Doença de depósito de glicogênio tipo 1
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
todos os pacientes
fornecimento contínuo de glicose e gorduras alimentares
O amido de milho cru administrado por via oral é a base da terapia desde a primeira infância até a idade adulta. O amido de milho cru é administrado em lactentes assim que possam tolerá-lo, substituindo as alimentações frequentes com glicose ou polímeros de glicose durante o dia e a infusão contínua intragástrica de glicose durante a noite. Tem sido usado com sucesso em lactentes de apenas 8 meses de idade.[13]Wolfsdorf JI, Keller RJ, Landy H, et al. Glucose therapy for glycogenosis type 1 in infants: comparison of intermittent uncooked cornstarch and continuous overnight glucose feedings. J Pediatr. 1990 Sep;117(3):384-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2202802?tool=bestpractice.com [14]Wolfsdorf, JI, Ehrlich S, Landy HS, et al. Optimal daytime feeding regimen to prevent postprandial hypoglycemia in type 1 glycogen storage disease. Am J Clin Nutr. 1992 Sep;56(3):587-92. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1503073?tool=bestpractice.com [15]Shah KK, O'Dell SD. Effect of dietary interventions in the maintenance of normoglycaemia in glycogen storage disease type 1a: a systematic review and meta-analysis. J Hum Nutr Diet. 2013 Aug;26(4):329-39. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23294025?tool=bestpractice.com Embora a atividade da amilase pancreática atinja níveis de adultos entre 2 e 4 anos de idade, ela pode ser estimulada por amidos. A exposição cuidadosa e o aumento da dose podem ser tentados após os 6 meses de idade, havendo relatos de sucesso entre 1 e 2 anos de idade.[16]Hayde M, Widhalm K. Effects of cornstarch treatment in very young children with type I glycogen storage disease. Eur J Pediatr. 1990 Jun;149(9):630-3. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2373114?tool=bestpractice.com
O amido de milho cru é administrado como uma pasta com água ou bebida adoçada artificialmente, ou na fórmula infantil, em intervalos de 3 a 5 horas durante o dia, e em intervalos de 4 a 6 horas durante a noite. A quantidade necessária varia entre os pacientes individualmente, embora, aproximadamente, 0.5 g/kg/hora deva ser administrada a lactentes. Uma aproximação inicial é calculada multiplicando-se o intervalo de tempo entre as alimentações pela exigência de glicose por hora para o peso corporal ideal. Uma estimativa da necessidade mínima de glicose pode ser obtida calculando-se a taxa de produção de glicose basal de cada paciente usando o peso corporal ideal. As taxas médias de produção de glicose basal em jejum para lactentes, crianças pequenas, crianças e adolescentes são cerca de 7, 6, 5 e 3 mg/kg/minuto, respectivamente.
Uma colher de sopa (8 g) de amido de milho cru contém 7.3 g de carboidrato. Embora comumente realizada, a dosagem desta maneira reduz a precisão, sendo preferível pesar o amido de milho por peso em uma balança graduada em gramas, em vez de estimativas por volume. O horário e as quantidades ideais de alimentação intermitente com amido de milho cru para pacientes de diferentes idades são determinados empiricamente pelo monitoramento metabólico para garantir que os objetivos bioquímicos sejam alcançados.[13]Wolfsdorf JI, Keller RJ, Landy H, et al. Glucose therapy for glycogenosis type 1 in infants: comparison of intermittent uncooked cornstarch and continuous overnight glucose feedings. J Pediatr. 1990 Sep;117(3):384-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2202802?tool=bestpractice.com [14]Wolfsdorf, JI, Ehrlich S, Landy HS, et al. Optimal daytime feeding regimen to prevent postprandial hypoglycemia in type 1 glycogen storage disease. Am J Clin Nutr. 1992 Sep;56(3):587-92. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1503073?tool=bestpractice.com
Deve-se considerar cuidadosamente ao escolher entre alimentação gástrica noturna contínua por gotejamento e esquema noturno de amido de milho.[17]Derks TG, Martens DH, Sentner CP, et al. Dietary treatment of glycogen storage disease type Ia: uncooked cornstarch and/or continuous nocturnal gastric drip-feeding? Mol Genet Metab. 2013 May;109(1):1-2. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23480859?tool=bestpractice.com
A dosagem do amido de milho de liberação prolongada necessita de uma abordagem individualizada (p. ex., 120 g ao deitar para uma criança pré-púbere, 135 g a 150 g para um adolescente púbere, e 135 g para um adulto). Como a resposta pode variar, a terapia deve ser iniciada com monitoramento bioquímico cuidadoso.
