A abordagem de cuidados para os pacientes com lesão crônica da medula espinhal (LME) compreende o manejo das complicações secundárias, identificação da progressão da patologia espinhal, e reabilitação contínua. O objetivo é minimizar complicações adicionais e maximizar a independência funcional. Devido à amplitude e à complexidade dos problemas clínicos e riscos após a LME, é comum que múltiplas especialidades médicas façam parte dos cuidados multidisciplinares do paciente; elas podem incluir a urologia, a nefrologia, a ortopedia, a endocrinologia, a cardiologia e a psiquiatria.[49]Ong B, Wilson JR, Henzel MK. Management of the patient with chronic spinal cord injury. Med Clin North Am. 2020 Mar;104(2):263-78.
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Intervenção cirúrgica para deficit neurológico progressivo
O déficit neurológico progressivo não está necessariamente relacionado com a LME original - ele pode indicar compressão da medula por metástases, tumores primários na medula espinhal, hematoma extradural ou abscesso, ou prolapso do disco intervertebral, e requer investigação. Se qualquer uma dessas doenças for diagnosticada, será necessária descompressão cirúrgica e estabilização da coluna espinhal comprometida.[15]Fehlings MG, Vaccaro A, Wilson JR, et al. Early versus delayed decompression for traumatic cervical spinal cord injury: results of the Surgical Timing in Acute Spinal Cord Injury Study (STASCIS). PLoS One. 2012 Feb 23;7(2):e32037
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Os pacientes precisarão ter sua função neurológica reavaliada pós-cirurgia e precisarão de reabilitação, se houver deficit neurológico residual.
Se o deficit neurológico progressivo indicar isquemia secundária ou inflamação seguida de lesão aguda, não haverá necessidade de cirurgia.
Intervenções terapêuticas
Muitas intervenções iniciadas após a LME aguda são contínuas para os pacientes com LME crônica. Houve uma mudança em relação ao papel da terapia no contexto da paralisia relacionada à LME. Embora tradicionalmente a terapia tenha enfatizado abordagens compensatórias, com foco no fortalecimento e na mudança de desempenho da maioria das funções para os músculos não afetados acima do nível da lesão, as novas terapias baseadas em atividades têm como objetivo otimizar a função neurológica por meio de intervenções neuroplásticas.[50]Hamid S, Hayek R. Role of electrical stimulation for rehabilitation and regeneration after spinal cord injury: an overview. Eur Spine J. 2008 Sep;17(9):1256-69.
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O objetivo de qualquer programa de reabilitação para paralisia relacionada à LME é maximizar o funcionamento no dia a dia para alcançar níveis similares aos de antes da lesão, por meio de abordagens compensatórias e restaurativas. As abordagens compensatórias envolvem a maximização da força e da funcionalidade das partes intactas e não afetadas do corpo, enquanto as abordagens restaurativas buscam melhorar a mobilidade e as atividades diárias ao otimizar a recuperação neurológica.[51]Dolbow DR, Gorgey AS, Recio AC, et al. Activity-based restorative therapies after spinal cord injury: inter-institutional conceptions and perceptions. Aging Dis. 2015 Aug;6(4):254-61.
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A fisioterapia é usada para manter a amplitude de movimento (ADM) e a mobilidade das articulações. Isso estimula a circulação e tem o objetivo de prevenir deformidades, contraturas musculares e de articulações secundárias, e a osteoporose.[55]Charmetant C, Phaner V, Condemine A, et al. Diagnosis and treatment of osteoporosis in spinal cord injury patients: a literature review. Ann Phys Rehabil Med. 2010 Dec;53(10):655-68.
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Terapias baseadas em atividades podem promover a recuperação neurológica e, assim, melhorar a função sensório-motora e autonômica.[56]Jones ML, Evans N, Tefertiller C, et al. Activity-based therapy for recovery of walking in individuals with chronic spinal cord injury: results from a randomized clinical trial. Arch Phys Med Rehabil. 2014 Dec;95(12):2239-46.e2.
