Prevenção primária
Evitar picadas de mosquitos
A infecção pode ser evitada pela prevenção das picadas de mosquito.
As medidas possíveis incluem: reduzir o tempo de exposição ao ar livre (os mosquitos podem transmitir infecções durante todo o dia, não apenas ao anoitecer ou amanhecer); usar camisas de manga comprida e calças; usar repelentes de insetos registrados pela Environmental Protection Agency (EPA); usar permetrina nas roupas; diminuir as condições dentro ou ao redor da casa que possam favorecer a reprodução de larvas (como remover recipientes que armazenam água); usar mosquiteiros e ar condicionado; e redobrar os esforços ao viajar para áreas endêmicas.[35][41]
Vacinas
A infecção pelo vírus da chikungunya pode ser prevenida pela vacinação. A vacinação deve ser considerada para os viajantes com risco significativo de exposição ao vírus e trabalhadores de laboratórios expostos ao vírus.
Duas vacinas estão disponíveis mundialmente para a prevenção da doença causada pelo vírus da chikungunya.
Uma vacina de partículas vírus-símiles recombinantes adjuvantes (conhecida comercialmente como Vimkunya®): aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e pela European Medicines Agency (EMA) para pessoas com idade ≥12 anos.
Uma vacina de vírus vivo atenuado (conhecida comercialmente como Ixchiq®): aprovada pela EMA para pessoas com idade ≥12 anos. A vacina foi suspensa nos EUA devido a questões de segurança e não está mais disponível (desde 22 de agosto de 2025).[42] No entanto, a vacina continua disponível nos países onde está licenciada.[43]
Ambas as vacinas foram aprovadas com base nos títulos de anticorpos neutralizantes anti-vírus da chikungunya, e não na prevenção da doença clínica. A continuação da aprovação pode depender da verificação da eficácia clínica em estudos confirmatórios.
Um ensaio clínico randomizado de fase 3 fundamental que usou a vacina de vírus vivo atenuado incluiu 4128 participantes. Os anticorpos neutralizadores específicos contra o vírus chikungunya demonstraram um aumento de 471 vezes, em comparação com a linha basal, no dia 29 do estudo, e permaneceram com um aumento de até 107 vezes, em comparação com a linha basal, no dia 180 do estudo. A vacina foi segura e bem tolerada, e não surgiu nenhuma preocupação em relação à segurança. Os efeitos adversos mais comuns incluíram cefaleia, fadiga, dor muscular, dor articular, febre, náuseas e sensibilidade no local da injeção.[44] O ensaio não teve desfechos clínicos; no entanto, um marcador intermediário de proteção é considerado aceitável para aprovação pelo processo de aprovação acelerada da FDA.
Dois ensaios clínicos randomizados de fase 3 controlados por placebo com o uso da vacina de partículas vírus-símiles adjuvantes incluíram 3667 participantes. Os estudos atingiram seu desfecho primário; 97.8% dos participantes vacinados produziram anticorpos neutralizantes. Entretanto, a eficácia clínica foi inferida apenas a partir de um limiar do título de anticorpos neutralizantes específico selecionado como um marcador substituto. Os efeitos adversos mais comuns incluíram cefaleia, dor muscular e dor no local da injeção. Esses estudos ainda não foram publicados, e estudos de eficácia pós-comercialização são necessários para confirmar a eficácia da vacina.[45][46]
Ensaios clínicos em crianças menores de 12 anos estão em andamento.
O Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) dos EUA faz as seguintes recomendações para a vacinação:[47]
Vacina de partículas vírus-símiles: recomendada para pessoas com idade ≥12 anos viajando para um país ou território onde haja um surto de chikungunya e para trabalhadores de laboratórios com potencial para exposição ao vírus. Também pode ser considerada nas pessoas com idade ≥12 anos que viajarem para um país ou território sem surto, mas com risco elevado para viajantes dos EUA se planejarem ficar por um longo período de tempo (por exemplo, ≥6 meses).
Vacina de vírus vivo atenuado: a vacina foi suspensa nos EUA devido a questões de segurança e não está mais disponível (desde 22 de agosto de 2025).[42]
As recomendações de vacinação podem variar em outros países, e você deve consultar o cronograma de imunização local para obter mais informações. A vacina de vírus vivo atenuado continua disponível nos países onde está licenciada.[43]
A vacinação só deve ser considerada quando um indivíduo apresentar risco significativo de infecção pelo vírus da chikungunya, e somente após uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.[47][48]
A decisão deve levar em consideração o risco de exposição da pessoa ao vírus da chikungunya, o risco de desfechos de doença grave ou crônica se infectadas e os riscos de doença chikungunya-símile grave ou prolongada que pode ser causada pela vacinação.
Os fatores a serem considerados incluem o nível de atividade da doença no destino, a duração da viagem/residência, e a probabilidade de exposição a mosquitos.
A vacinação não é aconselhável para a maioria dos viajantes nos EUA, pois o risco de exposição ao vírus da chikungunya durante a viagem é considerado baixo. CDC: areas at risk for chikungunya Opens in new window As recomendações podem variar em outros países.
A vacina de vírus vivo atenuado (Ixchiq®) foi associada a eventos adversos graves. Sua licença foi suspensa nos EUA devido a essas preocupações de segurança e não está mais disponível lá (desde 22 de agosto de 2025).[42] No entanto, ela continua disponível nos países onde está licenciada.[43] Quando disponível, ela deve ser usada com cautela nas pessoas com idade ≥65 anos, e somente após uma consideração cuidadosa dos riscos e benefícios.[48]
Vários relatos pós-comercialização de eventos adversos graves e, às vezes, fatais, foram relatados em idosos, incluindo hospitalização por eventos cardíacos ou neurológicos, alguns dos quais foram consistentes com complicações graves da infecção pelo vírus da chikungunya (por exemplo, flutter atrial, meningite, encefalite). A maioria dos pacientes tinha idade ≥65 anos e apresentava afecções múltiplas ou não controladas. Os efeitos adversos levaram a uma piora das doenças clínicas dos pacientes ou a uma deterioração de sua saúde geral, às vezes levando a hospitalizações e mortes.
O uso da vacina de vírus vivo atenuado em idosos foi temporariamente suspenso pela FDA e pela EMA em maio de 2025, enquanto uma revisão de segurança completa era conduzida. As restrições foram posteriormente suspensas por ambas as agências e as informações de prescrição foram atualizadas para refletir essas novas informações.[52][53][50][48] Entretanto, em agosto de 2025, a FDA suspendeu a licença de produto biológico da vacina de vírus vivo atenuado devido a relatos subsequentes de eventos adversos graves, determinando que a vacina não é segura e que a administração contínua representaria um perigo para a saúde pública.[42]
Ambas as vacinas são administradas em uma dose única intramuscular. A vacina de vírus vivo atenuado é contraindicada nas pessoas imunocomprometidas. A vacina de partículas vírus-símiles deve ser usada com cautela nas pessoas imunocomprometidas.[47]
A decisão de usar vacinas durante a gestação deve levar em consideração o risco pessoal de infecção pelo vírus da chikungunya do tipo selvagem, a idade gestacional e os riscos de transmissão vertical do vírus da chikungunya do tipo selvagem para o feto ou neonato. Não há estudos clínicos em gestantes. Os neonatos devem ser rigorosamente monitorados por 7 dias após o nascimento se nascerem até 14 dias após a mãe receber a vacina de vírus vivo atenuado; não se sabe se o vírus da vacina pode ser transmitido verticalmente e causar eventos adversos fetais ou neonatais. Estudos em animais com a vacina de partículas vírus-símiles adjuvante não mostraram problemas potenciais. Se ambas as vacinas estiverem disponíveis, a vacina com partículas vírus-símiles é preferencial, pois as vacinas de vírus vivo geralmente não são recomendadas para gestantes.[47]
É possível que haja efeitos adversos graves ou prolongados, similares à chikungunya, os quais podem limitar as atividades diárias ou requerer intervenção médica após a vacinação. São necessários estudos pós-comercialização adicionais para avaliar o risco de reações adversas graves chikungunya-símiles após a administração.
Vacinas em desenvolvimento
Outras vacinas estão em fase de desenvolvimento clínico ou pré-clínico avançado.
Os principais candidatos incluem a BBV87 (uma vacina de virion inteiro inativado).[56]
Uma vacina quimérica que usa o vírus do sarampo com codificação das proteínas estruturais do chikungunya (MV-CHIK) também demonstrou segurança e tolerabilidade em ensaios clínicos randomizados de fase 2, além de produzir imunogenicidade na maioria dos receptores após uma única injeção.[57]
Prevenção secundária
A educação da comunidade é importante para identificar a responsabilidade do problema e estabelecer ações para evitar a proliferação de mosquitos e evitar exposição.[75]
Especialmente em áreas não endêmicas, os indivíduos infectados devem ficar longe dos mosquitos causadores enquanto estiverem doentes, a fim de evitar novos surtos locais.
Os viajantes precisam ser orientados quanto ao risco e às precauções básicas que devem ser tomadas. Eles também têm de identificar os sintomas e buscar atendimento, se necessário.[33] CDC: Yellow Book: health information for international travel Opens in new window
As autoridades sanitárias precisam estar conscientes do risco de transmissão por transfusão sanguínea e avaliar a necessidade de rastreamento de doadores em situações epidêmicas.[27]
É uma doença de notificação compulsória em alguns países.
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