Em pacientes imunocompetentes, os sintomas tipo gripe (influenza) são leves, e a maioria das formas agudas de histoplasmose remite sem um tratamento específico. Para pacientes com sintomas mais persistentes, a histoplasmose pulmonar crônica, ou doença disseminada, ou para pacientes imunocomprometidos (por imunodeficiência primária ou terapia imunossupressora secundária), indica-se o tratamento antifúngico sistêmico.
Histoplasmose pulmonar assintomática latente, não gestantes
Em pessoas de outra forma saudáveis com uma pequena exposição a esporos fúngicos, a histoplasmose se manifesta como uma infecção assintomática ou clinicamente insignificante. A infecção por histoplasmose localizada e cicatrizada pode calcificar e persistir em longo prazo como nódulos pulmonares. Esses nódulos são assintomáticos e encontrados acidentalmente durante a realização de imagens pulmonares. Pode ser difícil distingui-los de uma malignidade ou infecção sem biópsia. A terapia antifúngica para os nódulos pulmonares não é recomendada.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Histoplasmose pulmonar aguda (sintomas <4 semanas), não gestantes
Em hospedeiros imunocompetentes, os sintomas são leves, geralmente cedem após algumas semanas do início, e tendem a remitir sem tratamento específico.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Pacientes imunocomprometidos apresentam maior risco de doença disseminada progressiva e com risco de vida.[2]Wheat LJ, Connolly-Stringfield PA, Baker RL, et al. Disseminated histoplasmosis in the acquired immune deficiency syndrome: clinical findings, diagnosis and treatment, and review of the literature. Medicine (Baltimore). 1990 Nov;69(6):361-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2233233?tool=bestpractice.com
[49]Adderson EE. Histoplasmosis in a pediatric oncology center. J Pediatr. 2004 Jan;144(1):100-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14722526?tool=bestpractice.com
Sendo assim, a terapia antifúngica é justificada em pacientes imunocomprometidos nos quais haja suspeita de infecção ou com qualquer manifestação de infecção por histoplasmose.
Para pessoas com doença leve a moderada, recomenda-se itraconazol por 6 a 12 semanas.[4]Thompson GR 3rd, Le T, Chindamporn A, et al. Global guideline for the diagnosis and management of the endemic mycoses: an initiative of the European Confederation of Medical Mycology in cooperation with the International Society for Human and Animal Mycology. Lancet Infect Dis. 2021 Dec;21(12):e364-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34364529?tool=bestpractice.com
Os níveis séricos de itraconazol geralmente são mais elevados com a formulação de solução, e esta deve ser usada para o tratamento sempre que possível. O voriconazol e o posaconazol foram utilizados com sucesso no tratamento de indivíduos imunocomprometidos com histoplasmose, e esses medicamentos podem ser considerados como agentes alternativos ao itraconazol. Recomenda-se o monitoramento terapêutico desses medicamentos.[25]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and the Infectious Diseases Society of America. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: histoplasmosis. Sep 2019 [internet publication].
https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/histoplasmosis
O fluconazol demonstra atividade mais baixa contra o fungo, havendo relatos de resistência entre pacientes que recebem terapia com fluconazol, o que resulta em fracasso no tratamento.[4]Thompson GR 3rd, Le T, Chindamporn A, et al. Global guideline for the diagnosis and management of the endemic mycoses: an initiative of the European Confederation of Medical Mycology in cooperation with the International Society for Human and Animal Mycology. Lancet Infect Dis. 2021 Dec;21(12):e364-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34364529?tool=bestpractice.com
Portanto, o fluconazol é reservado para pacientes intolerantes ou refratários a outros azóis.
Os antifúngicos azólicos são hepatotóxicos. Sendo assim, as enzimas hepáticas devem ser verificadas antes do início da terapia; nas semanas 1, 2 e 4 após o início do tratamento; e, depois disso, a cada 3 meses até o fim da terapia. Os níveis de itraconazol devem ser terapeuticamente monitorados ao menos 2 semanas após o início da terapia,. Recomendam-se níveis aleatórios de itraconazol sérico ≥1 micrograma/mL para uma terapia eficaz. Os antifúngicos azólicos apresentam várias possíveis interações medicamentosas; antes da administração, revise o histórico de medicação do paciente.
