Pancreatite aguda
- Visão geral
- Teoria
- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
Procure por este ícone: para as opções de tratamento que são afetadas, ou adicionadas, em função das comorbidades do seu paciente.
todos os pacientes
ressuscitação fluídica
A reposição precoce e adequada de fluidos é a etapa mais importante no tratamento inicial. Evidências sugerem que a ressuscitação fluídica precoce reduz o risco de falência de órgãos e morte.[102]Wall I, Badalov N, Baradarian R, et al. Decreased mortality in acute pancreatitis related to early aggressive hydration. Pancreas. 2011 May;40(4):547-50. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21499208?tool=bestpractice.com [103]Gardner TB, Vege SS, Pearson RK, et al. Fluid resuscitation in acute pancreatitis. Clin Gastroenterol Hepatol. 2008 Jul 10;6(10):1070-6. https://www.doi.org/10.1016/j.cgh.2008.05.005 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18619920?tool=bestpractice.com
Administre fluidoterapia intravenosa a todos os pacientes com suspeita ou confirmação de pancreatite aguda, mesmo aqueles com doença leve.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com Deixar de fornecer líquidos suficientes é um erro comum, principalmente em pacientes que apresentam sintomas leves.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Consulte os protocolos locais para obter recomendações específicas sobre a escolha de fluidos.Evidências de pacientes graves em geral (não especificamente pessoas com pancreatite aguda) sugerem que não há diferença no benefício entre soro fisiológico e um cristaloide balanceado (como a solução de Hartmann [também conhecida como lactato de Ringer] ou Plasma-Lyte®) e, portanto, qualquer escolha de fluido é razoável.[100]Zampieri FG, Machado FR, Biondi RS, et al. Effect of intravenous fluid treatment with a balanced solution vs 0.9% saline solution on mortality in critically ill patients: the BaSICS randomized clinical trial. JAMA. 2021 Aug 10;326(9):1-12. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8356144 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34375394?tool=bestpractice.com [101]Finfer S, Micallef S, Hammond N, et al. Balanced multielectrolyte solution versus saline in critically ill adults. N Engl J Med. 2022 Mar 3;386(9):815-26. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35041780?tool=bestpractice.com
Esteja ciente de que grandes volumes de solução salina normal como único fluido para ressuscitação podem levar à acidose hiperclorêmica. Isso tem particular relevância na pancreatite aguda, onde o pH baixo pode desencadear a ativação prematura do tripsinogênio e exacerbar a dor abdominal. Se o paciente recebeu um grande volume de solução salina infundida, é importante monitorar o sódio e o cloreto.
Algumas diretrizes recomendam especificamente o uso do lactato de Ringer (um cristaloide balanceado) para pacientes com pancreatite aguda.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com Há evidências fracas de um efeito anti-inflamatório com o lactato de Ringer; no entanto, faltam evidências de alta qualidade sobre a escolha do fluido específico para pacientes com pancreatite aguda.[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com
Inicie a fluidoterapia intravenosa, ajustar para um ou mais dos seguintes indicadores de perfusão de órgãos-alvo:[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Frequência cardíaca <120 bpm
Pressão arterial média 65 a 85 mmHg (8.7 a 11.3 kPa)
Débito urinário >0.5 a 1 ml/kg/hora
Hematócrito 35% a 44%
Observe que a pressão venosa central pode não ser confiável como indicador de ressuscitação adequada.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Pacientes com pancreatite aguda grave devem ser cateterizados para monitorar o débito urinário.
Practical tip
Observe que o uso de fluido contendo lactato em um paciente com comprometimento do metabolismo hepático pode levar a um nível de lactato espúrio elevado, portanto, os resultados precisam ser interpretados com outros marcadores de volemia.
Practical tip
Cuidado com a síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) e/ou falência de múltiplos órgãos - esses são o maior risco de vida na primeira semana.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
A inflamação pancreática e a resposta da SRIS podem levar à perda de fluido no terceiro espaço, resultando em hipovolemia profunda, hipoperfusão e danos nos órgãos-alvo.
Avalie sinais de disfunção orgânica, particularmente cardiovascular, respiratória ou renal.
Considere a transferência para a unidade de terapia intensiva (UTI) para qualquer paciente que tenha SRIS ou sinais precoces de falência orgânica.
Evidência: Escolha do fluido
As evidências de todos os pacientes gravemente enfermos apontam para nenhum benefício do uso de um cristaloide balanceado em vez de solução salina normal A evidência direta de pacientes com pancreatite aguda é muito limitada, embora o lactato de Ringer tenha potencialmente um efeito anti-inflamatório adicional nesses pacientes. A prática clínica varia muito, então você deve verificar os protocolos locais.
Tem havido um amplo debate sobre a escolha entre soro fisiológico (um cristaloide desequilibrado) versus um cristaloide balanceado (como a solução de Hartmann [também conhecida como Ringer lactato] ou Plasma-Lyte®) para ressuscitação fluídica em pacientes gravemente doentes.
De 2021 a 2022, dois grandes ensaios clínicos randomizados e controlados duplo-cegos (ECRC) foram publicados avaliando a ressuscitação com fluidoterapia intravenosa em pacientes de unidade de terapia intensiva (UTI) com uma solução cristaloide balanceada (Plasma-Lyte®) versus solução salina normal: o estudo Plasma-Lyte® 148 versus Saline (PLUS) (53 UTIs na Austrália e Nova Zelândia; N = 5037) e o Balanced Solutions in Intensive Care Study (BASICS) (75 UTIs no Brasil; N=11,052).[100]Zampieri FG, Machado FR, Biondi RS, et al. Effect of intravenous fluid treatment with a balanced solution vs 0.9% saline solution on mortality in critically ill patients: the BaSICS randomized clinical trial. JAMA. 2021 Aug 10;326(9):1-12. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8356144 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34375394?tool=bestpractice.com [101]Finfer S, Micallef S, Hammond N, et al. Balanced multielectrolyte solution versus saline in critically ill adults. N Engl J Med. 2022 Mar 3;386(9):815-26. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35041780?tool=bestpractice.com
No estudo PLUS, 45,2% dos pacientes foram internados na UTI diretamente da cirurgia (de emergência ou eletiva), 42.3% tinham sepse e 79.0% estavam recebendo ventilação mecânica no momento da randomização.
No estudo BASICS, quase metade dos pacientes (48.4%) foram internados na UTI após cirurgia eletiva e cerca de 68% tiveram alguma forma de ressuscitação fluídica antes de serem randomizados.
Ambos não encontraram diferença na mortalidade geral em 90 dias ou em subgrupos pré-especificados para pacientes com lesão renal aguda (LRA) ou sepse, ou pós-cirurgia. Eles também não encontraram nenhuma diferença no risco de IRA.
Nenhum estudo incluiu informações especificas/de subgrupos sobre pacientes com pancreatite aguda.
Uma metanálise de 13 ECRs (incluindo PLUS e BASICS) confirmou que não há diferença geral, embora os autores tenham destacado uma tendência não significativa de benefício de soluções balanceadas para risco de morte.[104]Hammond NE, Zampieri FG, Di Tanna GL, et al. Balanced crystalloids versus saline in critically ill adults: a systematic review with meta-analysis. NEJM Evid. 2022 Jan 18;1(2). https://evidence.nejm.org/doi/full/10.1056/EVIDoa2100010
As evidências anteriores foram confusas.
Um estudo duplo-cego, randomizado por cluster e de cruzamento duplo de 2015 conduzido em quatro UTIs na Nova Zelândia (N = 2278), o estudo de 0.9% de solução salina versus Plasma-Lyte® para fluidoterapia na UTI (SPLIT), não encontrou diferença na mortalidade intra-hospitalar, lesão renal aguda ou uso de terapia renal substitutiva.[105]Young P, Bailey M, Beasley R, et al. Effect of a buffered crystalloid solution vs saline on acute kidney injury among patients in the intensive care unit: the SPLIT randomized clinical trial. JAMA. 2015 Oct 27;314(16):1701-10. https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2454911 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26444692?tool=bestpractice.com
No entanto, um estudo multicêntrico não cego randomizado por cluster de 2018 nos EUA - o ensaio de soluções isotônicas e eventos renais adversos graves (SMART), entre 15.802 adultos gravemente enfermos recebendo cuidados na UTI - encontrou possíveis pequenos benefícios do cristaloide balanceado (lactato de Ringer ou Plasma-Lyte®) em comparação com a solução salina normal. Os resultados de 30 dias mostraram uma redução não significativa da mortalidade no grupo de cristaloides balanceados versus o grupo de solução salina normal (10.3% versus 11.1%; razão de chances [RC] 0.90, IC 95% 0.80 a 1.01) e uma taxa de eventos renais adversos importantes de 14.3% versus 15.4%, respectivamente (RC 0.91, IC 95% 0.84 a 0.99).[106]Semler MW, Self WH, Wanderer JP, et al. Balanced crystalloids versus saline in critically ill adults. N Engl J Med. 2018 Feb 27;378(9):829-39. https://www.doi.org/10.1056/NEJMoa1711584 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29485925?tool=bestpractice.com
Uma revisão Cochrane de 2019 incluiu 21 ensaios clínicos randomizados (N = 20.213) avaliando cristaloides balanceados versus solução salina normal para ressuscitação ou manutenção em um ambiente de cuidados intensivos.[107]Antequera Martín AM, Barea Mendoza JA, Muriel A, et al. Buffered solutions versus 0.9% saline for resuscitation in critically ill adults and children. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Jul 19;(7):CD012247. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD012247.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31334842?tool=bestpractice.com
Todos os três maiores ensaios clínicos randomizados da revisão Cochrane (incluindo SMART e SPLIT) examinaram a ressuscitação fluídica em adultos e representaram 94.2% dos participantes (N = 19.054).
Não houve diferença na mortalidade hospitalar (RC 0.91, IC 95% 0.83 a 1.01; evidência de alta qualidade avaliada pelo GRADE), lesão renal aguda (RC 0.92, IC 95% 0.84 a 1.00; GRADE baixo) ou disfunção do sistema de órgãos (RC 0.80, IC 95% 0.40 a 1.61; GRADE muito baixo).
Existem poucos estudos de alta qualidade sobre a escolha do fluido especificamente para pacientes com pancreatite aguda. A diretriz do American Gastroenterological Association (AGA) Institute de 2018 e a diretriz de 2018 do National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido (NICE) concluíram que não há evidências suficientes para recomendar um cristaloide em detrimento de outro.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com Da mesma forma, as diretrizes da World Society of Emergency Surgery (WSES) de 2019 para o tratamento da pancreatite aguda grave recomendam cristaloides isotônicos sem especificar uma preferência pelo tipo de fluido; no entanto, a WSES também afirma que o lactato de Ringer pode estar associado ao efeito anti-inflamatório, embora as evidências de superioridade do lactato de Ringer em relação à solução salina normal com base em ensaios randomizados sejam fracas.[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com
Um cristaloide balanceado é recomendado em preferência ao soro fisiológico pela diretriz do American College of Gastroenterology (ACG) de 2013 e pela diretriz da International Association of Pancreatology/American Pancreatic Association (IAP/APA) de 2013.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Isso é baseado em um ECR que descobriu que a incidência de SRIS foi menor entre pacientes com pancreatite aguda tratados com lactato de Ringer em comparação com solução salina normal.
O ACG também observa benefícios potenciais relacionados ao melhor equilíbrio do pH do lactato de Ringer em comparação com a solução salina normal, o que teoricamente poderia resultar em acidose metabólica e tornar as células acinares pancreáticas mais suscetíveis a lesões adicionais.
Evidência: volume e duração do fluido
O peso geral das evidências está convergindo para uma estratégia moderada de reposição de fluidos direcionada a um objetivo para pacientes com pancreatite aguda.
