Constipação em crianças - Novos tratamentos

Prucaloprida

A prucaloprida é um agonista do receptor 5-HT4 aprovado para o tratamento de constipação em adultos.[53] 5-HT4 é um receptor de serotonina que tem um papel na motilidade gastrointestinal. Foi comprovado que o aumento da atividade de 5-HT4 com agonistas do receptor melhora a constipação funcional.[54] Os resultados de um ensaio clínico multicêntrico randomizado controlado por placebo duplo-cego de fase III para avaliar a eficácia e segurança de prucaloprida em crianças com idade entre 6 meses a 18 anos com constipação funcional constatou que, apesar do medicamento ser geralmente bem tolerado, não foi mais eficaz que o placebo.[55] Outros ensaios clínicos de prucaloprida em crianças e adolescentes continuam em andamento.

Lubiprostona

Lubiprostona é um ativador oral do canal de cloreto que aumenta a secreção de fluídos gastrointestinais, amolecendo as fezes e facilitando os movimentos intestinais. Está aprovada para uso em pacientes adultos nos EUA desde 2006. Ensaios clínicos realizados com crianças mostraram que lubiprostona tem um perfil de segurança similar ao observado em adultos, mas os resultados de eficácia foram mistos.[56][57][58] Em um estudo aberto realizado com 127 crianças ≤17 anos de idade, lubiprostona melhorou significativamente os movimentos intestinais espontâneos (MIE) da linha basal até a semana 4.[57] No entanto, em um ensaio clínico randomizado e controlado de fase 3, lubiprostona não conseguiu melhorar significativamente os movimentos intestinais espontâneos (MIE), em comparação com placebo, da linha basal até a semana 12.[58] Lubiprostona continua sendo usada off-label em crianças em algumas clínicas.

Toxina botulínica

A injeção de toxina botulínica tipo A no esfíncter intra-anal demonstra resposta promissora, e vários grupos estão usando essa terapia, especialmente quando há presença de fissura anal, ou presença de esfíncter anal interno com relaxamento anormal.[59][60] As limitações incluem custo, necessidade de anestesia geral e eficácia transitória.[53]

Probióticos

Existe a hipótese de que os probióticos alteram favoravelmente o microbioma intestinal e promovem a fisiologia intestinal normal de forma que leva à melhora da constipação. No entanto, seu uso continua controverso.[30][53] Uma revisão Cochrane investigou a eficácia e segurança dos probióticos para o tratamento da constipação funcional crônica em crianças. Os autores da revisão concluíram que não havia evidências nos 14 estudos avaliados para recomendar rotineiramente os probióticos para essa finalidade.[61]

Estimulação do nervo sacral (ENS)

A ENS envolve a implantação de um eletrodo no forame sacral para aplicar a estimulação elétrica de baixa amplitude no nervo sacral.[53] Estudos realizados com crianças e adolescentes apresentaram resultados mistos; alguns sugeriram resultados sustentados por até 2 anos e outros não conseguiram mostrar benefícios clínicos.[53][62][63] Uma forma não invasiva de ENS foi testada em um pequeno grupo de 17 crianças (idade média de 6.5 anos) com resultados promissores.[64] Espera-se que a ENS não invasiva evite problemas associados com o deslocamento do eletrodo à medida que a criança cresce.[64]