Para pacientes com doença grave, deve-se usar anfotericina B intravenosa inicialmente, seguida de uma transição para o itraconazol quando o paciente estiver estabilizado.[25]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and the Infectious Diseases Society of America. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: histoplasmosis. Sep 2019 [internet publication].
https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/histoplasmosis
O suporte ventilatório com oxigênio pode ser necessário para pessoas com dificuldade respiratória. Depois de receber alta do hospital, os pacientes precisam continuar o tratamento com itraconazol por, pelo menos, 12 semanas ou até que os infiltrados pulmonares tenham remitido na radiografia torácica.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
O fluconazol tem eficácia reduzida como terapia de manutenção crônica.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Histoplasmose pulmonar sintomática aguda (sintomas >4 semanas), não gestantes
Sintomas persistentes com duração >1 mês sugerem preocupação quanto a evolução para doença disseminada.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
O tratamento é o mesmo para pacientes imunocompetentes e imunocomprometidos neste grupo.
Para pessoas com doença leve a moderada, recomenda-se itraconazol por 6 a 12 semanas.[4]Thompson GR 3rd, Le T, Chindamporn A, et al. Global guideline for the diagnosis and management of the endemic mycoses: an initiative of the European Confederation of Medical Mycology in cooperation with the International Society for Human and Animal Mycology. Lancet Infect Dis. 2021 Dec;21(12):e364-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34364529?tool=bestpractice.com
Os níveis séricos de itraconazol geralmente são mais elevados com a formulação de solução, e esta deve ser usada para o tratamento sempre que possível. O voriconazol e o posaconazol foram utilizados com sucesso no tratamento de indivíduos imunocomprometidos com histoplasmose, e esses medicamentos podem ser considerados como agentes alternativos para os indivíduos que não toleram o itraconazol. Recomenda-se o monitoramento terapêutico desses medicamentos.[25]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and the Infectious Diseases Society of America. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: histoplasmosis. Sep 2019 [internet publication].
https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/histoplasmosis
O fluconazol demonstra atividade mais baixa contra o fungo, e há relatos de resistência entre pacientes que recebem terapia com fluconazol.[4]Thompson GR 3rd, Le T, Chindamporn A, et al. Global guideline for the diagnosis and management of the endemic mycoses: an initiative of the European Confederation of Medical Mycology in cooperation with the International Society for Human and Animal Mycology. Lancet Infect Dis. 2021 Dec;21(12):e364-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34364529?tool=bestpractice.com
Portanto, o fluconazol é reservado para pacientes intolerantes ou refratários a outros azóis.
Para pacientes com doença grave, deve-se usar anfotericina B intravenosa inicialmente, seguida de uma transição para o itraconazol quando o paciente estiver estabilizado.[25]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and the Infectious Diseases Society of America. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: histoplasmosis. Sep 2019 [internet publication].
https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/histoplasmosis
O suporte ventilatório com oxigênio pode ser necessário para pessoas com dificuldade respiratória. Depois de receber alta do hospital, os pacientes precisam continuar o tratamento com itraconazol por, pelo menos, 12 semanas ou até que os infiltrados pulmonares tenham remitido na radiografia torácica.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Os antifúngicos azólicos apresentam várias possíveis interações medicamentosas; antes da administração, revise o histórico de medicação do paciente.
Histoplasmose pulmonar crônica, não gestantes
Em contraste com outras infecções, a distinção entre histoplasmose aguda e crônica é determinada pela presença ou ausência de doenças pulmonares subjacentes, e não pela duração dos sintomas. A histoplasmose crônica surge em uma cavidade pulmonar preexistente, e os sintomas levam meses a anos para se tornarem clinicamente óbvios.