A gordura alimentar deve ser restrita a cerca de 20% do consumo total de energia, igualmente distribuída entre gorduras monoinsaturadas, poli-insaturadas e saturadas, e a ingestão de colesterol restrita a <300 mg/dia.
infusão de glicose de emergência
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Corrija a hipoglicemia aguda com a administração de glicose (via intravenosa ou enteral). Após a correção da hipoglicemia, a infusão de glicose deverá continuar para manter a euglicemia. Fluidos que contêm dextrose a 10% em taxas iguais ou maiores que aquelas de manutenção, geralmente, são suficientes para essas infusões.[1]Kishnani PS, Austin SL, Abdenur JE, et al. Diagnosis and management of glycogen storage disease type I: a practice guideline of the American College of Medical Genetics and Genomics. Genet Med. 2014 Nov;16(11):e1. https://www.gimjournal.org/article/S1098-3600(21)02651-4/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25356975?tool=bestpractice.com Glucagon não deve ser usado.
alimentação artificial
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Alimente com frequência (variação de 1 a 3 horas) com uma fórmula desprovida de lactose ou sacarose. A fórmula deve conter um polímero de glicose (sólidos de xarope de milho ou maltodextrinas) que produzirá, após a digestão, uma quantidade de glicose suficiente para manter a euglicemia (normalmente, no mínimo 6 a 8 mg/kg/minuto). Se a alimentação noturna for um problema, deve-se administrar uma alimentação contínua durante a noite com a mesma fórmula através de tubo de gastrostomia ou sonda nasogástrica usando uma bomba de infusão.[13]Wolfsdorf JI, Keller RJ, Landy H, et al. Glucose therapy for glycogenosis type 1 in infants: comparison of intermittent uncooked cornstarch and continuous overnight glucose feedings. J Pediatr. 1990 Sep;117(3):384-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2202802?tool=bestpractice.com [14]Wolfsdorf, JI, Ehrlich S, Landy HS, et al. Optimal daytime feeding regimen to prevent postprandial hypoglycemia in type 1 glycogen storage disease. Am J Clin Nutr. 1992 Sep;56(3):587-92. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1503073?tool=bestpractice.com
inibidor da xantina oxidase
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Embora a hiperuricemia clinicamente significativa (>416 a 476 mmol/L [>7 a 8 mg/dL]) geralmente remita quando a glicose exógena adequada é fornecida, se a hiperuricemia persistir, deverá ser administrado um inibidor da xantina oxidase (por exemplo, alopurinol). Este diminui o ácido úrico sérico para os níveis normais.
Opções primárias
alopurinol: crianças: 10 mg/kg/dia por via oral administrados em 3 doses fracionadas, máximo de 300 mg/dose e 800 mg/dia; adultos: 300-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas
medicamentos modificadores de lipídios
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A hiperlipidemia deve melhorar com o fornecimento de glicose exógena adequada. Agentes hipolipemiantes (por exemplo, fenofibrato) são utilizados quando a hipertrigliceridemia grave persistente, apesar da terapia ideal com glicose, representa um risco significativo de pancreatite aguda.[19]Bandsma RH, Smit GP, Kuipers F. Disrupted lipid metabolism in glycogen storage disease type 1. Eur J Pediatr. 2002;161:S65-S69. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12373575?tool=bestpractice.com
Opções primárias
fenofibrato: crianças: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; adultos: 40-160 mg por via oral uma vez ao dia
Mais fenofibratoA dose depende da marca do fenofibrato.
transplante de fígado eletivo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
O transplante de fígado deve ser considerado se há disfunção hepática grave ou vários adenomas considerados de risco elevado de transformação maligna.[1]Kishnani PS, Austin SL, Abdenur JE, et al. Diagnosis and management of glycogen storage disease type I: a practice guideline of the American College of Medical Genetics and Genomics. Genet Med. 2014 Nov;16(11):e1. https://www.gimjournal.org/article/S1098-3600(21)02651-4/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25356975?tool=bestpractice.com No entanto, o transplante de fígado tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias. Os benefícios do transplante devem ser cuidadosamente ponderados em relação aos riscos da cirurgia e à imunossupressão.[21]Davis MK, Weinstein DA. Liver transplantation in children with glycogen storage disease: controversies and evaluation of the risk/benefit of this procedure. Pediatr Transplant. 2008;12:137-145. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307661?tool=bestpractice.com [22]Iyer SG, Chen CL, Wang CC, et al. Long-term results of living donor liver transplantation for glycogen storage disorders in children. Liver Transpl. 2007;13:848-852. http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/114274392/HTMLSTART http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17539004?tool=bestpractice.com
suplementação de vitamina E
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Há relatos de que a suplementação de vitamina E (alfa-tocoferol) aumenta a contagem de neutrófilos, melhora a função deles e está associada à redução da frequência e da intensidade das infecções.[23]Melis D, Minopoli G, Balivo F, et al. Vitamin E improves clinical outcome of patients affected by glycogen storage disease type Ib. JIMD Rep. 2016;25:39-45. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5059207 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26122627?tool=bestpractice.com
Opções primárias
alfatocoferol: pacientes pré-púberes: 600 mg por via oral uma vez ao dia; adultos: 900 mg por via oral uma vez ao dia
Mais alfatocoferol1 mg de alfa-tocoferol é equivalente a 1.49 unidade internacional (UI) da forma natural (d-alfa-tocoferol) ou 2.22 UI da forma sintética (dl-alfa-tocoferol).
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