Abordagem

O diagnóstico de epicondilite medial e lateral pode ser firmado com uma história abrangente e exame físico.[1]

Achados gerais na avaliação clínica

Dor na região lateral ou medial do cotovelo é a queixa principal.[2][4][26][35] Os pacientes relatam dor durante ou após a flexão e a extensão do cotovelo.

Os pacientes tipicamente descrevem uma história de atividade recreativa ou ocupacional repetitiva. Essas atividades agravam a dor.[9] Outros fatores de risco fortemente associados ao desenvolvimento de epicondilite podem estar presentes e incluem:

  • Idade mais avançada

  • História médica de epicondilite

  • Condicionamento físico inadequado para as atividades

  • Mecânica incorreta durante uma atividade repetitiva

  • Tabagismo.

A força de preensão pode estar reduzida na epicondilite medial ou lateral, e a dor exacerbada.[36] A medição da força de preensão pode ser usada como uma ferramenta objetiva para avaliar a recuperação.[36][37][38]

Se os sintomas forem graves, o cotovelo do paciente pode raramente ter um leve edema. A verificação do sinal de Tinel é recomendada. Isso é feito tocando-se levemente no cotovelo medial sobre o nervo ulnar. O teste é descrito como positivo se gerar parestesia indolor. Um sinal de Tinel negativo pode ajudar a descartar uma afecção do túnel cubital ou outras afecções neurológicas.

Achados específicos na epicondilite lateral

Epicondilite lateral é caracterizada por:

  • Dor à palpação sobre o tendão extensor comum, tipicamente localizada no extensor radial curto do carpo; a dor máxima à palpação ocorre aproximadamente 1 cm distal e anterior ao ponto médio do epicôndilo lateral

  • Sensibilidade normal

  • Amplitude de movimentos completa no cotovelo e punho, mas possivelmente uma fraqueza na extensão do punho secundária à dor[10]

  • Dor durante a extensão do punho e dos dedos contra resistência e durante a flexão passiva do punho com o cotovelo estendido

  • Teste de estiramento positivo do extensor radial curto do carpo: dor reprodutível sobre a origem da massa do extensor comum quando o braço é colocado em extensão enquanto o examinador flexiona maximamente o punho.[35]

Achados específicos na epicondilite medial

Na epicondilite medial:

  • A dor pode ter um início mais insidioso[5][9]

  • A dor à palpação está presente 5 mm distal e lateral ao epicôndilo medial, ao longo do pronador redondo e do flexor radial do carpo

  • A dor pode irradiar ao longo do cotovelo medial e aumentar com a flexão do punho ou pronação do antebraço contra resistência[26]

  • Os pacientes também terão sensibilidade e força normais e a amplitude de movimentos completa.[24]

Investigações adicionais

Exames laboratoriais não são úteis no diagnóstico de epicondilite.[4][5][9][24][35]

Se a história e o exame físico não forem claros, o encaminhamento a um especialista ortopédico deve ser considerado. Nessa situação, todas as investigações seguintes podem ser consideradas a fim de descartar diagnósticos alternativos e confirmar o diagnóstico de epicondilite.

  • As radiografias do cotovelo geralmente estão normais na epicondilite.[24][35]​ No entanto, podem ser úteis para identificar e avaliar calcificações ou patologia intra-articular. Cerca de 22% a 25% dos pacientes com epicondilite podem ter calcificações dentro dos tecidos moles ao redor do epicôndilo lateral.[4][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia anteroposterior (AP) do cotovelo com calcificação lateral decorrente de epicondilite lateral crônicaDo acervo de Daniel J. Solomon, Naval Medical Center San Diego, CA; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@69bb9ea1

  • Estudos de tomografia computadorizada (TC), ressonância nuclear magnética (RNM), ultrassonografia e eletromiografia são realizados apenas se os achados da história e do exame físico não confirmarem claramente o diagnóstico ou se o paciente foi refratário ao tratamento conservador.

  • TC ou RNM do cotovelo pode ser realizada para avaliar a anatomia intra-articular, com destaque especial para a presença de corpos flutuantes, osteoartrite, patologia extra-articular ou lesão nos ligamentos, ou a presença de uma lesão de massa.[12][39][40][41]​ A RNM pode ser preferível à TC, uma vez que é capaz de demonstrar a qualidade do tendão. Sinal aumentado dentro do tendão do extensor radial curto do carpo ou pronador pode ser observado em pacientes com epicondilite lateral na RNM.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ressonância nuclear magnética (RNM) coronal e axial do mesmo paciente, mostrando sinal aumentado no extensor radial curto do carpoDo acervo de Daniel J. Solomon, Naval Medical Center San Diego, CA; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@4b09c2f8

  • A RNM cervical deve ser considerada para pacientes que não têm história e exame físico conclusivos para epicondilite, para investigar radiculopatia cervical como causa dos sintomas.[4][42][43]

  • Os estudos de eletromiografia e condução nervosa são realizados se houver um deficit sensorial ou na presença de fraqueza muscular não considerada secundária à dor.

  • Ultrassonografia da massa extensora comum.[44] A precisão pode depender de diversas variáveis.[45] Os operadores devem ser profissionais qualificados na detecção de achados anormais na ultrassonografia musculoesquelética.[44]

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