A erliquiose e a anaplasmose apresentam um amplo diferencial devido ao comprometimento multissistêmico e à ausência de características clínicas específicas.[64]Schutze GE, Jacobs RF. Human monocytic ehrlichiosis in children. Pediatrics. 1997 Jul;100(1):E10.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9200384?tool=bestpractice.com
[65]Schutze GE. Ehrlichiosis. Pediatr Infect Dis J. 2006 Jan;25(1):71-2.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16395107?tool=bestpractice.com
O diagnóstico presuntivo pode ser feito em todos os pacientes com potencial exposição a carrapatos/picada de carrapatos comprovada em combinação com febre de início abrupto, sintomas constitucionais característicos, leucopenia e/ou trombocitopenia e TFHs elevados. O diagnóstico definitivo é confirmado por estudos sorológicos ou reação em cadeia da polimerase. É necessário um alto índice de suspeita para o diagnóstico da infecção, mesmo em áreas endêmicas.[66]Weil AA, Baron EL, Brown CM, et al. Clinical findings and diagnosis in human granulocytic anaplasmosis: a case series from Massachusetts. Mayo Clin Proc. 2012 Mar;87(3):233-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22386178?tool=bestpractice.com
A erliquiose e a anaplasmose são doenças de notificação compulsória nacionalmente, e os profissionais da saúde devem notificar os departamentos de saúde locais. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças são notificados através do National Electronic Telecommunications System for Surveillance (Sistema Eletrônico Nacional de Telecomunicações para Vigilância).
História
A possível exposição a carrapatos (por exemplo, atividades ao ar livre em áreas endêmicas durante os meses de atividade dos carrapatos) e picadas de carrapato evidentes dentro de 14 dias antes do início dos sintomas são importantes fatores de risco que justificam a suspeita de qualquer doença transmitida por carrapatos. No entanto, é importante observar que muitos pacientes não se lembram de terem sido picados por carrapatos; portanto, a ausência de história de picada de carrapato não pode descartar o diagnóstico em pacientes com sinais, sintomas e resultados de investigação consistentes com doença causada por carrapato.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Picada de carrapato em estágio avançado com necrose central (área escura ao redor da picada do carrapato) envolta de uma área acentuadamente eritematosaCortesia de Lucas Blanton, MD [Citation ends].
A infecção geralmente se apresenta como uma doença aguda; o tempo de incubação é de 1 a 2 semanas após a picada do carrapato. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, embora isso seja raro, sobretudo em adultos. A infecção tende a ser mais grave em pacientes com mais de 60 anos de idade.[16]Olano JP, Masters E, Hogrefe W, et al. Human monocytotropic ehrlichiosis, Missouri. Emerg Infect Dis. 2003 Dec;9(12):1579-86.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14720399?tool=bestpractice.com
[61]Fishbein DB, Kemp A, Dawson JE, et al. Human ehrlichiosis: prospective active surveillance in febrile hospitalized patients. J Infect Dis. 1989 Nov;160(5):803-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2809255?tool=bestpractice.com
[62]Bakken JS, Krueth J, Wilson-Nordskog C, et al. Clinical and laboratory characteristics of human granulocytic ehrlichiosis. JAMA. 1989 Nov;160(5):803-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8604172?tool=bestpractice.com
[63]Horowitz HW, Aguero-Rosenfeld ME, McKenna DF, et al. Clinical and laboratory spectrum of culture-proven human granulocytic ehrlichiosis: comparison with culture-negative cases. Clin Infect Dis. 1998;27:1314-1317.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9827289?tool=bestpractice.com
Febre de início abrupto em combinação com outros sintomas constitucionais, como calafrios, mialgia, mal-estar, cefaleia, artralgia ou náuseas é a apresentação mais comum. O diagnóstico deve ser considerado em qualquer paciente com febre de início abrupto e possível exposição a carrapatos. Apresentações menos comuns incluem sintomas inespecíficos como dor abdominal, vômitos, diarreia, tosse, dispneia e rash. O rash é mais comum em crianças que em adultos.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rash macular eritematoso envolvendo o membro inferior em um caso pediátrico de erliquiose monocitotrópica/monocítica humanaCortesia de Edwin Masters, MD [Citation ends].
Sintomas neurológicos como rigidez da nuca, fotofobia e confusão são raros.