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Os componentes específicos incluem:
Mobilidade e transferências: são ensinadas técnicas para facilitar mudanças de posição para aliviar a pressão, vestir-se, atividades diárias de autocuidado, sono e transferência para e da cadeira de rodas. São explorados e ensinados diferentes mecanismos para se sentar, além de suportes e métodos para se levantar da posição supina para a posição ereta.[61]Boswell-Ruys CL, Harvey LA, Barker JJ, et al. Training unsupported sitting in people with chronic spinal cord injuries: a randomized controlled trial. Spinal Cord. 2010 Feb;48(2):138-43.
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Mobilidade em cadeira de rodas: o uso efetivo de cadeiras de rodas motorizadas ou manuais requer treinamento. Há várias opções disponíveis, e os controles podem ser personalizados com base no nível de funcionalidade do paciente. Controles para o queixo, a boca e as mãos estão disponíveis para as cadeiras de rodas motorizadas; a tecnologia assistida por motor pode ser usada para melhorar a habilidade de navegar por diferentes espaços usando cadeiras de rodas manuais.[62]Flockhart EW, Miller WC, Campbell JA, et al. Evaluation of two power assist systems for manual wheelchairs for usability, performance and mobility: a pilot study. Disabil Rehabil Assist Technol. 2021 Nov 22:1-13.
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Técnicas avançadas de manobra podem ser ensinadas para permitir que os pacientes se virem em locais apertados e subam e desçam rampas, ladeiras e meios-fios.
Caminhar: há várias intervenções que podem ser usadas para possibilitar que um paciente com paralisia relacionada à LME pratique a marcha, mas o estado neurológico é o principal preditor da habilidade do paciente de andar de maneira independente. Os pacientes com pelo menos uma ADM total dos membros inferiores com gravidade eliminada têm maior probabilidade de conseguir andar com auxílio. O treinamento locomotor usa intervenções como andar em uma esteira com o peso corporal sendo sustentado ou a caminhada assistida por robô.[64]Mehrholz J, Harvey LA, Thomas S, et al. Is body-weight-supported treadmill training or robotic-assisted gait training superior to overground gait training and other forms of physiotherapy in people with spinal cord injury? A systematic review. Spinal Cord. 2017 Aug;55(8):722-9.
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Órteses para suporte das articulações ou órteses de marcha recíproca podem ser usadas para auxílio da deambulação. Nos pacientes com comprometimento motor mais grave, pode ser possível ficar em pé com uma mesa inclinável, suportes, cadeiras de rodas verticais ou barras paralelas. Andar pode ser difícil quando há paralisia concomitante dos membros superiores, falta de controle da pelve, perda de propriocepção, obesidade, contratura da articulação ou espasticidade.[54]Lam T, Eng JJ, Wolfe DL, et al; SCIRE Research Team. A systematic review of the efficacy of gait rehabilitation strategies for spinal cord injury. Top Spinal Cord Inj Rehabil. 2007 Summer;13(1):32-57.
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Função das mãos: o objetivo é melhorar a função usando intervenções neurorrestaurativas e/ou compensatórias.[67]Inanici F, Brighton LN, Samejima S, et al. Transcutaneous spinal cord stimulation restores hand and arm function after spinal cord injury. IEEE Trans Neural Syst Rehabil Eng. 2021;29:310-9.
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O modelo reabilitador compensatório se baseia na função disponível usando treinamento e órteses para maximizar a destreza. As talas mantêm as articulações em posições funcionais e podem ser adaptadas, dependendo da função exigida. A terapia regular das mãos pode ser realizada fora da tala para se manter a flexibilidade e a ADM passiva total. O efeito de tenodese (flexão passiva do dedo em resposta à extensão do punho) pode ser ensinado para alguns pacientes para permitir que eles façam os movimentos básicos de pinça, garra e pegada de 3 pontos. O modelo de terapia baseado em atividades utiliza treinamento específico para cada tarefa e a prática em massa para melhorar a função dos membros superiores.[69]Zoghi M, Galea M. Brain motor control assessment post early intensive hand rehabilitation after spinal cord injury. Top Spinal Cord Inj Rehabil. 2018 Spring;24(2):157-66.
