Caso clínico #1
Um homem de 60 anos de idade é hospitalizado com uma história de 10 dias de dispneia por esforço, calafrios, mialgia, cefaleia, febre e sudorese noturna. Ele trabalha em uma fazenda e tem contato diário com coelhos, cavalos, cordeiros, perus e galinhas. No exame físico, sua temperatura é de 38.5 °C (101.3 °F), o pulso é de 75 bpm, a frequência respiratória é de 22 respirações por minuto, e a pressão arterial é de 100/80 mmHg. A radiografia torácica demonstra uma área de condensação nos lobos direito e esquerdo superiores e um pequeno derrame pleural à esquerda.
Caso clínico #2
Um menino de 16 anos de idade com história de convulsões foi observado com uma história de 1 dia de febre, rinorreia e fadiga. Ele foi tratado com amoxicilina/ácido clavulânico para sinusite presumida, mas foi hospitalizado mais tarde no mesmo dia após uma convulsão tônico-clônica. Notou-se uma paroníquia no dedo médio direito, a qual foi drenada, e ele recebeu alta com prescrição de dicloxacilina. Três dias mais tarde, ele voltou a ser hospitalizado com febre, dor axilar e no dedo médio direito. No exame físico, sua temperatura é de 38.5 °C (101.5 °F), o pulso é de 116 bpm, a frequência respiratória é de 24 respirações por minuto, e a pressão arterial é de 122/76 mmHg. Um nódulo palpável grande e sensível à palpação foi encontrado na axila direita. O paciente recentemente caçou coelhos e também sofreu um arranhão de gato e picadas de mosquito, mas não há exposição conhecida a carrapato.[3]Weiner E, Stryjewski G, Eppes S. Variable presentation of the cause of lymphadenopathy in two children. Pediatr Infect Dis J. 2004 Oct;23(10):972-3.
https://journals.lww.com/pidj/Fulltext/2004/10000/Variable_Presentation_of_the_Cause_of.23.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15602207?tool=bestpractice.com
Outras apresentações
As manifestações sistêmicas geralmente são abruptas no início. Os sinais e sintomas dependem do órgão afetado, o que, por sua vez, depende do local de entrada da bactéria. Embora a tularemia ulceroglandular (linfadenopatia sensível à palpação unilateral e localizada, com úlcera no local de inoculação) seja a apresentação mais comum, as outras apresentações menos comuns incluem a glandular (igual à apresentação ulceroglandular, mas sem lesão de pele visível), pneumônica (tosse não produtiva, dispneia, constrição torácica, estertores, pleurisia, derrame pleural exsudativo), faríngea (faringite, faringite exsudativa ou amigdalite), oculoglandular (conjuntivite unilateral na maioria dos casos, geralmente acompanhada de fotofobia, comprometimento/perda da visão, linfadenopatia sub-mandibular, cervical ou pré-auricular), tifoide (diarreia, icterícia, coléstase, hepatoesplenomegalia) ou, raramente, meningite e abscesso cerebral (rigidez de nuca, cefaleia aguda, sinais de Kernig e de Brudzinski).[2]Guffey MB, Dalzell A, Kelly DR, et al. Ulceroglandular tularemia in a nonendemic area. South Med J. 2007 Mar;100(3):304-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17396737?tool=bestpractice.com
[3]Weiner E, Stryjewski G, Eppes S. Variable presentation of the cause of lymphadenopathy in two children. Pediatr Infect Dis J. 2004 Oct;23(10):972-3.
https://journals.lww.com/pidj/Fulltext/2004/10000/Variable_Presentation_of_the_Cause_of.23.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15602207?tool=bestpractice.com
[4]Hornick R. Tularemia revisited. N Engl J Med. 2001 Nov 29;345(22):1637-9.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM200111293452211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11757513?tool=bestpractice.com
[5]Arav-Boger R. Cat-bite tularemia in a seventeen-year-old girl treated with ciprofloxacin. Pediatr Infect Dis J. 2000 Jun;19(6):583-4.
https://journals.lww.com/pidj/Fulltext/2000/06000/CAT_BITE_TULAREMIA_IN_A_SEVENTEEN_YEAR_OLD_GIRL.24.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10877184?tool=bestpractice.com
[6]Johansson A, Berglund L, Gothefors L, et al. Ciprofloxacin for treatment of tularemia in children. Pediatr Infect Dis J. 2000 May;19(5):449-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10819342?tool=bestpractice.com
[7]Bellido-Casado J, Pérez-Castrillón JL, Bachiller-Luque P, et al. Report on five cases of tularaemic pneumonia in a tularaemia outbreak in Spain. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2000 Mar;19(3):218-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10795596?tool=bestpractice.com
[8]Feldman KA, Enscore RE, Lathrop SL, et al. An outbreak of primary pneumonic tularemia on Martha's Vineyard. N Engl J Med. 2001 Nov 29;345(22):1601-6.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa011374#t=article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11757506?tool=bestpractice.com
[9]Rodgers BL, Duffield RP, Taylor T, et al. Tularemic meningitis. Pediatr Infect Dis J. 1998 May;17(5):439-41.
https://journals.lww.com/pidj/Fulltext/1998/05000/TULAREMIC__MENINGITIS.25.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9613668?tool=bestpractice.com
[10]Case records of the Massachusetts General Hospital. Weekly clinicopathological exercises. Case 22-2001. A 25-year-old woman with fever and abnormal liver function. N Engl J Med. 2001 Jul 19;345(3):201-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11463016?tool=bestpractice.com
[12]van de Beek D, Steckelberg JM, Marshall WF, et al. Tularemia with brain abscesses. Neurology. 2007;68:531.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17296921?tool=bestpractice.com
A bactéria contém endotoxina, e o choque endotóxico pode ser uma manifestação da infecção.[1]Penn RL. Francisella tularensis. In: Mandell GL, Bennett JE, Dolin R, eds. Principles and practice of infectious diseases. 9th ed. New York, NY: Churchill Livingstone; 2019. Pode ocorrer infecção assintomática, mas não há dados sobre tal incidência.