Etiologia

Alguns médicos abordam a avaliação de uma paciente com amenorreia com base na presença ou ausência de útero e desenvolvimento das mamas (produção de estrogênio).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza os pacientes com base na produção endógena de estrogênio, níveis de hormônio folículo-estimulante, níveis de prolactina e disfunção hipotálamo-hipofisária.[10] A classificação da OMS elimina vários diagnósticos baseados em informações iniciais. No entanto, ainda são necessárias investigações adicionais.

A International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) propôs os seguintes grupos de distúrbios ovulatórios anatômicos: hipotalâmico, hipofisário, ovariano e síndrome do ovário policístico.[11]

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Classificação de amenorreia pela Organização Mundial da SaúdeCriado pelo BMJ Knowledge Centre [Citation ends].com.bmj.content.model.assessment.Caption@721eb662

Amenorreia hipotalâmica funcional

O estresse emocional pode prejudicar a função hipotalâmica, resultando em amenorreia hipotalâmica funcional e hipogonadismo hipogonadotrófico. Atletismo extremo, maus hábitos alimentares ou transtornos alimentares e transtornos de humor, como depressão, podem afetar a menstruação.[12][13]​ Variantes raras, nos genes associados ao hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático, são encontradas em mulheres com amenorreia hipotalâmica, sugerindo que elas possam contribuir para a suscetibilidade.[14]

Insuficiência ovariana prematura (IPO) ou menopausa natural

A IOP sempre deve ser considerada em mulheres em idade reprodutiva que descrevem amenorreia, independente da ausência de sintomas vasomotores. Os desfechos reprodutivos e de saúde em longo prazo podem ser afetados, caso não haja diagnóstico precoce.[15]​ Causas diferenciais, como anomalias cromossômicas ou distúrbios autoimunes, devem ser investigadas, particularmente em mulheres com idade <40 anos, embora mecanismos claros e associações conclusivas não tenham sido identificados. Uma história familiar de IOP é um importante fator de risco para IOP idiopática, com um risco até 18 vezes maior em parentes de primeiro grau de mulheres com IOP.[16][17]

A IOP pode resultar diretamente de determinados agentes quimioterápicos, embora a menstruação possa voltar, dependendo da idade durante o tratamento e da terapia administrada. Também pode ocorrer após a radioterapia pélvica.

A causa da IOP permanece inexplicada em muitos pacientes.[18]

Disfunção endócrina

A síndrome do ovário policístico é uma causa comum de amenorreia secundária devido à disfunção ovulatória.[9] Outras endocrinopatias devem ser consideradas, como hipotireoidismo ou hiperprolactinemia.

Hipopituitarismo

Pan-hipopituitarismo, decorrente de trauma, cirurgia ou hemorragia, pode resultar em amenorreia secundária. É provável que outras anormalidades endócrinas ocorram como resultado dessas etiologias.

Procedimentos obstétricos ou cirúrgicos

Obstruções da via de saída reprodutiva, principalmente resultantes de manipulação cirúrgica, podem causar amenorreia secundária. A sinéquia intrauterina representa um dos exemplos mais comuns, embora seja relativamente infrequente.[19]

Doença crônica

Doenças sistêmicas de longa duração podem afetar a menstruação por meio de vários mecanismos, inclusive perda de peso e distúrbios metabólicos.

Medicação

Vários medicamentos podem resultar em uma amenorreia iatrogênica, que pode ser o desfecho desejado.[1]​ Isso inclui hormônios esteroides exógenos, principalmente na forma de contracepção (progestina isolada ou compostos de estrogênio/progestina).[20]​ Outros incluem medicamentos antipsicóticos que alteram as vias dopaminérgicas, afetando o gerador de pulsos do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH).

Uso indevido de substâncias

O uso indevido de cocaína e opioides, em particular, pode causar hipogonadismo.

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