A anaplasmose granulocitotrópica/granulocítica humana (AGH) pode coexistir com a doença de Lyme, babesiose e encefalite transmitida por carrapatos.
Manifestações graves, como linfo-histiocitose hemofagocítica (LHH), uma síndrome imunológica rara e fatal, também foram relatadas na erliquiose.[13]Otrock ZK, Gonzalez MD, Eby CS. Ehrlichia-induced hemophagocytic lymphohistiocytosis: a case series and review of literature. Blood Cells Mol Dis. 2015 Oct;55(3):191-3.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26227842?tool=bestpractice.com
[14]Patel TP, Beck P, Chairman D, et al. Ehrlichiosis presenting as hemophagocytic lymphohistiocytosis in an immunocompetent adult. IDCases. 2020;20:e00813.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214250920301219?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32455115?tool=bestpractice.com
Os sinais e sintomas incluem hepatoesplenomegalia, febre e erupção cutânea.
Exame físico
Geralmente, não existem achados no exame físico; no entanto, pode-se observar uma pequena lesão eritematosa redonda com ou sem um pequeno centro escuro necrótico na pele (picada do carrapato). Os pacientes com erliquiose monocitotrópica/monocítica humana (EMH) podem desenvolver linfadenopatia, hepatomegalia (mais comum em crianças), icterícia ou esplenomegalia; no entanto, isso é raro. Complicações no sistema nervoso central como estupor, convulsões ou coma também são raras, mas mais comuns na EMH que na AGH. Pode-se observar sinais de candidíase, infecção por citomegalovírus e aspergilose em casos graves de EMH e AGH. Não se sabe ao certo por que esses pacientes são mais suscetíveis, mas acredita-se que a infecção aguda com EMH ou AGH resulte em um nível de imunossupressão.
Exames laboratoriais
Deve-se solicitar inicialmente hemograma completo, esfregaço de sangue periférico e testes da função hepática (TFHs). A leucopenia com linfopenia absoluta e relativa é comum durante a primeira semana da doença e geralmente está associada a trombocitopenia; no entanto, contagens normais não descartam o diagnóstico. Mórulas citoplasmáticas são observadas no esfregaço sanguíneo, embora elas ainda não tenham sido observadas em pacientes com Ehrlichia muris eauclairensis (anteriormente conhecida como agente Ehrlichia muris-símile, EMLA). Embora seja uma investigação recomendada, a detecção de mórulas é considerada insensível como teste diagnóstico nos pacientes imunocompetentes. No entanto, na experiência clínica, em pacientes imunocomprometidos, um exame de esfregaço de sangue periférico realizado por um hematologista experiente pode confirmar o diagnóstico com mais rapidez.[67]Hamilton KS, Standaert SM, Kinney MC. Characteristic peripheral blood findings in human ehrlichiosis. Mod Pathol. 2004 May;17(5):512-7.
https://www.modernpathology.org/article/S0893-3952(22)04372-1/fulltext#seccestitle40
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14976527?tool=bestpractice.com
A anemia é menos frequente. Os TFHs geralmente apresentam-se discreta a moderadamente elevados. São observadas linfocitoses com acentuado efeito rebote absoluto ou relativo durante a segunda semana da doença.[68]Biggs HM, Behravesh CB, Bradley KK, et al. Diagnosis and management of tickborne rickettsial diseases: Rocky Mountain spotted fever and other spotted fever group rickettsioses, ehrlichioses, and anaplasmosis - United States. MMWR Recomm Rep. 2016 May 13;65(2):1-44.
http://www.cdc.gov/mmwr/volumes/65/rr/rr6502a1.htm?s_cid=rr6502a1_w
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27172113?tool=bestpractice.com
Se os testes da função hepática estiverem elevados e houver leucopenia e trombocitopenia, essa é uma forte evidência a favor do diagnóstico. Na presença de forte suspeita, o tratamento presuntivo seria iniciado mesmo com os testes normais. Em seguida, deve-se realizar exames laboratoriais específicos, incluindo sorologia ou testes de reação em cadeia da polimerase. Idealmente, os espécimes para os testes confirmatórios do diagnóstico devem ser obtidos antes de o paciente receber a primeira dose de antibióticos.
