História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Fortes fatores de risco incluem tabagismo e uso de bebidas alcoólicas, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e refluxo biliar, radioterapia prévia no pescoço, história de displasia das pregas vocais, etnia negra, sexo masculino e história familiar de câncer laríngeo.
idade >40 anos
O risco aumenta com a idade. A maioria dos casos é diagnosticada em pessoas com 55 anos ou mais; a idade mediana no momento do diagnóstico é 66 anos.[4]
rouquidão
Alterações vocais são comuns em pacientes com câncer laríngeo da glote (pregas vocais). Voz arquejante e rouca ou afonia por >3 semanas sugere câncer laríngeo.
A fixação das pregas vocais, indicada pela interrupção da onda mucosa das pregas vocais verdadeiras e pela mecânica das pregas vocais, pode indicar progressão local da doença.
Pacientes com longa história de tabagismo podem ter um grau inicial de disfonia que dificulta a percepção de alterações causadas pelo câncer laríngeo.
disfagia
Mais comum em pacientes com câncer supraglótico, sendo o sintoma frequente nesses pacientes. Com tumores glóticos mais extensos, pode existir disfagia.
odinofagia (deglutição dolorosa)
Mais comum em pacientes com câncer supraglótico. Também pode existir odinofagia com tumores glóticos mais extensos.
linfadenopatia cervical
Metástases cervicais podem se apresentar como massas firmes e indolores. Mais comuns no câncer supraglótico. O câncer glótico apresenta uma taxa muito menor de metástases cervicais. Tamanho, localização, mobilidade e grau de firmeza indicam o grau de progressão da malignidade laríngea.
massa supraglótica ou glótica
Uma laringoscopia indireta também permite a avaliação imediata de lesões óbvias que envolvem a laringe.
eritroplasia lesional, ulceração, necrose ou sangramento
Pode começar como eritroplasia e evoluir para lesões ulceradas, necróticas, friáveis e volumosas envolvendo as pregas vocais verdadeiras, as falsas pregas vocais, cartilagens aritenoides, epiglote ou laringe subglótica. Observada com laringoscopia com espelho ou laringoscopia com fibra óptica flexível.
Incomuns
sinais de obstrução das vias aéreas
O câncer laríngeo supraglótico impõe preocupações significativas em relação às vias aéreas obstruídas.
À medida que as massas crescem dentro ou em torno da glote, as vias aéreas podem tornar-se obstruídas e causar dificuldade progressiva para respirar. A dispneia pode ser exacerbada com a fala ou na posição supina.
Murmúrio vesicular diminuído também pode indicar obstrução das vias aéreas.
instabilidade hemodinâmica
Pode indicar sangramento catastrófico de fístulas (por exemplo, das artérias faringocarótida ou traqueoinominada).
Outros fatores diagnósticos
comuns
faringite
Pacientes com câncer laríngeo geralmente se apresentam com início insidioso de faringite.
otalgia
Uma dor irradiada para os ouvidos pode ser observada no câncer laríngeo, particularmente em casos mais avançados.
Incomuns
efusão no ouvido médio
Pode ser observada em casos mais avançados.
estridor
A obstrução das vias aéreas pode ser observada em estádios avançados de todos os tipos histológicos de câncer laríngeo. No raro caso de câncer laríngeo subglótico, o estridor geralmente é o primeiro sinal.
perda de peso ou caquexia
A perda de peso é mais comum no câncer supraglótico avançado. Disfagia e odinofagia (deglutição dolorosa) podem levar à perda de peso significativa.
A caquexia é um sinal ominoso de doença avançada.
sofrimento geral
Obstrução das vias aéreas ou doença disseminada podem ser aparentes na avaliação inicial.
massas orofaríngeas ou leucoplasia
Sinais de envolvimento maligno podem estender-se à parede posterior da faringe, pilares tonsilares, amígdalas e palato, superfícies da língua oral, soalho da boca e base da língua.
perda de crepitação laríngea
Ao deslocar a laringe de um lado para o outro, deverá haver um grau de mobilidade e crepitação; caso contrário, o câncer poderá estar em um estádio mais avançado.
crescimentos na parótida e tireoide
Nódulos ou massas palpáveis das glândulas da cabeça e pescoço podem indicar metástases regionais ou doença avançada.
murmúrio vesicular diminuído
Pode indicar obstrução das vias aéreas ou pneumonia, especialmente quando há suspeita de aspiração.
Fatores de risco
Fortes
tabagismo
Estudos relatam consistentemente que os fumantes de tabaco têm maior risco de desenvolver câncer laríngeo que os não fumantes. O risco é diretamente proporcional à quantidade e duração do tabagismo.[12]
O risco relativo de câncer laríngeo é >10 para fumantes que tiverem fumado por ≥40 anos.[13] Pessoas que fumam >30 cigarros por dia têm um risco 7 vezes maior de desenvolver câncer laríngeo, em comparação com pessoas que nunca fumaram.[12] O risco diminui após o abandono do hábito de fumar.[13][29]
uso de álcool >8 unidades/dia
O uso de bebidas alcoólicas foi identificado como um fator individual de risco para câncer laríngeo.[13][15]
O risco relativo de câncer laríngeo é proporcional à quantidade de álcool consumido. Os riscos relativos de câncer laríngeo são de 1.38 para pessoas que consomem o equivalente a duas latas de 12 onças líquidas (350 mL) de cerveja por dia e de 3.95 para oito latas de 12 onças líquidas (350 mL) (intervalo de confiança [IC] de 95%).[14]
A combinação de consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo tem efeitos multiplicadores sobre o risco de evolução para câncer laríngeo. Os riscos relativos estimados variam de 8.0 a >100.0.[13]
história de radioterapia
etnia negra
Os homens negros são afetados mais comumente que homens brancos.[4]
sexo masculino
A proporção entre homens e mulheres da incidência é de aproximadamente 5:1.[4]
Fracos
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
acloridria
O refluxo biliar alcalino em pacientes com acloridria submetidos a gastrectomia pode causar irritação crônica e aumentar o risco de lesões pré-malignas ou malignas da laringe.[18]
história familiar de câncer laríngeo
Um estudo tipo caso-controle relatou um risco 3.8 vezes maior de câncer laríngeo em pessoas com histórico familiar de câncer laríngeo em um parente de primeiro grau.[23] As taxas de aberração cromossômica e expressão de sítios frágeis foram mais elevadas em pacientes com neoplasias de cabeça e pescoço e em seus parentes de primeiro grau que em um grupo-controle.[24] Uma mutação no gene supressor de tumor p16 foi identificada em uma família com alta incidência de neoplasias da cabeça e pescoço.[25]
exposição ao Agente Laranja
Não há evidências que mostrem consistentemente uma taxa elevada de câncer laríngeo em pessoas (por exemplo, veteranos de guerra) que foram expostas ao Agente Laranja.[31] Os estudos foram limitados pelo pequeno tamanho das amostras e por fatores de confusão, como tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas concomitantes.
infecção por papilomavírus humano (HPV)
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