Ver Diferenciais para obter mais detalhes
Reação anafilática
Reação anafilática geralmente é o início rápido de uma erupção urticariforme de minutos a horas após a exposição, na maioria das vezes relacionada a uma alergia medicamentosa ou alimentar, picadas ou ferroadas de insetos.
Uma erupção de aparência maculopapular pode ocorrer inicialmente, antes do desenvolvimento da urticária clinicamente típica.
Alterações na pele costumam ser a primeira característica das reações alérgicas e estão presentes em >80% dos pacientes com anafilaxia.[82]Alvarez-Perea A, Tomás-Pérez M, Martínez-Lezcano P, et al. Anaphylaxis in adolescent/adult patients treated in the emergency department: differences between initial impressions and the definitive diagnosis. J Investig Allergol Clin Immunol. 2015;25(4):288-94.
https://www.jiaci.org/summary/vol25-issue4-num1245
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26310044?tool=bestpractice.com
[83]Braganza SC, Acworth JP, Mckinnon DR, et al. Paediatric emergency department anaphylaxis: different patterns from adults. Arch Dis Child. 2006 Feb;91(2):159-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16308410?tool=bestpractice.com
A maioria dos pacientes que apresentam erupção maculopapular de início agudo em resposta a um alérgeno não evolui para anafilaxia.[1]Resuscitation Council UK. Emergency treatment of anaphylactic reactions: guidelines for healthcare providers. May 2021 [internet publication].
https://www.resus.org.uk/library/additional-guidance/guidance-anaphylaxis/emergency-treatment
[2]Lott C, Truhlář A, Alfonzo A, et al. European Resuscitation Council Guidelines 2021: Cardiac arrest in special circumstances. Resuscitation. 2021 Apr;161:152-219.
https://www.doi.org/10.1016/j.resuscitation.2021.02.011
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773826?tool=bestpractice.com
As alterações na pele sem problemas nas vias aéreas/respiração/circulação que representem risco à vida não são consideradas anafilaxia.
As manifestações com risco à vida envolvem mais frequentemente o trato respiratório (edema, broncoespasmo) e/ou o sistema circulatório (choque vasodilatador).[84]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Os pacientes podem apresentar sibilância, taquipneia, hiperinsuflação torácica, uso de músculos acessórios ou estridor inspiratório. Hipotensão e taquicardia frequentemente estão presentes. O paciente pode ficar ruborizado ou pálido.
Os sintomas neurológicos incluem agitação, confusão, tontura, distúrbios visuais, tremor, síncope e convulsões. Sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal são comuns.
A adrenalina é a base do tratamento da anafilaxia.[84]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
[85]Shaker MS, Wallace DV, Golden DBK, et al. Anaphylaxis-a 2020 practice parameter update, systematic review, and Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) analysis. J Allergy Clin Immunol. 2020 Apr;145(4):1082-123.
https://www.doi.org/10.1016/j.jaci.2020.01.017
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32001253?tool=bestpractice.com
As considerações importantes do histórico incluem:
Episódios prévios
Ingestão de novos medicamentos (geralmente antibióticos, principalmente penicilinas; mais comuns na administração parenteral que na oral)
Alimentos (geralmente castanhas ou mariscos).
Intervenção de emergência para anafilaxia:[1]Resuscitation Council UK. Emergency treatment of anaphylactic reactions: guidelines for healthcare providers. May 2021 [internet publication].
https://www.resus.org.uk/library/additional-guidance/guidance-anaphylaxis/emergency-treatment
[2]Lott C, Truhlář A, Alfonzo A, et al. European Resuscitation Council Guidelines 2021: Cardiac arrest in special circumstances. Resuscitation. 2021 Apr;161:152-219.
https://www.doi.org/10.1016/j.resuscitation.2021.02.011
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773826?tool=bestpractice.com
Pedir ajuda
Remover o fator desencadeante, se possível (por exemplo, interromper a infusão)
Colocar o paciente deitado
Administrar adrenalina intramuscular
Estabelecer vias aéreas
Administrar oxigênio em sistema de alto fluxo
Realizar monitoramento: oximetria de pulso, ECG, pressão arterial
Repetir a adrenalina intramuscular após 5 minutos
Administrar fluidoterapia intravenosa em bolus.
