Identifique e trate qualquer precipitante relacionado a comorbidades
Considere se fatores relacionados a alguma condição comórbida possam ter desencadeado esse episódio de insuficiência cardíaca aguda, incluindo quaisquer medicamentos associados a uma deterioração da função cardíaca, arritmia ou aumento da retenção de líquidos. Considere a não adesão à medicação cardiovascular, pois isso está fortemente associado a um aumento do risco de hospitalização na insuficiência cardíaca.[88]
A seguir está uma lista não exaustiva dos possíveis precipitantes específicos a serem considerados em seu paciente com uma ou mais comorbidades.
Hipertensão e/ou doença arterial coronariana
Diltiazem ou verapamil, os quais podem ter sido prescritos para hipertensão ou angina, em um paciente com insuficiência cardíaca aguda com fração de ejeção reduzida (ICFER).[89][90][91]
Alfabloqueadores (por exemplo, doxazosina, prazosina) e minoxidil, os quais devem ser evitados nos pacientes com insuficiência cardíaca.[88]
Acidente vascular cerebral (AVC)
Um insulto cerebrovascular, como um novo AVC.
Um AVC anterior pode afetar a deglutição, o que pode causar dificuldade em tomar medicamentos para a insuficiência cardíaca e, portanto, levar a uma descompensação (com base na opinião de especialistas).
Doença renal crônica (DRC)
Ajustes e titulação dos medicamentos
Em geral, as doses dos medicamentos podem precisar de ajustes e exigir uma titulação particularmente cuidadosa em um paciente com DRC.
Verifique se isso foi feito.
Diabetes
Medicamentos.
Transtorno metabólico.
Por exemplo, a cetoacidose diabética pode ser um precipitante.
DPOC e/ou asma
Os corticosteroides orais podem causar retenção de sódio e água.[89][91] Não se acredita que os corticosteroides inalatórios estejam associados ao mesmo efeito adverso.[89]
Use beta-2 agonistas com cautela, especialmente nos pacientes em altas doses e/ou com frequência cardíaca não controlada.[88]
Uma exacerbação aguda ou outra infecção pode desencadear uma descompensação da insuficiência cardíaca e exigir a suspensão temporária dos betabloqueadores se houver broncoespasmo e sibilo contínuos (com base na opinião de especialistas).
Depression
Os antidepressivos tricíclicos podem aumentar o risco de arritmia e não são recomendados nos pacientes com insuficiência cardíaca.[89][88]
Não adesão aos medicamentos ou aos conselhos sobre ingestão de líquidos e sal, o que pode ser mais comum nas pessoas com depressão.[93]
Demência
Não adesão aos medicamentos ou aos conselhos sobre ingestão de líquidos e sal, o que pode ser mais comum nas pessoas com comprometimento cognitivo (por exemplo, com demência).[94]
O comprometimento cognitivo também pode afetar a adesão às regras de doença que são necessárias para os medicamentos para insuficiência cardíaca (inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona [SRAA] e inibidores da proteína cotransportadora de sódio e glicose 2 [SGLT2]) (com base na opinião de especialistas).
Fragilidade
Considere encaminhar quaisquer pacientes com níveis mais altos de fragilidade - avaliados, por exemplo, usando-se a escala de fragilidade clínica de Rockwood ou a ferramenta específica para insuficiência cardíaca desenvolvida pela Heart Failure Association da European Society of Cardiology - à equipe especializada em insuficiência cardíaca para monitoramento e acompanhamento mais frequentes.[95][96] Dalhousie University: Clinical Frailty Scale Abre em uma nova janela
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) devem ser evitados, pois podem levar à retenção de sódio e líquidos e a um aumento da resistência vascular sistêmica.[88]
A fragilidade pode afetar a adesão à medicação devido à redução da destreza e à dificuldade de abrir as embalagens dos medicamentos.[88]
Dica prática
Considere uma revisão dos medicamentos por um farmacêutico com experiência especializada em prescrição para insuficiência cardíaca para seu paciente com insuficiência cardíaca aguda e uma ou mais comorbidades, à admissão e à alta hospitalar. Os esquemas medicamentosos podem ser complexos.[95]