Tem havido um amplo debate sobre os benefícios relativos de uma abordagem agressiva versus uma abordagem mais conservadora da ressuscitação fluídica na pancreatite aguda. Embora, tradicionalmente, a hidratação agressiva precoce fosse uma prática padrão, não havia evidências dessa abordagem. Estudos mais recentes sugerem que tanto a fluidoterapia excessivamente agressiva quanto a excessivamente conservadora podem causar danos na pancreatite aguda e que uma estratégia moderada de reposição de fluidos direcionada a um objetivo oferece os melhores desfechos gerais para os pacientes.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [108]de-Madaria E, Buxbaum JL, Maisonneuve P, et al. Aggressive or moderate fluid resuscitation in acute pancreatitis. N Engl J Med. 2022 Sep 15;387(11):989-1000. https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2202884 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36103415?tool=bestpractice.com
A reposição de fluidos excessivamente agressiva pode levar ao aumento da mortalidade devido à sobrecarga hídrica. Dois ensaios clínicos randomizados (ECRs) do mesmo grupo de pesquisa em 76 e 116 pacientes com pancreatite aguda grave descobriram que a fluidoterapia agressiva não direcionada (10-15 ml/kg/hora) foi associada a taxas significativamente maiores de sepse, síndrome do compartimento abdominal, necessidade de ventilação mecânica e morte em comparação com uma reposição de fluidos mais conservadora (5-10 ml/kg/hora).[109]Mao EQ, Tang YQ, Fei J, et al. Fluid therapy for severe acute pancreatitis in acute response stage. Chin Med J (Engl). 2009 Jan 20;122(2):169-73. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19187641?tool=bestpractice.com [110]Mao EQ, Fei J, Peng YB, et al. Rapid hemodilution is associated with increased sepsis and mortality among patients with severe acute pancreatitis. Chin Med J (Engl). 2010 Jul;123(13):1639-44. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20819621?tool=bestpractice.com
Por outro lado, um ensaio clínico randomizado em 60 pacientes com previsão de pancreatite aguda leve descobriu que a ressuscitação precoce agressiva com fluidos (bolus de 20 mL/kg seguidos de 3 mL/kg/hora) foi associada a melhores resultados clínicos em 36 horas do que uma hidratação mais conservadora (bolus de 10 mL/kg seguidos de 1,5 mL/kg/hora). Ambos os grupos tiveram uma abordagem direcionada com hematócrito, nitrogênio ureico no sangue (BUN) e níveis de creatinina avaliados a cada 12 horas.[111]Buxbaum JL, Quezada M, Da B, et al. Early aggressive hydration hastens clinical improvement in mild acute Pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2017 Mar 7;112(5):797-803. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28266591?tool=bestpractice.com
No entanto, um ECR maior subsequente (249 pacientes) foi interrompido quando a análise provisória mostrou uma diferença significativa entre os grupos nos desfechos de segurança, com o grupo agressivo de ressuscitação fluídica precoce (bolus de 20 mL/kg seguidos por 3 mL/kg/hora) experimentando uma maior incidência de sobrecarga hídrica sem melhora nos resultados clínicos em comparação com o grupo de ressuscitação fluídica moderada (bolus de 10 mL/kg seguidos de 1.5 mL/kg/hora). Em ambos os grupos, os fluidos foram ajustados com base na avaliação clínica às 12, 24, 48 e 72 horas.[108]de-Madaria E, Buxbaum JL, Maisonneuve P, et al. Aggressive or moderate fluid resuscitation in acute pancreatitis. N Engl J Med. 2022 Sep 15;387(11):989-1000. https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2202884 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36103415?tool=bestpractice.com
As diretrizes diferem em suas recomendações específicas, então você deve verificar os protocolos locais:
O comitê orientador da diretriz do NICE do Reino Unido sobre pancreatite (publicada pela primeira vez em 2018) não conseguiu fazer uma recomendação sobre a velocidade da ressuscitação fluídica devido à falta de evidências claras na época. O comitê recomendou mais pesquisas nessa área.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
As diretrizes do AGA Institute de 2018 e da IAP/APA de 2013 recomendam a ressuscitação fluídica direcionada a um objetivo, com a última especificando um volume inicial de 5 a 10 mL/kg/hora.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A diretriz da WSES de 2019 para o tratamento da pancreatite aguda grave recomenda que o volume de fluido seja ajustado à idade, peso e condições renais e/ou cardíacas preexistentes do paciente e afirma que o valor da terapia precoce direcionada a metas em pacientes com pancreatite aguda permanece desconhecido.[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com
Essas recomendações de diretrizes foram publicadas antes dos achados do ECR maior e subsequente (249 pacientes) discutidos acima.
analgesia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A dor é o sintoma predominante. Certifique-se de que seja tratada de forma rápida e eficaz.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
A dor fora de controle pode comprometer a respiração e contribuir para a instabilidade hemodinâmica.[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
Em casos leves, use uma abordagem padrão de escada de dor para selecionar, monitorar e ajustar a analgesia.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Use um escore de dor para monitorar a resposta à analgesia e ajustar a dose e/ou o tipo de analgésico usando protocolos locais de controle da dor.
O uso de opioides pode ser necessário para o alívio efetivo da dor.[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [112]Basurto Ona X, Rigau Comas D, Urrútia G. Opioids for acute pancreatitis pain. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jul 26;(7):CD009179. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009179.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23888429?tool=bestpractice.com [
]
How do opioids compare with non-opioid analgesics for the management of acute pancreatitis pain?/cca.html?targetUrl=http://cochraneclinicalanswers.com/doi/10.1002/cca.515/fullMostre-me a resposta[Evidência C]1ce9d339-bb2c-44c8-8da0-ec352cfbc58eccaCQuais as diferenças entre analgésicos opioides e não opioides para o manejo da dor por pancreatite aguda?Uma revisão Cochrane descobriu que os opioides são uma opção apropriada na pancreatite aguda e podem diminuir a necessidade de analgesia suplementar. No entanto, a qualidade da evidência para diferentes abordagens de analgesia foi baixa.[112]Basurto Ona X, Rigau Comas D, Urrútia G. Opioids for acute pancreatitis pain. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jul 26;(7):CD009179. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009179.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23888429?tool=bestpractice.com
A morfina é considerada segura, apesar do risco teórico de exacerbar a inflamação pancreática.[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [112]Basurto Ona X, Rigau Comas D, Urrútia G. Opioids for acute pancreatitis pain. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jul 26;(7):CD009179. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009179.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23888429?tool=bestpractice.com
Apesar do risco teórico de que a morfina possa aumentar a pressão no esfíncter de Oddi e, portanto, exacerbar a pancreatite, não há boas evidências de que isso seja clinicamente significativo. Na prática, a morfina é considerada uma opção segura[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [112]Basurto Ona X, Rigau Comas D, Urrútia G. Opioids for acute pancreatitis pain. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jul 26;(7):CD009179. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009179.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23888429?tool=bestpractice.com
Practical tip
Um exemplo de regime adequado de alívio da dor seria começar com um anti-inflamatório não esteroidal (AINE), como o ibuprofeno. Se o alívio da dor for inadequado, use um opioide de baixa potência (por exemplo, codeína) sozinho ou em combinação com ibuprofeno. Se o alívio da dor continuar a ser inadequado, um opioide de alta potência (por exemplo, morfina) com ou sem um tratamento adjuvante (por exemplo, um AINE) pode ser necessário.
Na prática, muitos pacientes precisarão de um opioide de alta potência imediatamente, em vez de usar a abordagem padrão da escada da dor.
Verifique seus protocolos locais para obter conselhos específicos sobre a escolha de medicamentos e doses.
Opções primárias
ibuprofeno: 300-600 mg por via oral (liberação imediata) a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia
ou
fosfato de codeína: 30-60 mg por via oral/intramuscular a cada 4 horas quando necessário, máximo de 240 mg/dia
ou
ibuprofeno: 300-600 mg por via oral (liberação imediata) a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia
e
fosfato de codeína: 30-60 mg por via oral/intramuscular a cada 4 horas quando necessário, máximo de 240 mg/dia
ou
sulfato de morfina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) /subcutânea/intravenosa/intramuscular a cada 4 horas inicialmente, ajustar a dose de acordo com a resposta
These drug options and doses relate to a patient with no comorbidities.
Opções primárias
ibuprofeno: 300-600 mg por via oral (liberação imediata) a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia
ou
fosfato de codeína: 30-60 mg por via oral/intramuscular a cada 4 horas quando necessário, máximo de 240 mg/dia
ou
ibuprofeno: 300-600 mg por via oral (liberação imediata) a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 2400 mg/dia
e
fosfato de codeína: 30-60 mg por via oral/intramuscular a cada 4 horas quando necessário, máximo de 240 mg/dia
ou
sulfato de morfina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) /subcutânea/intravenosa/intramuscular a cada 4 horas inicialmente, ajustar a dose de acordo com a resposta
Drug choice, dose and interactions may be affected by the patient's comorbidities. Check your local drug formulary.
Show drug information for a patient with no comorbidities
Opções primárias
ibuprofeno
ou
fosfato de codeína
ou
ibuprofeno
e
fosfato de codeína
ou
sulfato de morfina
oxigênio suplementar
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
É importante monitorar as saturações de oxigênio, pois os pacientes podem estar hipoxêmicos, necessitando de oxigênio suplementar.
Pacientes com pancreatite aguda têm alto risco de hipóxia devido a um ou mais dos seguintes: talas abdominais, atelectasia, edema pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo.
Durante o tratamento inicial, considere a necessidade de análise gasométrica (arterial ou venosa) para avaliar a oxigenação e o estado ácido-básico se o paciente apresentar sinais de deterioração.[5]Way LW, Doherty GM. Chapter 27: Pancreas. In: Current surgical diagnosis & treatment. 11th ed. New York, NY: McGraw-Hill; 2003.
Pacientes com agravamento da hipóxia podem precisar de cuidados intensivos e suporte ventilatório.
PaO 2 < 60 mmHg é um sinal de disfunção orgânica.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
antiemético
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Náuseas e/ou vômitos são sintomas apresentados em 70% a 80% dos pacientes.[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com A ondansetrona é o antiemético mais comumente usado.
Opções primárias
ondansetrona: 4-8 mg por via oral/intravenosa/intramuscular a cada 12 horas
Mais ondansetronaDoses mais altas podem ser necessárias em alguns pacientes; consulte os protocolos locais para obter orientação.
These drug options and doses relate to a patient with no comorbidities.
Opções primárias
ondansetrona: 4-8 mg por via oral/intravenosa/intramuscular a cada 12 horas
Mais ondansetronaDoses mais altas podem ser necessárias em alguns pacientes; consulte os protocolos locais para obter orientação.
Drug choice, dose and interactions may be affected by the patient's comorbidities. Check your local drug formulary.
Show drug information for a patient with no comorbidities
Opções primárias
ondansetrona
antibioticoterapia empírica intravenosa (se a infecção for confirmada ou houver forte suspeita)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Só administre antibióticos se a infecção pancreática ou extra-pancreática for comprovada ou houver forte suspeita clínica.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Suspeite de infecção com base em sinais e sintomas como febre, leucocitose e sinais de disfunção orgânica.
As infecções extra-pancreáticas (por exemplo, pneumonia, colangite, infecções do trato urinário, sepse) são uma das principais causas de mortalidade na fase inicial da pancreatite aguda, quando a SRIS é a principal causa de morte.
