Abordagem
O diagnóstico de pólipo colorretal pode ser feito durante a endoscopia ou o exame de imagem radiológico. Colonoscopia, sigmoidoscopia flexível e colonoscopia virtual por tomografia computadorizada (TC) são as principais ferramentas diagnósticas.
A ressecção e o exame histológico do pólipo são essenciais para confirmar o diagnóstico.
Avaliação clínica
Muitos pacientes com pólipos permanecem assintomáticos e são diagnosticados após a investigação de um exame de fezes imunoquímico de rastreamento positivo ou uma colonoscopia de rastreamento.[22]
Os sinais e sintomas que exigem investigação e que podem conduzir a um diagnóstico de pólipos colorretais são os mesmos que conduzem a um diagnóstico de câncer colorretal, como sangramento retal, anemia ferropriva, alteração do hábito intestinal, tenesmo, evacuação de muco, fadiga e perda de peso não explicada. A maioria dos pacientes com sintomas intestinais não apresentarão pólipos ou câncer.[23]
As síndromes de polipose familiar devem ser consideradas se houver um número elevado de pólipos, particularmente em pacientes mais jovens.
Endoscopia
Pode ser indicada colonoscopia ou sigmoidoscopia flexível.
Colonoscopia
O teste diagnóstico mais eficiente, permitindo a avaliação completa do intestino e a subsequente polipectomia para exame histológico.
A colonoscopia é indicada se houver suspeita de pólipo colorretal ou câncer (por exemplo, anemia, sangramento retal, exame de fezes imunoquímico positivo ou alterações no hábito intestinal). É necessário um preparo mecânico completo do intestino e, em geral, sedação.
A colonoscopia é superior à colonografia por TC para a detecção de pólipos menores.[24] A colonoscopia está associada a uma taxa de erro de 6% a 11% para pólipos grandes (>10 mm); as taxas de erro são maiores em pólipos menores.[25][26]
O risco de perfuração é de 0.58 por casa 1000 colonoscopias, e o risco de sangramento é de 2.4 por cada 1000 colonoscopias.[27]
Sigmoidoscopia flexível
A sigmoidoscopia flexível é indicada se houver suspeita de pólipo ou câncer colorretais na presença de sangramento retal vermelho vivo isolado. A principal vantagem da sigmoidoscopia flexível é o preparo mais simples do intestino e a não exigência de sedação para a realização do exame; entretanto, seu escopo é limitado, já que o cólon não é visualizado por inteiro pelo examinador.
A sigmoidoscopia flexível só deve ser usada em pacientes com risco mais baixo de pólipos proximais, como pacientes mais jovens com sintomas no lado esquerdo (ou seja, sangramento retal vermelho vivo e/ou tenesmo). Em um estudo de coorte observacional retrospectivo, os fatores associados com o aumento da detecção de pólipos durante a sigmoidoscopia flexível incluíram idade avançada, sexo masculino, uso de qualquer preparação intestinal e a distância máxima em que o endoscópio é inserido durante o procedimento.[28]
Pacientes com um pólipo identificado na sigmoidoscopia flexível deveriam realizar a colonoscopia (a menos que a presença de pólipos proximais já tenha sido descartada por outra modalidade).
A sigmoidoscopia flexível pode ser realizada para remover ou realizar biópsias de pólipos no cólon sigmoide/descendente ou reto que foram identificados na colonografia por TC.
Auxiliares à endoscopia
A cromoendoscopia auxilia na determinação de pólipos hiperplásicos ou adenomatosos durante a colonoscopia e é útil para a avaliação de adenomas planos. A mucosa colônica é corada com índigo carmim e é visualizada por endoscopia de ampliação, que produz padrões diferentes de acordo com o subtipo histológico provável. Evidências sugerem que a cromoscopia intensifica a detecção de neoplasias no cólon e no reto.[29][30][31][32][33]
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[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lesão serrilhada séssil na luz branca (as setas indicam a localização da margem)BMJ 2021;374:n1855 [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Mesma lesão serrilhada séssil com cromoendoscopiaBMJ 2021;374:n1855 [Citation ends].
Técnicas de cromoendoscopia virtual, como imagem de banda estreita, contraste da cor em exame de imagem espectral flexível e i-scan, podem ser usadas durante a colonoscopia para determinar se pólipos pequenos são adenomatosos ou hiperplásicos, eliminando a necessidade de uma classificação histológica subsequente.[34][35][36] Essas tecnologias possibilitam o exames de imagem de alto contraste da superfície da mucosa sem o uso de corantes e outros equipamentos. São necessários pesquisas adicionais e treinamento endoscópico para elaborar orientações sobre o uso ideal.[34][37][38]
Colonografia por tomografia computadorizada
A colonografia por tomografia computadorizada (CTC) é uma técnica de TC que utiliza insuflação de ar através do reto e pregas fecais com um agente de contraste radiopaco em paciente com bom preparo intestinal. A CTC fornece imagens em 2D e 3D no local, tamanho e densidade de qualquer lesão suspeita (inclusive pólipos). Não é necessária a sedação e o procedimento dura cerca de 10 minutos.
A CTC tem sensibilidade e especificidade razoáveis para detectar pólipos maiores, mas pode não ser confiável para detectar pólipos menores. Em uma metanálise, a sensibilidade combinada por paciente da CTC foi maior para pólipos com mais de 10 mm (0.82, IC de 95% 0.76 a 0.88), em comparação com pólipos de 6 mm a 10 mm (0.63, IC de 95% 0.52 a 0.75) e pólipos de 0 mm a 5 mm (0.56, IC de 95% 0.42 a 0.70).[24] A taxa de perfuração associada com a CTC é muito baixa, estimada em 0.04% em uma metanálise.[39]
A maioria das evidências sugere que a CTC é uma alternativa aceitável à colonoscopia, particularmente em pacientes que não desejam ou não podem ser submetidos a uma colonoscopia.[1][40] A detecção de pólipos significativos justifica o exame endoscópico.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Pólipo em colonoscopia virtualDa coleção pessoal do Dr. G. Malietzis; usado com permissão [Citation ends].
Histologia
O exame histológico é o teste definitivo para descrever a morfologia, displasia e quaisquer evidências de carcinoma invasivo nos pólipos extirpados. Biópsias excisionais de pólipos representativos devem ser realizadas se houver muitos pólipos (>10). Entretanto, em pacientes com poucos pólipos (≤10), todos eles deverão ser removidos.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Esta imagem mostra a transição de áreas com baixo grau de displasia (esquerda) para alto grau de displasia (direita)Shutterstock [Citation ends].
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