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Reconstruções cirúrgicas usando artrodese, tenodese e transferências de tendões e de nervos podem ser consideradas nos pacientes aptos.
Exercícios: uma variedade de intervenções com exercícios, incluindo ADM passiva, fortalecimento e condicionamento, estímulo elétrico funcional e exercícios de resistência eletricamente estimulada podem melhorar a função arterial e auxiliar a neurorrecuperação em pacientes com LME.[71]Phillips AA, Cote AT, Warburton DE. A systematic review of exercise as a therapeutic intervention to improve arterial function in persons living with spinal cord injury. Spinal Cord. 2011 Jun;49(6):702-14.
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Cuidados de suporte
Função respiratória
Manter uma boa função respiratória é vital. Técnicas regulares de limpeza das vias aéreas e avaliação clínica e monitoramento contínuo da função pulmonar são recomendados para garantir a limpeza adequada das vias aéreas.[74]McKim DA, Road J, Avendano M, et al. Home mechanical ventilation: a Canadian Thoracic Society clinical practice guideline. Can Respir J. 2011 Jul-Aug;18(4):197-215.
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Uma alteração regular na posição e postura e uso regular de tosse assistida e exercícios regulares de respiração (espirometria incentivada) são úteis na prevenção de problemas respiratórios secundários.[75]Michael SM, Porter D, Pountney TE. Tilted seat position for non-ambulant individuals with neurological and neuromuscular impairment: a systematic review. Clin Rehabil. 2007 Dec;21(12):1063-74.
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Nos pacientes que necessitam de suporte ventilatório contínuo, as abordagens não invasivas parecem estar associadas a menos complicações que a ventilação invasiva.[74]McKim DA, Road J, Avendano M, et al. Home mechanical ventilation: a Canadian Thoracic Society clinical practice guideline. Can Respir J. 2011 Jul-Aug;18(4):197-215.
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O treinamento de resistência dos músculos inspiratórios tem um efeito de curto prazo positivo sobre a função dos músculos inspiratórios nos pacientes com LME que apresentam função pulmonar comprometida.[76]Postma K, Haisma JA, Hopman MT, et al. Resistive inspiratory muscle training in people with spinal cord injury during inpatient rehabilitation: a randomized controlled trial. Phys Ther. 2014 Dec;94(12):1709-19.
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Úlceras por pressão
A úlcera por pressão tipicamente ocorre abaixo do sacro (posição supina), na tuberosidade isquiática (sentado) ou nos trocânteres (deitado de lado). Elas são evitadas por cuidados de enfermagem adequados, mudanças regulares na posição, acolchoamento das protuberâncias, manutenção da limpeza e verificação regular da pele. O tratamento cirúrgico é necessário na presença de tecido necrótico.[77]Srivastava A, Gupta A, Taly AB, et al. Surgical management of pressure ulcers during inpatient neurologic rehabilitation: outcomes for patients with spinal cord disease. J Spinal Cord Med. 2009 Apr;32(2):125-31.
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Consulte Úlceras por pressão.
Prevenção do tromboembolismo venoso
Os pacientes com risco aumentado de trombose (por exemplo, imobilizados para repouso no leito ou internados por afecção clínica ou cirurgia) devem receber profilaxia para prevenir o tromboembolismo venoso e uma possível embolia pulmonar.[78]Kahn SR, Lim W, Dunn AS, et al. Prevention of VTE in nonsurgical patients: antithrombotic therapy and prevention of thrombosis, 9th ed: American College of Chest Physicians Evidence-based clinical practice guidelines. Chest. 2012 Feb;141(2 suppl):e195S-226S.
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A profilaxia farmacológica deve ser usada a menos que seja contraindicada; medidas não farmacológicas (por exemplo, meias de compressão graduada, dispositivos de compressão pneumática intermitente) podem ser usadas para os pacientes com alto risco de sangramento. Consulte Profilaxia do tromboembolismo venoso.