Até 20% dos pacientes com pancreatite aguda desenvolverão uma infecção extrapancreática.[121]Besselink MG, van Santvoort HC, Boermeester MA, et al. Timing and impact of infections in acute pancreatitis. Br J Surg. 2009 Mar;96(3):267-73. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19125434?tool=bestpractice.com
A suspeita de infecção deve ser tratada de forma empírica e agressiva com antibióticos intravenosos.Os antibióticos devem ser descontinuados se as hemoculturas forem negativas e nenhuma fonte de infecção for identificada.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
Escolha um antibiótico que tenha boa penetração pancreática, como um carbapeném (por exemplo, imipeném/cilastatina), uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino) ou metronidazol.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com Geralmente, recomenda-se imipeném/cilastatina como opção de primeira linha, em virtude de sua boa penetração pancreática. Verifique as orientações locais sobre administração de antibióticos.
As fluoroquinolonas foram associadas a efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis, incluindo tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso.[171]European Medicines Agency. Quinolone- and fluoroquinolone-containing medicinal products. 2019 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/quinolone-fluoroquinolone-containing-medicinal-products
Não administre antibióticos profiláticos na ausência de infecção comprovada ou altamente suspeita, independentemente da gravidade prevista ou real da doença, pois não há evidências para apoiar seu uso.
Não há boas evidências para apoiar o uso de antibióticos profiláticos para prevenir a infecção em pacientes com pancreatite aguda, mesmo entre aqueles com doença grave prevista ou com necrose pancreática estéril. As principais diretrizes não recomendam o uso rotineiro de antibióticos profiláticos.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Evidência: antibióticos profiláticos
Antibióticos profiláticos não têm benefícios na redução do risco de necrose infectada ou morte.
Três ECRCs e duas metanálises não demonstraram nenhum benefício dos antibióticos profiláticos em comparação com o placebo na redução do risco de infecção por necrose pancreática (ou peripancreática) ou na redução do risco de morte.[122]García-Barrasa A, Borobia FG, Pallares R, et al. A double-blind, placebo-controlled trial of ciprofloxacin prophylaxis in patients with acute necrotizing pancreatitis. J Gastrointest Surg. 2008 Dec 11;13(4):768-74. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19082671?tool=bestpractice.com [123]Isenmann R, Rünzi M, Kron M, et al. Prophylactic antibiotic treatment in patients with predicted severe acute pancreatitis: a placebo-controlled, double-blind trial. Gastroenterology. 2004 Apr;126(4):997-1004. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15057739?tool=bestpractice.com [124]Dellinger EP, Tellado JM, Soto NE, et al. Early antibiotic treatment for severe acute necrotizing pancreatitis: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Ann Surg. 2007 May;245(5):674-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17457158?tool=bestpractice.com [125]Lim CL, Lee W, Liew YX, et al. Role of antibiotic prophylaxis in necrotizing pancreatitis: a meta-analysis. J Gastrointest Surg. 2015 Jan 22;19(3):480-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25608671?tool=bestpractice.com [126]Villatoro E, Mulla M, Larvin M. Antibiotic therapy for prophylaxis against infection of pancreatic necrosis in acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2010 May 12;(5):CD002941. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD002941.pub3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20464721?tool=bestpractice.com
Os antibióticos profiláticos também não têm impacto nas taxas de falência orgânica ou no tempo de internação hospitalar.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Essa falta de benefício dos antibióticos profiláticos é válida para pacientes com doença grave prevista e aqueles com pancreatite necrosante estéril, bem como para aqueles com doença mais leve, de acordo com uma metanálise realizada para o grupo de diretrizes do Instituto AGA de 2018.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
Opções secundárias
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
These drug options and doses relate to a patient with no comorbidities.
Opções primárias
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
Opções secundárias
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
Drug choice, dose and interactions may be affected by the patient's comorbidities. Check your local drug formulary.
Show drug information for a patient with no comorbidities
Opções primárias
imipeném/cilastatina
Opções secundárias
metronidazol
ou
ciprofloxacino
suporte nutricional
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Inicie uma dieta oral normal assim que o paciente puder tolerá-la (idealmente dentro de 24 horas).
Use uma dieta macia ou sólida com baixo teor de gordura ou normal para alimentação precoce. Uma dieta líquida é desnecessária.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A nutrição oral deve ser retomada assim que a dor e qualquer náusea/vômito começarem a diminuir.
Acredita-se que a alimentação enteral (oral ou por sonda enteral, se a alimentação oral não for tolerada) proteja a barreira intestinal-mucosa, reduzindo a translocação bacteriana e, assim, reduzindo o risco de necrose infectada e outros desfechos graves.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Realize ensaios repetidos de alimentação oral se isso não puder ser alcançado na primeira tentativa em pacientes com doença leve.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A alimentação oral precoce não é bem-sucedida em todos os pacientes, devido à dor, vômito ou íleo paralítico.
Evite a solicitação rotineira do status nulo por via oral; é importante tentar repetir os ensaios de alimentação em pacientes com doença leve.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A maioria dos pacientes com doença leve pode restabelecer a alimentação oral em 5 dias.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
Evidência: Alimentação oral
A alimentação oral precoce promove melhores desfechos.
As evidências mais recentes demonstram que a alimentação enteral (idealmente oral) reduz o risco de necrose pancreática infecciosa e outros desfechos graves.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com [98]Lankisch PG, Apte M, Banks PA. Acute pancreatitis. Lancet. 2015 Jan 21;386(9988):85-96. https://www.doi.org/10.1016/S0140-6736(14)60649-8 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25616312?tool=bestpractice.com
Resultados combinados de 11 ensaios clínicos randomizados e controlados sobre alimentação precoce versus retardada encontraram:[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Nenhuma diferença na mortalidade
A alimentação tardia foi associada a um risco significativamente maior de necessidade de intervenção para necrose pancreática (risco 2.47 vezes maior com alimentação tardia versus alimentação precoce, IC de 95% 1.41 a 4.35)
Uma tendência de maior risco de outros desfechos desfavoráveis em relação à alimentação tardia versus precoce:
Necrose infectada (RC 2.69, IC de 95% 0.8 a 3.6)
Falência múltipla de órgãos (RC 2.00, IC de 95% 0.48 a 8.22)
Pancreatite necrosante total (RC 1.84, IC de 95% 0.88 a 3.86).
Nutrição enteral
Em pacientes que não conseguem se alimentar por via oral, use alimentação por sonda enteral em vez de nutrição parenteral.
Comece dentro de 72 horas após a apresentação.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A alimentação nasojejunal ou por sonda nasogástrica são opções seguras.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Muitos pacientes com previsão de pancreatite aguda grave/moderadamente grave ou pancreatite necrosante acabam precisando de suporte nutricional. Sempre ofereça nutrição enteral (em vez de parenteral) aos pacientes desse grupo, a menos que seja contra-indicada.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Uma formulação de nutrição enteral polimérica ou elementar pode ser usada.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Nenhuma formulação específica de nutrição enteral provou ser melhor do que outra na melhoria dos desfechos clínicos.[113]Poropat G, Giljaca V, Hauser G, et al. Enteral nutrition formulations for acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Mar 23;(3):CD010605. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010605.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25803695?tool=bestpractice.com [114]Petrov MS, Loveday BP, Pylypchuk RD, et al. Systematic review and meta-analysis of enteral nutrition formulations in acute pancreatitis. Br J Surg. 2009 Nov;96(11):1243-52. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19847860?tool=bestpractice.com
Evidências: benefícios da alimentação enteral
A alimentação enteral está associada a um menor risco de complicações graves e morte em comparação com a parenteral.
O uso de nutrição enteral está associado a uma menor probabilidade de danos em comparação com a nutrição parenteral.
Há boas evidências para apoiar os benefícios da alimentação enteral em comparação com a parenteral em pacientes com pancreatite aguda. A nutrição enteral (por via oral ou por sonda) foi associada a um risco significativamente menor de necrose pancreática infecciosa (RC 0.28, IC de 95% 0.15 a 0.51), falência de órgão único (RC 0.25, IC de 95% 0.10 a 0.62) e falência de múltiplos órgãos (RC 0.41, IC de 95% 0.27 a 0.63) em uma meta-análise de 12 ECRCs para o grupo de diretrizes do Instituto AGA de 2018.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Uma revisão Cochrane anterior de 8 ECRCs também descobriu que a nutrição enteral, em comparação com a nutrição parenteral total, reduziu significativamente a mortalidade (RR 0.50, IC de 95% 0.28 a 0.91), falência de múltiplos órgãos (RR 0.55, IC de 95% 0.37 a 0.81), infecções sistêmicas (RR 0.39, IC de 95% 0.23 a 0.65) e a necessidade de intervenção cirúrgica (RC 0.44, IC de 95% 0.29 a 0.67) em pacientes com pancreatite aguda grave (prevista). Também houve uma tendência de menor permanência hospitalar.[115]Al-Omran M, Albalawi ZH, Tashkandi MF, et al. Enteral versus parenteral nutrition for acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Jan 20;(1):CD002837. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD002837.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20091534?tool=bestpractice.com
Debate: momento da nutrição enteral
A evidência sobre o momento ideal para iniciar a nutrição enteral na pancreatite aguda grave (prevista) é mista, e as diretrizes diferem.
A orientação do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido recomenda nutrição enteral dentro de 72 horas após a apresentação para qualquer paciente com pancreatite aguda grave ou moderadamente grave.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A revisão das evidências pelo NICE não encontrou nenhum benefício em protelar a nutrição, enquanto a subalimentação é conhecida por ser um problema na prática clínica, com alguns pacientes esperando de 5 a 7 dias por suporte nutricional.
Uma revisão da literatura de 2017 concluiu que as evidências mais recentes apoiam a limitação da alimentação por sonda aos pacientes com pancreatite grave prevista que não conseguem atingir a ingestão calórica oral suficiente após 3 a 5 dias.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Isso se baseia em dois ECRCs que não encontraram efeitos benéficos nas taxas de infecção ou mortalidade decorrentes da alimentação nasojejunal precoce.
No entanto, a diretriz do IAP/APA de 2013 cita um pequeno ECRC de 60 pacientes com pancreatite aguda grave que descobriu que os desfechos foram melhores quando a nutrição enteral foi iniciada em 48 horas, em vez de ser adiada por 7 dias de jejum.[116]Sun JK, Mu XW, Li WQ, et al. Effects of early enteral nutrition on immune function of severe acute pancreatitis patients. World J Gastroenterol. 2013 Feb 14;19(6):917-22. https://www.doi.org/10.3748/wjg.v19.i6.917 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23431120?tool=bestpractice.com
Evidências: alimentação nasojejunal versus alimentação por sonda nasogástrica
Não há evidências claras de qualquer diferença nos desfechos da alimentação nasojejunal versus alimentação por sonda nasogástrica.