Sorologia
O ensaio de imunofluorescência para anticorpos é o teste mais definitivo e amplamente disponível para a EMH e a AGH, e baseia-se na detecção de um aumento dos anticorpos contra Ehrlichia chaffeensis ou Anaplasma phagocytophilum no soro.[62]Bakken JS, Krueth J, Wilson-Nordskog C, et al. Clinical and laboratory characteristics of human granulocytic ehrlichiosis. JAMA. 1989 Nov;160(5):803-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8604172?tool=bestpractice.com
[69]Dumler JS, Madigan JE, Pusterla N, et al. Ehrlichioses in humans: epidemiology, clinical presentation, diagnosis, and treatment. Clin Infect Dis. 2007 Jul 15;45 Suppl 1:S45-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17582569?tool=bestpractice.com
[70]Bakken JS, Dumler JS. Human granulocytic ehrlichiosis. Clin Infect Dis. 2000 Aug;31(2):554-60.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10987720?tool=bestpractice.com
[71]Olano J, Walker DH. Current recommendations for diagnosis and treatment of human ehrlichiosis. Infect Med. 2002;19:318-325.[72]Aguero-Rosenfeld ME, Horowitz HW, Wormser GP, et al. Human granulocytic ehrlichiosis: a case series from a medical center in New York State. Ann Intern Med. 1996 Dec 1;125(11):904-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8967671?tool=bestpractice.com
[73]Comer JA, Nicholson WL, Sumner JW, et al. Diagnosis of human ehrlichiosis by PCR assay of acute-phase serum. J Clin Microbiol. 1999 Jan;37(1):31-4.
https://journals.asm.org/doi/10.1128/JCM.37.1.31-34.1999
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9854059?tool=bestpractice.com
[74]Comer JA, Nicholson WL, Olson JG, et al. Serologic testing for human granulocytic ehrlichiosis at a national referral center. J Clin Microbiol. 1999 Mar;37(3):558-64.
https://journals.asm.org/doi/10.1128/JCM.37.3.558-564.1999
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9986812?tool=bestpractice.com
[75]Paddock CD, Childs JE. Ehrlichia chaffeensis: a prototypical emerging pathogen. Clin Microbiol Rev. 2003 Jan;16(1):37-64.
https://journals.asm.org/doi/10.1128/CMR.16.1.37-64.2003
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12525424?tool=bestpractice.com
[76]Walker DH. Task Force on Consensus Approach for Ehrlichiosis. Diagnosing human ehrlichioses: current status and recommendations. ASM News. 2000;66:287-290.[77]Olano JP, Walker DH. Human ehrlichioses. Med Clin North Am. 2002 Mar;86(2):375-92.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11982308?tool=bestpractice.com
[78]Bakken JS, Haller I, Riddell D, et al. The serological response of patients infected with the agent of human granulocytic ehrlichiosis. Clin Infect Dis. 2002 Jan 1;34(1):22-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11731941?tool=bestpractice.com
[79]Walls JJ, Aguero-Rosenfeld M, Bakken JS, et al. Inter- and intralaboratory comparison of Ehrlichia equi and human granulocytic ehrlichiosis (HGE) agent strains for serodiagnosis of HGE by the immunofluorescent-antibody test. J Clin Microbiol. 1999 Sep;37(9):2968-73.
https://journals.asm.org/doi/10.1128/JCM.37.9.2968-2973.1999
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10449483?tool=bestpractice.com
Deve-se obter amostras pareadas durante as fases aguda e convalescente (ou seja, 2-4 semanas depois) para demonstrar um aumento dos títulos de anticorpos. Um aumento de quatro vezes ou mais nos títulos de anticorpos é diagnóstico.[68]Biggs HM, Behravesh CB, Bradley KK, et al. Diagnosis and management of tickborne rickettsial diseases: Rocky Mountain spotted fever and other spotted fever group rickettsioses, ehrlichioses, and anaplasmosis - United States. MMWR Recomm Rep. 2016 May 13;65(2):1-44.
http://www.cdc.gov/mmwr/volumes/65/rr/rr6502a1.htm?s_cid=rr6502a1_w
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27172113?tool=bestpractice.com
A sorologia não pode ser usada para o diagnóstico da erliquiose ewingii humana devido à extensa reatividade cruzada dos anticorpos com o E chaffeensis.
