O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento que perdura toda a vida e é visto cada vez mais como um exemplo de variação neurológica e cognitiva entre as pessoas. Clinicamente, é muito heterogêneo; embora normalmente associado a deficiências e desafios cotidianos, o TEA pode também estar associado a pontos fortes e talentos cognitivos.[140]National Autistic Society. Position statement: strategies and interventions. Aug 2020 [internet publication].
https://www.autism.org.uk/advice-and-guidance/topics/strategies-and-interventions
As alegações de uma "cura" para o TEA não têm fundamento e, de fato, o conceito de cura é controverso para algumas pessoas no espectro do autismo e suas famílias.
O TEA está associado a dificuldades funcionais e a uma redução da qualidade de vida em comparação com a população em geral. Os objetivos do tratamento são maximizar a independência funcional e a qualidade de vida e minimizar o sofrimento, apoiando a aprendizagem, a comunicação social e as habilidades cognitivas e controlando quaisquer problemas de saúde física e mental que ocorram simultaneamente.[141]Ayres M, Parr JR, Rodgers J, et al. A systematic review of quality of life of adults on the autism spectrum. Autism. 2018 Oct;22(7):774-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28805071?tool=bestpractice.com
Os cuidados devem ser multidisciplinares, colaborativos e adaptados às necessidades específicas da pessoa com TEA (e aos cuidadores), já que essas necessidades mudam ao longo da vida.[142]Lai MC, Anagnostou E, Wiznitzer M, et al. Evidence-based support for autistic people across the lifespan: maximising potential, minimising barriers, and optimising the person-environment fit. Lancet Neurol. 2020 May;19(5):434-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32142628?tool=bestpractice.com
Quanto a este tópico, apresentamos uma abordagem para o manejo de ambos:
Principais sintomas do TEA (por exemplo, dificuldades de comunicação social e comportamentos repetitivos)
Algumas condições básicas coexistentes (por exemplo, insônia, TDAH, ansiedade e depressão)
Como princípio geral de boas práticas, os tratamentos não farmacológicos são considerados em primeiro lugar e somente complementados com tratamento farmacológico (por exemplo, medicamentos psicotrópicos) quando houver resposta inadequada ao tratamento ou se for necessária uma resposta rápida ao tratamento
É importante que pessoas com TEA façam uso de medicação psicotrópica somente quando clinicamente indicado, que elas recebam monitoramento e reavaliações regulares e em tempo hábil (inclusive para verificar a eficácia e efeitos adversos) e que o tratamento seja descontinuado se não for mais necessário. O NHS do Reino Unido publicou orientações e recursos de apoio ao tratamento e a medicamentos adequados para crianças e jovens com deficiência intelectual, autismo ou ambos.
NHS England: STOMP and STAMP
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Apoio familiar e educação
É fundamental prestar assistência e apoio às famílias e cuidadores. Os médicos devem oferecer às famílias, parceiros e/ou cuidadores de pessoas com TEA uma avaliação de suas próprias necessidades, inclusive apoio em suas funções de cuidado bem como descanso ao cuidador e planos de emergência. Os membros da família de pessoas com TEA geralmente se beneficiam de fóruns nos quais podem aprender mais sobre o transtorno, problemas associados e estratégias para o manejo das dificuldades. Existem grupos de apoio aos pais ou cônjuges com essa finalidade. Além disso, as organizações locais específicas para pessoas com TEA muitas vezes promovem workshops para pais/cuidadores.
Organizações especializadas em apoio ao autismo incluem:
Em alguns casos, o aconselhamento aos pais pode também ser apropriado.
A família deve estar ciente das provisões às quais pode ter direito por lei, como plano de educação individualizada ou serviços de assistência social. Pode também haver direitos financeiros, como pensão por invalidez. No entanto, embora medidas de suporte específicas possam ser recomendadas por um profissional da saúde, na prática, o financiamento geralmente está sob controle externo (por exemplo, autoridade local ou estadual), frequentemente limitando a ajuda prática disponível aos pacientes e suas famílias.
Intervenção realizada ou mediada pelos pais
Intervenções para as principais características do TEA em crianças de todas as idades são frequentemente mediadas ou administradas pelos próprios pais, usando episódios de ensino iniciados por crianças ou oportunidades naturais e brincadeiras que proporcionem aprendizado. Normalmente, concentram-se na interação entre pais e filho, atenção conjunta e engajamento. Os pais são treinados por profissionais, que dão um grau variável de suporte aos pais. As sessões de treinamento podem ser realizadas em casa, clínica, escola ou outro cenário comunitário, ou remotamente via telessaúde.[143]Parsons D, Cordier R, Vaz S, et al. Parent-mediated intervention training delivered remotely for children with autism spectrum disorder living outside of urban areas: systematic review. J Med Internet Res. 2017 Aug 14;19(8):e198.
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Há evidências de que intervenções mediadas pelos pais melhoram a interação entre pais e filho e podem também melhorar a compreensão da linguagem infantil, bem como reduzir a gravidade dos principais sintomas do TEA.[144]Kasari C, Gulsrud AC, Wong C, et al. Randomized controlled caregiver mediated joint engagement intervention for toddlers with autism. J Autism Dev Disord. 2010 Sep;40(9):1045-56.
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[145]Green J, Charman T, McConachie H, et al; PACT Consortium. Parent-mediated communication-focused treatment in children with autism (PACT): a randomised controlled trial. Lancet. 2010 Jun 19;375(9732):2152-60.
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[146]Nevill RE, Lecavalier L, Stratis EA. Meta-analysis of parent-mediated interventions for young children with autism spectrum disorder. Autism. 2018 Feb;22(2):84-98.
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[147]Oono IP, Honey EJ, McConachie H. Parent-mediated early intervention for young children with autism spectrum disorders (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2013 Apr 30;(4):CD009774.
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[148]Althoff CE, Dammann CP, Hope SJ, et al. Parent-Mediated Interventions for Children With Autism Spectrum Disorder: A Systematic Review. Am J Occup Ther. 2019 May/Jun;73(3):7303205010p1-7303205010p13.
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Há também algumas evidências de melhora dos principais sintomas do TEA no acompanhamento de longo prazo.[149]Pickles A, Le Couteur A, Leadbitter K, et al. Parent-mediated social communication therapy for young children with autism (PACT): long-term follow-up of a randomised controlled trial. Lancet. 2016 Nov 19;388(10059):2501-09.
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[150]Estes A, Munson J, Rogers SJ, et al. Long-term outcomes of early intervention in 6-year-old children with autism spectrum disorder. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2015 Jul;54(7):580-7.
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[151]Green J, Pickles A, Pasco G, et al. Randomised trial of a parent-mediated intervention for infants at high risk for autism: longitudinal outcomes to age 3 years. J Child Psychol Psychiatry. 2017 Dec;58(12):1330-40.
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Um ensaio clínico randomizado constatou que um programa de treinamento para os pais é superior à formação dos pais no manejo de comportamentos desafiadores.[152]Bearss K, Johnson C, Smith T, et al. Effect of parent training vs parent education on behavioral problems in children with autism spectrum disorder: a randomized clinical trial. JAMA. 2015 Apr 21;313(15):1524-33.
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Intervenções precoces para o TEA em crianças em idade pré-escolar
As intervenções precoces para o TEA geralmente começam durante (ou antes) a idade pré-escolar e podem ocorrer já aos 12 meses de vida. Há evidências de que a intervenção precoce em crianças com TEA é benéfica e melhora a cognição, a linguagem e o comportamento no longo prazo, embora a qualidade das evidências seja limitada por questões metodológicas.[153]Howlin P, Magiati I, Charman T. Systematic review of early intensive behavioral interventions for children with autism. Am J Intellect Dev Disabil. 2009 Jan;114(1):23-41.
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[154]Warren Z, McPheeters ML, Sathe N, et al. A systematic review of early intensive intervention for autism spectrum disorders. Pediatrics. 2011 May;127(5):e1303-11.
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[155]French L, Kennedy EMM. Annual Research Review: Early intervention for infants and young children with, or at-risk of, autism spectrum disorder: a systematic review. J Child Psychol Psychiatry. 2018 Apr;59(4):444-56.
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[156]Green J, Garg S. Annual Research Review: The state of autism intervention science: progress, target psychological and biological mechanisms and future prospects. J Child Psychol Psychiatry. 2018 Apr;59(4):424-43.
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De modo particular, aparentemente, intervenções iniciadas antes dos 3 anos de idade podem ter um efeito positivo maior que as iniciadas após os 5 anos de idade.[138]Zwaigenbaum L, Bauman ML, Choueiri R, et al. Early intervention for children with autism spectrum disorder under 3 years of age: recommendations for practice and research. Pediatrics. 2015 Oct;136 Suppl 1:S60-81.
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Há falta de estudos longitudinais e dados sobre desfechos em longo prazo após as intervenções. Para algumas crianças, a melhora no desfecho pode ser moderada, e não há como afirmar se um grupo específico de crianças poderia se beneficiar de uma intervenção específica. Além de considerar os possíveis efeitos adversos do tratamento, são considerados os altos custos das intervenções. Muitas intervenções são caras, e os custos podem não necessariamente ser cobertos por financiamento estadual. Algumas intervenções são administradas pelos (ou em conjunto com) pais e podem ser realizadas em casa. A consideração dos custos financeiros diretos, dos custos indiretos (possíveis lucros cessantes) e do impacto nas relações familiares deve ser equilibrada em relação a melhoras prováveis e possíveis no desfecho para a pessoa com TEA.[157]Parr J. Autism. BMJ Clin Evid. 2010 Jan 7;2010:0322.
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[158]Charman T, Howlin P, Aldred C, et al. Research into early intervention for children with autism and related disorders: methodological and design issues. Report on a workshop funded by the Wellcome Trust, Institute of Child Health, London, UK, November 2001. Autism. 2003 Jun;7(2):217-25.
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[147]Oono IP, Honey EJ, McConachie H. Parent-mediated early intervention for young children with autism spectrum disorders (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2013 Apr 30;(4):CD009774.
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[159]Weitlauf AS, McPheeters ML, Peters B, et al. Therapies for children with autism spectrum disorder: behavioral interventions update [Internet]. Rockville (MD): Agency for Healthcare Research and Quality (US); 2014.
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As terapias a seguir são exemplos de intervenções educacionais e comportamentais precoces usadas em crianças com TEA em idade pré-escolar. Na prática, pode-se usar uma combinação de abordagens. A prática varia muito de acordo com a região e o país, devendo os médicos consultar os protocolos e diretrizes locais. Veja abaixo alguns exemplos de intervenções comumente usadas, apresentadas em ordem alfabética.
Early Start Denver Model (MDIP, Modelo Denver de Início Precoce)
A intervenção MDIP é baseada em princípios de desenvolvimento e de análise comportamental aplicada e é conduzida por terapeutas e pais treinados. Várias revisões sistemáticas sugerem resultados positivos globais; o MDIP parece estar associado a melhoras em determinados domínios específicos, como cognição, linguagem e comportamentos de adaptação, embora a interpretação seja limitada por fragilidades metodológicas dentro de alguns estudos.[160]Waddington H, van der Meer L, Sigafoos J, et al. Effectiveness of the Early Start Denver Model: a systematic review. Rev J of Autism and Dev Disord. 2016 Jan;3(2):93-106.[161]Baril EM, Humphreys BP. An evaluation of the research evidence on the Early Start Denver Model. 2017 Jul;39(4):321-38.[162]Fuller EA, Oliver K, Vejnoska SF, et al. The effects of the Early Start Denver Model for children with autism spectrum disorder: a meta-analysis. Brain Sci. 2020 Jun; 10(6): 368.