Erupções cutâneas medicamentosas graves
A necrólise epidérmica tóxica e a síndrome de Stevens-Johnson são erupções generalizadas graves que, na maioria das vezes, são induzidas por medicamentos.[19]Dodiuk-Gad RP, Chung WH, Valeyrie-Allanore L, et al. Stevens-Johnson syndrome and toxic epidermal necrolysis: an update. Am J Clin Dermatol. 2015 Dec;16(6):475-93.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26481651?tool=bestpractice.com
Essas erupções geralmente começam 4 a 28 dias após a exposição ao medicamento.[21]Duong TA, Valeyrie-Allanore L, Wolkenstein P, et al. Severe cutaneous adverse reactions to drugs. Lancet. 2017 Oct 28;390(10106):1996-2011.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28476287?tool=bestpractice.com
A presença de lesões cutâneas fixas, às vezes dolorosas, lesões escuras com erosão precoce e envolvimento da membrana mucosa (ocular, oral e genital) são algumas características definidoras da síndrome de Stevens-Johnson e da necrólise epidérmica tóxica. Pode ocorrer o sinal de Nikolsky, em que a camada epidérmica se desprende facilmente quando pressão lateral é aplicada. A chance de infecção secundária é alta.
A síndrome de Stevens-Johnson é mais leve que a necrólise epidérmica tóxica, embora ainda apresente uma mortalidade de aproximadamente 5% a 30%. Os medicamentos desencadeantes comuns incluem:[23]Awad A, Goh MS, Trubiano JA. Drug reaction with eosinophilia and systemic symptoms: a systematic review. J Allergy Clin Immunol Pract. 2023 Jun;11(6):1856-68.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36893848?tool=bestpractice.com
[24]Cacoub P, Musette P, Descamps V, et al. The DRESS syndrome: a literature review. Am J Med. 2011 Jul;124(7):588-97.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21592453?tool=bestpractice.com
Internação hospitalar é recomendada para pessoas com síndrome de Stevens-Johnson ou necrólise epidérmica tóxica. Pacientes com necrólise epidérmica tóxica devem ser tratados na unidade de queimados ou na unidade de terapia intensiva com:
Proteção das vias aéreas
Ressuscitação hídrica e eletrolítica
Antibióticos intravenosos para infecção
Retirada do medicamento culpado e de todos os medicamentos não essenciais
Controle da dor
Suporte nutricional (por exemplo, nutrição parenteral)
Termorregulação
Cuidados com as feridas e desbridamento cirúrgico (remoção) dos tecidos mortos
Possivelmente, imunoglobulinas intravenosas, ciclosporina ou corticosteroides.[19]Dodiuk-Gad RP, Chung WH, Valeyrie-Allanore L, et al. Stevens-Johnson syndrome and toxic epidermal necrolysis: an update. Am J Clin Dermatol. 2015 Dec;16(6):475-93.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26481651?tool=bestpractice.com
A manifestação de reação ao medicamento com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS) se assemelha à erupção morbiliforme por medicamento, mas o paciente fica mais doente, geralmente com febre, dor abdominal e edema facial.[21]Duong TA, Valeyrie-Allanore L, Wolkenstein P, et al. Severe cutaneous adverse reactions to drugs. Lancet. 2017 Oct 28;390(10106):1996-2011.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28476287?tool=bestpractice.com
Os órgãos são infiltrados com eosinófilos ou linfócitos. Cerca de 80% dos pacientes têm envolvimento hepático. Também pode ocorrer inflamação respiratória, cardíaca e renal. A retirada imediata do medicamento culpado é essencial. Os cuidados de suporte incluem hidratação da pele.[21]Duong TA, Valeyrie-Allanore L, Wolkenstein P, et al. Severe cutaneous adverse reactions to drugs. Lancet. 2017 Oct 28;390(10106):1996-2011.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28476287?tool=bestpractice.com
A mortalidade pode ser de 5% a 10%. e pode não haver fatores preditivos de desfechos graves.[21]Duong TA, Valeyrie-Allanore L, Wolkenstein P, et al. Severe cutaneous adverse reactions to drugs. Lancet. 2017 Oct 28;390(10106):1996-2011.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28476287?tool=bestpractice.com
[23]Awad A, Goh MS, Trubiano JA. Drug reaction with eosinophilia and systemic symptoms: a systematic review. J Allergy Clin Immunol Pract. 2023 Jun;11(6):1856-68.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36893848?tool=bestpractice.com
[24]Cacoub P, Musette P, Descamps V, et al. The DRESS syndrome: a literature review. Am J Med. 2011 Jul;124(7):588-97.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21592453?tool=bestpractice.com
Sepse
A sepse é um espectro de doença na qual existe uma resposta sistêmica e desregulada do hospedeiro a uma infecção.[86]Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic shock (Sepsis-3). JAMA. 2016 Feb 23;315(8):801-10.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4968574
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26903338?tool=bestpractice.com
O exantema maculopapular pode ser uma característica em pacientes com sepse. As condições associadas incluem a síndrome da pele escaldada estafilocócica, a síndrome do choque tóxico e a meningococcemia.