Manejo da bexiga
A maioria dos pacientes com LME apresenta comprometimento da função vesical, seja no armazenamento, na evacuação ou ambos.[79]Consortium for Spinal Cord Medicine. Bladder management for adults with spinal cord injury: a clinical practice guideline for health-care providers. J Spinal Cord Med. 2006;29(5):527-73.
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A disfunção neurogênica do trato urinário inferior pode ser caracterizada como do tipo neurônio motor superior, neurônio motor inferior ou mista.[80]de Groat WC, Griffiths D, Yoshimura N. Neural control of the lower urinary tract. Compr Physiol. 2015 Jan;5(1):327-96.
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O método de manejo preferido é o autocateterismo intermitente. O uso de um cateter de demora com um sistema de coleta externa também pode ser considerado; no entanto, isso aumenta os riscos de contratura e infecção urinárias. É importante que o método usado mantenha o sistema de baixa pressão, impeça a hiperdistensão da bexiga e garanta o esvaziamento completo.
Estratégias de tratamento podem ser desenvolvidas com base nos estudos da bexiga (ultrassonografia pós-miccional, avaliações urodinâmicas e cistouretrografia miccional).[82]Li L, Ye W, Ruan H, et al. Impact of hydrophilic catheters on urinary tract infections in people with spinal cord injury: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Arch Phys Med Rehabil. 2013 Apr;94(4):782-7.
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O tratamento farmacológico tem o objetivo de otimizar o armazenamento e a eliminação com o uso de agentes que reduzem a hiper-reflexia do músculo detrusor, melhoram a complacência vesical e abordam a dissinergia detrusor-esfincteriana (por exemplo, anticolinérgicos, beta-agonistas, alfabloqueadores, injeção de toxina botulínica e, às vezes, agentes colinérgicos).[84]del Popolo G, Mencarini M, Nelli F, et al. Controversy over the pharmacological treatments of storage symptoms in spinal cord injury patients: a literature overview. Spinal Cord. 2012 Jan;50(1):8-13.
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Manejo do intestino
A constipação é o problema mais comum associado à LME crônica, e pode causar impactação e incontinência por transbordamento, se não for adequadamente tratada. Um programa de manejo intestinal deve ser criado e personalizado para cada paciente.[85]Krassioukov A, Eng JJ, Claxton G, et al. Neurogenic bowel management after spinal cord injury: a systematic review of the evidence. Spinal Cord. 2010 Oct;48(10):718-33.
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Os principais componentes do programa incluem:
Dieta alimentar: consumo de uma dieta balanceada, incluindo alimentos fibrosos e estimulantes, com consumo de >2 litros/dia de fluidos.
Rotina regular: consumir refeições e tentar evacuar nas mesmas horas todos os dias; usar o mesmo local para evacuar.
Manobras físicas e posicionamento: incluem estímulo do reflexo gastrocólico por um fator desencadeante alimentar quente, massagem abdominal e atividade física para promover a evacuação. O paciente deve sentar-se em uma cadeira sanitária ou um vaso sanitário, se possível.
Fatores desencadeantes locais para a defecação, como estímulo digital, supositório ou evacuação manual.
Tratamentos farmacológicos: os amaciantes de fezes são preferidos. Os laxantes estimulantes ou osmóticos serão indicados somente se a constipação persistir apesar da otimização de todos os outros componentes do programa de manejo da evacuação. A obstrução intestinal deve ser excluída antes da administração de laxativos.
Manejo da dor
A dor nociceptiva é tratável por fisioterapia e analgesia simples.[88]Scottish Intercollegiate Guidelines Network. Management of chronic pain: a national clinical guideline. Aug 2019 [internet publication].
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A dor neuropática é de difícil tratamento.[89]Wyndaele JJ. Pain in individuals who suffered a spinal cord injury. How does pain interfere? Hope for improved management. Spinal Cord. 2009 May;47(5):351.