reação em cadeia da polimerase
A detecção do ácido desoxirribonucleico/ácido ribonucleico (DNA/RNA) bacteriano de espécimes de sangue/tecido usando primers direcionados a um gene erliquial específico é o achado diagnóstico mais definitivo para a EMH e a AGH durante a fase aguda da doença, quando o paciente estiver febril e sintomático.[16]Olano JP, Masters E, Hogrefe W, et al. Human monocytotropic ehrlichiosis, Missouri. Emerg Infect Dis. 2003 Dec;9(12):1579-86.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14720399?tool=bestpractice.com
[17]Standaert SM, Yu T, Scott MA, et al. Primary isolation of Ehrlichia chaffeensis from patients with febrile illnesses: clinical and molecular characteristics. J Infect Dis. 2000 Mar;181(3):1082-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10720534?tool=bestpractice.com
[19]Standaert SM, Dawson JE, Schaffner W, et al. Ehrlichiosis in a golf-oriented retirement community. N Engl J Med. 1995 Aug 17;333(7):420-5.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199508173330704#t=article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7616991?tool=bestpractice.com
[24]Bakken JS, Goellner P, Van Etten M, et al. Seroprevalence of human granulocytic ehrlichiosis among permanent residents of northwestern Wisconsin. Clin Infect Dis. 1998 Dec;27(6):1491-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9868666?tool=bestpractice.com
[58]Paddock CD, Folk SM, Shore GM, et al. Infections with Ehrlichia chaffeensis and Ehrlichia ewingii in persons coinfected with human immunodeficiency virus. Clin Infect Dis. 2001 Nov 1;33(9):1586-94.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11568857?tool=bestpractice.com
[62]Bakken JS, Krueth J, Wilson-Nordskog C, et al. Clinical and laboratory characteristics of human granulocytic ehrlichiosis. JAMA. 1989 Nov;160(5):803-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8604172?tool=bestpractice.com
[72]Aguero-Rosenfeld ME, Horowitz HW, Wormser GP, et al. Human granulocytic ehrlichiosis: a case series from a medical center in New York State. Ann Intern Med. 1996 Dec 1;125(11):904-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8967671?tool=bestpractice.com
[80]Everett ED, Evans KA, Henry RB, et al. Human ehrlichiosis in adults after tick exposure: diagnosis using polymerase chain reaction. Ann Intern Med. 1994 May 1;120(9):730-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8147545?tool=bestpractice.com
[81]Anderson BE, Sumner JW, Dawson JE, et al. Detection of the etiologic agent of human ehrlichiosis by polymerase chain reaction. J Clin Microbiol. 1992 Apr;30(4):775-80.
https://journals.asm.org/doi/10.1128/jcm.30.4.775-780.1992
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1374076?tool=bestpractice.com
[82]Sirigireddy KR, Ganta RR. Multiplex detection of Ehrlichia and Anaplasma species pathogens in peripheral blood by real-time reverse transcriptase-polymerase chain reaction. J Mol Diagn. 2005 May;7(2):308-16.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15858156?tool=bestpractice.com
[83]Doyle CK, Labruna MB, Breitschwerdt EB, et al. Detection of medically important Ehrlichia by quantitative multicolor TaqMan real-time polymerase chain reaction of the dsb gene. J Mol Diagn. 2005 Oct;7(4):504-10.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16237220?tool=bestpractice.com
[84]Bakken JS, Dumler JS. Clinical diagnosis and treatment of human granulocytotropic anaplasmosis. Ann N Y Acad Sci. 2006 Oct;1078:236-47.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17114714?tool=bestpractice.com
[85]Bakken JS, Dumler JS, Chen SM, et al. Human granulocytic ehrlichiosis in the upper Midwest United States: a new species emerging? JAMA. 1994 Jul 20;272(3):212-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8022040?tool=bestpractice.com
[86]Courtney JW, Dryden RL, Wyleto P, et al. Characterization of Anaplasma phagocytophila and Borrelia burgdorferi genotypes in Ixodes scapularis ticks from Pennsylvania. Ann N Y Acad Sci. 2003 Jun;990:131-3.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12860614?tool=bestpractice.com
[87]Dumler JS, Brouqui P. Molecular diagnosis of human granulocytic anaplasmosis. Expert Rev Mol Diagn. 2004 Jul;4(4):559-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15225103?tool=bestpractice.com
A reação em cadeia da polimerase usando primers específicos para E ewingii é o único método disponível para diagnosticar a erliquiose ewingii humana;a E ewingii não é cultivável e as reações cruzadas sorológicas com E chaffeensis são extensas.[4]Buller RS, Arens M, Hmiel SP, et al. Ehrlichia ewingii, a newly recognized agent of human ehrlichiosis. N Engl J Med. 1999 Jul 15;341(3):148-55.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199907153410303#t=article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10403852?tool=bestpractice.com
[88]Gusa AA, Buller RS, Storch GA, et al. Identification of a p28 gene in Ehrlichia ewingii: evaluation of gene for use as a target for a species-specific PCR diagnostic assay. J Clin Microbiol. 2001 Nov;39(11):3871-6.
http://jcm.asm.org/cgi/content/full/39/11/3871
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11682500?tool=bestpractice.com
Outros testes usados para confirmar o diagnóstico incluem Western immunoblotting, cultura e imuno-histoquímica; no entanto, esses testes não são usados em rotina.
Coinfecções
As infecções com Borrelia spp. e Babesia spp. podem ocorrer simultânea ou sequencialmente nos casos de AGH devido à presença dos 2 primeiros patógenos em carrapatos Ixodes.[89]Thompson C, Spielman A, Krause PJ. Coinfecting deer-associated zoonoses: Lyme disease, babesiosis, and ehrlichiosis. Clin Infect Dis. 2001 Sep 1;33(5):676-85.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11486290?tool=bestpractice.com
[90]Krause PJ, Telford SR 3rd, Spielman A, et al. Concurrent Lyme disease and babesiosis. Evidence for increased severity and duration of illness. JAMA. 1996 Jun 5;275(21):1657-60.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8637139?tool=bestpractice.com
[91]Benach JL, Coleman JL, Habicht GS, et al. Serological evidence for simultaneous occurrences of Lyme disease and babesiosis. J Infect Dis. 1985 Sep;152(3):473-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4031555?tool=bestpractice.com
[92]Magnarelli LA, Dumler JS, Anderson JF, et al. Coexistence of antibodies to tick-borne pathogens of babesiosis, ehrlichiosis, and Lyme borreliosis in human sera. J Clin Microbiol. 1995 Nov;33(11):3054-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC228637
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8576376?tool=bestpractice.com
[93]Nadelman RB, Horowitz HW, Hsieh TC, et al. Simultaneous human granulocytic ehrlichiosis and Lyme borreliosis. N Engl J Med. 1997 Jul 3;337(1):27-30.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199707033370105
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9203428?tool=bestpractice.com
Em áreas do nordeste e do centro-oeste setentrional dos EUA, o vetor é o Ixodes scapularis, enquanto na parte oeste do país o vetor é o I pacificus. A incidência de borreliose e babesiose é mais baixa neste último.[89]Thompson C, Spielman A, Krause PJ. Coinfecting deer-associated zoonoses: Lyme disease, babesiosis, and ehrlichiosis. Clin Infect Dis. 2001 Sep 1;33(5):676-85.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11486290?tool=bestpractice.com
O reservatório natural de todos os 3 patógenos é o camundongo-de-patas-brancas (Peromyscus leucopus), enquanto o veado (Odocoileus virginianus ou veado do rabo branco) é o hospedeiro definitivo desses carrapatos vetores. Também ocorrem coinfecções na Europa e no leste europeu/asiático, mas os vetores são o I ricinus e o I persulcatus respectivamente.[26]Heyman P, Cochez C, Hofhuis A, et al. A clear and present danger: tick-borne diseases in Europe. Exp Rev Anti Infect Ther. 2010 Jan;8(1):33-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20014900?tool=bestpractice.com
A presença de mais de 1 desses patógenos nos vetores varia bastante de acordo com a área geográfica estudada.[89]Thompson C, Spielman A, Krause PJ. Coinfecting deer-associated zoonoses: Lyme disease, babesiosis, and ehrlichiosis. Clin Infect Dis. 2001 Sep 1;33(5):676-85.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11486290?tool=bestpractice.com
[94]Mather TN, Telford SR 3rd, Moore SI, et al. Borrelia burgdorferi and Babesia microti: efficiency of transmission from reservoirs to vector ticks (Ixodes dammini). Exper Parasitol. 1990 Jan;70(1):55-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2295326?tool=bestpractice.com
Os patógenos responsáveis pela borreliose nos EUA e na Europa incluem B burgdorferi sensu stricto, B garini (frequência mais alta de doença neurológica) e B afzelii. Os 2 últimos são mais prevalentes na Europa.[26]Heyman P, Cochez C, Hofhuis A, et al. A clear and present danger: tick-borne diseases in Europe. Exp Rev Anti Infect Ther. 2010 Jan;8(1):33-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20014900?tool=bestpractice.com
[95]Aguero-Rosenfeld ME. Laboratory aspects of tick-borne diseases: lyme, human granulocytic ehrlichiosis and babesiosis. Mt Sinai J Med. 2003 May;70(3):197-206.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12764539?tool=bestpractice.com
[96]van Dam AP, Kuiper H, Vos K, et al. Different genospecies of Borrelia burgdorferi are associated with distinct clinical manifestations of Lyme borreliosis. Clin Infect Dis. 1993 Oct;17(4):708-17.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7903558?tool=bestpractice.com
Em relação à babesiose, a maioria das infecções nos EUA são causadas por B microti (nordeste e centro-oeste). A B duncani e a espécie não nomeada CA-1 ocorrem em direção à costa oeste dos EUA, enquanto a MO-1 ocorre no Missouri.[89]Thompson C, Spielman A, Krause PJ. Coinfecting deer-associated zoonoses: Lyme disease, babesiosis, and ehrlichiosis. Clin Infect Dis. 2001 Sep 1;33(5):676-85.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11486290?tool=bestpractice.com
[97]Conrad PA, Kjemtrup AM, Carreno RA, et al. Description of Babesia duncani n.sp. (Apicomplexa: Babesiidae) from humans and its differentiation from other piroplasms. Int J Parasitol. 2006 Jun;36(7):779-89.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16725142?tool=bestpractice.com
[98]Centers for Disease Control and Prevention. Babesiosis. Jun 2024 [internet publication].
https://www.cdc.gov/dpdx/babesiosis/index.html
Na Europa, o principal patógeno é o B divergens.[26]Heyman P, Cochez C, Hofhuis A, et al. A clear and present danger: tick-borne diseases in Europe. Exp Rev Anti Infect Ther. 2010 Jan;8(1):33-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20014900?tool=bestpractice.com
O diagnóstico das coinfecções deve se basear em métodos diretos, como a visualização microscópica do patógeno (espiroquetas observadas por coloração de prata em biópsias da pele, reação em cadeia da polimerase ou cultura em pacientes com borreliose; parasitas intraeritrocíticos visualizados em esfregaços de sangue periférico e reação em cadeia da polimerase em casos de babesiose; e visualização microscópica de mórulas intracelulares em leucócitos polimorfonucleares de esfregaços de sangue periférico, reação em cadeia da polimerase ou cultura em casos de AGH).[95]Aguero-Rosenfeld ME. Laboratory aspects of tick-borne diseases: lyme, human granulocytic ehrlichiosis and babesiosis. Mt Sinai J Med. 2003 May;70(3):197-206.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12764539?tool=bestpractice.com
Deve-se evitar os métodos sorológicos para o diagnóstico de coinfecções devido à alta taxa de anticorpos contra esses agentes em áreas altamente endêmicas. No entanto, as evidências do aumento de anticorpos em amostras colhidas com 2 a 4 semanas de intervalo sugerem a presença de uma infecção aguda por quaisquer desses patógenos. Clinicamente, o diagnóstico de infecções por B burgdorferi é relativamente fácil se as manifestações cutâneas clássicas estiverem presentes como eritema migratório ou rash anular. No entanto, tanto a AGH quanto a babesiose se apresentam como uma enfermidade febril não diferenciada sem características que as distingam uma da outra ou de outras enfermidades febris inespecíficas, incluindo doenças transmitidas por carrapatos, como a febre maculosa das Montanhas Rochosas e a encefalite transmitida por carrapatos (causada pelo flavivírus). As manifestações clínicas da doença de Lyme e da babesiose geralmente são mais graves em comparação com as infecções que ocorrem separadamente.[89]Thompson C, Spielman A, Krause PJ. Coinfecting deer-associated zoonoses: Lyme disease, babesiosis, and ehrlichiosis. Clin Infect Dis. 2001 Sep 1;33(5):676-85.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11486290?tool=bestpractice.com
[90]Krause PJ, Telford SR 3rd, Spielman A, et al. Concurrent Lyme disease and babesiosis. Evidence for increased severity and duration of illness. JAMA. 1996 Jun 5;275(21):1657-60.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8637139?tool=bestpractice.com