Prevenção primária
Como se acredita que a fisiopatologia do transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH) tenha um forte componente genético, a prevenção primária é difícil. No entanto, os pais podem controlar os fatores de risco ambientais potencialmente causadores, como a exposição ao chumbo em casa. Há dados conflitantes quanto a se os ácidos graxos ômega-3 têm algum efeito positivo nos sintomas do TDAH.[87][88][89] A exigência do capacete nos esportes, incluindo passeios de bicicleta, pode ajudar a reduzir o risco de lesões cerebrais traumáticas. Em um nível social mais amplo, as expectativas acadêmicas cada vez mais altas podem causar estresse nas crianças em idades cada vez mais precoces nas quais elas apresentam menor capacidade de cumprir e se concentrar para o nível de desenvolvimento. Pais e professores podem ensinar as crianças a manter um planejamento com vistas a manter controle de suas atividades, fazer juntos as lições de casa e incluir atividades extracurriculares (como esportes), as quais canalizam a hiperatividade de forma produtiva. As atividades esportivas individuais, como as artes marciais, podem ser preferidos por crianças com dificuldades de coordenação em detrimento dos esportes coletivos e podem tornar mais fácil para a criança acompanhar o seu progresso individual. É fundamental manter a autoestima positiva, definindo expectativas razoáveis e incentivando as áreas de bom desempenho escolar e extracurricular.
Prevenção secundária
A prevenção secundária do transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH) se concentra na prevenção da recorrência ou da exacerbação dos sintomas do TDAH conforme a criança vai se desenvolvendo. O médico deve avaliar regularmente os vários domínios funcionais (incluindo desempenho acadêmico, humor, ansiedade, comportamento agressivo, autoestima). A avaliação de comportamento deve ser feita mediante entrevistas clínicas com o paciente, os pais e, possivelmente, com os professores. Se a criança estiver em fase de crescimento, talvez seja necessário aumentar a dose do medicamento para manter o mesmo nível de eficácia. A não adesão ao medicamento é mais a regra que a exceção, devendo ser abordada de forma constante. Deve-se dar uma maior atenção a efeitos colaterais súbitos que possam tornar a medicação inaceitável; essa situação pode, às vezes, ser melhorada com o ajuste da dose ou a troca para outro sistema de administração. No entanto, a não adesão pode decorrer da falta de compreensão dos objetivos de tratamento ou de uma rejeição fisiológica da medicação; isso requer uma parceria terapêutica forte do paciente e da família, e amplo conhecimento do transtorno. A psicoeducação é um aspecto muito importante do tratamento bem-sucedido em longo prazo, sendo útil para se antecipar aos desafios do desenvolvimento de crianças com TDAH conforme entrarem na adolescência e no início da vida adulta.[32]
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