Pacientes com doença pulmonar subjacente podem desenvolver infecção pulmonar crônica após exposição ao fungo. Sem tratamento, a doença é progressiva e pode levar a óbito. A histoplasmose pulmonar crônica não foi descrita em populações pediátricas. O tratamento é o mesmo para pacientes imunocompetentes e imunocomprometidos neste grupo.
Para pacientes ambulatoriais (ou seja, que não requerem suporte ventilatório), descobriu-se que o itraconazol é seguro e eficaz no tratamento da histoplasmose pulmonar crônica.[24]Dismukes WE, Bradsher RW Jr, Cloud GC, et al. Itraconazole therapy for blastomycosis and histoplasmosis. NIAID Mycoses Study Group. Am J Med. 1992 Nov;93(5):489-97.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1332471?tool=bestpractice.com
No entanto, as taxas de recidiva são altas (9% a 15%); dessa forma, recomenda-se o tratamento em longo prazo. Os níveis sanguíneos de itraconazol devem ser medidos assim que se atingir um estado estável (ou seja, 2 semanas após o início da terapia). As concentrações séricas aleatórias devem estar entre 1 e 10 microgramas/mL.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Uma radiografia torácica deve ser obtida em intervalos de 4 a 6 meses, e o tratamento deve ser continuado por pelo menos 12 meses ou até a resolução completa na radiografia torácica, o que ocorrer por último.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
O voriconazol e o posaconazol foram utilizados com sucesso no tratamento de indivíduos imunocomprometidos com histoplasmose, e esses medicamentos podem ser considerados como agentes alternativos ao itraconazol. Recomenda-se o monitoramento terapêutico dos medicamentos.[25]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and the Infectious Diseases Society of America. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: histoplasmosis. Sep 2019 [internet publication].
https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/histoplasmosis
O fluconazol pode ser usado nos pacientes intolerantes ou refratários a esses outros azóis. Os antifúngicos azólicos apresentam várias possíveis interações medicamentosas; antes da administração, revise o histórico de medicação do paciente.
Para pacientes que se tornarem hipoxêmicos e precisarem de suporte ventilatório (e, portanto, forem hospitalizados), pode-se utilizar a anfotericina B. Ela pode ser substituída pelo itraconazol para completar a terapia de 12 meses quando o paciente iniciar tratamento ambulatorial.[33]World Health Organization. Guidelines for diagnosing and managing disseminated histoplasmosis among people living with HIV. 1 April 2020 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240006430
Em função das altas taxas de recidiva, os pacientes devem ser monitorados rigorosamente por pelo menos 1 ano após o tratamento ser descontinuado.
Histoplasmose disseminada, não gestantes
É definida como uma enfermidade clínica que não melhora após 3 semanas de observação e é acompanhada por sinais e sintomas de envolvimento extrapulmonar. A histoplasmose disseminada progressiva apresenta uma taxa elevada de fatalidade sem terapia. O tratamento é o mesmo para pacientes imunocompetentes e imunocomprometidos neste grupo.
Pacientes com histoplasmose disseminada que estejam fazendo tratamento ambulatorial (ou seja, que não requerem suporte ventilatório) podem ser tratados com itraconazol.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Os níveis de itraconazol sérico devem ser monitorados durante a terapia. O voriconazol e o posaconazol foram utilizados com sucesso no tratamento de indivíduos imunocomprometidos com histoplasmose, e esses medicamentos podem ser considerados como agentes alternativos para os indivíduos incapazes de tolerar o itraconazol. Recomenda-se o monitoramento terapêutico desses medicamentos.[25]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and the Infectious Diseases Society of America. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: histoplasmosis. Sep 2019 [internet publication].
https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/histoplasmosis
Uma radiografia torácica deve ser obtida em intervalos de 4 a 6 meses. O tratamento deve ser continuado por, pelo menos, 12 meses ou até a resolução completa na radiografia torácica, consoante o que ocorrer por último. Os antifúngicos azólicos apresentam várias possíveis interações medicamentosas; antes da administração, revise o histórico de medicação do paciente.