A apresentação varia desde sintomas sutis e inespecíficos (por exemplo, indisposição com temperatura normal) a sinais graves com evidências de disfunção de múltiplos órgãos e choque séptico. Os pacientes podem apresentar sinais de taquicardia, taquipneia, hipotensão, febre ou hipotermia, enchimento capilar lentificado, pele manchada ou pálida, cianose, estado mental recém-alterado, débito urinário reduzido[87]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
A sepse e o choque séptico são emergências médicas.
Os fatores de risco para sepse incluem: idade abaixo de 1 ano, idade acima de 75 anos, fragilidade, imunidade prejudicada (devido a doença ou medicamentos), cirurgia recente ou outros procedimentos invasivos, qualquer violação da integridade da pele (por exemplo, cortes, queimaduras), uso indevido de drogas intravenosas, acessos venosos ou cateteres, gravidez ou gravidez recente.[87]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
O reconhecimento precoce da sepse é essencial porque o tratamento precoce melhora os desfechos.[87]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[88]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://www.doi.org/10.1097/CCM.0000000000005337
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
[Evidência C]bf266380-fc24-497e-93fb-8d73d2fc81b0guidelineCQuais são os efeitos do início precoce versus tardio do tratamento antimicrobiano empírico em adultos com sepse ou sepse grave ou risco de evoluir para sepse ou sepse grave?[87]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[Evidência C]2b99f42a-f6f9-4c34-a45d-7ba4bedaddf5guidelineCQuais são os efeitos do início precoce versus tardio do tratamento antimicrobiano empírico em crianças com sepse ou sepse grave ou risco de evoluir para sepse ou sepse grave?[87]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
Contudo, a detecção pode ser desafiadora porque o quadro clínico da sepse pode ser sutil e inespecífico. Portanto, um limiar baixo para a suspeita de sepse é importante. A chave para o reconhecimento precoce é a identificação sistemática de qualquer paciente que tenha sinais ou sintomas sugestivos de infecção e esteja em risco de deterioração devida a disfunção orgânica. Várias abordagens de estratificação do risco foram propostas. Todas contam com uma avaliação clínica estruturada e o registro dos sinais vitais do paciente.[87]National Institute for Health and Care Excellence. Suspected sepsis: recognition, diagnosis and early management. Mar 2024 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng51
[89]Royal College of Physicians. National early warning score (NEWS) 2: standardising the assessment of acute-illness severity in the NHS. December 2017 [internet publication].
https://www.rcplondon.ac.uk/projects/outputs/national-early-warning-score-news-2
[90]American College of Emergency Physicians (ACEP) Expert Panel on Sepsis. DART: an evidence-driven tool to guide the early recognition and treatment of sepsis and septic shock [internet publication].
https://poctools.acep.org/POCTool/Sepsis(DART)/276ed0a9-f24d-45f1-8d0c-e908a2758e5a
[91]Academy of Medical Royal Colleges. Statement on the initial antimicrobial treatment of sepsis. Oct 2022 [internet publication].