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Os agentes de primeira linha são os anticonvulsivantes neuroestabilizadores (por exemplo, gabapentina, pregabalina), inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (por exemplo, duloxetina) e antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina.[91]National Institute for Health and Care Excellence. Neuropathic pain in adults: pharmacological management in non-specialist settings. Jul 2019 [internet publication].
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Os analgésicos opioides, como tramadol ou oxicodona, podem ser considerados como último recurso, uma vez que outras opções tenham sido tentadas, mas somente se os benefícios esperados superarem os riscos e após uma discussão completa com o paciente.[94]Dowell D, Ragan KR, Jones CM, et al. CDC clinical practice guideline for prescribing opioids for pain - United States, 2022. MMWR Recomm Rep. 2022 Nov 4;71(3):1-95.
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As terapias de neuromodulação para o tratamento da dor, como estimulação elétrica transcutânea, estimulação da medula espinhal e estimulação cerebral, têm desfechos mistos.[97]Cruccu G, Garcia-Larrea L, Hansson P, et al. EAN guidelines on central neurostimulation therapy in chronic pain conditions. Eur J Neurol. 2016 Oct;23(10):1489-99.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34062145?tool=bestpractice.com
Os pacientes com compressão das raízes nervosas devem ser considerados para descompressão cirúrgica.
A eficácia das intervenções psicológicas no tratamento da dor neuropática crônica não foi suficientemente estudada.
Manejo da espasticidade
O manejo da espasticidade pode envolver agentes farmacológicos (por exemplo, baclofeno ou tizanidina por via oral; alguns medicamentos para dor neuropática, como gabapentina; medicamentos dopaminérgicos, como levodopa/carbidopa; quimiodenervação com toxina botulínica ou fenol/álcool; baclofeno intratecal) e procedimentos cirúrgicos (alívio da contratura ortopédica; transferência de nervos; rizotomia dorsal).[49]Ong B, Wilson JR, Henzel MK. Management of the patient with chronic spinal cord injury. Med Clin North Am. 2020 Mar;104(2):263-78.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32035568?tool=bestpractice.com
As evidências de efetividade das intervenções não farmacológicas (como estimulação elétrica neuromuscular, alongamento, imobilização, estimulação magnética repetitiva, estimulação magnética transcraniana, estimulação transcraniana por corrente direta, terapia de vibração) são limitadas.[100]Khan F, Amatya B, Bensmail D, et al. Non-pharmacological interventions for spasticity in adults: an overview of systematic reviews. Ann Phys Rehabil Med. 2019 Jul;62(4):265-73.
https://www.doi.org/10.1016/j.rehab.2017.10.001
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29042299?tool=bestpractice.com
Manejo da saúde óssea
A perda óssea começa logo após o início da paralisia, mas é mais pronunciada nos primeiros 12 meses e continua por anos após a LME.[101]Bauman WA, Cardozo CP. Osteoporosis in individuals with spinal cord injury. PM R. 2015 Feb;7(2):188-201; quiz 201.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25171878?tool=bestpractice.com
A avaliação da densidade mineral óssea deve ser feita assim que o paciente estiver clinicamente estável após a paralisia e deve ser repetida depois de, pelo menos, 12 meses de terapia medicamentosa e, depois, a intervalos de 1 a 2 anos.[47]Morse LR, Biering-Soerensen F, Carbone LD, et al. Bone mineral density testing in spinal cord injury: 2019 ISCD official position. J Clin Densitom. 2019 Oct-Dec;22(4):554-66.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31501005?tool=bestpractice.com
A baixa densidade óssea e a osteoporose secundária associadas com a paralisia relacionada à LME causam alta incidência de fraturas de baixo impacto, que costumam resultar em hospitalizações.[102]Gifre L, Vidal J, Carrasco J, et al. Incidence of skeletal fractures after traumatic spinal cord injury: a 10-year follow-up study. Clin Rehabil. 2014 Apr;28(4):361-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24096543?tool=bestpractice.com
[103]Morse LR, Battaglino RA, Stolzmann KL, et al. Osteoporotic fractures and hospitalization risk in chronic spinal cord injury. Osteoporos Int. 2009 Mar;20(3):385-92.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18581033?tool=bestpractice.com
Vários medicamentos comumente prescritos para pacientes com LME (antidepressivos, anticonvulsivantes, opioides, inibidores da bomba de prótons, anticoagulantes) podem ter um efeito negativo sobre a densidade óssea.[104]Kokorelis C, Gonzalez-Fernandez M, Morgan M, et al. Effects of drugs on bone metabolism in a cohort of individuals with traumatic spinal cord injury. Spinal Cord Ser Cases. 2019;5:3.