Os níveis de antígeno anti-Histoplasma capsulatum na urina devem ser verificados mensalmente, para monitorar a resposta à terapia, e seguidos por 12 meses para detectar recidiva da doença. Até 10% a 15% dos pacientes apresentam recidiva apesar de tratamento, o que é uma indicação para terapia de manutenção em longo prazo com itraconazol.[24]Dismukes WE, Bradsher RW Jr, Cloud GC, et al. Itraconazole therapy for blastomycosis and histoplasmosis. NIAID Mycoses Study Group. Am J Med. 1992 Nov;93(5):489-97.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1332471?tool=bestpractice.com
Para os pacientes que se tornarem hipoxêmicos e precisarem de suporte ventilatório (e, portanto, estiverem hospitalizados), o tratamento recomendado é a anfotericina B. A anfotericina B lipossomal é a formulação preferida nos adultos, embora outras formulações possam ser usadas se a anfotericina B lipossomal não estiver disponível ou não for tolerada.[4]Thompson GR 3rd, Le T, Chindamporn A, et al. Global guideline for the diagnosis and management of the endemic mycoses: an initiative of the European Confederation of Medical Mycology in cooperation with the International Society for Human and Animal Mycology. Lancet Infect Dis. 2021 Dec;21(12):e364-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34364529?tool=bestpractice.com
Em pacientes com HIV, a anfotericina B lipossomal foi associada a uma taxa de resposta elevada e menor mortalidade que a formulação em desoxicolato.[33]World Health Organization. Guidelines for diagnosing and managing disseminated histoplasmosis among people living with HIV. 1 April 2020 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240006430
Ela pode ser substituída pelo itraconazol para completar a terapia de 12 meses quando o paciente iniciar tratamento ambulatorial.[33]World Health Organization. Guidelines for diagnosing and managing disseminated histoplasmosis among people living with HIV. 1 April 2020 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240006430
[50]Murray M, Hine P. Treating progressive disseminated histoplasmosis in people living with HIV. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Apr 28;(4):CD013594.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013594/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32343003?tool=bestpractice.com
O tratamento em longo prazo com itraconazol é necessário após se completar o tratamento em pacientes imunocomprometidos. Em pacientes infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o itraconazol pode ser descontinuado com segurança após pelo menos 1 ano caso eles estejam recebendo terapia antirretroviral altamente ativa, sua contagem de CD4 seja de >150 células/mL, a hemocultura seja negativa e os níveis de antígeno do H capsulatum no soro e na urina sejam de <2 nanogramas/mL.[33]World Health Organization. Guidelines for diagnosing and managing disseminated histoplasmosis among people living with HIV. 1 April 2020 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240006430
[51]Goldman M, Zackin R, Fichtenbaum CJ, et al. Safety of discontinuation of maintenance therapy for disseminated histoplasmosis after immunologic response to antiretroviral therapy. Clin Infect Dis. 2004 May 15;38(10):1485-9.
