História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem exposição a águas salobras ou marinhas, manuseio e/ou limpeza de frutos do mar, ingestão de frutos do mar crus ou malcozidos, doença hepática subjacente (cirrose, hepatite B ou C, hemocromatose) e na vigência do uso de corticosteroide ou outra imunossupressão (vírus da imunodeficiência humana [HIV], quimioterapia, transplante de órgão sólido).

dor nas pernas

Pode estar presente em até 50% dos pacientes com infecção por Vibrio vulnificus e antecede a evolução para celulite necrosante em até 24 horas.[4][28]

celulite

A celulite leve resulta de uma lesão no local da inoculação.

Celulite necrosante e bilateral nos membros inferiores com bolhas sugere infecção por Vibrio vulnificus.[4][28]

diarreia

Inespecífico. Pode ocorrer como uma síndrome de gastroenterite no hospedeiro normal, ou como sintoma concomitante à sepse em um hospedeiro comprometido.[4][28][35]

cólicas abdominais

Muito provavelmente presentes em síndromes de gastroenterite, embora também possam ocorrer durante a sepse.

dor de ouvido

O Vibrio alginolyticus pode causar otite externa em banhistas e surfistas.[4]

Sintoma típico de otite externa, mas inespecífico.

dor ocular, vermelhidão

Há relatos de que vibriões não coléricos causam conjuntivite, ceratite ou endoftalmite após lesões oculares causadas por fragmentos de concha, contaminação ocular por água do mar ou feridas oculares penetrantes.[3]

Sintomas típicos de infecção oftálmica, mas inespecíficos.

Outros fatores diagnósticos

comuns

febre

Achado inespecífico associado a bacteremia e/ou celulite.

estado mental alterado

Pode ocorrer confusão, a qual está associada a sepse, mas é inespecífica para infecção por Vibrio.

náuseas

Inespecífico. Pode ocorrer como uma síndrome de gastroenterite no hospedeiro normal, ou como sintoma concomitante à sepse em um hospedeiro comprometido.[4][28][35]

vômitos

Inespecífico. Pode ocorrer como uma síndrome de gastroenterite no hospedeiro normal, ou como sintoma concomitante à sepse em um hospedeiro comprometido.[4][28][35]

hipotensão

O choque séptico pode estar presente na primeira avaliação em até 70% dos pacientes bacteriêmicos com Vibrio vulnificus e tem uma taxa de mortalidade de até 75%.[4][28][49]

Fatores de risco

Fortes

exposição a águas salobras ou marinhas

Vibriões são uma parte natural da bioflora de águas marinhas ou salobras. A concentração de vibriões varia sazonalmente com a temperatura e a salinidade da água, com os maiores números ocorrendo com a temperatura da água entre 17 °C (62.5 °F) e 35 °C (95 °F) e com 5% a 25% de conteúdo salino. Quando a temperatura da água cai abaixo da temperatura de replicação, o Vibrio vulnificus sobrevive no sedimento marinho em um estado viável, mas não passível de cultura.[28][35]

A contaminação de uma ferida aberta (por exemplo, úlcera na perna, abrasão, lesão por queimadura) com água do mar permite que o Vibrio penetre em tecidos mais profundos. Aproximadamente 30% dos casos registrados de infecção humana por V vulnificus resultaram de feridas contaminadas por água do mar ou acidentes marinhos.[4][19][28][35][36]

O Vibrio alginolyticus está associado a doenças superficiais nos olhos ou ouvidos em jovens saudáveis que se expõem à água do mar para nadar ou surfar.[4][19]

manuseio e/ou limpeza de frutos do mar

Lesões que ocorrem durante o manuseio ou limpeza de frutos do mar (por exemplo, abrir ostras) foram relatadas como lesões ocupacionais comuns associadas à infecção por Vibrio vulnificus.[4][28]

ingestão de frutos do mar crus ou malcozidos

Os moluscos bivalves que se alimentam por um sistema de filtragem concentram vibriões em seus tecidos, onde estes podem se replicar. A concentração nas ostras pode ser alta (de 10³-10⁶ bactérias por grama de tecido).[28] Frutos do mar armazenados entre 4-8 °C (39-46.5 °F) podem ter um aumento de 2 dígitos na infecção por Vibrio vulnificus em 1 semana.[37]

Duas síndromes de Vibrio foram associadas à ingestão de frutos do mar crus ou malcozidos. Em pacientes com imunossupressão ou distúrbios hepáticos subjacentes, o V vulnificus e, ocasionalmente, o V parahaemolyticus podem atravessar o sistema portal e produzir uma septicemia primária com lesões cutâneas metastáticas.[4][28][35] No hospedeiro saudável, vibriões podem causar uma síndrome gastroenterítica, ocasionalmente com sangue e muco. Isso geralmente está associado ao V parahaemolyticus e parece ter relação com a capacidade do microrganismo de produzir uma hemolisina termoestável, que age como uma enterotoxina.[21][37]

doença hepática subjacente (cirrose, hepatite B ou C, hemocromatose)

A presença de doença hepática é um fator de risco para infecção e complicações por V vulnificus.[22]​ Os pacientes com doença hepática podem ter níveis mais elevados de ferritina circulante, fornecendo uma fonte de ferro, fator de crescimento para os vibriões.[38]

na vigência de uso de corticosteroide ou outra imunossupressão (vírus da imunodeficiência humana [HIV], quimioterapia, transplante de órgão sólido)

No modelo de camundongos para o Vibrio vulnificus, foi necessário administrar ciclofosfamida ou d-galactosamina para que o animal ficasse suscetível ao teste de desafio bacteriano oral.[39]

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