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Um ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC), realizado em vários locais, constatou que a idade precoce no início do tratamento e uma maior quantidade de horas de tratamento total estavam associados a melhores desfechos em bebês.[163]Rogers SJ, Estes A, Lord C, et al. Effects of a brief Early Start Denver Model (ESDM)-based parent intervention on toddlers at risk for autism spectrum disorders: a randomized controlled trial. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2012 Oct;51(10):1052-65.
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Mais do que palavras (programa Hanen)
Desenvolvido para ajudar pais de todas as crianças com <6 anos de idade que apresentem dificuldades de interação e comunicação social. Os pais aprendem várias estratégias que ajudam a melhorar a comunicação e a interação da criança.[164]McConachie H, Randle V, Hammal D, et al. A controlled trial of a training course for parents of children with suspected autistic spectrum disorder. J Pediatr. 2005 Sep;147(3):335-340.
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A evidência da pesquisa é limitada; um ECRC não encontrou efeitos do tratamento nos desfechos das crianças, seja imediatamente ou 5 meses após o tratamento, mas encontrou ganhos na comunicação aos 9 meses.[165]Carter AS, Messinger DS, Stone WL, et al. A randomized controlled trial of Hanen's 'More Than Words' in toddlers with early autism symptoms. J Child Psychol Psychiatry. 2011 Jul;52(7):741-52.
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No entanto, há um consenso de que ele provavelmente seja benéfico em crianças com TEA.
Análise comportamental aplicada (ABA) de alta intensidade
Um programa comportamental para tratar crianças pequenas (de 2 a 3 anos de idade no início da intervenção) com TEA. A ABA poderá ser usada se for considerado que a criança pode se beneficiar de um ambiente altamente estruturado com o uso de um sistema de recompensa para diminuir o impacto de comportamentos repetitivos ou de hiperatividade. O programa reforça comportamentos positivos e dissuade a criança de se engajar em comportamentos negativos (geralmente interesses repetitivos). Tradicionalmente, a maioria das intervenções comportamentais intensivas precoces era baseada nos princípios da ABA; entretanto, a ênfase mudou de uma abordagem estruturada da ABA para uma abordagem mais naturalista.[142]Lai MC, Anagnostou E, Wiznitzer M, et al. Evidence-based support for autistic people across the lifespan: maximising potential, minimising barriers, and optimising the person-environment fit. Lancet Neurol. 2020 May;19(5):434-51.
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Inicialmente, o programa é ensinado individualmente e é intensivo (até 40 horas por semana) e caro.[166]Eikeseth S, Smith T, Jahr E, et al. Intensive behavioral treatment at school for 4- to 7-year-old children with autism. A 1-year comparison controlled study. Behav Modif. 2002 Jan;26(1):49-68.
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As evidências fornecidas por pesquisas são limitadas, com poucos ECRCs.[167]Smith T, Iadarola S. Evidence base update for autism spectrum disorder. J Clin Child Adolesc Psychol. 2015;44(6):897-922.
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Uma revisão Cochrane de 2018, que analisou intervenções comportamentais precoces e intensivas (EIBI) baseadas nos princípios da ABA em crianças com menos de 6 anos de idade, constatou evidências fracas de que essa abordagem é um tratamento comportamental eficaz para algumas crianças com TEA. As intervenções foram associadas a melhoras no comportamento adaptável, no QI e nas habilidades de linguagem. No entanto, não houve nenhuma melhora nos principais sintomas do TEA. As evidências eram fracas, pois provinham principalmente de pequenos estudos, apenas um dos quais era um ECRC.[168]Reichow B, Hume K, Barton EE, et al. Early intensive behavioral intervention (EIBI) for young children with autism spectrum disorders (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2018 May 9;(5):CD009260.
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Há algumas evidências que sugerem que crianças que recebem mais horas semanais de ABA ou terapia de ABA mais intensiva apresentam melhores desfechos de desenvolvimento do que aquelas que recebem menos horas ou tratamento de menor intensidade.[169]Linstead E, Dixon DR, French R, et al. Intensity and learning outcomes in the treatment of children with autism spectrum disorder. Behav Modif. 2017 Mar;41(2):229-52.
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[170]Orinstein AJ, Helt M, Troyb E, et al. Intervention for optimal outcome in children and adolescents with a history of autism. J Dev Behav Pediatr. 2014 May;35(4):247-56.
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Apesar da base limitada de evidências da ABA, a experiência clínica levou a um consenso de que ela é provavelmente benéfica em crianças com TEA.[171]Eldevik S, Hastings RP, Hughes JC, et al. Meta-analysis of Early Intensive Behavioral Intervention for children with autism. J Clin Child Adolesc Psychol. 2009 May;38(3):439-50.
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Uma crítica à ABA é que ela não pode ser generalizada além das competências específicas treinadas, o que limita sua utilidade como intervenção independente.
Joint Attention, Symbolic Play, and Engagement Regulation (JASPER, atenção conjunta, jogo simbólico, engajamento e regulamento)
O JASPER é um exemplo de intervenção baseada em jogos e mediada pelo cuidador. O objetivo é melhorar a atenção conjunta precoce e, assim, promover habilidades linguísticas e cognitivas mais tarde. É usado em algumas partes dos EUA e do Canadá. Esta abordagem está associada a melhoras na atenção conjunta e nas habilidades de jogos em vários estudos.[144]Kasari C, Gulsrud AC, Wong C, et al. Randomized controlled caregiver mediated joint engagement intervention for toddlers with autism. J Autism Dev Disord. 2010 Sep;40(9):1045-56.
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[172]Kasari C, Freeman S, Paparella T. Joint attention and symbolic play in young children with autism: a randomized controlled intervention study. J Child Psychol Psychiatry. 2006 Jun;47(6):611-20.
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[173]Kaale A, Smith L, Sponheim E. A randomized controlled trial of preschool-based joint attention intervention for children with autism. J Child Psychol Psychiatry. 2012 Jan;53(1):97-105.
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[174]Kasari C, Lawton K, Shih W, et al. Caregiver-mediated intervention for low-resourced preschoolers with autism: an RCT. Pediatrics. 2014 Jul;134(1):e72-9.
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[175]Kasari C, Gulsrud A, Paparella T, et al. Randomized comparative efficacy study of parent-mediated interventions for toddlers with autism. J Consult Clin Psychol. 2015 Jun;83(3):554-63.
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Learning Experiences and Alternative Program (LEAP, Experiências de Aprendizagem e Programa Alternativo) para crianças em idade pré-escolar e pais
Este programa combina princípios da ABA com técnicas educacionais especiais e gerais; pequenos grupos de crianças com TEA são educados ao lado de pequenos grupos de colegas sem autismo. Há algumas evidências de ECRCs de alta qualidade de que o LEAP melhora as habilidades de comunicação social de algumas crianças com TEA em idade pré-escolar, mas não há evidências suficientes para determinar se proporciona benefícios em outros sintomas importantes do TEA.[177]Strain PS, Bovey EH II. Randomized, controlled trial of the LEAP model of early intervention for young children with autism spectrum disorders. Topics Early Child Spec Educ. 2011;31(3):133–54.[178]Strain PS, Hoyson M. The need for longitudinal, intensive social skill intervention: LEAP follow up outcomes for children with autism. Apr 2000;20(2):116–22. É uma das várias intervenções educacionais para crianças com TEA; no entanto, são necessárias mais pesquisas para avaliar a eficácia comparativa das intervenções disponíveis.
Pre-school Autism Communication Trial (PACT, Ensaio sobre Comunicação no Autismo em Idade Pré-Escolar)
Há algumas evidências de ECRCs que sugerem que esta terapia de comunicação social mediada pelos pais para crianças pequenas com autismo está associada a melhoras na comunicação e no comportamento repetitivo após 1 ano e, também, após 6 anos depois do tratamento.[145]Green J, Charman T, McConachie H, et al; PACT Consortium. Parent-mediated communication-focused treatment in children with autism (PACT): a randomised controlled trial. Lancet. 2010 Jun 19;375(9732):2152-60.
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[149]Pickles A, Le Couteur A, Leadbitter K, et al. Parent-mediated social communication therapy for young children with autism (PACT): long-term follow-up of a randomised controlled trial. Lancet. 2016 Nov 19;388(10059):2501-09.
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Intervenções de comunicação social para tratar os principais sintomas do TEA em crianças em idade escolar (5-18 anos)
Veja abaixo alguns exemplos de intervenções comumente usadas, apresentadas em ordem alfabética.
Programa de treinamento de amizade para crianças (CFT)
Este programa que conta com a participação dos pais é um exemplo de intervenção em grupo que visa as habilidades sociais. Há algumas evidências de que esse tipo geral de intervenção melhore as habilidades sociais e o bem-estar em crianças com capacidade cognitiva e com TEA, embora a melhora varie de acordo com a forma como o desempenho é mensurado.[179]Wolstencroft J, Robinson L, Srinivasan R, et al. A systematic review of group social skills interventions, and meta-analysis of outcomes, for children with high functioning ASD. J Autism Dev Disord. 2018 Jul;48(7):2293-2307.
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[180]Gates JA, Kang E, Lerner MD. Efficacy of group social skills interventions for youth with autism spectrum disorder: A systematic review and meta-analysis. Clin Psychol Rev. 2017 Mar;52:164-81.
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O CFT está associado a ganhos modestos nas habilidades de jogo social.[181]Frankel F, Myatt R, Sugar C, et al. A randomized controlled study of parent-assisted Children's Friendship Training with children having autism spectrum disorders. J Autism Dev Disord. 2010 Jul;40(7):827-42.
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Geralmente, envolve grupos de crianças, com ou sem colegas com desenvolvimento típico, em que as habilidades sociais são ensinadas por meio de instruções, ensaios, apresentações e feedback sobre o desempenho. O programa CFT foi adaptado para adolescentes, com alguns resultados positivos.[182]Laugeson EA, Frankel F, Mogil C, et al. Parent-assisted social skills training to improve friendships in teens with autism spectrum disorders. J Autism Dev Disord. 2009 Apr;39(4):596-606.
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Intervenções mediadas por pares
Intervenções de comunicação social mediadas por pares geralmente envolvem sessões de brincadeiras livres entre uma criança com TEA e uma criança sem TEA que tenha obtido treinamento preparatório. Essas intervenções melhoram as habilidades de comunicação social em crianças de altamente funcionais com TEA.[183]Sutton BM, Webster AA, Westerveld MF. A systematic review of school-based interventions targeting social communication behaviors for students with autism. Autism. 2019 Feb;23(2):274-86.
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No entanto, são necessárias mais pesquisas sobre a eficácia das intervenções de comunicação social em crianças com TEA que não sejam altamente funcionais.[184]Chang YC, Locke J. A systematic review of peer-mediated interventions for children with autism spectrum disorder. Res Autism Spectr Disord. 2016 Jul;27:1-10.
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ABA de alta intensidade
Consulte acima a seção sobre ABA de alta intensidade em crianças em idade pré-escolar. A ABA de alta intensidade geralmente começa em crianças em idade pré-escolar, mas os programas podem continuar para crianças mais velhas.
