Prevenção primária

A US Preventive Services Task Force (USPSTF) não recomenda o uso de terapia hormonal (TH) para a prevenção primária de doenças crônicas em mulheres pós-menopausa, pois os riscos totais superam os benefícios.[16] Dentre os possíveis desfechos de prevenção primária estão a redução moderada do risco de fratura, e uma pequena redução do risco de desenvolver diabetes ou depressão.[1]​​[17]​​​ Eles são mais do que compensados pelo aumento do risco de tromboembolismo venoso e por um aumento moderado no risco de doença cardiovascular.​[18][19]​ Em ensaios sobre prevenção primária, o risco de câncer de mama invasivo diminuiu com o tratamento somente à base de estrogênio, mas aumentou no grupo do estrogênio combinado com progestina. De modo particular, a TH atualmente não é recomendada para a prevenção primária da doença cardiovascular.[17]​​[18][19][20] ​​​Pesquisas adicionais são necessárias para avaliar o impacto do momento do início da TH sobre o risco e a mortalidade por doença coronariana, mas pode haver algum benefício se a TH for iniciada precocemente (idade <60 anos).[21]

A prevenção primária deve ser realizada diferente do tratamento dos sintomas no início da menopausa. Para pacientes com sintomas significativos, os benefícios da terapia provavelmente superam os riscos.[17]

Com maior consciência do efeito da diminuição dos níveis de estrogênio na saúde cardiovascular e óssea, as mulheres devem ser orientadas sobre fatores alimentares e de estilo de vida que podem ajudar a reduzir os sintomas iniciais da menopausa e melhorar a saúde mais tarde. Esses fatores incluem manutenção do peso saudável, abandono do hábito de fumar, ingestão adequada de cálcio e vitamina D, aumento da prática de exercícios e redução do consumo de álcool e cafeína.

Na ausência de contraindicações, a TH é uma intervenção terapêutica eficaz para a prevenção da osteoporose em mulheres com menos de 60 anos e em mulheres até 10 anos após o início da menopausa.[8][17]​​ As mulheres com útero intacto devem receber terapia combinada de estrogênio/progestina para se proteger de hiperplasia e câncer endometriais, enquanto as mulheres sem útero devem receber estrogênio somente.[8] Não há dados que sugiram maior eficácia do estrogênio oral versus transdérmico; no entanto, o risco de tromboembolismo venoso pode ser menor com estrogênio transdérmico devido à ausência de efeito de primeira passagem.[8][22][23][24]​ As mulheres mais jovens, particularmente aquelas com <40 anos, podem precisar de doses mais altas de TH que mulheres mais velhas para prevenir efetivamente a perda óssea.[8] O benefício se mantém durante o tratamento, mas diminui uma vez que se interrompe o tratamento.[1]​​[8] Quando interrompido, o benefício da TH pode persistir por mais tempo em mulheres que fizeram uso da TH por mais tempo.[1] Bifosfonatos podem ser adequados para prevenir a perda óssea em mulheres com menopausa precoce quando o estrogênio é contraindicado, ou quando a TH é descontinuada.[8] Em relação às intervenções não farmacológicas, ficou comprovado que a atividade física regular de baixa intensidade, como caminhada, boliche e golfe, reduz o risco de fratura do quadril em mulheres menopausadas.[25]

As diretrizes recomendam TH sistêmica em mulheres que se submetem salpingo-ooforectomia bilateral para redução de risco antes da menopausa natural.[17]​​[26] Se o útero estiver preservado, será necessária uma progestina. A TH pode continuar até quando a menopausa natural seria esperada; os sintomas da menopausa que ocorrem quando da suspensão da TH podem ser manejados da mesma forma que os sintomas da menopausa natural.[26]

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