Três ECRCs que compararam a alimentação nasoenteral (nasojejunal ou nasoduodenal) com a alimentação por sonda nasogástrica na pancreatite aguda não encontraram nenhuma evidência de uma diferença significativa na mortalidade.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A diretriz do Instituto AGA de 2018, a diretriz do ACG de 2013 e a diretriz do IAP/APA de 2013 recomendam que a alimentação nasojejunal ou por sonda nasogástrica possa ser usada.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A inserção da sonda nasogástrica é um procedimento ambulatorial mais fácil e barato do que a inserção da sonda nasojejunal, que requer acesso à radiologia ou endoscopia.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
Dois ECRCs sugeriram que pelo menos 80% dos pacientes com pancreatite aguda grave podem tolerar a via nasogástrica.[117]Eatock FC, Chong P, Menezes N, et al. A randomized study of early nasogastric versus nasojejunal feeding in severe acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2005 Feb;100(2):432-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15667504?tool=bestpractice.com [118]Kumar A, Singh N, Prakash S, et al. Early enteral nutrition in severe acute pancreatitis: a prospective randomized controlled trial comparing nasojejunal and nasogastric routes. J Clin Gastroenterol. 2006 May-Jun;40(5):431-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16721226?tool=bestpractice.com
Na prática, entretanto, questões de segurança sobre o risco de aspiração com sonda nasogástrica significam que a alimentação nasojejunal às vezes é preferida em pacientes com pancreatite aguda grave, embora haja pouca evidência para apoiar essa abordagem.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com Uma revisão Cochrane de cinco ECRCs que compararam a alimentação nasojejunal com a nasogástrica na pancreatite aguda grave não encontrou evidências de uma diferença significativa na mortalidade.[119]Dutta AK, Goel A, Kirubakaran R, et al. Nasogastric versus nasojejunal tube feeding for severe acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Mar 26;(3):CD010582. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010582.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32216139?tool=bestpractice.com
A alimentação nasojejunal também pode ser mais eficaz em pacientes com obstrução da saída gástrica ou outros tipos de intolerância digestiva.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [120]Arvanitakis M, Ockenga J, Bezmarevic M, et al. ESPEN guideline on clinical nutrition in acute and chronic pancreatitis. Clin Nutr. 2020 Mar;39(3):612-31. https://www.clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(20)30009-1/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32008871?tool=bestpractice.com
A alimentação gástrica pode ser mais adequada para pacientes sem estenose duodenal ou edema.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
Se a alimentação por sonda nasogástrica for usada, o paciente deve ser colocado em posição ereta e colocado sob precauções de aspiração.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
Nutrição parenteral
Use apenas nutrição parenteral para pacientes nos quais a alimentação enteral não é viável, não é tolerada ou não atende às necessidades calóricas.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
A nutrição parenteral está associada a maior mortalidade e maior risco de falência orgânica e/ou necrose pancreática do que a alimentação enteral[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com [115]Al-Omran M, Albalawi ZH, Tashkandi MF, et al. Enteral versus parenteral nutrition for acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Jan 20;(1):CD002837. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD002837.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20091534?tool=bestpractice.com
A nutrição parenteral deve ser reservada para pacientes que não toleram a alimentação enteral ou não toleram as necessidades nutricionais específicas, ou se houver contraindicações à alimentação enteral. As contraindicações à alimentação enteral podem incluir obstrução intestinal, síndrome do compartimento abdominal, íleo paralítico prolongado e isquemia mesentérica.[120]Arvanitakis M, Ockenga J, Bezmarevic M, et al. ESPEN guideline on clinical nutrition in acute and chronic pancreatitis. Clin Nutr. 2020 Mar;39(3):612-31. https://www.clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(20)30009-1/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32008871?tool=bestpractice.com
avaliação da gravidade
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Use os critérios para SIRS junto com os fatores de risco do paciente para avaliar a gravidade nas primeiras 48 horas.
A insuficiência orgânica é de suma importância em uma avaliação inicial da gravidade. As mortes nos pacientes com pancreatite aguda ocorrem em um padrão bifásico, sendo a SRIS/insuficiência de múltiplos órgãos a principal causa de morte na fase inicial (<2 semanas).
Durante admissão, avalie a gravidade com base na SRIS persistente e na ausência/presença de complicações locais. As complicações locais, em particular a necrose pancreática infecciosa, são a principal causa de mortes na fase tardia (>2 semanas).
As diretrizes recomendam o uso de critérios baseados na SRIS em vez de sistemas de pontuação mais complicados, como o APACHE II ou a escala de Glasgow, para avaliar a gravidade.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com Para obter mais informações, consulte Estratificação de risco em Recomendações de diagnóstico.
Nunca classifique um paciente como portador de doença leve até pelo menos 48 horas após o início dos sintomas. Muitos pacientes que desenvolvem doenças graves não apresentam sinais de falência orgânica ou complicações locais.
Avaliar a gravidade de maneira acurada é um desafio. Cerca de 50% dos pacientes terão uma previsão de doença grave/moderadamente grave no período inicial após a apresentação.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com Apenas metade desses pacientes realmente desenvolverá pancreatite grave/moderadamente grave.
A mortalidade entre pacientes com doença grave prevista é de cerca de 10% em comparação com <1% naqueles com previsão de doença leve.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Transfira imediatamente para a UTI qualquer paciente que atenda aos Critérios de Atlanta para insuficiência orgânica ou que preencha um ou mais dos critérios abaixo:[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [172]Whitcomb DC, Shimosegawa T, Chari ST, et al. International consensus statements on early chronic Pancreatitis. Recommendations from the working group for the international consensus guidelines for chronic pancreatitis in collaboration with The International Association of Pancreatology, American Pancreatic Association, Japan Pancreas Society, PancreasFest Working Group and European Pancreatic Club. Pancreatology. 2018 Jul;18(5):516-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6748871 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29793839?tool=bestpractice.com
Frequência cardíaca <40 bpm or >150 bpm
Pressão arterial sistólica <80 mmHg ou pressão arterial média <60 mmHg, ou pressão arterial diastólica >120 mmHg
Frequência respiratória >35 respirações/minuto
Sódio sérico <110 mmol/L ou >170 mmol/L
Potássio sérico < 2 mmol/L ou > 7 mmol/L
pH <7.1 ou >7.7
Glicose sérica >44.4 mmol/L
Cálcio sérico >3.75 mmol/L
Anúria
Coma.
terapia de reposição de cálcio
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Tome medidas para corrigir a hipocalcemia na pancreatite aguda grave (predita), pois ela pode levar a arritmias cardíacas.
Monitore os eletrólitos com frequência nas primeiras 48 a 72 horas, especialmente na previsão de pancreatite moderada/grave ou se forem necessários grandes volumes de reposição de fluidos.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Consulte os protocolos locais para obter orientação sobre doses.
terapia de reposição de magnésio
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O magnésio deve ser reposto se forem identificados níveis baixos, pois isso pode causar hipocalcemia.
O magnésio é necessário para a secreção do hormônio da paratireoide (PTH), portanto, níveis baixos reduzirão a ação do PTH na homeostase do cálcio.
Um baixo teor de magnésio é comum nos pacientes alcoólatras e desnutridos.
Monitore os eletrólitos com frequência nas primeiras 48 a 72 horas, especialmente na previsão de pancreatite moderada/grave ou se forem necessários grandes volumes de reposição de fluidos.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Consulte os protocolos locais para obter orientação sobre doses.
associado a – colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)
colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE)
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Providencie uma CPRE de emergência dentro de 24 horas para qualquer paciente com pancreatite biliar aguda que tenha colangite concomitante.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com
[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
[
]
How does early routine endoscopic retrograde cholangiopancreatography compare with early conservative management in people with acute gallstone pancreatitis?/cca.html?targetUrl=http://cochraneclinicalanswers.com/doi/10.1002/cca.867/fullMostre-me a resposta
Há evidência clara de que a CPRE dentro de 24 horas da admissão reduz a morbidade e a mortalidade nos pacientes com pancreatite biliar aguda complicada por colangite.[133]Moretti A, Papi C, Aratari A, et al. Is early endoscopic retrograde cholangiopancreatography useful in the management of acute biliary pancreatitis? A meta-analysis of randomized controlled trials. Dig Liver Dis. 2008 May;40(5):379-85. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18243826?tool=bestpractice.com
Suspeite de colangite se a tríade de Charcot estiver presente:[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Icterícia
Febre e calafrios
Dor no quadrante superior direito.
É um desafio diagnosticar de maneira acurada a colangite nos pacientes com SRIS, a qual é uma complicação comum da fase inicial nos pacientes com pancreatite biliar aguda grave (predita).
Várias definições foram propostas para colangite, incluindo a tríade de Charcot, a opinião de especialistas e as diretrizes atualizadas de Tóquio TF13.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [132]Neoptolemos JP, Carr-Locke DL, London NJ, et al. Controlled trial of urgent endoscopic retrograde cholangiopancreatography and endoscopic sphincterotomy versus conservative treatment for acute pancreatitis due to gallstones. Lancet. 1988 Oct 29;2(8618):979-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2902491?tool=bestpractice.com Elas usam limiares baixos para a inflamação e a colestase, ambas comumente presentes na pancreatite aguda. Isso pode levar a um excesso de diagnósticos de colangite nos pacientes com pancreatite aguda, expondo os pacientes a procedimentos de CPRE desnecessários e potencialmente arriscados.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
colecistectomia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Providencie uma colecistectomia para qualquer paciente com cálculos biliares confirmados como sendo a causa. Ela deve ser feita durante a admissão inicial para qualquer paciente com pancreatite biliar aguda leve.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A colecistectomia é recomendada para se reduzir o risco de recorrência da pancreatite aguda.
O momento ideal para a colecistectomia em diferentes grupos de pacientes tem sido objeto de vigoroso debate.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A colecistectomia deve ser realizada durante a hospitalização inicial em qualquer paciente com pancreatite aguda leve, tão logo quanto possível após a resolução dos sintomas iniciais e certamente dentro de 2 semanas.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com [127]Gurusamy KS, Nagendran M, Davidson BR. Early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute gallstone pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Sep 2;(9):CD010326. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010326.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23996398?tool=bestpractice.com
A colecistectomia precoce é favorecida em doenças leves porque o risco de pancreatite aguda recorrente está diretamente relacionado ao atraso entre o primeiro ataque e o momento da colecistectomia.[128]van Baal MC, Besselink MG, Bakker OJ, et al. Timing of cholecystectomy after mild biliary pancreatitis: a systematic review. Ann Surg. 2012 May;255(5):860-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22470079?tool=bestpractice.com [129]Wilson CT, de Moya MA. Cholecystectomy for acute gallstone pancreatitis: early vs delayed approach. Scand J Surg. 2010;99(2):81-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20679042?tool=bestpractice.com [130]Kimura Y, Arata S, Takada T, et al. Gallstone-induced acute pancreatitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2009 Dec 11;17(1):60-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20012326?tool=bestpractice.com Quanto menor o intervalo, menor o risco.
Mesmo algumas semanas de atraso na realização da colecistectomia estão associadas a um alto risco (até 80%) de recorrência e reinternação por pancreatite aguda.[128]van Baal MC, Besselink MG, Bakker OJ, et al. Timing of cholecystectomy after mild biliary pancreatitis: a systematic review. Ann Surg. 2012 May;255(5):860-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22470079?tool=bestpractice.com
Nos pacientes com doença mais grave, é prática comum adiar a colecistectomia até que a inflamação seja resolvida.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
Na pancreatite biliar aguda grave, a colecistectomia geralmente é adiada até que qualquer disfunção orgânica e/ou inflamação intra-abdominal seja resolvida.[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com No entanto, isso se baseia no consenso de especialistas, e não em evidências sólidas.
Evidência: momento da colecistectomia
A colecistectomia na mesma internação melhora os desfechos na doença leve.
A colecistectomia precoce é favorecida em doenças leves porque o risco de pancreatite aguda recorrente está diretamente relacionado ao atraso entre o primeiro ataque e o momento da colecistectomia.[128]van Baal MC, Besselink MG, Bakker OJ, et al. Timing of cholecystectomy after mild biliary pancreatitis: a systematic review. Ann Surg. 2012 May;255(5):860-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22470079?tool=bestpractice.com [129]Wilson CT, de Moya MA. Cholecystectomy for acute gallstone pancreatitis: early vs delayed approach. Scand J Surg. 2010;99(2):81-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20679042?tool=bestpractice.com [130]Kimura Y, Arata S, Takada T, et al. Gallstone-induced acute pancreatitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2009 Dec 11;17(1):60-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20012326?tool=bestpractice.com
Quanto menor o intervalo, menor o risco. Mesmo algumas semanas de atraso na realização da colecistectomia estão associadas a um alto risco (até 80%) de recorrência e nova internação por pancreatite aguda.[128]van Baal MC, Besselink MG, Bakker OJ, et al. Timing of cholecystectomy after mild biliary pancreatitis: a systematic review. Ann Surg. 2012 May;255(5):860-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22470079?tool=bestpractice.com
Um ECRC descobriu que a colecistectomia na mesma internação foi associada a reduções significativas em um desfecho composto de mortalidade e complicações relacionadas ao cálculo biliar (RC 0.24, IC de 95% 0.09 a 0.61), nova internação por recorrência (RC 0.25, IC de 95% 0.07 a 0.90) e complicações pancreatobiliares (RC 0.24, IC de 95% 0.09 a 0.61) quando comparada com colecistectomias posteriores.[131]da Costa DW, Bouwense SA, Schepers NJ, et al. Same-admission versus interval cholecystectomy for mild gallstone pancreatitis (PONCHO): a multicentre randomised controlled trial. Lancet. 2015 Sep 26;386(10000):1261-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26460661?tool=bestpractice.com
Em pacientes que não podem ser submetidos a cirurgia, considere a esfincterotomia biliar endoscópica para reduzir o risco de recorrência.
Pacientes com pancreatite aguda leve por cálculos biliares que não conseguem fazer colecistectomia devido à fragilidade e/ou doença comórbida podem se beneficiar da esfincterotomia biliar.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com Evidências sugerem que isso pode reduzir de maneira efetiva o risco de pancreatite aguda recorrente, embora a colecistite ainda possa ocorrer.[79]Banks PA, Freeman ML, Practice Parameters Committee of the American College of Gastroenterology. Practice guidelines in acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2006 Oct;101(10):2379-400. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17032204?tool=bestpractice.com
A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) não é indicada na pancreatite biliar aguda leve sem colangite. Os riscos do procedimento superam quaisquer potenciais benefícios neste grupo.[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Uma metanálise de 8 ensaios randomizados e controlados realizada para o grupo de diretrizes do Instituto AGA de 2018 descobriu que a CPRE urgente não tem impacto sobre a mortalidade, a insuficiência de múltiplos ou únicos órgãos, a necrose pancreática infecciosa ou a taxa total de necroses pancreáticas quando comparada com o tratamento conservador.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A CPRE provavelmente não está indicada na pancreatite biliar aguda grave sem colangite ou obstrução do ducto biliar.
Há um debate contínuo sobre o equilíbrio dos riscos e benefícios da CPRE urgente (dentro de 24 horas) em pacientes com pancreatite biliar aguda grave (prevista) sem colangite concomitante e sem evidência de obstrução do ducto biliar.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
A diretriz do WSES de 2019 afirma que a CPRE não pode ser recomendada atualmente para esse grupo de pacientes.[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com
A diretriz do Instituto AGA de 2018 não recomenda seu uso.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A diretriz do IAP/APA de 2013 diz que “provavelmente” não é indicada.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
A diretriz do ACG de 2013 concluiu que as evidências atuais não apoiam a CPRE neste grupo de pacientes.[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
Evidência: CPRE na pancreatite biliar grave
Há evidências conflitantes sobre o papel da CPRE na pancreatite biliar grave.
Vários ECRCs e metanálises chegaram a conclusões diferentes sobre o papel da CPRE na pancreatite biliar grave.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
A qualidade da evidência é ruim, com alguns estudos não descartando pacientes com colangite (nos quais o procedimento certamente está indicado) e outros usando definições variadas de pancreatite biliar.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Aguardam-se os resultados do estudo APEC, um grande ECRC multicêntrico que analisa se a CPRE precoce com esfincterotomia reduz as complicações e a mortalidade na pancreatite biliar aguda grave (prevista) sem colangite.[135]Schepers NJ, Bakker OJ, Besselink MG, et al. Early biliary decompression versus conservative treatment in acute biliary pancreatitis (APEC trial): study protocol for a randomized controlled trial. Trials. 2016 Jan 5;17:5. https://www.doi.org/10.1186/s13063-015-1132-0 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26729193?tool=bestpractice.com
Considerar – colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) com esfincterotomia
colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) com esfincterotomia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A CPRE provavelmente está indicada na pancreatite biliar com obstrução do ducto colédoco.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
[
]
How does early routine endoscopic retrograde cholangiopancreatography compare with early conservative management in people with acute gallstone pancreatitis?/cca.html?targetUrl=http://cochraneclinicalanswers.com/doi/10.1002/cca.867/fullMostre-me a resposta
Uma metanálise de 7 ensaios clínicos randomizados, incluindo 757 pacientes, encontrou suporte para o uso da CPRE em pacientes com obstrução por cálculos biliares, embora tenha havido poucos pacientes para se estudarem desfechos clínicos "duros", como a mortalidade.[136]van Santvoort HC, Bakker OJ, Besselink MG, et al. Prediction of common bile duct stones in the earliest stages of acute biliary pancreatitis. Endoscopy. 2010 Oct 22;43(1):8-13. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20972954?tool=bestpractice.com
O distúrbio contínuo dos TFHs é um sinal importante de possíveis cálculos no ducto biliar.
Realize exames de imagem do ducto biliar com ultrassonografia endoscópica (USE), se disponível (ou CPRM, se não houver) em caso de suspeita de obstrução do ducto biliar na ausência de colangite. Essa abordagem que prioriza a geração de imagens pode ajudar a evitar procedimentos de CPRE desnecessários.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
O uso mais difundido da USE para detectar cálculos biliares comuns está surgindo como uma estratégia útil para orientar uma decisão sobre a necessidade de CPRE na pancreatite biliar aguda grave sem colangite.
A colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) é uma opção alternativa para detectar cálculos no ducto colédoco, e está mais amplamente disponível que a ultrassonografia endoscópica. No entanto, a ultrassonografia endoscópica é superior à CPRM para detectar cálculos pequenos (< 5 mm).
Uma CPRM negativa não descarta a presença de cálculos pequenos (< 5 mm) no ducto colédoco, que são conhecidos por causarem pancreatite biliar[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Evidências: estratégia que prioriza a USE
Muitos procedimentos de CPRE podem ser evitados por meio de imagens prévias do ducto biliar.
Uma metanálise comparando uma estratégia que prioriza a USE com a CPRE diagnóstica em pacientes com pancreatite biliar aguda descobriu que 71% dos procedimentos de CPRE poderiam ser evitados sem qualquer impacto negativo nos desfechos clínicos, empregando uma abordagem que prioriza a USE.[137]De Lisi S, Leandro G, Buscarini E. Endoscopic ultrasonography versus endoscopic retrograde cholangiopancreatography in acute biliary pancreatitis: a systematic review. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2011 May;23(5):367-74. https://www.doi.org/10.1097/MEG.0b013e3283460129 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21487299?tool=bestpractice.com
Quando os cálculos do ducto biliar são identificados na ausência de colangite, é razoável esperar 48 horas para ver se há melhora espontânea da obstrução do cálculo biliar antes de realizar a CPRE.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Não há evidências específicas disponíveis para orientar o momento ideal de CPRE em pacientes com obstrução do ducto biliar, mas sem colangite, e isso continua sendo uma questão controversa.
Evidência: momento da CPRE
Há apenas evidências fracas para apoiar as decisões sobre o momento da CPRE.
Uma metanálise de sete ensaios clínicos randomizados e controlados, incluindo 757 pacientes com obstrução de ductos biliares, não encontrou nenhum efeito estatisticamente significativo pela realização da CPRE em 24 horas, em comparação com 72 horas. No entanto, nenhum dos ensaios clínicos randomizados incluídos foi especificamente projetado para estudar isso.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
reposição de vitaminas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Substitua a tiamina e outras vitaminas B hidrossolúveis.[139]National Institute for Health and Care Excellence. Alcohol-use disorders: diagnosis and management of physical complications. April 2017 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/cg100
Pacientes com alcoolismo crônico precisam ter seus estoques de tiamina (vitamina B1), ácido fólico (vitamina B9) e cianocobalamina (vitamina B12) reabastecidos.
Continue essa suplementação até que o paciente consiga voltar a comer uma dieta bem equilibrada.
A formulação, dose e via de administração dependerão de várias considerações.
Consulte Abstinência alcoólica.
programa para abstinência do álcool
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Realize uma breve intervenção de aconselhamento sobre álcool durante a mesma internação.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Há evidências escassas disponíveis para apoiar as decisões sobre a abordagem mais eficaz de aconselhamento sobre álcool para pacientes com pancreatite aguda relacionada ao álcool.
Os pacientes devem ser encorajados a se absterem de álcool por 6 a 12 meses (independentemente de a pancreatite aguda estar relacionada ao álcool ou não).[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
Evidências: aconselhamento sobre abstinência de álcool
Evidências fracas apoiam alguns benefícios do aconselhamento na mesma internação.
Uma revisão da literatura realizada para o grupo de diretrizes do Instituto AGA de 2018 encontrou um único ECRC comparando uma única intervenção durante a internação inicial com intervenções ambulatoriais semestrais por 2 anos. Houve uma forte tendência de redução nas taxas totais de internação hospitalar para a intervenção única durante a internação e não houve diferenças significativas no risco de um ataque recorrente de pancreatite aguda.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Os pacientes com causa relacionada ao álcool podem precisar de profilaxia para a abstinência alcoólica.
Um benzodiazepínico geralmente é usado como agente de primeira linha.[138]Bråthen G, Ben-Menachem E, Brodtkorb E, et al. Chapter 29: alcohol-related seizures. EFNS guidelines of alcohol-related seizures. In: Gilhus NE, Barnes MP, Brainin M, eds. European handbook of neurological management. 2nd ed, v1. Oxford, UK: Blackwell Publishing; 2011:429-36. A escolha do medicamento e do regime posológico depende de vários fatores, incluindo a indicação (por exemplo, crises de abstinência de álcool, delirium tremens) e fatores específicos do paciente (por exemplo, insuficiência hepática, capacidade de tomar medicamentos por via oral).
Veja Abstinência alcoólica.
deteriorando ou não melhorando após 5-7 dias
1ª linha – tomografia computadorizada com contraste (TC helicoidal com contraste)
tomografia computadorizada com contraste (TC helicoidal com contraste)
Solicite uma TC helicoidal com contraste para qualquer paciente que não melhore após 5 a 7 dias do tratamento inicial para verificar quanto à presença de complicações locais.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Isso é particularmente importante para qualquer paciente com sinais contínuos de SRIS ou falência de órgãos.[49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
A pancreatite aguda tem fases iniciais e tardias e as mortes ocorrem em um padrão bifásico:
Fase inicial (< 2 semanas) - a mortalidade inicial é causada por SRIS/insuficiência de múltiplos órgãos.
Fase tardia (> 2 semanas) - a mortalidade tardia é causada por complicações locais, em particular a necrose pancreática infectada.
As complicações locais incluem a necrose pancreática e coleções de líquido pancreático/peripancreático, incluindo pseudocistos.
Não solicite uma TC helicoidal com contraste para detectar complicações locais nos primeiros 3 a 4 dias após a apresentação.
A necrose pancreática geralmente leva mais de 72 horas para se desenvolver, portanto, a TC helicoidal com contraste precoce não é confiável para detectar qualquer coleção de fluidos e determinar a extensão de qualquer necrose.[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com [71]Spanier BW, Nio Y, van der Hulst RW, et al. Practice and yield of early CT scan in acute pancreatitis: a Dutch observational multicenter study. Pancreatology. 2010 May 17;10(2-3):222-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20484959?tool=bestpractice.com [93]Bollen TL, Singh VK, Maurer R, et al. A comparative evaluation of radiologic and clinical scoring systems in the early prediction of severity in acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2012 Apr;107(4):612-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22186977?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
A necrose pancreática e/ou peripancreática se desenvolve em cerca de 20% dos pacientes com pancreatite aguda.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A necrose pancreática é definida como áreas difusas ou focais de parênquima pancreático não viável >3 cm de tamanho ou >30% do pâncreas.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
A necrose geralmente está associada a uma doença moderadamente grave ou grave.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com Ela pode ser:
Estéril ou infectada.As coleções necróticas se tornam infectadas em cerca de um terço dos pacientes.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com Acredita-se que isso ocorra como resultado da translocação bacteriana a partir do intestino.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Difusa (normalmente < 4 semanas) ou isolada (> 4 semanas). No início do curso da doença, a necrose pancreática é uma massa inflamatória difusa sólida/semissólida. Após aproximadamente 4 semanas, uma parede fibrosa se desenvolve ao redor da necrose, facilitando sua remoção com drenagem ou necrosectomia/desbridamento.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
As coleção de fluidos pancreáticas/peripancreáticas geralmente se resolvem espontaneamente, enquanto os pseudocistos persistem.
As coleções de fluidos agudas são aquelas que ocorrem nas primeiras 4 semanas e não têm uma parede definida. Elas geralmente são assintomáticas e apresentam remissão espontânea em 20 dias.
Os pseudocistos são as coleções fluídicas que tiverem persistido por mais de 2 semanas (geralmente mais de 4 semanas) e desenvolvido uma parede definida.
Encaminhe para um centro pancreático especializado qualquer paciente que:[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Tiver pancreatite aguda grave
Estiver sendo considerado para intervenção (drenagem ou necrosectomia/desbridamento).
tratamento de suporte contínuo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Cuidados de suporte contínuos com fluidoterapia intravenosa, oxigênio, analgesia e, em alguns casos, um antiemético geralmente são necessários por um período prolongado.
Transfira imediatamente para a UTI qualquer paciente que atenda aos critérios originais de Atlanta para insuficiência orgânica ou que preencha um ou mais dos critérios abaixo:[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Frequência cardíaca <40 bpm or >150 bpm
Pressão arterial sistólica <80 mmHg ou pressão arterial média <60 mmHg, ou pressão arterial diastólica >120 mmHg
Frequência respiratória >35 respirações/minuto
Sódio sérico <110 mmol/L ou >170 mmol/L
Potássio sérico < 2 mmol/L ou > 7 mmol/L
pH <7.1 ou >7.7
Glicose sérica >44.4 mmol/L
Cálcio sérico >3.75 mmol/L
Anúria
Coma.
Encaminhe para um centro pancreático especializado qualquer paciente que:[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Tiver pancreatite aguda grave
Estiver sendo considerado para intervenção (drenagem ou necrosectomia/desbridamento).
suporte nutricional contínuo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nutrição enteral
Nos pacientes que não conseguirem se alimentar por via oral, use uma nutrição enteral em vez de parenteral.
Comece dentro de 72 horas após a apresentação.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A alimentação nasojejunal ou por sonda nasogástrica são opções seguras.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Muitos pacientes com previsão de pancreatite aguda grave/moderadamente grave ou pancreatite necrosante acabam precisando de suporte nutricional. Sempre ofereça nutrição enteral (em vez de parenteral) aos pacientes desse grupo, a menos que seja contra-indicada.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Uma formulação de nutrição enteral polimérica ou elementar pode ser usada.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Nenhuma formulação específica de nutrição enteral provou ser melhor do que outra na melhoria dos desfechos clínicos.[113]Poropat G, Giljaca V, Hauser G, et al. Enteral nutrition formulations for acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Mar 23;(3):CD010605. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010605.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25803695?tool=bestpractice.com [114]Petrov MS, Loveday BP, Pylypchuk RD, et al. Systematic review and meta-analysis of enteral nutrition formulations in acute pancreatitis. Br J Surg. 2009 Nov;96(11):1243-52. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19847860?tool=bestpractice.com
Evidências: benefícios da alimentação enteral
A alimentação enteral está associada a um menor risco de complicações graves e morte em comparação com a parenteral.
O uso de nutrição enteral está associado a uma menor probabilidade de danos em comparação com a nutrição parenteral.
Há boas evidências para apoiar os benefícios da alimentação enteral em comparação com a parenteral em pacientes com pancreatite aguda. A nutrição enteral (por via oral ou por sonda) foi associada a um risco significativamente menor de necrose pancreática infecciosa (RC 0.28, IC de 95% 0.15 a 0.51), falência de órgão único (RC 0.25, IC de 95% 0.10 a 0.62) e falência de múltiplos órgãos (RC 0.41, IC de 95% 0.27 a 0.63) em uma meta-análise de 12 ECRCs para o grupo de diretrizes do Instituto AGA de 2018.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Uma revisão Cochrane anterior de 8 ECRCs também descobriu que a nutrição enteral, em comparação com a nutrição parenteral total, reduziu significativamente a mortalidade (RR 0.50, IC de 95% 0.28 a 0.91), falência de múltiplos órgãos (RR 0.55, IC de 95% 0.37 a 0.81), infecções sistêmicas (RR 0.39, IC de 95% 0.23 a 0.65) e a necessidade de intervenção cirúrgica (RC 0.44, IC de 95% 0.29 a 0.67) em pacientes com pancreatite aguda grave (prevista). Também houve uma tendência de menor permanência hospitalar.[115]Al-Omran M, Albalawi ZH, Tashkandi MF, et al. Enteral versus parenteral nutrition for acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Jan 20;(1):CD002837. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD002837.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20091534?tool=bestpractice.com
Debate: momento da nutrição enteral
A evidência sobre o momento ideal para iniciar a nutrição enteral na pancreatite aguda grave (prevista) é mista, e as diretrizes diferem.
A orientação do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido recomenda nutrição enteral dentro de 72 horas após a apresentação para qualquer paciente com pancreatite aguda grave ou moderadamente grave.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A revisão das evidências pelo NICE não encontrou nenhum benefício em protelar a nutrição, enquanto a subalimentação é conhecida por ser um problema na prática clínica, com alguns pacientes esperando de 5 a 7 dias por suporte nutricional.
Uma revisão da literatura de 2017 concluiu que as evidências mais recentes apoiam a limitação da alimentação por sonda aos pacientes com pancreatite grave prevista que não conseguem atingir a ingestão calórica oral suficiente após 3 a 5 dias.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Isso se baseia em dois ECRCs que não encontraram efeitos benéficos nas taxas de infecção ou mortalidade decorrentes da alimentação nasojejunal precoce.
No entanto, a diretriz do IAP/APA de 2013 cita um pequeno ECRC de 60 pacientes com pancreatite aguda grave que descobriu que os desfechos foram melhores quando a nutrição enteral foi iniciada em 48 horas, em vez de ser adiada por 7 dias de jejum.[116]Sun JK, Mu XW, Li WQ, et al. Effects of early enteral nutrition on immune function of severe acute pancreatitis patients. World J Gastroenterol. 2013 Feb 14;19(6):917-22. https://www.doi.org/10.3748/wjg.v19.i6.917 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23431120?tool=bestpractice.com
Evidências: alimentação nasojejunal versus alimentação por sonda nasogástrica
Não há evidências claras de qualquer diferença nos desfechos da alimentação nasojejunal versus alimentação por sonda nasogástrica.
Três ECRCs que compararam a alimentação nasoenteral (nasojejunal ou nasoduodenal) com a alimentação por sonda nasogástrica na pancreatite aguda não encontraram nenhuma evidência de uma diferença significativa na mortalidade.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A diretriz do Instituto AGA de 2018, a diretriz do ACG de 2013 e a diretriz do IAP/APA de 2013 recomendam que a alimentação nasojejunal ou por sonda nasogástrica possa ser usada.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A inserção da sonda nasogástrica é um procedimento ambulatorial mais fácil e barato do que a inserção da sonda nasojejunal, que requer acesso à radiologia ou endoscopia.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
Dois ECRCs sugeriram que pelo menos 80% dos pacientes com pancreatite aguda grave podem tolerar a via nasogástrica.[117]Eatock FC, Chong P, Menezes N, et al. A randomized study of early nasogastric versus nasojejunal feeding in severe acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2005 Feb;100(2):432-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15667504?tool=bestpractice.com [118]Kumar A, Singh N, Prakash S, et al. Early enteral nutrition in severe acute pancreatitis: a prospective randomized controlled trial comparing nasojejunal and nasogastric routes. J Clin Gastroenterol. 2006 May-Jun;40(5):431-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16721226?tool=bestpractice.com
Na prática, entretanto, questões de segurança sobre o risco de aspiração com sonda nasogástrica significam que a alimentação nasojejunal às vezes é preferida em pacientes com pancreatite aguda grave, embora haja pouca evidência para apoiar essa abordagem.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
A alimentação nasojejunal também pode ser mais efetiva nos pacientes com obstrução da saída gástrica.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A alimentação gástrica pode ser mais adequada para pacientes sem estenose duodenal ou edema.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
Se a alimentação por sonda nasogástrica for usada, o paciente deve ser colocado em posição ereta e colocado sob precauções de aspiração.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
Nutrição parenteral
Use apenas nutrição parenteral para pacientes nos quais a alimentação enteral não é viável, não é tolerada ou não atende às necessidades calóricas.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
A nutrição parenteral está associada a maior mortalidade e um maior risco de insuficiência orgânica e/ou necrose pancreática do que a alimentação enteral.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com [115]Al-Omran M, Albalawi ZH, Tashkandi MF, et al. Enteral versus parenteral nutrition for acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Jan 20;(1):CD002837. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD002837.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20091534?tool=bestpractice.com
A nutrição parenteral deve ser reservada para pacientes que não toleram a alimentação enteral ou não toleram as necessidades nutricionais específicas, ou se houver contraindicações à alimentação enteral. As contraindicações à alimentação enteral podem incluir obstrução intestinal, síndrome do compartimento abdominal, íleo paralítico prolongado e isquemia mesentérica.[120]Arvanitakis M, Ockenga J, Bezmarevic M, et al. ESPEN guideline on clinical nutrition in acute and chronic pancreatitis. Clin Nutr. 2020 Mar;39(3):612-31. https://www.clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(20)30009-1/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32008871?tool=bestpractice.com
aspiração com agulha fina (AAF) e cultura
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Não use a AAF percutânea e cultura como rotina para confirmar ou descartar a presença de infecção. Considere-a apenas se um paciente com necrose pancreática, mas sem sinais clínicos ou de imagem claros de infecção, não melhorar após várias semanas.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
A AAF com cultura pode ser usada para confirmar a infecção, mas tem baixa sensibilidade para diagnostica-la. Taxas de falsos negativos de até 25% foram relatadas na necrose pancreática infectada.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [142]Rodriguez JR, Razo AO, Targarona J, et al. Debridement and closed packing for sterile or infected necrotizing pancreatitis: insights into indications and outcomes in 167 patients. Ann Surg. 2008 Feb;247(2):294-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18216536?tool=bestpractice.com
Debate: AAF
As diretrizes diferem quanto ao papel da AAF em distinguir a necrose infectada da estéril.
Há um debate contínuo sobre o papel apropriado da AAF para distinguir a necrose infectada da estéril e as diretrizes diferem sobre isso.
A diretriz do IAP/APA 2013 recomenda que, devido à alta taxa de falsos negativos, a AAF só deve ser realizada em pacientes que não melhoram clinicamente após várias semanas de pancreatite necrosante, onde não há sinais clínicos ou de imagem claros de infecção.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
A diretriz do ACG 2013 recomenda considerar a AAF sempre que houver suspeita de infecção, com base no fato de que pacientes com necrose estéril e infectada podem parecer semelhantes em termos de leucocitose, febre e marcadores de falência orgânica.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
antibióticos intravenosos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Administre antibióticos intravenosos imediatos a qualquer paciente com necrose infectada confirmada ou altamente suspeitada.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Na maioria dos casos, antibióticos são usados junto com cuidados de suporte para retardar a necessidade de mais intervenções com drenagem por cateter ou necrosectomia/desbridamento até que a necrose seja interrompida.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Suspeite de necrose infectada com base nos sinais clínicos e/ou de imagem.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Sinais clínicos (febre persistente, aumento de marcadores inflamatórios, insuficiência de orgânica nova/persistente) e/ou sinais de imagem (a presença de gás dentro da necrose à TC helicoidal com contraste) são indicadores acurados de que a necrose pancreática foi infectada.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Escolha um antibiótico que tenha boa penetração pancreática, como um carbapeném (por exemplo, imipeném/cilastatina), uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino) ou metronidazol.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
Geralmente, recomenda-se imipeném/cilastatina como opção de primeira linha, em virtude de sua boa penetração pancreática.
