes de arrastar os ritmos circadianos são conhecidas como agentes arrastadores, ou "Zeitgebers". A luz é o "Zeitgeber" mais efetivo, mas a temperatura, a disponibilidade de alimentos e as interações sociais também têm um papel.[2][3] Após as transições de fuso horário, os ritmos biológicos mudam de fase com os "Zeitgebers". Na chegada ao destino, o viajante sofre uma incompatibilidade entre os ritmos circadianos internos, incluindo o ciclo sono-vigília, e os estímulos ambientais. Gradualmente, os "Zeitgebers" sincronizam os ritmos biológicos internos com o meio ambiente. Até que essa sincronia ocorra, os viajantes continuam a sofrer os sintomas do jet lag.[2]

Classificação

Classificação internacional dos distúrbios do sono, 3° edição, texto revisado (ICSD-3-TR)[1]

Transtornos do ritmo do ciclo sono-vigília

  • Síndrome de jet lag

    • Incompatibilidade temporária entre o relógio circadiano interno e os estímulos ambientais externos provocada por viagens rápidas entre fusos horários.

  • Distúrbio do trabalho em turnos

    • Fenômenos transitórios de insônia ou de sonolência excessiva relacionados a horários de trabalho que ocorrem durante o período normal de sono.

  • Síndrome do atraso da fase do sono

    • Padrões de sono com atraso, em que o início do maior período de sono atrasa 2 horas ou mais do que o desejado, levando a um despertar mais tardio. Comum na adolescência.

  • Síndrome do avanço das fases do sono

    • Padrão de sono com antecipação, no qual o início do maior período de sono ocorre 2 horas ou mais antes do desejado, levando a um despertar precoce.

  • Distúrbio do ritmo de sono-vigília de não 24 horas

    • Ocorre em indivíduos com ritmos circadianos não sincronizados, resultando no início ou fim do sono atrasado em 1 a 2 horas. A maioria das pessoas com esse distúrbio é cega.

  • Distúrbio do ritmo sono-vigília irregular

    • Padrão irregular sem um ritmo circadiano claramente definido de sono e vigília, observado mais comumente em distúrbios neurodegenerativos, como demência, e em crianças com transtornos do desenvolvimento.

  • Transtorno do ciclo sono-vigília sem outra especificação (SOE)

    • Atende aos critérios para transtorno do ciclo sono-vigília, mas não se enquadra em nenhum dos tipos específicos listados acima.

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal