Epidemiologia

Em 2021, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA relataram que 35% das crianças de 4 meses a 17 anos dormem menos do que o recomendado para a idade. Um grande estudo analisando dados nacionais cruzados sobre o sono de adolescentes constatou que os adolescentes que cumprem as 9 horas de sono/noite recomendadas variaram de 32% a 86% em dias de aula e 79% a 92% em dias sem aula.[6][7]​​

O distúrbio de insônia crônico afeta 10% a 30% das crianças e é estimado em até 80% em crianças com transtornos do neurodesenvolvimento, como o transtorno do espectro autista.[5][8][9][10]​​​​​ O tipo de interrupção do sono também pode variar entre as faixas etárias; as crianças menores de 2 anos apresentam mais comumente dificuldades no início do sono (por exemplo, necessidade de um dos pais no quarto para adormecer), enquanto crianças com mais de 2 anos geralmente exibem comportamentos de falta de limites (por exemplo, retardar a hora de dormir).[9]

A síndrome do atraso da fase do sono (SAFS) é um transtorno do ritmo circadiano. Dos transtornos do ritmo circadiano, a síndrome do atraso das fases do sono é a mais comum na população pediátrica, com prevalência de 1% a 16% em adolescentes.[5][11]​​​[12]​​

A apneia obstrutiva do sono (AOS) está presente em 1% a 4% da população pediátrica geral.[5][4][13]​​​ Ela está associada a inúmeras consequências deletérias, incluindo comprometimentos cognitivo, comportamental e do desenvolvimento; hipertensão; comprometimento do metabolismo da glicose; e aumento de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.[5][14][15][16][17][18][19][20]​​​ As morbidades nas crianças com AOS podem, algumas vezes, ser identificadas meses e anos antes do diagnóstico de AOS ser feito.[21] A AOS tem maior prevalência em subgrupos específicos de crianças, como aquelas com anormalidades craniofaciais, pouco tônus muscular, síndrome de Down ou obesidade.[22][23][24][25][26]​​​ O pico de incidência da AOS em crianças ocorre entre 3 e 6 anos de idade.[27] Embora o ronco seja, muitas vezes, um sintoma proeminente da AOS, nem todas as crianças que roncam têm AOS. Estudos constataram que entre 3% e 15% das crianças roncam regularmente, especialmente entre as idades de 3 e 6 anos (13% a 35%).[28]​ A única maneira de distinguir definitivamente entre o ronco primário e a AOS em uma determinada criança é por meio de uma polissonografia assistida.[29][30]

A enurese noturna, as parassonias, a narcolepsia e a síndrome das pernas inquietas (SPI) também se apresentam em crianças. A enurese noturna é três vezes mais comum nos meninos que nas meninas. Antes dos 5 anos de idade, ela é considerada apropriada para a idade e, portanto, não pode ser diagnosticada.[31] Ela está presente em 15% a 25% das crianças de 5 anos, e a prevalência é maior em meninos.[31][32]​​​​ A enurese primária denota crianças que nunca se mantiveram sem enurese, enquanto a enurese secundária ocorre em crianças que já se mantiveram secas por pelo menos 6 meses. Sabe-se que a AOS é uma causa de enurese noturna secundária.[33][34]​​

A prevalência de narcolepsia varia de 25 a 50/100,000. A distribuição da idade de início dos sintomas é bimodal, com um pico por volta dos 15 anos de idade e outro aos 35 anos.[35][36][37][38]​​​​ Muitas vezes, passam-se de 5 a 10 anos entre o início dos sintomas e o diagnóstico.

A SPI afeta 2% a 4% das crianças e adolescentes em idade escolar.[39]

Viagens recentes com mudança de fuso horário também podem afetar os ritmos circadianos, e a prevalência varia de acordo com o número de pessoas deslocando-se em um determinado momento.

Em comparação ao grupo controle, crianças com transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH) têm maior incidência de distúrbios do sono, incluindo distúrbios respiratórios do sono, resistência para ir dormir, despertares noturnos e sonolência diurna.[40]​ Há também uma forte associação entre a SPI pediátrica e o TDAH.[5]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal