História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Fatores de risco incluem alta exposição aos flebotomíneos, pouco conhecimento sobre a doença, proximidade de pacientes infectados e imunossupressão.

permanência prévia em área endêmica

Características da leishmaniose cutânea )LC) e leishmaniose visceral (LV).

É necessário um histórico completo das viagens para identificar a exposição prévia em áreas endêmicas de LC e LV: partes da América Latina, bacia mediterrânea, Oriente Médio, Ásia Central, África Subsaariana (em particular, a África Oriental), o norte da Índia, o sul do Nepal ou o noroeste do Bangladesh.

O período de incubação pode ser variável e depende da espécie parasitária.[1][2]

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Status mundial da endemicidade da leishmaniose cutânea, 2016Imagem cortesia da Organização Mundial da Saúde [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@4fe3c8ad[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Status mundial da endemicidade da leishmaniose visceral (LV), 2020Vigilância global da leishmaniose: 2019–2020, uma linha basal para o roteiro de 2030: Organização Mundial da Saúde; 2021. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/igo/) [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@73df4dbc

imunossupressão

Característica da leishmaniose visceral.

Imunossupressão mediada por células.

febre prolongada

Característica da leishmaniose visceral.

Prolongada (semanas ou meses) e pode ser intermitente.[2] Classicamente descrita como cotidiana dupla (ocorrem dois episódios de febre diariamente).

perda de peso

Característica da leishmaniose visceral.

A perda de peso é devida à anorexia e ao estado persistente de inflamação.

Infecções concomitantes (por exemplo, vírus da imunodeficiência humana [HIV], tuberculose, diarreia) podem ser fatores agravantes.[2]

lesões cutâneas ulcerativas

Sinal clínico característico da leishmaniose cutânea (LC).

Às vezes ocorre na leishmaniose visceral (por exemplo, em pacientes imunocomprometidos).

Lesões múltiplas ou únicas, muitas vezes indolores e persistentes. As lesões podem variar na aparência, embora as lesões clássicas da leishmaniose cutânea (LC) localizada sejam caracterizadas por uma aparência semelhante à de um vulcão (isto é, bordas elevadas e endurecidas, com uma lesão central ulcerativa mais baixa) no local da picada.

Tende a afetar a pele facilmente exposta a picadas de flebotomíneos (isto é, rosto, braços e membros inferiores). Podem se desenvolver em sítos distantes, como áreas de trauma menor (por exemplo, ferrão de abelha, nova tatuagem, incisão cirúrgica), ou podem ser disseminadas nos hospedeiros imunocomprometidos.[11] Lesões em áreas atípicas ocasionalmente são relatadas (por exemplo, órgãos sexuais).[9]

Uma manifestação auricular da leishmaniose cutânea é uma lesão ulcerativa única, geralmente envolvendo a pina (conhecido como úlcera "chiclero" no sudeste do México e na América Latina quando causada por Leishmania mexicana).[10]

Geralmente, a úlcera de LC do Velho Mundo é coberta por uma crosta seca.[1][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lesão ulcerativa por Leishmania braziliensis de um estudante que viajou ao PeruDo acervo do Dr. N. Aronson; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@71ca9a82[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lesão ulcerativa por Leishmania mexicana, antes e depois do tratamentoDo acervo do Dr. N. Aronson; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7b039d50

vários nódulos cutâneos não ulcerativos

Característicos da leishmaniose cutânea difusa.

inflamação destrutiva da mucosa

Característica da leishmaniose mucosa.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Leishmaniose mucosa em 2 pacientes brasileiros A-D: paciente 1 com tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET/TC) que mostra aumento e espessamento subcutâneo adjacente à erosão na asa nasal esquerda e obliteração do recesso posterolateral (A e B), imagem em 3D com renderização de volume de dados de TC com múltiplos cortes (TC 3D) e imagem com erosão da asa nasal esquerda (C e D). F-H: paciente 2 com imagens de PET/TC que mostram metabolismo glicolítico preservado de estruturas faciais (E e F), TC 3D com colapso das pirâmides nasais (G) e TC da janela óssea com espessamento difuso das asas nasais e colapso da pirâmide nasal (H)Am J Trop Med Hyg; CC BY-4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/) [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7430f219

esplenomegalia

Associada à leishmaniose visceral.

Pode ser maciça e sintomática.

A palpação do baço geralmente é indolor.[2][51][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Hepatoesplenomegalia em um paciente etíope com leishmaniose visceralImagem cortesia da Organização Mundial da Saúde [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@3501878c

Incomuns

escurecimento da pele

Característica da leishmaniose visceral.

Geralmente observado pelo paciente ou pela família.

Descrita no sul da Ásia (kala-azar).

Outros fatores diagnósticos

comuns

fadiga

Característica da leishmaniose visceral.

Pronunciada, devido ao estado persistente de inflamação, perda de peso e anemia.[2]

tosse

Característica da leishmaniose visceral.

cefaleia

Característica da leishmaniose visceral.

enfraquecimento

Característico das leishmanioses visceral.

linfonodos aumentados

Comumente associados à leishmaniose cutânea (LC); menos comumente associados à leishmaniose visceral (LV).

Na LC, os linfonodos aumentados localizam-se na distribuição da drenagem linfática local e regional e, às vezes, causa uma aparência esporotricoide.

No Sudão, é comum para LC e LV.

Geralmente generalizados na LV, quando presentes.

Os linfonodos são firmes, móveis e indolores.[1][2]

hepatomegalia

Associada à leishmaniose visceral.

Menos maciça que a esplenomegalia.

Geralmente, a palpação do fígado é indolor.[2]

Incomuns

tratamento antileishmaniose prévio

Características da leishmaniose cutânea )LC) e leishmaniose visceral (LV).

Levanta suspeita de recidiva no caso de sintomas recorrentes de LC ou LV, ou de leishmaniose dérmica pós-calazar se houver presença de sinais cutâneos compatíveis.

epistaxe

Característica da leishmaniose visceral.

A etiologia da epistaxe é pouco compreendida.

É provável que a trombocitopenia seja um fator de risco.[2]

dor abdominal

Característica atípica encontrada em pacientes com imunossupressão.

Fatores de risco

Fortes

alta exposição a picadas de flebotomíneo

A permanência prolongada em zonas de intensa transmissão de Leishmania, como áreas rurais do Afeganistão, Iraque, Estado de Bihar na Índia ou Sudão oriental, aumentam o risco. Recomenda-se o uso de medidas de proteção individual, incluindo a aplicação de dietiltoluamida (DEET) na pele exposta, vestir roupas tratadas com permetrina que cobrem a pele à noite e dormir debaixo de mosquiteiros tratados com permetrina para reduzir o risco de picadas do mosquito-palha. O risco é particularmente do anoitecer ao amanhecer.

Foi demonstrado que o uso de mosquiteiro no leito e a borrifação das casas com inseticidas previnem a infecção e/ou a doença causada por algumas espécies de flebotomíneos.[48][49][50]

pobreza

A pobreza aumenta o risco de leishmaniose. Condições sanitárias e de habitação precárias podem aumentar os locais de reprodução do flebotomíneo e o acesso dos vetores aos seres humanos. Além disso, a desnutrição contribui para uma resposta imune insatisfatória ao parasita.

proximidade com um paciente com uma história de infecção

Somente um risco de doença antroponótica (os seres humanos são os principais ou únicos hospedeiros da infecção). Isso se aplica a Leishmania tropica para leishmaniose cutânea e Leishmania donovani para leishmaniose visceral.

proprietário de animais domésticos

Uma relação complexa; pode ser um fator de risco ou de proteção, dependendo da ecologia.[29][48][51] Cães e gatos domésticos foram associados a um aumento do risco de leishmaniose visceral.[52][53][54][55]

imunossupressão

Coinfecção com HIV, uso de medicamentos imunossupressores (por exemplo, pós-transplante, agentes modificadores biológicos como antagonistas do fator de necrose tumoral [TNF]-alfa), desnutrição grave e imunossupressão associada a neoplasia maligna aumentam o risco de desenvolvimento de leishmaniose visceral (LV) e cutânea ativa.[5][17][46][47][56][57][58]

A contagem de CD4 <200 células/microlitro e a insuficiência da terapia antirretroviral (TAR) são fatores de alto risco para a LV nos pacientes infectados pelo HIV.

O uso disseminado da TAR teve um forte impacto na redução do número de casos diagnosticados de coinfecções HIV-LV na Europa; contudo, os relatos de coinfecção continuam a aumentar nos países em desenvolvimento.[17][59]

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