Treatment and Education of Autistic and Communications-Related Handicapped Children (TEACCH, tratamento e educação para autistas e crianças com deficits relacionados à comunicação)
Este programa de ensino estruturado voltado para o desenvolvimento fornece continuidade no ambiente de sala de aula, com o objetivo de melhorar as habilidades de desenvolvimento para permitir que as crianças aprendam. É um exemplo de intervenção educacional para crianças com TEA. Os pais são treinados nos métodos do TEACCH, e o ensino em casa é complementado por terapia diária ou ensino especial dado por profissionais.[185]Ozonoff S, Cathcart K. Effectiveness of a home program intervention for young children with autism. J Autism Dev Disord. 1998 Feb;28(1):25-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9546299?tool=bestpractice.com
Há evidências de pesquisas limitadas que respaldem esse tratamento; ele está associado a um benefício pequeno, mas mensurável, nas habilidades perceptivas, motoras, verbais e cognitivas em estudantes com TEA.[186]Virues-Ortega J, Julio FM, Pastor-Barriuso R. The TEACCH program for children and adults with autism: a meta-analysis of intervention studies. Clin Psychol Rev. 2013 Dec;33(8):940-53.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0272735813000937?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23988454?tool=bestpractice.com
O consenso é de que ele seja provavelmente benéfico em algumas crianças com TEA, mas são necessárias mais pesquisas sobre a eficácia comparativa das intervenções educacionais. Há algumas evidências que sugerem que o TEACCH é particularmente eficaz para crianças com TEA que apresentam maiores atrasos cognitivos.[187]Boyd BA, Hume K, McBee MT, et al. Comparative efficacy of LEAP, TEACCH and non-model-specific special education programs for preschoolers with autism spectrum disorders. J Autism Dev Disord. 2014 Feb;44(2):366-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23812661?tool=bestpractice.com
Abordagens/considerações não farmacológicas em adultos
Alguns adultos com TEA são capazes de funcionar com sucesso sem tratamento, enquanto outros requerem suporte e cuidados intermitentes ou por toda a vida. As abordagens de manejo são individualizadas e visam otimizar o funcionamento pessoal e aumentar a qualidade de vida. Vale ressaltar que abordagens psicológicas podem também ser necessárias como parte do manejo de condições coexistentes (ver abaixo).
Suporte pós-diagnóstico
Adultos com TEA podem requerer uma avaliação das necessidades de suporte. Várias instituições beneficentes oferecem apoio a adultos recém-diagnosticados com TEA, inclusive com grupos e atividades sociais organizados, que pode ser prestado on-line ou presencialmente.
National Autistic Society
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Transição para a idade adulta
O cuidado de jovens que passam do atendimento pediátrico para o de adultos requer um planejamento cuidadoso para garantir uma transição tranquila.[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
[188]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in under 19s: support and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/cg170
Se for necessária a continuação do tratamento, é necessária uma avaliação, levando em consideração o funcionamento pessoal, educacional, ocupacional, social e de comunicação do jovem, bem como as condições coexistentes.[188]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in under 19s: support and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/cg170
Apoio ao emprego
Entre adolescentes e jovens adultos em idade de transição, o apoio profissional ou apoio durante a educação contínua pode ser benéfico (por exemplo, por meio de um programa individual de apoio ao emprego); esses programas podem melhorar a retenção do emprego.[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
[189]Lorenc T, Rodgers M, Marshall D, et al. Support for adults with autism spectrum disorder without intellectual impairment: systematic review. Autism. 2018 Aug;22(6):654-68.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5087797
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28683565?tool=bestpractice.com
Para adultos mais velhos, pode ser útil o apoio na comunidade por meio do envolvimento em grupos sociais ou outros grupos ou por meio de tutoria no emprego.
Problemas de habilidades sociais
As diretrizes do Reino Unido recomendam programas de aprendizagem social individual ou em grupo para adultos com TEA que apresentem dificuldades de interação social (com deficiência intelectual leve a moderada ou sem deficiência intelectual).[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
Programas de aprendizagem social visam melhorar a interação social por meio da aplicação de técnicas de terapia comportamental em uma estrutura de aprendizagem social (por exemplo, com modelagem por vídeo, feedback de colegas e imitação). No entanto, nenhum método de programa de habilidades sociais apresenta evidências sólidas em termos de eficácia.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
[190]Rao PA, Beidel DC, Murray MJ. Social skills interventions for children with Asperger's syndrome or high-functioning autism: a review and recommendations. J Autism Dev Disord. 2008 Feb;38(2):353-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0025760
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17641962?tool=bestpractice.com
[191]Spain D, Blainey SH. Group social skills interventions for adults with high-functioning autism spectrum disorders: A systematic review. Autism. 2015 Oct;19(7):874-86.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26045543?tool=bestpractice.com
Evidências de estudos observacionais sugerem que grupos de habilidades sociais podem ser efetivos para melhorar a interação social mas atualmente, não há evidências de sua eficácia com base em ECRCs.[192]Hillier A, Fish T, Cloppert P, et al. Outcomes of a social and vocational skills support group for adolescents and young adults on the autism spectrum. Focus Autism Other Dev Disabl. 2007 May;22(2):107–15.[193]Howlin P, Yates P. The potential effectiveness of social skills groups for adults with autism. Autism. 1999 Sep;3(3):299-307. O modelo de grupo Program for the Education and Enrichment of Relational Skills (PEERS, Programa de Educação e Enriquecimento de Habilidades Relacionais) demonstrou, em um ECRC, melhorar as habilidades sociais em adultos jovens com TEA.[194]Laugeson EA, Gantman A, Kapp SK, et al. A randomized controlled trial to improve social skills in young adults with autism spectrum disorder: The UCLA PEERS(®) Program. J Autism Dev Disord. 2015 Dec;45(12):3978-89.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26109247?tool=bestpractice.com
Uma estratégia se destina ao encontro de pessoas com TEA para realizarem atividades sociais, reduzindo, assim, o isolamento e fortalecendo a inclusão social. Uma intervenção de habilidades sociais assistida por um cuidador é outra abordagem com evidências de eficácia.[195]Gantman A, Kapp SK, Orenski K, et al. Social skills training for young adults with high-functioning autism spectrum disorders: a randomized controlled pilot study. J Autism Dev Disord. 2012 Jun;42(6):1094-103.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21915740?tool=bestpractice.com
Em adultos com TEA sem deficiência intelectual (ou com deficiência intelectual leve a moderada) que estão socialmente isolados, as diretrizes do Reino Unido recomendam atividades de lazer estruturadas em grupo.[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
Há também pacotes de treinamento baseados em computador, como o Let's Face It! ou o Mind Reading, que visam melhorar o reconhecimento das expressões faciais de outras pessoas.[196]Wolf JM, Tanaka JW, Klaiman C, et al. Specific impairment of face-processing abilities in children with autism spectrum disorder using the Let's Face It! skills battery. Autism Res. 2008;1:329-340.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19360688?tool=bestpractice.com
[197]Human Emotions, Cambridge University. Mind reading: the interactive guide to emotions. Cambridge: Human Emotions; 2002. Há evidências da eficácia da bateria de habilidades do Let's Face It! em pessoas com TEA.[198]Tanaka JW, Wolf JM, Klaiman C, et al. Using computerized games to teach face recognition skills to children with autism spectrum disorder: the Let's Face It! program. J Child Psychol Psychiatry. 2010 Aug;51(8):944-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20646129?tool=bestpractice.com
Intervenções comportamentais e em habilidades de vida
Para adultos com TEA que precisam de ajuda com as atividades gerais da vida diária, as diretrizes do Reino Unido recomendam um programa de treinamento estruturado e previsível com base em princípios comportamentais.[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
No entanto, não há evidências de alta qualidade sobre a eficácia deste tipo de programa.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
Intervenções cognitivo-comportamentais
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ser benéfica para adultos com risco de vitimização por meio do ensino de habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas; no entanto, as evidências em favor desta abordagem não são específicas para pessoas com TEA.[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
[199]Khemka I, Hickson L, Reynolds G. Evaluation of a decision-making curriculum designed to empower women with mental retardation to resist abuse. Am J Ment Retard. 2005 May;110(3):193-204.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15804195?tool=bestpractice.com
[200]Khemka I. Increasing independent decision-making skills of women with mental retardation in simulated interpersonal situations of abuse. Am J Ment Retard. 2000 Sep;105(5):387-401.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11008847?tool=bestpractice.com
Além disso, a TCC pode não ser adequada para algumas pessoas com deficiência intelectual.
Manejo de comportamentos desafiadores (todas as idades)
A avaliação de rotina e o planejamento dos cuidados devem garantir a existência de uma estratégia para avaliar, atenuar e controlar os fatores de risco para comportamentos desafiadores, que incluem (entre outras):[188]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in under 19s: support and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/cg170
[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
Dificuldades de comunicação
Disfunções físicas coexistentes
Dor
Problemas de saúde mental (por exemplo, transtornos de humor ou ansiedade)[31]Mayes SD, Calhoun SL, Murray MJ, et al. Anxiety, depression, and irritability in children with autism relative to other neuropsychiatric disorders and typical development. Res Autism Spectr Disord. 2010 Jul;5:474–85.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
Mudanças na rotina usual da pessoa
Alterações no ambiente físico da pessoa, como os níveis de iluminação ou ruído
Maus-tratos ou abuso por outras pessoas.
Se o manejo de gatilhos conhecidos ou causas subjacentes for ineficaz ou se não for possível identificar um gatilho para o comportamento, o passo seguinte será uma intervenção psicossocial baseada na avaliação funcional do comportamento da criança ou do adulto.[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
[188]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in under 19s: support and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/cg170
Em adultos, a agressividade física pode ocorrer no contexto de qualquer interrupção da rotina, em momentos de transição ou quando são feitas tentativas de limitar a busca de um determinado interesse. Desentendimentos sociais podem também resultar em comportamentos problemáticos; nessas situações, os médicos devem considerar fazer um encaminhamento para avaliação. O apoio comportamental positivo é uma estrutura, direcionada à pessoa, que visa controlar comportamentos desafiadores em pessoas com TEA, bem como outras deficiências intelectuais e de desenvolvimento, e está se tornando cada vez mais popular no Reino Unido, Canadá e Austrália. Há evidências de certeza moderada de que ele reduz o comportamento agressivo em indivíduos com deficiência intelectual em curto prazo, de acordo com uma revisão Cochrane, embora haja menos certeza sobre as evidências em médio e longo prazos, particularmente em relação a outros desfechos, como qualidade de vida.[201]Prior D, Win S, Hassiotis A, et al. Behavioural and cognitive-behavioural interventions for outwardly directed aggressive behaviour in people with intellectual disabilities. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Feb 6;2(2):CD003406.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003406.pub5/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36745863?tool=bestpractice.com
[
]
For people with intellectual disability and outwardly directed aggressive behavior, what are the effects of anger management or positive behavioral support (PBS)?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4269/fullMostre-me a resposta
Um especialista (por exemplo, organização de prestadores de cuidados ou profissional de saúde) realiza uma avaliação minuciosa dos comportamentos e formula um panorama geral das causas. Essas informações servem de base para a criação de um plano de apoio comportamental positivo que delineia as principais estratégias de prevenção e abordagens de manejo comportamental que devem ser utilizadas, caso ocorram comportamentos desafiadores.
Essas estratégias podem incluir:[202]Green L, McNeil K, Korossy M, et al. HELP for behaviours that challenge in adults with intellectual and developmental disabilities. Can Fam Physician. 2018 Apr;64(suppl 2):S23-31.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5906788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29650741?tool=bestpractice.com
Ensino de novas habilidades, como habilidades de comunicação
Modificação do ambiente ou da rotina
Distração em relação ao comportamento desafiador
Reforço positivo de comportamentos mais adequados.
