História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

dor torácica aguda e intensa

Início agudo de uma dor torácica intensa do tipo dilacerante ou cortante sugere dissecção da aorta.[11][4]​​ Embora essa seja a descrição clássica dos livros-texto para a dor na dissecção da aorta, os pacientes costumam descrever a dor como intensa "aguda" ou "em facada", máxima no início.[4]

A dor pode migrar ao longo do tórax ou abdome, e o local da dor pode mudar com o tempo à medida que a dissecção se estende.[10][14] A dor anterior ocorre com a dissecção da aorta ascendente.

dor interescapular e lombar aguda grave

Ocorre com a dissecção da aorta descendente.[11] A dor pode migrar ao longo do tórax ou abdome, e o local da dor pode mudar com o tempo à medida que a dissecção se estende.[10][14][4]

características da síndrome de Marfan

Os pacientes podem exibir características marfanoides típicas, incluindo estatura alta, aracnodactilia, pectus excavatum, hipermobilidade articular, palato arqueado e rosto estreito.[10][11]

características da síndrome de Ehlers-Danlos

A síndrome de Ehlers-Danlos vascular (tipo IV) predispõe a aneurismas e/ou dissecções.[4]​ As características incluem pele translúcida, hematomas frequentes, hipermobilidade das articulações pequenas e envelhecimento prematuro da pele (acrogeria).[10][11][37]

diferencial de pressão arterial esquerda/direita

Uma diferença na pressão arterial sistólica maior que 20 mmHg entre os dois braços é um sinal importante de dissecção da aorta.[4]

Déficit de pulsação

Um déficit de pulsação (redução ou ausência de pulsação) é particularmente comum em uma dissecção proximal afetando o arco aórtico.[10][11][4]​​ O déficit pode ser unilateral ou bilateral, dependendo do nível de separação da túnica íntima. Déficits de pulso podem estar presente em dissecções da aorta mais distais (por exemplo, da aorta descendente) e, em alguns casos, pode levar à isquemia aguda do membro. No entanto, déficits de pulso são menos comuns do que em dissecções mais proximais.[10]

sopro diastólico

Padrão em crescendo, indicando incompetência aórtica. Comum em dissecções proximais, mas incomum em dissecções distais.

Incomuns

síncope

Até 10% dos pacientes podem se apresentar com síncope e sem dor.[38]

hipotensão

Associada com tamponamento cardíaco e/ou choque hipovolêmico.[4]

Outros fatores diagnósticos

comuns

hipertensão

Decorrente de condição hipertensiva ou aumento da atividade simpática preexistente.

Incomuns

dispneia

Pode indicar novo episódio de insuficiência cardíaca, causado por insuficiência aórtica aguda durante dissecções proximais, ou tamponamento cardíaco.

estado mental alterado

Devido a isquemia cerebral.

paraplegia

Decorrente do comprometimento dos vasos intercostais e subsequente isquemia da medula espinhal.[4]

hemiparesia/parestesia

Em decorrência de isquemia cerebral ou periférica.

dor abdominal

Isquemia visceral resultante de perfusão de órgão comprometido.

dor/palidez nos membros

Em decorrência de perfusão de membro comprometido.

murmúrios vesiculares/macicez reduzidos no lado esquerdo

Derrame pleural no lado esquerdo.

Fatores de risco

Fortes

hipertensão

A maioria dos pacientes tem hipertensão prévia, geralmente mal controlada.[10][11] O Registro Internacional de Dissecção Aguda da Aorta revelou que 77% dos pacientes com dissecção da aorta tinham história de hipertensão e 27% tinham história de aterosclerose.[12]

doença aterosclerótica do aneurisma

Aproximadamente 1% das mortes súbitas são atribuídas à ruptura da aorta. Dessas, dois terços decorrem de dissecção e um terço, de aneurismas degenerativos.[13]

Síndrome de Marfan

Predispõe a aneurismas e/ou dissecções, provavelmente relacionadas à fraqueza da parede da aorta.[4][14][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ecocardiografia transesofágica (secção transversal da aorta) mostrando uma dissecção circunferencial da aorta ascendente em um paciente de 30 anos de idade com características de síndrome de MarfanBouzas-Mosquera A, Solla-Buceta M, Fojón-Polanco S. Circumferential aortic dissection. BMJ Case Reports 2009; doi:10.1136/bcr.2007.049908 [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@e52c180[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tomografia computadorizada (TC) mostrando aneurisma dissecante em um paciente de 45 anos de idade com síndrome de Marfan com dor torácicaSanyal K, Sabanathan K. Chest pain in Marfan syndrome. BMJ Case Reports 2009; doi:10.1136/bcr.07.2008.0431 [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@23075e69

Síndrome de Ehlers-Danlos

A síndrome de Ehlers-Danlos tipo IV predispõe a aneurismas e/ou dissecções, presumivelmente relacionadas à fraqueza da parede da aorta.[4][14]

valva da aorta bicúspide

Predispõe a aneurismas e/ou dissecções, provavelmente relacionadas à fraqueza da parede da aorta.[4]

ectasia anulo-aórtica

Predispõe a aneurismas e/ou dissecções, provavelmente relacionadas à fraqueza da parede da aorta.

coarctação

A coarctação não tratada em adultos está associada à dissecção e provavelmente está ligada a hipertensão de longa duração.

tabagismo

O uso de tabaco é fortemente associado com doenças ateroscleróticas e vasculares, e, portanto, com dissecções.

história familiar de doença aórtica ou doença do tecido conjuntivo

Uma história familiar confere risco aumentado.[10][11][15]

Fracos

idade avançada

A apresentação típica é de um homem na faixa dos 50 anos de idade. No entanto, a dissecção da aorta pode ocorrer em pacientes mais jovens, até mesmo na ausência de doenças do tecido conjuntivo, e deve ser considerada dependendo da gravidade do processo.[4]

arterite de células gigantes

Pode enfraquecer a média da aorta e ocasionar expansão ou dissecção.

doenças mistas do tecido conjuntivo

Características clínicas e laboratoriais de várias doenças do tecido conjuntivo, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica, polimiosite, dermatomiosite e síndrome de Sjögren, sem cumprir os critérios para um diagnóstico específico.

manipulação cirúrgica/por cateter

Manipulação das aortas em risco: exemplos de procedimentos incluem cateterismo cardíaco, substituição cirúrgica da valva aórtica ou enxerto-stent torácico.[8][11][16]

uso de cocaína/anfetamina

Hipertensão aguda, vasoconstrição, volume sistólico aumentado e vasoespasmos como resultado de uso indevido desses agentes pode causar dissecção da aorta. A idade mais jovem à apresentação é típica.[17]

levantamento de peso

Típico de pacientes jovens e teoricamente atribuído à pressão aórtica elevada durante o esforço.

gestação

Relatos de caso; por exemplo, em conjunto com a síndrome de Marfan.[18][19]

não diabético

Uma revisão sistemática e metanálise revelou que o diabetes está associado a uma menor prevalência de dissecção da aorta e aneurisma da aorta abdominal.[20] Dados de um estudo observacional sueco demonstraram que o diabetes do tipo 2 reduz o risco relativo de dissecção da aorta em 47% ao longo de 7 anos.[21] Existem alguns dados sugerindo que a terapia com metformina pode ser responsável pelas taxas menores de aneurisma da aorta abdominal observadas em adultos com diabetes, mas o mecanismo potencial ainda precisa ser determinado.[22][23]

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