Abordagem

O cuidador da criança deve ser instruído sobre as causas da dermatite da área das fraldas e sobre as medidas que ajudarão na prevenção de ruptura adicional da pele. É recomendável uma abordagem gradual para o tratamento; no entanto, conforme o caso, pode-se optar por usar várias intervenções simultaneamente se a erupção cutânea for de longa duração, se a etiologia exata for desconhecida ou se houver suspeita de infecção secundária. Essa abordagem de manejo é baseada em evidências em um grau limitado, pois não há estudos de alta qualidade.[18]

Abordagem inicial

Em cada troca de fraldas, é necessário aplicar uma barreira para proteger a pele contra irritantes, como urina e fezes. Uma barreira com ingredientes mínimos é a opção preferencial a fim de evitar a possível sensibilização da pele. Uma barreira em uma formulação de pasta (como óxido de zinco) será o produto preferencial se houver diarreia.[16]

É necessário garantir boas práticas de higiene na troca de fraldas.[13] Seja qual for o tipo de fralda usada, é necessário trocá-la a cada 2 horas (ou verificar se a fralda está suja a cada 2 horas). É necessário trocar as fraldas com uma frequência ainda maior em neonatos ou em crianças com diarreia. Foi observado que a frequência e a gravidade da erupção cutânea foram significativamente menores quando o número médio de trocas de fralda relatadas foi >8 fraldas por dia.[3] Como os custos ambientais e financeiros podem ser substanciais, os pais devem ser orientados a considerar esses possíveis custos na avaliação de risco versus benefícios.[18]

Os potenciais irritantes devem ser eliminados em cada troca de fraldas por meio de limpeza da área com lenços umedecidos comerciais ou um tecido de algodão embebido em água. É necessário usar produtos com o mínimo de aditivos e evitar o excesso de fricção e detergentes.[19]

Erupção cutânea que persiste por ≥3 dias

Se a erupção cutânea persistir por ≥3 dias, será necessário continuar o tratamento com cremes de barreira e boas práticas de troca de fraldas em associação a um antifúngico tópico.

Se os sintomas forem graves ou se houver suspeita de dor, será necessário prescrever um corticosteroide criteriosamente. A menor quantidade necessária deverá ser aplicada em uma fina camada, duas vezes ao dia, por 3 dias e por, no máximo, 2 semanas. Corticosteroides de baixa potência, como desonida ou hidrocortisona a 1%, são as opções de preferência.[16]

Um agente antibacteriano tópico, como mupirocina, deve ser aplicado se houver suspeita de uma infecção bacteriana secundária.[16]

Sensibilização da pele

Deve-se suspeitar de sensibilização da pele em qualquer estágio. Pode ser apropriado interromper todos os medicamentos prescritos anteriormente, evitar todos os possíveis sensibilizantes da pele (inclusive produtos de higiene, todos os tipos de produto de limpeza da pele ou fraldas descartáveis com possíveis corantes ou fragrâncias) e reintroduzir os medicamentos lentamente (um produto por vez) para identificar e eliminar o ingrediente sensibilizante.

Erupção cutânea que persiste por >14 dias

Casos recalcitrantes deverão ser encaminhados para um dermatologista para uma possível biópsia ou teste cutâneo de contato (patch test), se persistirem por >14 dias.[13]

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