Para adultos com TEA sem deficiência intelectual, ou com deficiência intelectual leve a moderada, que têm problemas com raiva e agressividade, as diretrizes do Reino Unido recomendam oferecer uma intervenção de controle da raiva ajustada às necessidades individuais da pessoa.[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
Em particular, as técnicas de análise comportamental aplicada (ABA) podem ser usadas para qualquer agressividade física ou comportamento sexualizado impróprio ocorrendo como resultado do próprio TEA. As intervenções de ABA visam identificar os antecedentes, as características exatas do comportamento e as consequências do comportamento; isso é usado para orientar estratégias de modificação de comportamento. Geralmente, escrevem-se Social Stories™ (histórias sociais) para facilitar os padrões de adaptação do comportamento, mas sua eficácia ainda não está bem estabelecida.[203]Reynhout GC. Evaluation of the efficacy of Social Stories™ using three single subject metrics. Res Autism Spectrum Disord. 2011 Apr;5(2):885-900.[204]Karkhaneh M, Clark B, Ospina MB, et al. Social Stories™ to improve social skills in children with autism spectrum disorder: a systematic review. Autism. 2010 Nov;14(6):641-62.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20923896?tool=bestpractice.com
No entanto, a facilidade de sua implementação justifica a continuação de seu uso na prática clínica.
Se abordagens comportamentais forem inefetivas isoladamente, ou não puderem ser realizadas em decorrência da gravidade do comportamento, talvez seja necessário o uso de medicamentos para tratar os sintomas em algumas crianças mais velhas e adultos, especialmente se os sintomas forem graves (por exemplo, agressividade ou autolesão).[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
[188]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in under 19s: support and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/cg170
Há evidências de prescrição disseminada de medicamentos psicotrópicos para pessoas com deficiência intelectual (inclusive aquelas com TEA) como estratégia de manejo de comportamentos desafiadores; em algumas regiões, a prescrição é off-label, embora, nos EUA, a Food and Drug Administration tenha aprovado o uso da risperidona ou do aripiprazol para esta indicação.[205]National Institute for Health and Care Excellence. Psychotropic medicines in people with learning disabilities whose behaviour challenges. January 2017 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/advice/ktt19
Isso representa potencial de uso excessivo; esse tratamento está comumente associado a efeitos adversos.[142]Lai MC, Anagnostou E, Wiznitzer M, et al. Evidence-based support for autistic people across the lifespan: maximising potential, minimising barriers, and optimising the person-environment fit. Lancet Neurol. 2020 May;19(5):434-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32142628?tool=bestpractice.com
O tratamento farmacológico para comportamentos desafiadores só deve ser iniciado por um especialista (por exemplo, pediatra, neurologista ou psiquiatra) após uma cuidadosa consideração e o manejo de quaisquer causas subjacentes reversíveis; é necessário cuidado especial se a pessoa com TEA for minimamente verbalizada. É necessário obter a documentação apropriada antes de iniciar um antipsicótico para manejo do comportamento desafiador. A documentação deve incluir um motivo para o medicamento (que deve ser explicado à pessoa e a todos os envolvidos no tratamento), um plano de monitoramento do uso, uma previsão do tempo de administração do medicamento e a forma como o tratamento deve ser reavaliado e interrompido.[206]National Institute for Health and Care Excellence. Challenging behaviour and learning disabilities: prevention and interventions for people with learning disabilities whose behaviour challenges. May 2015 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng11
Recomenda-se realizar tentativas periódicas de reduzir a dose diária e de descontinuar o uso, tanto para confirmar a necessidade de continuação do tratamento como para estabelecer que o tratamento não é mais necessário.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
Para crianças com TEA, a prevalência total estimada de eventos adversos por antipsicóticos é de cerca de 50%, o que é frequentemente associado à descontinuação.[207]Alfageh BH, Wang Z, Mongkhon P, et al. Safety and tolerability of antipsychotic medication in individuals with autism spectrum disorder: a systematic review and meta-analysis. Paediatr Drugs. 2019 Jun;21(3):153-67.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31134563?tool=bestpractice.com
A prescrição de antipsicótico para crianças e jovens sem psicose está associada ao aumento da mortalidade, ressaltando a necessidade de grande rigor na prescrição e monitoramento do medicamento.[208]Ray WA, Stein CM, Murray KT, et al. Association of antipsychotic treatment with risk of unexpected death among children and youths. JAMA Psychiatry. 2019 Feb 1;76(2):162-71.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6440238
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30540347?tool=bestpractice.com
A risperidona pode ser considerada para crianças mais velhas com comportamentos muito desafiadores que não respondem ao manejo de comorbidades e técnicas comportamentais. Geralmente, não é usada em crianças pequenas. A risperidona foi o primeiro medicamento aprovado nos EUA para o tratamento sintomático da irritabilidade (inclusive comportamentos desafiadores como agressividade, autolesão deliberada e acessos de raiva) em crianças e adolescentes com TEA.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
Dois ensaios clínicos randomizados e controlados apontaram que a risperidona é eficaz em termos de melhora do comportamento em comparação com o placebo em crianças com TEA e comportamento desafiador. Os efeitos adversos (inclusive ganho de peso e sedação) podem superar os benefícios.[209]De Hert M, Dobbelaere M, Sheridan EM, et al. Metabolic and endocrine adverse effects of second-generation antipsychotics in children and adolescents: a systematic review of randomized, placebo controlled trials and guidelines for clinical practice. Eur Psychiatry. 2011 Apr;26(3):144-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21295450?tool=bestpractice.com
[210]McPheeters ML, Warren Z, Sathe N, et al. A systematic review of medical treatments for children with autism spectrum disorders. Pediatrics. 2011 May;127(5):1312-21.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21464191?tool=bestpractice.com
É necessário estabelecer metas claras para a avaliação da eficácia do medicamento, e o peso e a pressão arterial do paciente devem ser monitorados.[211]McCracken JT, McGough J, Shah B, et al. Risperidone in children with autism and serious behavioral problems. N Engl J Med. 2002 Aug 1;347(5):314-21.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa013171#t=article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12151468?tool=bestpractice.com
[212]Shea S, Turgay A, Carroll A, et al. Risperidone in the treatment of disruptive behavioral symptoms in children with autistic and other pervasive developmental disorders. Pediatrics. 2004 Nov;114(5):e634-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15492353?tool=bestpractice.com
[213]Research Units on Pediatric Psychopharmacology Autism Network. Risperidone treatment of autistic disorder: longer-term benefits and blinded discontinuation after 6 months. Am J Psychiatry. 2005 Jul;162(7):1361-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15994720?tool=bestpractice.com
[214]McDougle CJ, Scahil L, Aman MG, et al. Risperidone for the core symptom domains of autism: results from the study by the autism network of the research units on pediatric psychopharmacology. Am J Psychiatry. 2005 Jun;162(6):1142-8.
http://ajp.psychiatryonline.org/doi/full/10.1176/appi.ajp.162.6.1142
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15930063?tool=bestpractice.com
[215]Aman MG, Arnold LE, McDougle CJ, et al. Acute and long-term safety and tolerability of risperidone in children with autism. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2005 Dec;15(6):869-84.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16379507?tool=bestpractice.com
Em um ensaio clínico randomizado, o tratamento de longo prazo com risperidona foi associado a um aumento de duas a quatro vezes nos níveis de prolactina sérica, em comparação ao placebo. As consequências em longo prazo não são claras.
O aripiprazol é aprovado em alguns países para o tratamento sintomático da irritabilidade em crianças e adolescentes com TEA, com base nos resultados de dois estudos randomizados.[216]Hirsch LE, Pringsheim T. Aripiprazole for autism spectrum disorders (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2016 Jun 26;(6):CD009043.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD009043.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27344135?tool=bestpractice.com
No entanto, não há evidências para o uso desse medicamento por prazo mais longo, e, assim como ocorre com a risperidona, a necessidade de continuação deve ser reavaliada após um período de estabilização.[216]Hirsch LE, Pringsheim T. Aripiprazole for autism spectrum disorders (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2016 Jun 26;(6):CD009043.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD009043.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27344135?tool=bestpractice.com
Os benefícios potenciais de aripiprazol são ponderados com o risco de efeitos colaterais, que incluem sedação, fadiga e aumento do apetite.[217]Douglas-Hall P, Curran S, Bird V, et al. Aripiprazole: a review of its use in the treatment of irritability associated with autistic disorder patients aged 6-17. J Cent Nerv Syst Dis. 2011;3:143-53.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3663604
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23861644?tool=bestpractice.com
Como não houve aumento da prolactina sérica observado em estudos sobre o aripiprazol, ele pode ser preferível à risperidona nos casos em que haja preocupações sobre uma possível hiperprolactinemia.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
Entre adultos, há algumas evidências de que a risperidona é eficaz para o tratamento da irritabilidade e do comportamento desafiador.[214]McDougle CJ, Scahil L, Aman MG, et al. Risperidone for the core symptom domains of autism: results from the study by the autism network of the research units on pediatric psychopharmacology. Am J Psychiatry. 2005 Jun;162(6):1142-8.
http://ajp.psychiatryonline.org/doi/full/10.1176/appi.ajp.162.6.1142
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15930063?tool=bestpractice.com
[218]McDougle CJ, Holmes JP, Carlson DC, et al. A double-blind, placebo-controlled study of risperidone in adults with autistic disorder and other pervasive developmental disorders. Arch Gen Psychiatry. 1998 Jul;55(7):633-41.
https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/204035
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9672054?tool=bestpractice.com
Na prática clínica, a risperidona é geralmente usada em conjunto com a terapia comportamental. O aripiprazol pode ser considerado como alternativa à risperidona, de acordo com orientações do Reino Unido.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
Tanto a olanzapina quanto a quetiapina são também usadas na prática clínica, mas a prescrição é off-label e as evidências são mais fracas.[214]McDougle CJ, Scahil L, Aman MG, et al. Risperidone for the core symptom domains of autism: results from the study by the autism network of the research units on pediatric psychopharmacology. Am J Psychiatry. 2005 Jun;162(6):1142-8.
http://ajp.psychiatryonline.org/doi/full/10.1176/appi.ajp.162.6.1142
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15930063?tool=bestpractice.com
Estudos prévios também mostraram a eficácia do haloperidol para os mesmos sintomas, embora os efeitos adversos sejam acentuados e seu uso não seja recomendado como primeira linha.[219]Anderson LT, Campbell M, Adams P, et al. The effects of haloperidol on discrimination learning and behavioral symptoms in autistic children. J Autism Dev Disord. 1989 Jun;19(2):227-39.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2663834?tool=bestpractice.com
Qualquer tratamento farmacológico deve ser usado com cautela, sob orientação especializada, com monitoramento cuidadoso de efeitos adversos.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
Tratamento de doenças coexistentes
Embora não haja nenhuma medicação disponível para tratar as principais dificuldades do TEA, medicamentos são às vezes usados para adultos e crianças no manejo das manifestações sintomáticas do TEA e respectivas comorbidades.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
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[103]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in adults: diagnosis and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/CG142
[188]National Institute for Health and Care Excellence. Autism spectrum disorder in under 19s: support and management. June 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/cg170
Em primeiro lugar, quando uma pessoa apresenta dificuldade comportamental ou sintomas sugestivos de transtorno psiquiátrico, os médicos devem avaliar e tratar qualquer gatilho físico, psicossocial e ambiental.[142]Lai MC, Anagnostou E, Wiznitzer M, et al. Evidence-based support for autistic people across the lifespan: maximising potential, minimising barriers, and optimising the person-environment fit. Lancet Neurol. 2020 May;19(5):434-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32142628?tool=bestpractice.com
Normalmente, em primeiro lugar, são consideradas as opções não farmacológicas.
Tratamento da depressão coexistente
Não há evidências diretas sobre tratamentos para a depressão em crianças e adultos com TEA; é necessário fazer uma extrapolação cuidadosa com base nas orientações sobre depressão na população em geral, com moderações baseadas nas necessidades e características individuais do paciente.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
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[220]Williams K, Brignell A, Randall M, et al. Selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) for autism spectrum disorders (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2013 Aug 20;(8):CD004677.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD004677.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23959778?tool=bestpractice.com
Para crianças com TEA, o manejo de primeira linha da depressão inclui terapia de suporte e TCC.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
O tratamento farmacológico para depressão em crianças com TEA só deve ser considerado por um especialista.[221]Kolevzon A, Mathewson KA, Hollander E. Selective serotonin reuptake inhibitors in autism: a review of efficacy and tolerability. J Clin Psychiatry. 2006 Mar;67(3):407-14.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16649827?tool=bestpractice.com
Crianças com TEA podem ter maior sensibilidade aos efeitos colaterais dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs); assim, recomenda-se ajuste lento e cuidadoso.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
[222]King BH, Hollander E, Sikich L, et al. Lack of efficacy of citalopram in children with autism spectrum disorders and high levels of repetitive behavior: citalopram ineffective in children with autism. Arch Gen Psychiatry. 2009 Jun;66(6):583-90.
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Uma grande revisão sistemática que avaliou a segurança de medicamentos psicotrópicos em crianças e adolescentes sem TEA contatou que, dos seis antidepressivos estudados, a fluoxetina apareceu como uma opção relativamente segura nessa faixa etária.[223]Solmi M, Fornaro M, Ostinelli EG, et al. Safety of 80 antidepressants, antipsychotics, anti-attention-deficit/hyperactivity medications and mood stabilizers in children and adolescents with psychiatric disorders: a large scale systematic meta-review of 78 adverse effects. World Psychiatry. 2020 Jun;19(2):214-32.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32394557?tool=bestpractice.com
Os ISRSs não tratam as características básicas do TEA, mas podem diminuir a ansiedade ou a depressão. Um grande estudo de alta qualidade não encontrou evidências da eficácia do citalopram no tratamento de comportamentos repetitivos.[222]King BH, Hollander E, Sikich L, et al. Lack of efficacy of citalopram in children with autism spectrum disorders and high levels of repetitive behavior: citalopram ineffective in children with autism. Arch Gen Psychiatry. 2009 Jun;66(6):583-90.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4112556
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Para adultos, adote uma abordagem estratificada para o tratamento da depressão, de acordo com a gravidade dos sintomas. Consulte as orientações locais ou nacionais pertinentes sobre o manejo da depressão na população em geral e considere abordagens psicossociais para o tratamento. Há algumas evidências de que a TCC pode reduzir os sintomas depressivos em adultos com TEA sem deficiência intelectual, embora, na prática, programas de TCC para pessoas com TEA muitas vezes se concentrem na ansiedade ou na agressividade, em vez de apenas na depressão.[224]McGillivray JA, Evert HT. Group cognitive behavioural therapy program shows potential in reducing symptoms of depression and stress among young people with ASD. J Autism Dev Disord. 2014 Aug;44(8):2041-51.
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[225]Danial JT, Wood JJ. Cognitive behavioral therapy for children with autism: review and considerations for future research. J Dev Behav Pediatr. 2013 Nov-Dec;34(9):702-15.
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Terapia psicológica de baixa intensidade (ou seja, TCC de baixa intensidade com ativação comportamental) e terapias baseadas em atenção plena também mostram promessa.[226]Russell A, Gaunt DM, Cooper K, et al. The feasibility of low-intensity psychological therapy for depression co-occurring with autism in adults: The Autism Depression Trial (ADEPT) - a pilot randomised controlled trial. Autism. 2020 Aug;24(6):1360-72.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1362361319889272?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31782656?tool=bestpractice.com
[227]Spek AA, van Ham NC, Nyklíček I. Mindfulness-based therapy in adults with an autism spectrum disorder: a randomized controlled trial. Res Dev Disabil. 2013 Jan;34(1):246-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22964266?tool=bestpractice.com
Os programas de habilidades sociais e profissionais podem também reduzir os sintomas depressivos em jovens e adultos com TEA, embora este não seja o foco principal destes programas.[228]Hillier AJ, Fish T, Siegel JH, et al. Social and vocational skills training reduces self-reported anxiety and depression among young adults on the autism spectrum. J Dev Phys Disabil. 2011 Jan;23:267-76.
Se necessário, os ISRSs devem ser usados com precaução em pessoas com TEA (especialmente, adultos jovens), uma vez que parece haver aumento do risco de ativação comportamental caracterizado por um conjunto de sintomas que incluem aumento do nível de atividade, impulsividade, insônia ou desinibição na ausência de mania.[229]Vasa RA, Carroll LM, Nozzolillo AA, et al. A systematic review of treatments for anxiety in youth with autism spectrum disorders. J Autism Dev Disord. 2014 Dec;44(12):3215-29.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25070468?tool=bestpractice.com
O tratamento só deve ser iniciado sob a orientação de um especialista.
Tratamento da ansiedade coexistente
Para crianças, recomenda-se extrapolação sobre o tratamento da ansiedade com base na orientação geral.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
Há boas evidências em favor da TCC para crianças com TEA em idade escolar (sem deficiência intelectual) que têm ansiedade comórbida.[230]Kreslins A, Robertson AE, Melville C. The effectiveness of psychosocial interventions for anxiety in children and adolescents with autism spectrum disorder: a systematic review and meta-analysis. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2015;9:22.
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[231]Ung D, Selles R, Small BJ, et al. A systematic review and meta-analysis of cognitive-behavioral therapy for anxiety in youth with high-functioning autism spectrum disorders. Child Psychiatry Hum Dev. 2015 Aug;46(4):533-47.
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[232]James AC, Reardon T, Soler A, et al. Cognitive behavioural therapy for anxiety disorders in children and adolescents. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Nov 16;11(11):CD013162.
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A TCC administrada em cenários alternativos (por exemplo, em escolas) por profissionais que não sejam médicos pode também ser efetiva, aumentando potencialmente o acesso a programas de TCC.[233]Clarke C, Hill V, Charman T. School based cognitive behavioural therapy targeting anxiety in children with autistic spectrum disorder: a quasi-experimental randomised controlled trail incorporating a mixed methods approach. J Autism Dev Disord. 2017 Dec;47(12):3883-95.
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[234]Reaven J, Blakeley-Smith A, Leuthe E, et al. Facing your fears in adolescence: cognitive-behavioral therapy for high-functioning autism spectrum disorders and anxiety. Autism Res Treat. 2012;2012:423905.
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Algumas crianças com ansiedade relacionada a incertezas podem se beneficiar com a introdução de rotina ou estrutura.[235]Wigham S, Rodgers J, South M, et al. The interplay between sensory processing abnormalities, intolerance of uncertainty, anxiety and restricted and repetitive behaviours in autism spectrum disorder. J Autism Dev Disord. 2015 Apr;45(4):943-52.
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Intervenções em ambiente de realidade virtual (ARV) mostram promessa para fobias em crianças mais velhas e passaram a fazer parte da prática clínica de rotina em alguns centros.[236]Maskey M, Rodgers J, Grahame V, et al. A randomised controlled feasibility trial of immersive virtual reality treatment with cognitive behaviour therapy for specific phobias in young people with autism spectrum disorder. J Autism Dev Disord. 2019 May;49(5):1912-27.
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Outras abordagens não farmacológicas mais recentes para a ansiedade em crianças com TEA, como o neurofeedback e abordagens administradas digitalmente em relação à autorregulação, estão atualmente em fase de avaliação.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
A medicação psicotrópica pode ser considerada por um especialista como parte do plano geral de tratamento para a ansiedade em crianças (por exemplo, se houver resposta inadequada ao tratamento de primeira linha).[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
As diretrizes do Reino Unido recomendam cautela no uso de um ISRS para a ansiedade, seguido por risperidona se a resposta for fraca.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5805024
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29237331?tool=bestpractice.com
Na prática, a risperidona é normalmente usada apenas para o alívio sintomático da ansiedade em curto prazo e somente sob orientação de um especialista. Os benzodiazepínicos, como o lorazepam ou o diazepam, são às vezes usados para o manejo da ansiedade em curto prazo em crianças mais velhas, onde outros medicamentos não tiverem sido eficazes ou forem mal tolerados. Estes medicamentos requerem monitoramento cuidadoso por especialistas e só devem ser usados por um período muito curto (normalmente, inferior a 2-4 semanas). No entanto, não há dados que dão suporte ao seu uso.
Para adultos, a TCC pode ajudar na ansiedade concomitante, embora talvez não seja possível para algumas pessoas com deficiência intelectual.[237]Weston L, Hodgekins J, Langdon PE. Effectiveness of cognitive behavioural therapy with people who have autistic spectrum disorders: A systematic review and meta-analysis. Clin Psychol Rev. 2016 Nov;49:41-54.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S027273581630071X?via%3Dihub
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[238]Ooi YP, Lam CM, Sung M, et al. Effects of cognitive-behavioural therapy on anxiety for children with high-functioning autistic spectrum disorders. Singapore Med J. 2008 Mar;49(3):215-20.
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[239]Wood JJ, Drahota A, Sze K, et al. Cognitive behavioral therapy for anxiety in children with autism spectrum disorders: a randomized, controlled trial. J Child Psychol Psychiatry. 2009 Mar;50(3):224-34.
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[240]Lang R, Regester A, Lauderdale S, et al. Treatment of anxiety in autism spectrum disorders using cognitive behaviour therapy: a systematic review. Dev Neurorehabil. 2010 Feb;13(1):53-63.
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Há novas evidências de que a ansiedade pode se apresentar de forma diferente no autismo, quando comparada com pessoas sem TEA, e que pode justificar intervenções individualizadas.[241]Rodgers J, Ofield A. Understanding, recognising and treating co-occurring anxiety in autism. Curr Dev Disord Rep. 2018;5(1):58-64.
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Para subtipos específicos de ansiedade (por exemplo, fobias), as intervenções em ambiente de realidade virtual mostram promessa e passaram a fazer parte da prática clínica de rotina em alguns centros.[242]Maskey M, Rodgers J, Ingham B, et al. Using virtual reality environments to augment cognitive behavioral therapy for fears and phobias in autistic adults. Autism Adulthood. 2019 Jun 1;1(2):134-45.
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Se a terapia farmacológica for necessária para adultos, há algumas evidências fornecidas por pequenos estudos de que os ISRSs estão associados a uma melhora modesta nos sintomas em adultos com TEA que têm transtornos de ansiedade. Essa melhora é predominantemente limitada a sintomas obsessivos compulsivos, e não há evidências suficientes para sugerir eficácia na redução da ansiedade relacionada ao autismo (por exemplo, medo de incertezas ou mudanças, ou sobrecarga sensorial).[142]Lai MC, Anagnostou E, Wiznitzer M, et al. Evidence-based support for autistic people across the lifespan: maximising potential, minimising barriers, and optimising the person-environment fit. Lancet Neurol. 2020 May;19(5):434-51.
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[218]McDougle CJ, Holmes JP, Carlson DC, et al. A double-blind, placebo-controlled study of risperidone in adults with autistic disorder and other pervasive developmental disorders. Arch Gen Psychiatry. 1998 Jul;55(7):633-41.
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[243]Buchsbaum MS, Hollander E, Haznedar MM, et al. Effect of fluoxetine on regional cerebral metabolism in autistic spectrum disorders: a pilot study. Int J Neuropsychopharmacol. 2001 Jun;4(2):119-25.
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[244]Hollander E, Soorya L, Chaplin W, et al. A double-blind placebo-controlled trial of fluoxetine for repetitive behaviors and global severity in adult autism spectrum disorders. Am J Psychiatry. 2012 Mar;169(3):292-9.
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Os benzodiazepínicos, como o lorazepam ou o diazepam, são às vezes usados para o manejo da ansiedade em curto prazo quando outros medicamentos não tiverem sido eficazes ou forem mal tolerados. Estes requerem monitoramento cuidadoso por especialistas e só devem ser usados por um período muito curto (normalmente, inferior a 2-4 semanas). No entanto, não há dados que dão suporte ao seu uso.
Manejo do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) coexistente
Para crianças, recomenda-se extrapolação sobre o tratamento do TOC com base na orientação geral.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
Para crianças com transtornos comórbidos relacionados ao TOC, abordagens comportamentais como a TCC (inclusive exposição e prevenção de resposta) são recomendadas como primeira linha, embora a TCC possa ser menos efetiva em jovens com TEA, em comparação com aqueles sem TEA. Atualmente, não há evidências de eficácia em crianças com deficiência intelectual, e a TCC pode não ser adequada para algumas crianças com deficiência intelectual.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
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[245]Murray K, Jassi A, Mataix-Cols D, et al. Outcomes of cognitive behaviour therapy for obsessive-compulsive disorder in young people with and without autism spectrum disorders: A case controlled study. Psychiatry Res. 2015 Jul 30;228(1):8-13.
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[246]Elliott SJ, Marshall D, Morley K, et al. Behavioural and cognitive behavioural therapy for obsessive compulsive disorder (OCD) in individuals with autism spectrum disorder (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2021 Sep 3;9(9):CD013173.
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Se for necessário tratamento farmacológico, há evidências preliminares fornecidas por ECRCs de que a fluoxetina é eficaz no curto prazo para a redução dos comportamentos obsessivos compulsivos em crianças e adolescentes com TEA. No entanto, a interpretação é limitada em decorrência de questões metodológicas.[247]Reddihough DS, Marraffa C, Mouti A, et al. Effect of fluoxetine on obsessive-compulsive behaviors in children and adolescents with autism spectrum disorders: a randomized clinical trial. JAMA. 2019 Oct 22;322(16):1561-69.
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A buspirona pode ser útil no tratamento de padrões de comportamento repetitivos entre crianças mais jovens, como evidenciam os resultados de um ECRC realizado com crianças com idades entre 2 e 6 anos.[248]Chugani DC, Chugani HT, Wiznitzer M, et al; Autism Center of Excellence Network. Efficacy of low-dose buspirone for restricted and repetitive behavior in young children with autism spectrum disorder: a randomized trial. J Pediatr. 2016 Mar;170:45-53.e1-4.
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Para adultos com TEA, a TCC pode ajudar no TOC concomitante, embora sua utilidade possa ser limitada para algumas pessoas com deficiência intelectual.[237]Weston L, Hodgekins J, Langdon PE. Effectiveness of cognitive behavioural therapy with people who have autistic spectrum disorders: A systematic review and meta-analysis. Clin Psychol Rev. 2016 Nov;49:41-54.
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[246]Elliott SJ, Marshall D, Morley K, et al. Behavioural and cognitive behavioural therapy for obsessive compulsive disorder (OCD) in individuals with autism spectrum disorder (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2021 Sep 3;9(9):CD013173.
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A terapia farmacológica pode ser considerada como parte de um plano de tratamento geral para o TOC em adultos. Os ISRSs estão associados a uma melhora modesta em adultos com sintomas obsessivos compulsivos.[218]McDougle CJ, Holmes JP, Carlson DC, et al. A double-blind, placebo-controlled study of risperidone in adults with autistic disorder and other pervasive developmental disorders. Arch Gen Psychiatry. 1998 Jul;55(7):633-41.
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[243]Buchsbaum MS, Hollander E, Haznedar MM, et al. Effect of fluoxetine on regional cerebral metabolism in autistic spectrum disorders: a pilot study. Int J Neuropsychopharmacol. 2001 Jun;4(2):119-25.
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Em particular, os ISRSs fluoxetina e fluvoxamina podem ser úteis para comportamentos repetitivos, em conjunto com intervenções comportamentais como a TCC.[249]Hollander E, Phillips A, Chaplin W, et al. A placebo controlled crossover trial of liquid fluoxetine on repetitive behaviors in childhood and adolescent autism. Neuropsychopharmacology. 2005 Mar;30(3):582-9.
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[250]McDougle CJ, Naylor ST, Cohen DJ, et al. A double-blind, placebo-controlled study of fluvoxamine in adults with autistic disorder. Arch Gen Psychiatry. 1996 Nov;53(11):1001-8.
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Esses medicamentos devem ser iniciados a doses bem baixas e ajustados lentamente.[251]Woodbury-Smith MR, Volkmar FR. Asperger syndrome. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2009 Jan;18(1):2-11.
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A dosagem deve ser iniciada sob orientação de um especialista, e é necessário o monitoramento rigoroso dos sintomas de agravamento da ansiedade. Atualmente, não há evidências suficientes para recomendar a risperidona no tratamento do TOC.
Tratamento da perturbação do sono
Para crianças com perturbação do sono, avalie a existência de quaisquer possíveis motivos subjacentes (por exemplo, síndrome das pernas inquietas, ansiedade ou outros transtornos do humor e condições de saúde subjacentes, como asma, eczema ou DRGE).[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
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Pergunte sobre fatores ambientais (por exemplo, tempo de tela antes de dormir e a rotina ao deitar da criança), pois isso também pode ajudar a orientar as abordagens comportamentais para perturbações do sono. Os desafios potenciais para abordagens comportamentais para perturbações do sono incluem algumas características básicas do TEA, como dificuldade com a regulação emocional (por exemplo, capacidade de se acalmar), dificuldade de transição das atividades para o sono e dificuldades de comunicação que podem afetar a compreensão da criança sobre as expectativas de sono dos pais.[252]Malow BA, Byars K, Johnson K, et al. A practice pathway for the identification, evaluation, and management of insomnia in children and adolescents with autism spectrum disorders. Pediatrics. 2012 Nov;130 Suppl 2:S106-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23118242?tool=bestpractice.com
No entanto, em geral, estratégias implementadas pelos pais, como estabelecer uma rotina clara para o horário de dormir e garantir que a criança durma em sua própria cama, parecem ser eficazes quando implementadas de forma consistente.[253]Malow BA, Adkins KW, Reynolds A, et al. Parent-based sleep education for children with autism spectrum disorders. J Autism Dev Disord. 2014 Jan;44(1):216-28.
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A adição de cronogramas visuais pode ser benéfica.[252]Malow BA, Byars K, Johnson K, et al. A practice pathway for the identification, evaluation, and management of insomnia in children and adolescents with autism spectrum disorders. Pediatrics. 2012 Nov;130 Suppl 2:S106-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23118242?tool=bestpractice.com
Existem kits de ferramentas que incluem abordagens comportamentais para perturbações do sono.
Autism Speaks: sleep strategies for children with autism
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Para as dificuldades de início do sono em crianças que não respondem ao manejo das causas subjacentes e intervenções comportamentais, a melatonina é prescrita com frequência.[254]Rossignol DA, Frye RE. Melatonin in autism spectrum disorders: a systematic review and meta-analysis. Dev Med Child Neurol. 2011 Sep;53(9):783-92.
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[255]Gringras P, Gamble C, Jones AP, et al. Melatonin for sleep problems in children with neurodevelopmental disorders: randomised double masked placebo controlled trial. BMJ. 2012 Nov 5;345:e6664.
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[256]Appleton RE, Jones AP, Gamble C, et al. The use of MElatonin in children with Neurodevelopmental Disorders and impaired Sleep: a randomised, double-blind, placebo-controlled, parallel study (MENDS). Health Technol Assess. 2012;16:i-239.
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Evidências (de cinco pequenos estudos) respaldam essa prescrição.[254]Rossignol DA, Frye RE. Melatonin in autism spectrum disorders: a systematic review and meta-analysis. Dev Med Child Neurol. 2011 Sep;53(9):783-92.
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Em um ensaio clínico, constatou-se que a melatonina reduz a latência do sono (adormecer), mas tem um efeito menor na duração total do sono.[255]Gringras P, Gamble C, Jones AP, et al. Melatonin for sleep problems in children with neurodevelopmental disorders: randomised double masked placebo controlled trial. BMJ. 2012 Nov 5;345:e6664.
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No entanto, muitos pais relatam que a melatonina ajuda seus filhos. Ela parece estar associada a nenhum efeito colateral ou a efeitos mínimos no curto prazo, embora se tenha observado um possível aumento na frequência de pesadelos, possivelmente pelo aumento no sono REM total.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
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[254]Rossignol DA, Frye RE. Melatonin in autism spectrum disorders: a systematic review and meta-analysis. Dev Med Child Neurol. 2011 Sep;53(9):783-92.
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Há evidências de ECRC de que a melatonina combinada com TCC é superior à melatonina isolada, à TCC isolada e ao placebo para reduzir sintomas de insônia.[257]Cortesi F, Giannotti F, Sebastiani T, et al. Controlled-release melatonin, singly and combined with cognitive behavioural therapy, for persistent insomnia in children with autism spectrum disorders: a randomized placebo-controlled trial. J Sleep Res. 2012 Dec;21(6):700-9.
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Portanto, a melatonina, preferencialmente combinada com uma intervenção comportamental, parece ser uma opção segura e eficaz para as dificuldades do sono em crianças com TEA, embora, atualmente, sua segurança no longo prazo não esteja clara.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
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[258]Williams Buckley A, Hirtz D, Oskoui M, et al. Practice guideline: Treatment for insomnia and disrupted sleep behavior in children and adolescents with autism spectrum disorder: Report of the Guideline Development, Dissemination, and Implementation Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2020 Mar 3;94(9):392-404.
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Para adultos com TEA, depois de avaliar e tratar as causas subjacentes, siga as orientações sobre perturbações do sono na população adulta geral. Geralmente, em primeiro lugar, deve-se considerar uma intervenção comportamental em adultos com TEA, embora, atualmente, não existam dados sobre abordagens específicas para o TEA.[259]Relia S, Ekambaram V. Pharmacological approach to sleep disturbances in autism spectrum disorders with psychiatric comorbidities: a literature review. Med Sci (Basel). 2018 Oct;6(4):95.
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Para a população adulta em geral, a TCC para insônia (TCC-i) é recomendada como primeira linha para insônia crônica; a TCC-i presencial e a TCC-i baseada em computador (TCC digital ou TCC-iD) parecem ser igualmente eficazes.[260]Wilson S, Anderson K, Baldwin D, et al. British Association for Psychopharmacology consensus statement on evidence-based treatment of insomnia, parasomnias and circadian rhythm disorders: An update. J Psychopharmacol. 2019 Aug;33(8):923-47.
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[262]Seyffert M, Lagisetty P, Landgraf J, et al. Internet-delivered cognitive behavioral therapy to treat insomnia: a systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2016;11(2):e0149139.
