História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco importantes incluem: redução do nível de consciência, idade <4 anos ou >70 anos, disfunção bulbar, sexo masculino, doença cerebrovascular e demência.

crise de sufocamento

O início súbito de sufocamento e tosse, classicamente descrito em crianças e geralmente relatado por um parente/cuidador.

A sensibilidade da crise de sufocamento em relação à aspiração de corpo estranho varia de 13% a 88%.[14]

murmúrio vesicular diminuído unilateral

Em crianças, a sensibilidade relatada é de 78%, a especificidade é de 75%, o valor preditivo positivo é de 88% e o valor preditivo negativo é de 58%.[14]

Pode ocorrer também em adultos, especialmente em pacientes que estejam há mais de 1 mês com o corpo estranho, de acordo com a história relatada.[55]

Incomuns

sibilância unilateral

Em crianças, a sensibilidade relatada é de 24%, a especificidade é de 100%, o valor preditivo positivo é de 100% e o valor preditivo negativo é de 35%.[14] Outros estudos mostram índices de especificidade inferiores (84%).[45]

Pode ocorrer também em adultos, especialmente em pacientes que estejam há mais de 1 mês com o corpo estranho, de acordo com a história relatada.[55]


Sibilos expiratórios
Sibilos expiratórios

Sons de ausculta: sibilos expiratórios.



Sibilos polifônicos
Sibilos polifônicos

Sons de ausculta: sibilos polifônicos.


Outros fatores diagnósticos

comuns

tosse intratável

Observada em 37% das crianças e adultos com aspiração de corpo estranho. A sensibilidade em crianças é de 54%; em adultos chega a 90%.[8][14]

febre

Observada em 31% das crianças e dos adultos com aspiração de corpo estranho.[54]

dispneia

Ocorre em 26% das crianças e dos adultos com aspiração de corpo estranho.[54]

sibilância bilateral

Ocorre em 26% das crianças e dos adultos com aspiração de corpo estranho.[54]


Sibilos expiratórios
Sibilos expiratórios

Sons de ausculta: sibilos expiratórios.



Sibilos polifônicos
Sibilos polifônicos

Sons de ausculta: sibilos polifônicos.


Fatores de risco

Fortes

nível de consciência reduzido (escala de coma de Glasgow <9)

Um nível reduzido de consciência associado a trauma, uso de sedativos ou bebidas alcoólicas, anestesia geral ou distúrbios neurológicos (isto é, tumores cerebrais, convulsões, doença de Parkinson, deficiência intelectual, AVC) prejudica os mecanismos protetores das vias aéreas e aumenta o risco de aspiração de corpos estranhos.[4][8]​ Uso de bebidas alcoólicas ou sedativo e trauma cranioencefálico são as principais causas de aspiração de corpo estranho em adultos.[8]

idade <4 anos

As crianças apresentam risco elevado de aspiração de corpo estranho em virtude da capacidade insuficiente de mastigação, da tendência a colocar objetos na boca e da ausência de dentição posterior, além de aspirações não inibidas ao rir ou chorar.[14] Morbidade e mortalidade significativas são observadas em crianças mais jovens (de 2 meses a 4 anos de idade) por causa das vias aéreas estreitas e dos mecanismos de proteção imaturos das vias aéreas.[10][15][16]

idade >70 anos

O risco de aspiração é mais alto em idosos, especialmente durante e após a sétima década, provavelmente decorrente de uma maior prevalência de distúrbios cerebrovasculares e neurológicos degenerativos associados ao envelhecimento, que provocam disfagia e/ou reflexo de tosse deficiente.[4][7]​​[8]

Estudos indicam que mais de 50% dos pacientes com asfixia aguda por alimentos têm de 71 a 90 anos de idade.[9]

disfunção bulbar

A disfunção bulbar do trato corticobulbar ou a degeneração dos neurônios troncoencefálicos pode provocar anormalidades no controle e resistência dos músculos laríngeos e faríngeos, bem como disfagia, que leva à aspiração de micro-organismos, líquidos ou alimentos. Além disso, a fraqueza muscular bulbar evita que a tosse seja suficiente para desobstruir as vias aéreas, caso haja aspiração.[20]

sexo masculino

O risco de aspiração em homens é maior do que em mulheres.[21][22][23]

Em crianças, isso é provavelmente provocado pelo comportamento mais impetuoso observado nos meninos.[14] Em adultos, decorre provavelmente dos maiores índices de distúrbios neurológicos relatados e cardiovasculares em homens.[8]

doença cerebrovascular

Mais de um terço dos pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) agudo apresenta evidência radiológica de aspiração.[7] A deglutição anormal aumenta o risco de aspiração.[7] Pacientes com disfagia apresentam acionamento tardio da resposta motora faríngea e diminuição da elevação laríngea, resultando em coordenação e sincronização inadequadas dos eventos orais, faríngeos e laríngeos durante a deglutição.[24]

demência

Pode prejudicar o reflexo de tosse e/ou deglutição.

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