https://www.doi.org/10.1038/s41394-018-0146-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30675387?tool=bestpractice.com
Nenhuma intervenção terapêutica demonstrou reduzir o risco de fraturas, mas a deambulação, a posição ortostática e a estimulação elétrica podem aumentar a densidade mineral óssea em pacientes com LME.[48]Sadowsky CL, Mingioni N, Zinski J. A primary care provider's guide to bone health in spinal cord-related paralysis. Top Spinal Cord Inj Rehabil. 2020 Spring;26(2):128-33.
https://www.doi.org/10.46292/sci2602-128
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32760192?tool=bestpractice.com
Há evidências de que os bifosfonatos, os anticorpos monoclonais anti-RANKL (por exemplo, denosumabe) e a teriparatida (análogo do paratormônio) podem aumentar a densidade óssea da coluna, do quadril e do joelho em pacientes com LME.[48]Sadowsky CL, Mingioni N, Zinski J. A primary care provider's guide to bone health in spinal cord-related paralysis. Top Spinal Cord Inj Rehabil. 2020 Spring;26(2):128-33.
https://www.doi.org/10.46292/sci2602-128
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32760192?tool=bestpractice.com
Manejo da disreflexia autonômica
A disreflexia autonômica pode ocorrer em pacientes com uma lesão que afeta T6 ou superior.[105]Krassioukov A, Warburton DE, Teasell R, et al. A systematic review of the management of autonomic dysreflexia after spinal cord injury. Arch Phys Med Rehabil. 2009 Apr;90(4):682-95.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19345787?tool=bestpractice.com
[106]Prévinaire JG, Mathias CJ, El Masri W, et al. The isolated sympathetic spinal cord: cardiovascular and sudomotor assessment in spinal cord injury patients: a literature survey. Ann Phys Rehabil Med. 2010 Oct;53(8):520-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20797928?tool=bestpractice.com
[107]Courtois F, Rodrigue X, Côté I, et al. Sexual function and autonomic dysreflexia in men with spinal cord injuries: how should we treat? Spinal Cord. 2012 Dec;50(12):869-77.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22869221?tool=bestpractice.com
É provocada por uma resposta autônoma excessiva aos estímulos abaixo do nível da lesão, como impactação fecal ou cateter bloqueado.
A abordagem da causa subjacente é o tratamento de primeira linha. A distensão vesical deve ser excluída primeiro. Se o paciente tiver um cateter, deve-se verificar se a tubulação está bloqueada ou dobrada e, se necessário, ele deverá ser substituído. Se não houver cateter, mas houver sinais clínicos de retenção urinária, o cateterismo é indicado. Se não houver distensão vesical, um exame retal deverá ser realizado para se verificar e remover a impactação fecal retal. As úlceras por pressão ou unhas encravadas são causas mais raras.
Se os sintomas persistirem, ou se nenhuma causa for identificada, os pacientes deverão ser tratados com nifedipino ou nitroglicerina sublinguais para diminuir a pressão arterial.[105]Krassioukov A, Warburton DE, Teasell R, et al. A systematic review of the management of autonomic dysreflexia after spinal cord injury. Arch Phys Med Rehabil. 2009 Apr;90(4):682-95.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19345787?tool=bestpractice.com
[108]Eldahan KC, Rabchevsky AG. Autonomic dysreflexia after spinal cord injury: systemic pathophysiology and methods of management. Auton Neurosci. 2018 Jan;209:59-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28506502?tool=bestpractice.com
Se a resposta permanecer inadequada após 2 doses, um agente hipotensor intravenoso (por exemplo, hidralazina, diazóxido ou nitroprussiato) deve ser administrado.[108]Eldahan KC, Rabchevsky AG. Autonomic dysreflexia after spinal cord injury: systemic pathophysiology and methods of management. Auton Neurosci. 2018 Jan;209:59-70.
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[109]Squair JW, Phillips AA, Harmon M, et al. Emergency management of autonomic dysreflexia with neurologic complications. CMAJ. 2016 Oct 18;188(15):1100-3.
https://www.doi.org/10.1503/cmaj.151311
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[110]Braddom RL, Rocco JF. Autonomic dysreflexia. A survey of current treatment. Am J Phys Med Rehabil. 1991 Oct;70(5):234-41.
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[111]Consortium for Spinal Cord Medicine. Acute management of autonomic dysreflexia: individuals with spinal cord injury presenting to health-care facilities. J Spinal Cord Med. 2002 Spring;25(1 suppl):S67-88.
https://pva.org/wp-content/uploads/2021/09/cpg_autonomic-dysreflexia.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12051242?tool=bestpractice.com
A pressão arterial deve ser monitorada regularmente, e todos os esforços devem ser mantidos para encontrar a causa subjacente.
Manejo de comorbidades psicológicas
Os pacientes com LME com rastreamento positivo para algum transtorno psicológico ou transtorno relacionado a uso de substâncias devem ser encaminhados a um profissional de saúde mental para avaliações adicionais e início do tratamento, se indicado. Devem ser consideradas intervenções farmacológicas e/ou não farmacológicas, e as decisões relativas ao tratamento devem se basear em considerações clínicas e nas preferências do paciente.[41]Bombardier CH, Azuero CB, Fann JR, et al. Management of mental health disorders, substance use disorders, and suicide in adults with spinal cord injury: clinical practice guideline for healthcare providers. Top Spinal Cord Inj Rehabil. Spring 2021;27(2):152-224.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8152173
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34108836?tool=bestpractice.com
Manejo da disfunção sexual, fertilidade, gravidez e nascimento
Os pacientes com disfunção sexual devem receber informações e tratamentos não farmacológicos e farmacológicos, conforme a necessidade.[112]Consortium for Spinal Cord Medicine. Sexuality and reproductive health in adults with spinal cord injury: a clinical practice guideline for health-care professionals. J Spinal Cord Med. 2010;33(3):281-336.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20737805?tool=bestpractice.com
Devem ser oferecidos tratamentos de fertilidade assistida, se necessário.[38]Stoffel JT, Van der Aa F, Wittmann D, et al. Fertility and sexuality in the spinal cord injury patient. World J Urol. 2018 Oct;36(10):1577-85.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29948051?tool=bestpractice.com
[39]DeForge D, Blackmer J, Garritty C, et al. Fertility following spinal cord injury: a systematic review. Spinal Cord. 2005 Dec;43(12):693-703.
https://www.doi.org/10.1038/sj.sc.3101769
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15951744?tool=bestpractice.com
A gestação, o trabalho de parto e o parto para pacientes do sexo feminino que têm LME requerem cuidados especializados de uma equipe multidisciplinar. As pacientes que considerarem engravidar devem passar por uma avaliação pré-gestação. A disreflexia autonômica pode mimetizar a pré-eclâmpsia, e o trabalho de parto pode desencadear disreflexia autonômica grave; a anestesia neuraxial é preferível para reduzir o risco de disreflexia autonômica. As mulheres com LME podem ter parto vaginal. Para o parto cesáreo, a anestesia espinhal ou peridural é preferível. Os médicos devem estar cientes de que os pacientes com LME podem apresentar retardos na cicatrização de feridas.[113]Obstetric management of patients with spinal cord injuries: ACOG Committee opinion summary, number 808. Obstet Gynecol. 2020 May;135(5):1247-49.
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/committee-opinion/articles/2020/05/obstetric-management-of-patients-with-spinal-cord-injuries
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32332412?tool=bestpractice.com