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[263]van Straten A, van der Zweerde T, Kleiboer A, et al. Cognitive and behavioral therapies in the treatment of insomnia: A meta-analysis. Sleep Med Rev. 2018 Apr;38:3-16.
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Há evidências muito limitadas em favor do uso da melatonina em adultos com TEA.[265]Galli-Carminati G, Deriaz N, Bertschy G. Melatonin in treatment of chronic sleep disorders in adults with autism: a retrospective study. Swiss Med Wkly. 2009 May 16;139(19-20):293-6.
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Por ser aparentemente um tratamento seguro e eficaz em crianças, vale a pena considerar a administração inicial de melatonina em adultos com perturbações do sono. Caso contrário, se for necessário tratamento farmacológico, siga as orientações gerais sobre o manejo de perturbações do sono em adultos. A titulação lenta e cautelosa da farmacoterapia é necessária por causa do possível aumento do risco de efeitos adversos em pessoas com TEA.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
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Como para todos os adultos com insônia, o tratamento prolongado com benzodiazepínicos ou agonistas do GABA não é recomendado por causa do risco de intolerância e efeitos colaterais.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
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Tratamento do transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH) coexistente
Dentro da sala de aula, as estratégias incluem modificações educacionais e uso cuidadoso da linguagem que é feita sob medida para a compreensão da criança. Outras estratégias comportamentais incluem dividir as tarefas em unidades gerenciáveis e fazer pausas regulares para a atividade.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
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Outras abordagens comportamentais para o TDAH na população pediátrica geral incluem o treinamento dos pais em grupo e/ou tratamentos psicológicos individuais; como base, o tratamento exclusivamente não farmacológico para o TEA é provavelmente mais adequado em primeiro lugar para crianças mais jovens e naquelas com sintomas mais leves.[266]Bolea-Alamañac B, Nutt DJ, Adamou M, et al. Evidence-based guidelines for the pharmacological management of attention deficit hyperactivity disorder: update on recommendations from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2014 Mar;28(3):179-203.
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[267]National Institute for Health and Care Excellence. Attention deficit hyperactivity disorder: diagnosis and management. March 2018 [internet publication].
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O tratamento farmacológico para crianças com TEA e TDAH comórbido pode ser considerado como parte do plano geral de manejo, se os problemas persistirem apesar das estratégias de manejo comportamental.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
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Crianças com TEA podem apresentar aumento do risco de efeitos adversos decorrentes de tratamento farmacológico; portanto, é necessário que haja uma prescrição cuidadosa, titulação lenta e monitoramento regular.[268]The MTA Cooperative Group. 14-month randomized clinical trial of treatment strategies for attention-deficit/hyperactivity disorder. The MTA Cooperative Group. Multimodal Treatment Study of Children with ADHD. Arch Gen Psychiatry. 1999 Dec;56(12):1073-86.
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[269]Research Units on Pediatric Psychopharmacology Autism Network. Randomized, controlled, crossover trial of methylphenidate in pervasive developmental disorders with hyperactivity. Arch Gen Psychiatry. 2005 Nov;62(11):1266-74.
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O metilfenidato pode ser usado para o TDAH que não pode ser manejado comportamentalmente, que interfere no potencial de aprendizagem ou que causa dificuldades significativas em casa ou na escola. No entanto, as evidências em favor da sua utilização no TEA são de baixa qualidade e baseiam-se apenas em ensaios de curto prazo.[270]Sturman N, Deckx L, van Driel ML. Methylphenidate for children and adolescents with autism spectrum disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Nov 21;(11):CD011144.
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Ele é menos frequentemente efetivo no tratamento de crianças com TEA (aproximadamente 30% respondem) do que em crianças com TDAH sem TEA (aproximadamente, 70% a 80% respondem).[268]The MTA Cooperative Group. 14-month randomized clinical trial of treatment strategies for attention-deficit/hyperactivity disorder. The MTA Cooperative Group. Multimodal Treatment Study of Children with ADHD. Arch Gen Psychiatry. 1999 Dec;56(12):1073-86.
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Os efeitos colaterais mais comumente relatados em crianças com TEA incluem diminuição do apetite, dificuldades para dormir, desconforto abdominal, retração social, irritabilidade e explosões emocionais.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
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É necessário haver monitoramento do peso e da pressão arterial.
A atomoxetina é uma alternativa não estimulante ao metilfenidato e é recomendada por diversas diretrizes de tratamento como opção de segunda linha para crianças com TEA e sintomas comórbidos de TDAH.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
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Evidências limitadas, fornecidas por ECRCs, respaldam seu uso para essa indicação; ela parece estar associada a uma melhora na hiperatividade e, possivelmente, também na desatenção.[271]Harfterkamp M, van de Loo-Neus G, Minderaa RB, et al. A randomized double-blind study of atomoxetine versus placebo for attention-deficit/hyperactivity disorder symptoms in children with autism spectrum disorder. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2012 Jul;51(7):733-41.
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[272]Arnold LE, Aman MG, Cook AM, et al. Atomoxetine for hyperactivity in autism spectrum disorders: placebo-controlled crossover pilot trial. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2006 Oct;45(10):1196-205.
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[273]Patra S, Nebhinani N, Viswanathan A, et al. Atomoxetine for attention deficit hyperactivity disorder in children and adolescents with autism: A systematic review and meta-analysis. Autism Res. 2019 Apr;12(4):542-52.
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Ela parece ser mais eficaz quando combinada com o treinamento dos pais.[274]Handen BL, Aman MG, Arnold LE, et al. Atomoxetine, parent training, and their combination in children with autism spectrum disorder and attention-deficit/hyperactivity disorder. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2015 Nov;54(11):905-15.
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[275]Smith T, Aman MG, Arnold LE, et al. Atomoxetine and parent training for children with autism and attention-deficit/hyperactivity disorder: a 24-week extension study. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2016 Oct;55(10):868-76.e2.
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Parece ser igualmente eficaz ao metilfenidato para crianças com TEA e sintomas de TDAH.[269]Research Units on Pediatric Psychopharmacology Autism Network. Randomized, controlled, crossover trial of methylphenidate in pervasive developmental disorders with hyperactivity. Arch Gen Psychiatry. 2005 Nov;62(11):1266-74.
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Os efeitos adversos incluem náuseas, fadiga e dificuldades para dormir.[272]Arnold LE, Aman MG, Cook AM, et al. Atomoxetine for hyperactivity in autism spectrum disorders: placebo-controlled crossover pilot trial. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2006 Oct;45(10):1196-205.
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Os agonistas alfa-adrenérgicos clonidina e guanfacina são também recomendados pelas diretrizes de tratamento como opções de segunda linha para crianças com TEA e sintomas de TDAH comórbido, com base em evidências limitadas.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
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Os efeitos colaterais da clonidina incluem sedação, torpor, fadiga e redução da atividade.[276]Fankhauser MP, Karumanchi VC, German ML, et al. A double-blind, placebo-controlled study of the efficacy of transdermal clonidine in autism. J Clin Psychiatry. 1992 Mar;53(3):77-82
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A guanfacina parece ser igualmente efetiva à clonidina (e ao metilfenidato).[278]Scahill L, McCracken JT, King BH, et al.; Research Units on Pediatric Psychopharmacology Autism Network. Extended-release guanfacine for hyperactivity in children with autism spectrum disorder. Am J Psychiatry. 2015 Dec;172(12):1197-206.
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Os efeitos colaterais da guanfacina incluem torpor, irritabilidade, redução da pressão arterial e bradicardia. Observe que não há dados para dar suporte a combinação de tratamentos para o TDAH.
Outros medicamentos (por exemplo, antipsicóticos atípicos) são às vezes usados na prática clínica para tratar a hiperatividade, mas há evidências limitadas para essa indicação, e eles não são recomendados dentro deste tópico.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
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Para adultos, recomenda-se uma extrapolação cautelosa com base nas orientações sobre o TDAH na população adulta geral, levando em consideração o possível aumento do risco de efeitos adversos.[102]Howes OD, Rogdaki M, Findon JL, et al. Autism spectrum disorder: Consensus guidelines on assessment, treatment and research from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2018 Jan;32(1):3-29.
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Normalmente, as diretrizes sobre o tratamento do TDAH em adultos recomendam tratamentos farmacológicos como primeira linha, em parte pela falta de evidências da eficácia de tratamentos não farmacológicos.[266]Bolea-Alamañac B, Nutt DJ, Adamou M, et al. Evidence-based guidelines for the pharmacological management of attention deficit hyperactivity disorder: update on recommendations from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2014 Mar;28(3):179-203.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24526134?tool=bestpractice.com
[267]National Institute for Health and Care Excellence. Attention deficit hyperactivity disorder: diagnosis and management. March 2018 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng87
Para o TDAH em adultos em geral, os medicamentos estimulantes são recomendados como primeira linha.[266]Bolea-Alamañac B, Nutt DJ, Adamou M, et al. Evidence-based guidelines for the pharmacological management of attention deficit hyperactivity disorder: update on recommendations from the British Association for Psychopharmacology. J Psychopharmacol. 2014 Mar;28(3):179-203.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24526134?tool=bestpractice.com
[267]National Institute for Health and Care Excellence. Attention deficit hyperactivity disorder: diagnosis and management. March 2018 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng87
Até o momento, não há ECRCs sobre medicamentos para o TDAH em adultos com TEA. Há algumas evidências sobre a eficácia de alguns agentes, como o metilfenidato ou a atomoxetina, para o tratamento de sintomas de TDAH em pacientes com TEA.[279]Cortese S, Castelnau P, Morcillo C, et al. Psychostimulants for ADHD-like symptoms in individuals with autism spectrum disorders. Expert Rev Neurother. 2012 Apr;12(4):461-73.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22449217?tool=bestpractice.com
[280]Posey DJ, Aman MG, McCracken JT, et al. Positive effects of methylphenidate on inattention and hyperactivity in pervasive developmental disorders: an analysis of secondary measures. Biol Psychiatry. 2007 Feb 15;61(4):538-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17276750?tool=bestpractice.com
[272]Arnold LE, Aman MG, Cook AM, et al. Atomoxetine for hyperactivity in autism spectrum disorders: placebo-controlled crossover pilot trial. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2006 Oct;45(10):1196-205.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17003665?tool=bestpractice.com
O tratamento deve ser considerado caso a caso e iniciado sob orientação de um especialista.
Manejo de dificuldades com alimentos e bebidas
Em crianças, os problemas podem incluir:[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
Sensibilidade alimentar baseada na cor, sabor, cheiro, textura ou temperatura
Rituais com relação à apresentação
Consumo compulsivo de determinados alimentos, inclusive itens não alimentícios (pica)
Recusa comportamental (por exemplo, segurar alimentos na boca, engasgos volitivos, êmese)
Retardo no desenvolvimento motor oral em crianças com atrasos no desenvolvimento.
Alguns problemas comportamentais envolvendo alimentação podem persistir na adolescência.
A abordagem inicial inclui a identificação e o manejo de problemas subjacentes ou contribuintes, tais como:[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
DRGE (se presente, pode ser necessário encaminhamento para um gastroenterologista)
Dor de dentes
Alergias alimentares
Intolerância à lactose
Constipação
Dificuldades motoras orais (se presentes, é necessário encaminhamento para avaliação por um fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional).
