Caso clínico
Caso clínico #1
Um homem de 57 anos apresenta história de 6 meses de rouquidão. Ele tem diagnóstico de doença reativa das vias aéreas e é tratado para asma. Na semana anterior, o paciente notou dificuldade progressiva para respirar. O paciente também apresenta otalgia, disfagia, odinofagia (deglutição dolorosa) e perda de peso de 9 kg. Ele tem história de 80 maços-ano de tabaco e bebe 8 cervejas por dia. Ao exame físico, a cavidade oral e a orofaringe estão dentro dos limites normais. O exame do pescoço demonstra massa firme e fixa à direita. O exame dos nervos cranianos é normal. Presença de estridor bifásico leve em inspiração e expiração profundas, mas o paciente não tem dificuldade para respirar em repouso, e o murmúrio vesicular é claro. Uma laringoscopia com fibra óptica flexível revela massa ulcerativa necrótica envolvendo as pregas vocais verdadeiras e falsas à direita, bem como a extensão para a epiglote e para as pregas ariepiglóticas. A prega vocal verdadeira à direita está imóvel. As vias aéreas da região glótica estão parcialmente obstruídas.
Caso clínico #2
Um homem de 45 anos apresenta história de 3 meses de faringite e massa cervical à esquerda, indolor, de aumento progressivo. Dois ciclos de antibióticos e uma tentativa terapêutica com corticosteroide não eliminaram a faringite e a massa. Ele também relata disfagia com sólidos e agravamento da odinofagia (deglutição dolorosa), além de perda de peso de 7 kg nos últimos 2 meses. Sua história médica pregressa é significativa para hipertensão e DPOC, ambas bem controladas com medicamentos. Ele tem história de tabagismo de 50 maços-ano. O exame físico encontra uma massa firme, móvel e insensível à palpação, de 2 cm, anterior ao músculo esternocleidomastoideo na cadeia de linfonodos da região cervical mediana esquerda do paciente. Ausência de eritema ou induração sobrejacente. No exame, a cavidade oral e a orofaringe estão normais, assim como os nervos cranianos. O murmúrio vesicular é claro, sem estridor ou estertor. Uma laringoscopia com fibra óptica flexível revela epiglote espessada com massa ulcerativa e necrótica na sua superfície laríngea que se estende envolvendo as pregas ariepiglóticas e as pregas vocais verdadeiras e falsas à esquerda. As pregas vocais verdadeiras são bilateralmente móveis e parecem normais.
Outras apresentações
O câncer subglótico é raro e manifesta-se como uma dificuldade progressiva para respirar. Muitos desses pacientes podem ser erroneamente diagnosticados como portadores de asma, mas o teste da função pulmonar mostra um padrão consistente com obstrução das vias aéreas superiores.
Alguns pacientes apresentam metástases à distância. Os sítios mais comuns de metástases são os pulmões, o fígado e ossos.[2] Os pacientes com câncer laríngeo têm um risco elevado de uma nova neoplasia maligna primária, mais comumente nos pulmões. Massas cervicais (metástases nos linfonodos cervicais) e perda de peso são achados típicos de doença avançada.
Pacientes imunocomprometidos podem apresentar tumores agressivos na ausência de histórias significativas de tabaco ou bebidas alcoólicas.
Os pacientes podem apresentar alteração vocal quando a lesão começa nas pregas vocais, ou podem não apresentar sintomas, caso a lesão comece na epiglote ou nas cartilagens aritenoides. À medida que o tumor cresce, ele pode ulcerar ou necrosar. As alterações vocais geralmente são evidentes nos tumores das pregas vocais verdadeiras. Os pacientes sentem dor e sofrem hemoptise. Os pacientes com câncer laríngeo têm aumento do risco de desenvolver disfagia como resultado de determinados fatores do paciente (por exemplo, idade), fatores do câncer (por exemplo, tamanho, local) ou efeitos colaterais do tratamento. A disfagia e a odinofagia (deglutição dolorosa) são mais comuns nos tumores que envolvem a laringe supraglótica (por exemplo, a epiglote), mas também ocorrem com os tumores das pregas vocais. Com disfagia grave, os pacientes podem se apresentar com pneumonia por aspiração.
Se não tratado, o tumor causará desvio e obstrução das vias aéreas. Isso ocorre em alguns dias, não apenas horas, e os pacientes geralmente apresentam uma dispneia insidiosa que se torna intolerável. O estridor e a disfonia são comuns. Os pacientes também podem apresentar desconforto respiratório extremo, que requer intervenção imediata para proteger as vias aéreas.
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