Prognóstico

Avanços nas técnicas operatórias e endovasculares e cuidados intensivos pós-operatórios conduziram a uma diminuição na taxa de letalidade ao longo das últimas 3 décadas.[149]​ Isso pode estar relacionado à melhora no diagnóstico e no tratamento clínico e cirúrgico. O surgimento de unidades de cuidados neurocríticos pode ter contribuído para melhores desfechos de HSA.[150][151] No entanto, o desfecho geral na HSA ainda é desfavorável.[152][153] A hemorragia subaracnoide (HSA) é responsável por cerca de um terço de óbitos prematuros relacionados a acidente vascular cerebral (AVC).[154] A mortalidade é levemente maior em pacientes da raça negra e do sexo feminino. As causas de mortalidade precoce são hemorragia inicial (19%), ressangramento (22%), vasoespasmo (23%) e complicações clínicas (23%).[49][155] Idade avançada, nível de responsividade na internação (medido pela escala da World Federation of Neurological Surgeons [WFNS]) e volume de sangramento subaracnoide são poderosos preditores da mortalidade em 30 dias.[1][121] Em pacientes submetidos à clipagem, a lesão neurológica perioperatória e pós-operatória imediata poderia ser responsável por uma porcentagem de desfechos desfavoráveis naqueles com boa classificação na escala do WFNS na internação.[156]

Complicações clínicas são responsáveis por um quarto dos óbitos na HSA.[44] Quarenta por cento dos pacientes apresentarão pelo menos uma complicação clínica durante os primeiros 3 meses após a HSA.[11][12][49][157] Complicações cardíacas e respiratórias são as mais frequentes. A presença de anormalidade na contratilidade da parede cardíaca parece pressagiar um desfecho geral menos favorável após HSA.[158] Algum grau de disfunção hepática é observado em 24% (4% com disfunção hepática grave).[49] Insuficiência renal (1.4%), anemia (5%), tromboflebite (1.4%) e embolia pulmonar (0.8%) também são complicações encontradas durante a hospitalização.[11][12]

A mortalidade intra-hospitalar da HSA é de cerca de 20%, com a mortalidade por todas as causas aumentando para 25% em 6 meses. Em um estudo, 35% dos pacientes estavam "mortos ou incapacitados" (definido como Escala de Rankin modificada ≥4) em 6 meses.[159]​ Mais de 50% dos sobreviventes relatam problemas com memória, humor e outros comprometimentos cognitivos, resultando em impacto negativo no estado funcional, na saúde emocional e na qualidade de vida.[160][161]​ A 6 meses, 75% dos pacientes que estavam alertas na internação apresentaram uma boa recuperação, enquanto apenas 11% dos pacientes comatosos na internação sobreviveram.[11][12]​ A epilepsia tardia (medida em 12 meses após a HSA) é observada em 4% a 5%.[162][163]​ Mais de 40% dos pacientes que vêm a falecer após a HSA apresentam disfunção em um sistema de órgãos extracerebral, a qual é um preditor independente do desfecho.[164][165]​ Isso identifica a disfunção em um sistema de órgãos, em vez do cérebro, como um alvo terapêutico potencial que pode ter um efeito positivo no desfecho. A frequência de reparos de aneurisma em um hospital (mais de 30 craniotomias para reparo de aneurisma por ano) e a presença e uso de terapia endovascular estão associadas de modo independente a um melhor desfecho após a HSA.[166][167][168]​ Isso levou alguns a justificar a regionalização do tratamento da HSA.[169]

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