Ofereça orientação sobre abordagens comportamentais para otimizar a estrutura e a previsibilidade das refeições e reduzir a distração. Crianças com TEA podem requerer a oferta de alimentos novos, várias vezes, para se familiarizarem com eles. Avalie se crianças com dietas seletivas necessitam de fortificação vitamínica (por exemplo, por pouca ingestão de vitamina D ou cálcio), tendo em conta os níveis de fortificação alimentar do país onde você atua. O parecer de um nutricionista pode ser benéfico.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
Crianças com problemas graves (por exemplo, vômitos intensos, pica ou aversão) provavelmente precisarão de encaminhamento para um terapeuta ocupacional ou fonoaudiológico.
Abordagem de comunicação total
Isso se refere ao uso de uma variedade de métodos de comunicação para otimizar a capacidade de uma pessoa de se comunicar com outras pessoas. Alguns exemplos de métodos de comunicação alternativos e aumentativos, usados com ou sem fala e comunicação não verbal, são descritos aqui.
O sistema de comunicação por troca de figuras (PECS) é usado junto com métodos de ensino estruturados para auxiliar as crianças a fazerem pedidos e comunicarem suas necessidades. O PECS usa um programa de base comportamental para ensinar a criança a trocar um cartão com figura por algo que ela gosta ou deseja. Objetos, figuras ou símbolos podem ser usados, de acordo com o nível de desenvolvimento da criança.[281]Yoder P, Stone WL. A randomized comparison of the effect of two prelinguistic communication interventions on the acquisition of spoken communication in preschoolers with ASD. J Speech Lang Hear Res. 2006 Aug;49(4):698-711.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16908870?tool=bestpractice.com
[282]Yoder P, Stone WL. Randomized comparison of two communication interventions for preschoolers with autistic spectrum disorders. J Consult Clin Psychol. 2006 Jun;74(3):426-35.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16822100?tool=bestpractice.com
[283]Howlin P, Gordon RK, Pasco G, et al. The effectiveness of Picture Exchange Communication System (PECS) training for teachers of children with autism: a pragmatic, group randomised controlled trial. J Child Psychol Psychiatry. 2007 May;48(5):473-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17501728?tool=bestpractice.com
Pesquisas têm demonstrado alguns benefícios do uso do PECS em crianças com TEA com pouca ou nenhuma função da fala.[284]Brignell A, Chenausky KV, Song H, et al. Communication interventions for autism spectrum disorder in minimally verbal children. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Nov 5;(11):CD012324.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6516977
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30395694?tool=bestpractice.com
Ele proporciona um método de comunicação para crianças que não conseguem se comunicar verbalmente, e pode haver efeitos positivos na comunicação social e em comportamentos desafiadores.[285]Preston D, Carter M. A review of the efficacy of the picture exchange communication system intervention. J Autism Dev Disord. 2009 Oct;39(10):1471-86.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19495952?tool=bestpractice.com
Parece ter um efeito neural no desenvolvimento da linguagem falada.[286]Flippin M, Reszka S, Watson LR. Effectiveness of the Picture Exchange Communication System (PECS) on communication and speech for children with autism spectrum disorders: a meta-analysis. Am J Speech Lang Pathol. 2010 May;19(2):178-95.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20181849?tool=bestpractice.com
A linguagem de sinais (por exemplo, Makaton) é outra estratégia de comunicação alternativa, e há novas evidências em favor de dispositivos geradores de fala (por exemplo, smartphones com aplicativos de comunicação) para facilitar a comunicação de pedidos entre pessoas minimamente verbalizadas com TEA, embora o efeito sobre a linguagem falada seja desconhecido.[287]Lorah ER, Parnell A, Whitby PS, et al. A systematic review of tablet computers and portable media players as speech generating devices for individuals with autism spectrum disorder. J Autism Dev Disord. 2015 Dec;45(12):3792-804.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25413144?tool=bestpractice.com
Terapias multidisciplinares
Para crianças, as opções incluem fonoterapia, terapia ocupacional e fisioterapia. A fonoterapia é a intervenção mais comumente identificada em crianças com TEA.[288]Green VA, Pituch KA, Itchon J, et al. Internet survey of treatments used by parents of children with autism. Res Dev Disabil. 2006 Jan-Feb;27(1):70-84.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15919178?tool=bestpractice.com
As estratégias incluem o reforço da repetição dos sons e do uso de palavras, de forma semelhante às estratégias iniciais de desenvolvimento da fala.[289]DeThorne L, Johnson CJ, Walder L, et al. When "Simon says" doesn't work: alternatives to imitation for facilitating early speech development. Am J Speech Lang Pathol. 2009 May;18(2):133-45.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18930909?tool=bestpractice.com
Uma minoria significativa (aproximadamente 30% das crianças com TEA) nunca vai adquirir discurso verbal.[290]Anderson DK, Lord C, Risi S, et al. Patterns of growth in verbal abilities among children with autism spectrum disorder. J Consult Clin Psychol. 2007 Aug;75(4):594-604.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17663613?tool=bestpractice.com
É importante saber que a fala de frases pode se desenvolver pelo menos até os 10 anos de idade, especialmente em crianças com comunicação não verbal e habilidades de interação social preservadas.[291]Wodka EL, Mathy P, Kalb L. Predictors of phrase and fluent speech in children with autism and severe language delay. Pediatrics. 2013 Apr;131(4):e1128-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23460690?tool=bestpractice.com
Em crianças mais velhas e adolescentes verbais, a fonoterapia pode ser benéfica. Pode ajudar com deficits na linguagem pragmática, o que pode afetar negativamente a interação social com colegas e adultos e em ambientes educacionais (por exemplo, interpretação literal da linguagem e dificuldade de compreensão da intenção dos outros).
Crianças com pouco tônus muscular ou transtorno do desenvolvimento da coordenação podem se beneficiar de fisioterapia e/ou terapia ocupacional, que podem ajudá-las no comprometimento motor bruto e nas habilidades motoras e adaptáveis finas, como autocuidados, uso de brinquedos e escrita à mão. Nos EUA, cerca de dois terços das crianças com TEA em idade pré-escolar recebem serviços de terapia ocupacional.[292]Bilaver LA, Cushing LS, Cutler AT. Prevalence and correlates of educational intervention utilization among children with autism spectrum disorder. J Autism Dev Disord. 2016 Feb;46(2):561-71.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26391885?tool=bestpractice.com
Os terapeutas ocupacionais podem oferecer intervenções sensoriais para tratar os sintomas, como aumento da sensibilidade ao som, que podem ser incômodas para a criança e relacionadas a comportamentos repetitivos ou desafiadores.[293]Barton EE, Reichow B, Schnitz A, et al. A systematic review of sensory-based treatments for children with disabilities. Res Dev Disabil. 2015 Feb;37:64-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25460221?tool=bestpractice.com
As terapias sensoriais são comumente solicitadas pelos cuidadores, embora sejam atualmente limitadas as evidências em prol do seu uso.[288]Green VA, Pituch KA, Itchon J, et al. Internet survey of treatments used by parents of children with autism. Res Dev Disabil. 2006 Jan-Feb;27(1):70-84.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15919178?tool=bestpractice.com
[293]Barton EE, Reichow B, Schnitz A, et al. A systematic review of sensory-based treatments for children with disabilities. Res Dev Disabil. 2015 Feb;37:64-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25460221?tool=bestpractice.com
[294]Case-Smith J, Weaver LL, Fristad MA. A systematic review of sensory processing interventions for children with autism spectrum disorders. Autism. 2015 Feb;19(2):133-48.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24477447?tool=bestpractice.com
[295]Weitlauf AS, Sathe N, McPheeters ML, et al. Interventions targeting sensory challenges in autism spectrum disorder: a systematic review. Pediatrics. 2017 Jun;139(6):e20170347.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28562287?tool=bestpractice.com
São necessárias pesquisas mais rigorosas sobre intervenções eficazes para sintomas sensoriais heterogêneos.[296]Uljarević M, Baranek G, Vivanti G, et al. Heterogeneity of sensory features in autism spectrum disorder: Challenges and perspectives for future research. Autism Res. 2017 May;10(5):703-10.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28266796?tool=bestpractice.com
Marcha digitígrada é comum em crianças com TEA. Podem ser necessárias intervenções para esses casos, como alongamento passivo, órtese e tala.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
Para crianças em idade pré-escolar e escolar, os serviços educacionais desempenham um papel fundamental, auxiliando com, e usando, intervenções comportamentais (por exemplo, para recursos essenciais de TEA).
Para adultos, as terapias incluem fonoterapia, terapia ocupacional e fisioterapia. A fonoterapia pode ajudar com a pragmática de turnos de fala e escuta em uma conversa normal. A terapia ocupacional e a fisioterapia ajudarão em caso de baixa integração sensorial e a coordenação motora. A terapia contínua prolongada é mais eficaz que a programação episódica.[297]Volkmar F, Cook EH Jr, Pomeroy J, et al. Practice parameters for the assessment and treatment of children, adolescents, and adults with autism and other pervasive developmental disorders: American Academy of Child and Adolescent Psychiatry Working Group on Quality Issues. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 1999 Dec;38(12 Suppl):32S-54.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10624084?tool=bestpractice.com
Hormônios, dieta, estilo de vida ou outras opções alternativas
Não existem evidências sólidas de que opções de estilo de vida (por exemplo, suplementos nutricionais) resultem em melhor ou pior desfecho das características básicas do TEA.[29]Hyman SL, Levy SE, Myers SM, et al. Identification, evaluation, and management of children with autism spectrum disorder. Pediatrics. 2020 Jan;145(1):e20193447.
https://pediatrics.aappublications.org/content/145/1/e20193447.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31843864?tool=bestpractice.com
[157]Parr J. Autism. BMJ Clin Evid. 2010 Jan 7;2010:0322.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2907623
Algumas intervenções procuradas por indivíduos com TEA ou seus familiares (por exemplo, quelação, oxigenoterapia hiperbárica e medicamentos inibidores de hormônios sexuais) têm evidências significativas de danos.[298]Singer A, Ravi R. Complementary and alternative treatments for autism part 2: identifying and avoiding non-evidence-based treatments. AMA J Ethics. 2015 Apr 1;17(4):375-80.
https://journalofethics.ama-assn.org/article/complementary-and-alternative-treatments-autism-part-2-identifying-and-avoiding-non-evidence-based/2015-04
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25901708?tool=bestpractice.com
Revisões sistemáticas concluíram que não há evidência de que doses únicas ou múltiplas de secretina intravenosa são eficazes para o tratamento do TEA.[299]Williams K, Wray JA, Wheeler DM. Intravenous secretin for autism spectrum disorders (ASD). Cochrane Database Syst Rev. 2012 Apr 18;(4):CD003495.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD003495.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22513913?tool=bestpractice.com
[300]Krishnaswami S, McPheeters ML, Veenstra-Vanderweela J. A systematic review of secretin for children with autism sprectrum disorders. Pediatrics. 2011 May;127(5):1322-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/21464196
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21464196?tool=bestpractice.com
Não há evidências que apoiem dietas de exclusão.[301]Piwowarczyk A, Horvath A, Łukasik J, et al. Gluten- and casein-free diet and autism spectrum disorders in children: a systematic review. Eur J Nutr. 2018 Mar;57(2):433-40.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28612113?tool=bestpractice.com
No entanto, apesar disso, alguns pais estão dispostos a segui-las. Os pais e os filhos devem receber apoio na manutenção de uma boa nutrição e de um peso saudável se uma dieta de exclusão for seguida; neste caso, o parecer de um nutricionista pode ser útil.
Os médicos devem ser claros sobre a evidência (ou falta de evidência) de abordagens de tratamento específicas usadas pelas famílias, e devem deixar claro quais intervenções podem ser prejudiciais.