Verifique as orientações locais sobre administração de antibióticos.
As fluoroquinolonas foram associadas a efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis, incluindo tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso.[171]European Medicines Agency. Quinolone- and fluoroquinolone-containing medicinal products. 2019 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/quinolone-fluoroquinolone-containing-medicinal-products
Muitos pacientes com necrose pancreática infecciosa precisarão de intervenção com drenagem ou necrosectomia/desbridamento.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
No entanto, alguns estudos tiveram altas taxas de sucesso no tratamento da necrose pancreática infectada apenas com antibióticos.[81]van Santvoort HC, Besselink MG, Bakker OJ, et al. A step-up approach or open necrosectomy for necrotizing pancreatitis. N Engl J Med. 2010 Apr 22;362(16):1491-502. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0908821#t=article http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20410514?tool=bestpractice.com [143]Adler DG, Chari ST, Dahl TJ, et al. Conservative management of infected necrosis complicating severe acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2003 Jan;98(1):98-103. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12526943?tool=bestpractice.com [144]Runzi M, Niebel W, Goebell H, et al. Severe acute pancreatitis: nonsurgical treatment of infected necroses. Pancreas. 2005 Apr;30(3):195-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15782093?tool=bestpractice.com Uma metanálise de 8 estudos envolvendo 409 pacientes descobriu que 64% poderiam ser controlados por tratamento conservador com antibióticos com 12% de mortalidade.[145]Mouli VP, Sreenivas V, Garg PK. Efficacy of conservative treatment, without necrosectomy, for infected pancreatic necrosis: a systematic review and meta-analysis. Gastroenterology. 2012 Oct 12;144(2):333-340.e2. https://www.doi.org/10.1053/j.gastro.2012.10.004 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23063972?tool=bestpractice.com
O risco de morte em pacientes com necrose infectada chega a 30%.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [140]Rasslan R, Novo FDCF, Bitran A, et al. Management of infected pancreatic necrosis: state of the art. Rev Col Bras Cir. 2017 Sep-Oct;44(5):521-9. https://www.doi.org/10.1590/0100-69912017005015 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29019583?tool=bestpractice.com
A necrose infectada tende a se desenvolver na fase tardia da doença (> 14 dias), embora uma revisão tenha constatado que 27% dos casos ocorreram nos primeiros 14 dias.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [141]Petrov MS, Kukosh MV, Emelyanov NV. A randomized controlled trial of enteral versus parenteral feeding in patients with predicted severe acute pancreatitis shows a significant reduction in mortality and in infected pancreatic complications with total enteral nutrition. Dig Surg. 2006 Dec 12;23(5-6):336-44; discussion 344-5. https://www.doi.org/10.1159/000097949 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17164546?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
Opções secundárias
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
Considerar – drenagem por cateter (percutânea ou endoscópica)
drenagem por cateter (percutânea ou endoscópica)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A drenagem é indicada na necrose infectada quando há deterioração clínica continuada ou quando o paciente não melhora apesar dos antibióticos e dos cuidados de suporte.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
A abordagem gradualmente intensificada da intervenção é a melhor opção, mesmo para os pacientes com insuficiência de múltiplos órgãos.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com Ela começa com a drenagem por cateter (retroperitoneal percutânea ou transluminal endoscópica), com a necrosectomia reservada para os pacientes que não responderem.
A drenagem percutânea por cateter é tecnicamente viável em >95% dos pacientes.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
A redução no tamanho da coleta de ≥75% após os primeiros 10 a 14 dias de drenagem percutânea prediz corretamente o sucesso do tratamento com essa técnica.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [147]Horvath K, Freeny P, Escallon J, et al. Safety and efficacy of video-assisted retroperitoneal debridement for infected pancreatic collections: a multicenter, prospective, single-arm phase 2 study. Arch Surg. 2010 Sep;145(9):817-25. https://www.doi.org/10.1001/archsurg.2010.178 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20855750?tool=bestpractice.com
Evidências: abordagem intensificada da necrose infectada
Uma abordagem progressiva reduz o risco de complicações de curto e longo prazo.
Um ECRC multicêntrico de 88 pacientes com necrose infectada mostrou que uma abordagem acelerada começando com a drenagem percutânea por cateter reduziu as complicações de curto prazo (falência de múltiplos órgãos) e as complicações de longo prazo (insuficiência endócrina) em comparação com a necrosectomia aberta.[81]van Santvoort HC, Besselink MG, Bakker OJ, et al. A step-up approach or open necrosectomy for necrotizing pancreatitis. N Engl J Med. 2010 Apr 22;362(16):1491-502. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0908821#t=article http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20410514?tool=bestpractice.com
35% dos pacientes com necrose infectada foram tratados com sucesso com drenagem por cateter somente e não necessitaram de necrosectomia.
A abordagem progressiva reduziu o desfecho composto de morte ou complicações maiores de 69% para 40% (RR 0.57, IC de 95% 0.38 a 0.87).
A análise da gravidade de subgrupos em um ECRC multicêntrico constatou que a abordagem intensificada foi benéfica, independentemente de os pacientes apresentarem ou não falência de múltiplos órgãos.[81]van Santvoort HC, Besselink MG, Bakker OJ, et al. A step-up approach or open necrosectomy for necrotizing pancreatitis. N Engl J Med. 2010 Apr 22;362(16):1491-502. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0908821#t=article http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20410514?tool=bestpractice.com
Idealmente, a intervenção deve ser adiada até que a coleção necrótica esteja totalmente isolada (geralmente de 4 a 5 semanas).[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
As diretrizes atuais recomendam adiar a intervenção com drenagem por cateter (ou necrosectomia/desbridamento) até que a necrose fique totalmente isolada (geralmente 4-5 semanas após o início da pancreatite aguda).[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
A justificativa para isso é que se presume que intervir depois que a necrose é interrompida acarreta menor risco de sangramento e menor probabilidade de precisar de uma segunda intervenção.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Evidência: momento da intervenção
A necrosectomia precoce está associada a piores desfechos, mas as evidências sobre o momento da drenagem do cateter são menos claras.
As evidências sugerem que a necrosectomia aberta está associada a piores desfechos (incluindo maiores taxas de mortalidade) se realizada precocemente.[143]Adler DG, Chari ST, Dahl TJ, et al. Conservative management of infected necrosis complicating severe acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2003 Jan;98(1):98-103. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12526943?tool=bestpractice.com [147]Horvath K, Freeny P, Escallon J, et al. Safety and efficacy of video-assisted retroperitoneal debridement for infected pancreatic collections: a multicenter, prospective, single-arm phase 2 study. Arch Surg. 2010 Sep;145(9):817-25. https://www.doi.org/10.1001/archsurg.2010.178 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20855750?tool=bestpractice.com [152]van Santvoort HC, Bakker OJ, Bollen TL, et al. A conservative and minimally invasive approach to necrotizing pancreatitis improves outcome. Gastroenterology. 2011 Jul 8;141(4):1254-63. https://www.doi.org/10.1053/j.gastro.2011.06.073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21741922?tool=bestpractice.com [153]Besselink MG, Verwer TJ, Schoenmaeckers EJ, et al. Timing of surgical intervention in necrotizing pancreatitis. Arch Surg. 2007 Dec;142(12):1194-201. https://www.doi.org/10.1001/archsurg.142.12.1194 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18086987?tool=bestpractice.com [154]Mier J, León EL, Castillo A, et al. Early versus late necrosectomy in severe necrotizing pancreatitis. Am J Surg. 1997 Feb;173(2):71-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9074366?tool=bestpractice.com No entanto, alguns comentaristas questionaram o caso de um atraso no caso da drenagem do cateter.[155]van Grinsven J, van Brunschot S, Bakker OJ, et al. Diagnostic strategy and timing of intervention in infected necrotizing pancreatitis: an international expert survey and case vignette study. HPB (Oxford). 2015 Dec 20;18(1):49-56. https://www.doi.org/10.1016/j.hpb.2015.07.003 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26776851?tool=bestpractice.com
Aguardam-se os resultados do estudo multicêntrico POINTER, um ECRC que compara a drenagem imediata versus a adiada em pacientes com necrose pancreática infecciosa.
A intervenção não deve ser adiada em um subgrupo de pacientes com catástrofe intra-abdominal(por exemplo, sangramento agudo contínuo, perfuração, síndrome do compartimento abdominal).[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Nos casos em que a drenagem percutânea com cateter não pode ser adiada com segurança até >4 semanas, o ideal é que a necrosectomia ainda não seja realizada até que a coleta seja interrompida.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Sempre consulte uma equipe especializada em pâncreas sobre qualquer paciente que esteja sendo considerado para intervenção.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
A decisão sobre o momento da(s) intervenção(ões) e a escolha da abordagem requerem a contribuição de um centro pancreático especializado.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
necrosectomia/desbridamento
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A necrosectomia minimamente invasiva ou aberta só é indicada para pacientes que não respondem à drenagem com cateter.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com A necrosectomia minimamente invasiva é provavelmente mais segura que a cirurgia aberta .[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [148]Gurusamy KS, Belgaumkar AP, Haswell A, et al. Interventions for necrotising pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Apr 16;(4):CD011383. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011383.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27083933?tool=bestpractice.com
Não há ECRC comparando técnicas minimamente invasivas versus técnicas abertas para necrosectomia/desbridamento.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
No entanto, estudos retrospectivos sugerem um menor risco de complicações e morte com técnicas minimamente invasivas.[149]Raraty MG, Halloran CM, Dodd S, et al. Minimal access retroperitoneal pancreatic necrosectomy: improvement in morbidity and mortality with a less invasive approach. Ann Surg. 2010 May;251(5):787-93. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20395850?tool=bestpractice.com [150]Gomatos IP, Halloran CM, Ghaneh P, et al. Outcomes from minimal access retroperitoneal and open pancreatic necrosectomy in 394 patients With necrotizing pancreatitis. Ann Surg. 2016 May;263(5):992-1001. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26501713?tool=bestpractice.com
As abordagens minimamente invasivas incluem técnicas retroperitoneais percutâneas, laparoscópicas, endoscópicas e videoassistidas.[151]Logue JA, Carter CR. Minimally invasive necrosectomy techniques in severe acute pancreatitis: role of percutaneous necrosectomy and video-assisted retroperitoneal debridement. Gastroenterol Res Pract. 2015 Oct 26;2015:693040. https://www.doi.org/10.1155/2015/693040 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26587018?tool=bestpractice.com
Para cerca de 60% a 70% dos pacientes com necrose pancreática infecciosa, a intervenção preferida dependerá se a necrose está associada à parede posterior do estômago (abordagem endoscópica) ou à parede abdominal posterolateral (abordagem percutânea).[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
A diretriz do NICE do Reino Unido recomenda uma abordagem endoscópica como a opção de primeira linha preferencial quando for anatomicamente possível. Isso se baseia em evidências que sugerem que a abordagem endoscópica é mais aceitável para os pacientes que a drenagem percutânea por cateter, e está associada a menores taxas de complicações e menor permanência hospitalar. No entanto, os procedimentos endoscópicos são de alto risco e requerem encaminhamento a um centro pancreático especializado.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
Protele a intervenção até que a necrose esteja isolada, se possível.
As diretrizes atuais recomendam adiar a intervenção com drenagem por cateter ou necrosectomia/desbridamento até que a necrose esteja totalmente isolada (geralmente 4-5 semanas após o início da pancreatite aguda).[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
A justificativa para isso é que se presume que intervir depois que a necrose é interrompida acarreta menor risco de sangramento e menor probabilidade de precisar de uma segunda intervenção.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
Nos casos em que a drenagem percutânea por cateter não puder ser adiada com segurança até > 4 semanas (por exemplo, devido a uma catástrofe intra-abdominal), o ideal é que a necrosectomia ainda não seja realizada até que a coleta seja interrompida.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Evidência: momento da intervenção
A necrosectomia precoce leva a resultados piores.
As evidências sugerem que a necrosectomia aberta está associada a piores desfechos (incluindo maiores taxas de mortalidade) se realizada precocemente.[143]Adler DG, Chari ST, Dahl TJ, et al. Conservative management of infected necrosis complicating severe acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2003 Jan;98(1):98-103. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12526943?tool=bestpractice.com [147]Horvath K, Freeny P, Escallon J, et al. Safety and efficacy of video-assisted retroperitoneal debridement for infected pancreatic collections: a multicenter, prospective, single-arm phase 2 study. Arch Surg. 2010 Sep;145(9):817-25. https://www.doi.org/10.1001/archsurg.2010.178 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20855750?tool=bestpractice.com [152]van Santvoort HC, Bakker OJ, Bollen TL, et al. A conservative and minimally invasive approach to necrotizing pancreatitis improves outcome. Gastroenterology. 2011 Jul 8;141(4):1254-63. https://www.doi.org/10.1053/j.gastro.2011.06.073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21741922?tool=bestpractice.com [153]Besselink MG, Verwer TJ, Schoenmaeckers EJ, et al. Timing of surgical intervention in necrotizing pancreatitis. Arch Surg. 2007 Dec;142(12):1194-201. https://www.doi.org/10.1001/archsurg.142.12.1194 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18086987?tool=bestpractice.com [154]Mier J, León EL, Castillo A, et al. Early versus late necrosectomy in severe necrotizing pancreatitis. Am J Surg. 1997 Feb;173(2):71-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9074366?tool=bestpractice.com
Sempre consulte uma equipe especializada em pâncreas sobre qualquer paciente que esteja sendo considerado para intervenção.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
A decisão sobre o momento da(s) intervenção(ões) e a escolha da abordagem requerem a contribuição de um centro pancreático especializado.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
drenagem com cateter ou necrosectomia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A maioria dos pacientes com necrose estéril pode ser tratada de forma conservadora.[48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
A necrose estéril assintomática geralmente se resolve com o tempo sem drenagem/necrosectomia por cateter, independentemente do tamanho, localização ou extensão.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [63]Freeman ML, Werner J, van Santvoort HC, et al. Interventions for necrotizing pancreatitis: summary of a multidisciplinary consensus conference. Pancreas. 2012 Nov;41(8):1176-94. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23086243?tool=bestpractice.com
Monitore de perto os pacientes com necrose estéril, pois eles podem desenvolver falência orgânica.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
Embora a presença de infecção na necrose aumente o risco de falência orgânica, pacientes com necrose estéril também podem desenvolver falência orgânica.[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com
Não administre antibióticos profiláticos aos pacientes com necrose que não tiverem infecção comprovada ou clinicamente suspeitada.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Não há evidências que apoiem antibióticos profiláticos para necrose estéril.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104 [18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com [97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Evidência: antibióticos profiláticos
Antibióticos profiláticos não reduzem o risco de necrose infectada ou morte.
Três ECRCs e duas metanálises não demonstraram nenhum benefício dos antibióticos profiláticos em comparação com o placebo na redução do risco de infecção por necrose pancreática (ou peripancreática) ou na redução do risco de morte.[122]García-Barrasa A, Borobia FG, Pallares R, et al. A double-blind, placebo-controlled trial of ciprofloxacin prophylaxis in patients with acute necrotizing pancreatitis. J Gastrointest Surg. 2008 Dec 11;13(4):768-74. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19082671?tool=bestpractice.com [123]Isenmann R, Rünzi M, Kron M, et al. Prophylactic antibiotic treatment in patients with predicted severe acute pancreatitis: a placebo-controlled, double-blind trial. Gastroenterology. 2004 Apr;126(4):997-1004. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15057739?tool=bestpractice.com [124]Dellinger EP, Tellado JM, Soto NE, et al. Early antibiotic treatment for severe acute necrotizing pancreatitis: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Ann Surg. 2007 May;245(5):674-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17457158?tool=bestpractice.com [125]Lim CL, Lee W, Liew YX, et al. Role of antibiotic prophylaxis in necrotizing pancreatitis: a meta-analysis. J Gastrointest Surg. 2015 Jan 22;19(3):480-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25608671?tool=bestpractice.com [126]Villatoro E, Mulla M, Larvin M. Antibiotic therapy for prophylaxis against infection of pancreatic necrosis in acute pancreatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2010 May 12;(5):CD002941. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD002941.pub3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20464721?tool=bestpractice.com
Os antibióticos profiláticos também não têm impacto nas taxas de falência orgânica ou no tempo de internação hospitalar.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
Essa falta de benefício dos antibióticos profiláticos é válida para pacientes com doença grave prevista e aqueles com pancreatite necrosante estéril, bem como para aqueles com doença mais leve, de acordo com uma metanálise realizada para o grupo de diretrizes do Instituto AGA de 2018.[97]Crockett SD, Wani S, Gardner TB, et al. American Gastroenterological Association Institute guideline on initial management of acute pancreatitis. Gastroenterology. 2018 Mar;154(4):1096-101. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29409760?tool=bestpractice.com
As indicações para intervenção radiológica, cirúrgica ou endoscópica na necrose estéril incluem:[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com
Obstrução continuada das saídas gástrica, intestinal ou biliar devido ao efeito de massa de uma necrose isolada (normalmente 4 a 8 semanas após o início da pancreatite aguda).
Sintomas (por exemplo, dor, “mal-estar persistente”) que continuam além de 8 semanas após o início da pancreatite aguda.
Síndrome do ducto desconectado com coleções sintomáticas persistentes além de 8 semanas após o início da pancreatite aguda.
Protele a intervenção até que a necrose esteja isolada, se possível.
As diretrizes atuais recomendam adiar a intervenção com drenagem por cateter ou necrosectomia/desbridamento até que a necrose esteja totalmente isolada (geralmente 4-5 semanas após o início da pancreatite aguda).[18]Tenner S, Baillie J, DeWitt J, et al. American College of Gastroenterology guideline: management of acute pancreatitis. Am J Gastroenterol. 2013 Sep;108(9):1400-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23896955?tool=bestpractice.com [48]Working Group IAP/APA Acute Pancreatitis Guidelines. IAP/APA evidence-based guidelines for the management of acute pancreatitis. Pancreatology. 2013 Jul-Aug;13(4 suppl 2):e1-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24054878?tool=bestpractice.com [49]Johnson CD, Besselink MG, Carter R. Acute pancreatitis. BMJ. 2014 Aug 12;349:g4859. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25116169?tool=bestpractice.com
A justificativa para isso é que se presume que intervir depois que a necrose é interrompida acarreta menor risco de sangramento e menor probabilidade de precisar de uma segunda intervenção.[96]van Dijk SM, Hallensleben NDL, van Santvoort HC, et al. Acute pancreatitis: recent advances through randomised trials. Gut. 2017 Nov;66(11):2024-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28838972?tool=bestpractice.com
associado a – drenagem (endoscópica, radiológica ou cirúrgica) e antibióticos intravenosos
drenagem (endoscópica, radiológica ou cirúrgica) e antibióticos intravenosos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pseudocistos não aparecem até pelo menos 2 semanas (geralmente mais de 4 semanas) após o início de um episódio de pancreatite aguda.
Trate um pseudocisto infectado como um abscesso, com antibióticos e drenagem por cateter.
Geralmente, recomenda-se imipeném/cilastatina como opção de primeira linha, em virtude de sua boa penetração pancreática.[29]Leppäniemi A, Tolonen M, Tarasconi A, et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg. 2019 Jun 13;14:27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6567462 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31210778?tool=bestpractice.com [50]Larvin M. Assessment of severity and prognosis in acute pancreatitis. Eur J Gastroenterol Hepatol. 1997 Feb;9(2):122-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9058621?tool=bestpractice.com As opções alternativas incluem o metronidazol ou uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino).
Verifique as orientações locais sobre administração de antibióticos.
As fluoroquinolonas foram associadas a efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis, incluindo tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso.[171]European Medicines Agency. Quinolone- and fluoroquinolone-containing medicinal products. 2019 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/quinolone-fluoroquinolone-containing-medicinal-products
Os pseudocistos podem ser drenados pelas vias percutânea, cirúrgica ou endoscópica. As técnicas endoscópicas substituíram amplamente as abordagens cirúrgicas e percutâneas.[19]Hines OJ, Pandol SJ. Management of severe acute pancreatitis. BMJ. 2019 Dec 2;367:l6227. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31791953?tool=bestpractice.com [157]Gurusamy KS, Pallari E, Hawkins N, et al. Management strategies for pancreatic pseudocysts. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Apr 14;(4):CD011392. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011392.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27075711?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
Opções secundárias
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
associado a – drenagem (endoscópica, radiológica ou cirúrgica)
drenagem (endoscópica, radiológica ou cirúrgica)
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pseudocistos não aparecem até pelo menos 2 semanas (geralmente mais de 4 semanas) após o início de um episódio de pancreatite aguda.
Maneje os pseudocistos estéreis e assintomáticos de forma conservadora, independentemente do tamanho. Muitos pseudocistos se resolvem espontaneamente.[19]Hines OJ, Pandol SJ. Management of severe acute pancreatitis. BMJ. 2019 Dec 2;367:l6227. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31791953?tool=bestpractice.com [156]Vitas GJ, Sarr MG. Selected management of pancreatic pseudocysts: operative versus expectant management. Surgery. 1992 Feb;111(2):123-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1736380?tool=bestpractice.com
Providencie a drenagem por cateter de pseudocistos sintomáticos.
Os pseudocistos podem se tornar dolorosos ou causar saciedade precoce e perda de peso quando seu tamanho afeta o estômago e o intestino.
Recomenda-se a drenagem desses pseudocistos para alívio dos sintomas.[19]Hines OJ, Pandol SJ. Management of severe acute pancreatitis. BMJ. 2019 Dec 2;367:l6227. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31791953?tool=bestpractice.com [50]Larvin M. Assessment of severity and prognosis in acute pancreatitis. Eur J Gastroenterol Hepatol. 1997 Feb;9(2):122-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9058621?tool=bestpractice.com
Os pseudocistos podem ser drenados pelas vias percutânea, cirúrgica ou endoscópica. As técnicas endoscópicas substituíram amplamente as abordagens cirúrgicas e percutâneas.[19]Hines OJ, Pandol SJ. Management of severe acute pancreatitis. BMJ. 2019 Dec 2;367:l6227. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31791953?tool=bestpractice.com [157]Gurusamy KS, Pallari E, Hawkins N, et al. Management strategies for pancreatic pseudocysts. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Apr 14;(4):CD011392. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011392.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27075711?tool=bestpractice.com
O National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido recomenda a drenagem endoscópica guiada por ultrassom ou a drenagem endoscópica transpapilar como a intervenção preferencial para os pseudocistos sintomáticos da cabeça pancreatica.[8]National Institute for Health and Care Excellence. Pancreatitis. December 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng104
Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal