Etiologia
Na maioria dos pacientes adultos com celulite pré-septal, a infecção ocorre a partir de um local de inoculação superficial (por exemplo, picada de inseto, calázio, cisto de inclusão epidérmica, foliculite). Em crianças, a celulite pré-septal pode ser reflexo de uma sinusite subjacente. Em todas as idades, a celulite orbitária geralmente reflete disseminação local de uma infecção do trato respiratório superior, habitualmente sinusite. Fontes menos comuns de celulite orbitária são lesão orbitária, fratura, dacriocistite, endoftalmite ("panoftalmite"), ou infecções dentárias subjacentes. Mais raramente, a infecção pode se disseminar hematogenicamente.[1][9][10][11][12][13] Os organismos envolvidos incluem espécies de Staphylococcus, espécies de Streptococcus, Haemophilus influenzae (em indivíduos não imunizados) e anaeróbios.[14][15] Infecções fúngicas (mucormicose ou aspergilose invasiva) foram observadas em pessoas com cetoacidose diabética ou imunossupressão e em receptores de transplante de órgãos, e geralmente são bastante agressivas e, muitas vezes, fatais.
Fisiopatologia
A órbita óssea é fina e penetrada por muitos nervos e vasos pequenos e por defeitos mínimos [fissuras no osso etmoide (deiscência de Zuckerkandl)]. Isso predispõe a área à disseminação de infecções oriundas dos seios adjacentes. Tromboflebite séptica afetando as veias avalvulares que ligam a órbita aos seios venosos também facilita a disseminação da infecção.[10][11] É importante notar que, na órbita, não há vasos linfáticos que possam servir como agentes transmissores de infecção dos seios para a órbita.
Quando a sinusite é a causa primária da celulite orbitária ou periorbitária, a infecção geralmente dissemina-se a partir dos seios nasais etmoidais através da fina lâmina papirácea que separa o seio nasal etmoide do conteúdo da órbita. Menos comumente, dissemina-se através do assoalho do seio nasal frontal ou do teto do antro maxilar.[12][13][16][17][18] A sinusite maxilar muitas vezes ocorre secundariamente a um problema de origem odontogênico.
O edema palpebral na celulite orbitária e periorbitária é resultado da obstrução da drenagem venosa e linfática do seio nasal afetado. Sinais e sintomas associados à celulite orbitária (distúrbios visuais, redução da motilidade extraocular, quemose e proptose) se desenvolvem como consequência dos exsudatos inflamatórios que se estendem para a órbita, com inchaço dos tecidos moles, resultando em aumento da pressão orbital.[10]
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