https://academic.oup.com/cid/article/38/10/1485/347524
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15156489?tool=bestpractice.com
[52]Myint T, Anderson AM, Sanchez A, et al. Histoplasmosis in patients with human immunodeficiency virus/acquired immunodeficiency syndrome (HIV/AIDS): multicenter study of outcomes and factors associated with relapse. Medicine (Baltimore). 2014 Jan;93(1):11-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4616326
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24378739?tool=bestpractice.com
Granuloma mediastinal, não gestantes
Em alguns pacientes, os linfonodos mediastinais podem coalescer ao longo de meses a anos formando uma massa grande, caseada e encapsulada após uma histoplasmose pulmonar aguda. O tratamento não é indicado para pacientes assintomáticos. Pacientes sintomáticos podem ser tratados com itraconazol.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Estruturas reativas podem causar sintomas secundários à compressão das estruturas mediastinais ou formar tratos fistulosos com um brônquio, com o esôfago ou com a pele. Nessa situação, é necessário o tratamento com um corticosteroide, como a prednisona, em combinação com itraconazol. Cirurgia pode ser indicada a fim de aliviar os sintomas obstrutivos.[53]Massachusetts General Hospital. Case records of the Massachusetts General Hospital. Weekly clinicopathological exercises. Case 15-1991. A 48-year-old man with dysphagia, chest pain, fever, and a subcarinal mass. N Engl J Med. 1991 Apr 11;324(15):1049-56.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2005943?tool=bestpractice.com
Fibrose mediastinal, não gestantes
Às vezes, fibrose invasiva pode envolver linfonodos mediastinais ou hilares e causar oclusão das vias aéreas e dos grandes vasos. A doença bilateral é incomum, mas altamente fatal.[54]Mocherla S, Wheat LJ. Treatment of histoplasmosis. Semin Respir Infect. 2001 Jun;16(2):141-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11521246?tool=bestpractice.com
Tratamentos antifúngicos e anti-inflamatórios geralmente não são considerados úteis. Alguns médicos recomendam um ciclo de 12 semanas de itraconazol, embora a eficácia não seja demonstrada.[55]Limper AH, Knox KS, Sarosi GA, et al; American Thoracic Society Fungal Working Group. An official American Thoracic Society statement: treatment of fungal infections in adult pulmonary and critical care patients. Am J Respir Crit Care Med. 2011 Jan 1;183(1):96-128.
https://www.atsjournals.org/doi/full/10.1164/rccm.2008-740ST?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21193785?tool=bestpractice.com
Os corticosteroides não são recomendados, e o papel dos antifibróticos é desconhecido. Os stents intravasculares podem ser usados para melhorar os sintomas de compressão da veia cava superior.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
[55]Limper AH, Knox KS, Sarosi GA, et al; American Thoracic Society Fungal Working Group. An official American Thoracic Society statement: treatment of fungal infections in adult pulmonary and critical care patients. Am J Respir Crit Care Med. 2011 Jan 1;183(1):96-128.
https://www.atsjournals.org/doi/full/10.1164/rccm.2008-740ST?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21193785?tool=bestpractice.com
Broncolitíase, não gestantes
Às vezes, os linfonodos calcificados de uma infecção por histoplasmose prévia podem erodir para os brônquios adjacentes, causando hemoptise e expectoração de pequenas calcificações (litoptise).[56]Goodwin RA, Loyd JE, Des Prez RM. Histoplasmosis in normal hosts. Medicine (Baltimore). 1981 Jul;60(4):231-66.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7017339?tool=bestpractice.com
As tomografias computadorizadas são úteis para se fazer este diagnóstico. A remoção broncoscópica e, às vezes, cirúrgica dos cálculos é o tratamento de primeira escolha.[56]Goodwin RA, Loyd JE, Des Prez RM. Histoplasmosis in normal hosts. Medicine (Baltimore). 1981 Jul;60(4):231-66.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7017339?tool=bestpractice.com
A terapia antifúngica não é indicada.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
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[55]Limper AH, Knox KS, Sarosi GA, et al; American Thoracic Society Fungal Working Group. An official American Thoracic Society statement: treatment of fungal infections in adult pulmonary and critical care patients. Am J Respir Crit Care Med. 2011 Jan 1;183(1):96-128.
https://www.atsjournals.org/doi/full/10.1164/rccm.2008-740ST?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21193785?tool=bestpractice.com
Pericardite, não gestantes
Geralmente, os sintomas são causados pela resposta inflamatória do hospedeiro à infecção pulmonar, e não pela infecção do saco pericárdico em si.[57]Young EJ, Vainrub B, Musher DM. Pericarditis due to histoplasmosis. JAMA. 1978 Oct 13;240(16):1750-1.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/691177?tool=bestpractice.com
O tratamento com medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) é suficiente para sintomas leves. Pacientes com sintomas moderados a graves requerem tratamento com um corticosteroide; nesta circunstância, deve-se coadministrar itraconazol por 6 a 12 semanas para prevenir qualquer disseminação da infecção que possa resultar da imunossupressão.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Pode haver a necessidade de uma pericardiocentese em pacientes com comprometimento hemodinâmico.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Síndrome reumatológica, não gestantes
A resposta inflamatória do hospedeiro à histoplasmose pulmonar aguda pode causar poliartrite ou artralgia em até 10% dos pacientes.[58]Rosenthal J, Brandt KD, Wheat LJ, et al. Rheumatologic manifestations of histoplasmosis in the recent Indianapolis epidemic. Arthritis Rheum. 1983 Sep;26(9):1065-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6615561?tool=bestpractice.com
Os pacientes afetados também podem desenvolver eritema nodoso. Geralmente, o tratamento é feito somente com AINEs.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Os corticosteroides raramente são necessários, mas eles têm sido utilizados para sintomas refratários ao tratamento com AINE. Em caso de administração de corticosteroides, o itraconazol deve ser coadministrado para prevenir a disseminação da infecção.[58]Rosenthal J, Brandt KD, Wheat LJ, et al. Rheumatologic manifestations of histoplasmosis in the recent Indianapolis epidemic. Arthritis Rheum. 1983 Sep;26(9):1065-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6615561?tool=bestpractice.com
[59]Medeiros AA, Marty SD, Tosh FE, et al. Erythema nodosum and erythema multiforme as clinical manifestations of histoplasmosis in a community outbreak. N Engl J Med. 1966 Feb 24;274(8):415-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/5904279?tool=bestpractice.com
Meningoencefalite, não gestantes
Até 20% dos pacientes com histoplasmose disseminada apresentam sinais e sintomas de envolvimento do sistema nervoso central que incluem a meningite, a encefalite e lesões de massa do cérebro ou da medula espinhal.[60]Wheat LJ, Batteiger BE, Sathapatayavongs B. Histoplasma capsulatum infections of the central nervous system. A clinical review. Medicine (Baltimore). 1990 Jul;69(4):244-60.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2197524?tool=bestpractice.com
O tratamento inicial é realizado com anfotericina B lipossomal por 4 a 6 semanas, seguida por tratamento com itraconazol por pelo menos 1 ano até a remissão das anormalidades do líquido cefalorraquidiano, incluindo os níveis de antígenos do Histoplasma. Os níveis sanguíneos de itraconazol devem ser obtidos para se garantir a exposição adequada ao medicamento.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com
Gestantes
Devido ao risco de transmissão transplacentária de infecção ao feto em desenvolvimento, as infecções por H capsulatum durante a gestação devem ser tratadas com agentes antifúngicos.[61]Whitt SP, Koch GA, Fender B, et al. Histoplasmosis in pregnancy: case series and report of transplacental transmission. Arch Intern Med. 2004 Feb 23;164(4):454-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14980998?tool=bestpractice.com
Os antifúngicos azólicos são teratogênicos na gestação; assim, as gestantes devem ser tratadas com preparações de anfotericina B por 4 a 6 semanas, e o bebê deve ser monitorado quanto a evidências clínicas e laboratoriais de histoplasmose após o parto.[62]Moudgal VV, Sobel JD. Antifungal drugs in pregnancy: a review. Expert Opin Drug Saf. 2003 Sep;2(5):475-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12946248?tool=bestpractice.com
Crianças
As manifestações de histoplasmose pulmonar aguda em crianças são semelhantes às dos adultos; no entanto, a histoplasmose pulmonar crônica não foi descrita em populações pediátricas.
As mesmas terapias são usadas em crianças e adultos. No entanto, a anfotericina B desoxicolato é bem tolerada em crianças e preferida em relação às formulações lipídicas.[1]Wheat LJ, Freifeld AG, Kleiman MB, et al. Clinical practice guidelines for the management of patients with histoplasmosis: 2007 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2007 Oct 1;45(7):807-25.
https://academic.oup.com/cid/article/45/7/807/541502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17806045?tool=bestpractice.com