Abordagem
O único tratamento definitivo do mixoma cardíaco é por remoção cirúrgica. A cirurgia deve ser realizada o mais rápido possível. O momento ideal para a cirurgia é ditado pela condição geral do paciente, pelos quadros clínicos associados e pela disponibilidade de um cirurgião experiente. Antes da cirurgia, ou em casos em que a cirurgia não é uma opção, todos os quadros clínicos associados, como insuficiência cardíaca, arritmias ou fenômenos embólicos, devem ser tratados.
Tratamento
Em geral, após esternotomias medianas, o mixoma é removido cirurgicamente por meio de derivação cardiopulmonar e parada cardíaca controlada com o uso de solução cardioplégica. O tumor é removido por atriotomia direita ou esquerda ou por atriotomia combinada, dependendo do local e da extensão dele. A escolha da técnica também depende dos quadros clínicos associados que necessitem de intervenção cirúrgica, como reparo ou substituição valvar e cirurgia de revascularização miocárdica. No período pós-operatório, não há recomendações definitivas para anticoagulação quando o mixoma é removido. No entanto, a aspirina pós-operatória ou a anticoagulação devem ser consideradas se tiver ocorrido um evento embólico ou se houver outras indicações para tal terapia, embora não haja uma base de evidências para tal abordagem.
Pode ser necessário realizar uma terapia medicamentosa para o tratamento de quadros clínicos associados, como arritmias, insuficiência cardíaca e embolia.
As arritmias são tratadas com o antiarrítmico apropriado até que a cirurgia possa ser realizada.
Se houver qualquer evidência de insuficiência cardíaca residual, poderão ser necessárias terapias de longo prazo apropriadas (por exemplo, betabloqueadores, inibidores da ECA e furosemida) em casos individuais.
Não existem diretrizes nem recomendações quanto ao tratamento de fenômenos embólicos em casos de mixoma. O único tratamento definitivo é a remoção cirúrgica do tumor cardíaco.
O tratamento dos fenômenos embólicos depende do território vascular envolvido. Nos casos de envolvimento de grandes vasos, a anticoagulação é iniciada com base no diagnóstico inicial de oclusão vascular, mas o tratamento definitivo é por remoção cirúrgica do tecido mixomatoso.[12]
A massa oclusiva, diferentemente da trombose coronária aguda, não é composta principalmente por um trombo rico em plaquetas. Assim, tanto a trombólise intracoronária quanto a revascularização mecânica podem ser malsucedidas nos pacientes que apresentarem infarto agudo do miocárdio causado por um mixoma cardíaco.[13][14]
Pacientes com comorbidades extensivas com prognóstico desfavorável, e que não se qualificam para cirurgia cardíaca, são tratados de maneira conservadora, com terapia medicamentosa dirigida a essas complicações específicas que possam ocorrer. O papel da anticoagulação nesses pacientes não está estabelecido e deve ser individualizado.
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