https://www.aomrc.org.uk/wp-content/uploads/2022/10/Statement_on_the_initial_antimicrobial_treatment_of_sepsis_V2_1022.pdf
[92]Schlapbach LJ, Watson RS, Sorce LR, et al. International consensus criteria for pediatric sepsis and septic shock. JAMA. 2024 Feb 27;331(8):665-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38245889?tool=bestpractice.com
É importante consultar as orientações locais para obter informações sobre a abordagem recomendada pela sua instituição. A cronologia das investigações e tratamentos deve ser orientada por essa avaliação inicial.[91]Academy of Medical Royal Colleges. Statement on the initial antimicrobial treatment of sepsis. Oct 2022 [internet publication].
https://www.aomrc.org.uk/wp-content/uploads/2022/10/Statement_on_the_initial_antimicrobial_treatment_of_sepsis_V2_1022.pdf
A Surviving Sepsis Campaign produziu diretrizes de tratamento que constituem ainda hoje o padrão mais amplamente aceito.[88]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://www.doi.org/10.1097/CCM.0000000000005337
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
[93]Surviving Sepsis Campaign. Hour-1 bundle: initial resuscitation for sepsis and septic shock. 2019 [internet publication].
https://www.sccm.org/sccm/media/PDFs/Surviving-Sepsis-Campaign-Hour-1-Bundle.pdf
O tratamento recomendado para os pacientes com suspeita de sepse é:
Meça o nível de lactato e realize novamente a medição caso o lactato inicial esteja elevado (>2 mmol/L [>18 mg/dL]).
Obtenha hemoculturas antes de administrar antibióticos.
Administrar antibióticos de amplo espectro inicialmente (com cobertura para Staphylococcus aureus resistente à meticilina [MRSA], se houver alto risco de MRSA) para adultos com possível choque séptico ou alta probabilidade de sepse.
Para adultos com sepse ou choque séptico com alto risco de infecção fúngica, deve-se administrar terapia antifúngica empírica.
Comece uma administração rápida de cristaloides se houver hipotensão ou um nível de lactato >4 mmol/L (>36 mg/dL). Consulte os protocolos locais.
Administre vasopressores de maneira periférica se o paciente estiver hipotenso após a ressuscitação fluídica para manter uma pressão arterial média ≥65 mmHg, em vez de protelar o início até que um acesso venoso central esteja assegurado. A noradrenalina é o vasopressor de primeira escolha.
Para adultos com insuficiência respiratória hipoxêmica induzida por sepse, deve-se administrar oxigênio nasal de alto fluxo.
Idealmente, essas intervenções devem começar na primeira hora após a identificação da sepse.[93]Surviving Sepsis Campaign. Hour-1 bundle: initial resuscitation for sepsis and septic shock. 2019 [internet publication].
https://www.sccm.org/sccm/media/PDFs/Surviving-Sepsis-Campaign-Hour-1-Bundle.pdf
Para pacientes com possível sepse sem choque, se a preocupação relativa à infecção persistir, deve-se administrar antibióticos até 3 horas após o reconhecimento inicial de sepse.[88]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://www.doi.org/10.1097/CCM.0000000000005337
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
Para adultos com baixa probabilidade de infecção e sem choque, os antibióticos podem ser postergados e pode-se continuar monitorando o paciente rigorosamente.[88]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving sepsis campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Crit Care Med. 2021 Nov 1;49(11):e1063-143.
https://www.doi.org/10.1097/CCM.0000000000005337
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34605781?tool=bestpractice.com
Para obter mais informações sobre sepse, consulte Sepse em adultos e Sepse em crianças.
Eritemas mediados por toxinas bacterianas
Os eritemas mediados por toxinas incluem a síndrome da pele escaldada estafilocócica, a síndrome do choque tóxico e a escarlatina.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rash morbiliforme (semelhante ao sarampo) resultante da síndrome do choque tóxicoCortesia da CDC Public Health Image Library [Citation ends].
Síndrome da pele escaldada estafilocócica e síndrome do choque tóxico
A síndrome da pele escaldada estafilocócica é mais provável em crianças com 5 anos ou mais novas, enquanto a síndrome do choque tóxico é mais comum em pacientes pós-cirúrgicos e ocasionalmente está associada à menstruação.
Ambas são caracterizadas por febre alta, hipotensão e erupção cutânea macular descamativa. Eritema e edema das palmas das mãos e plantas dos pés, acentuação flexural da erupção cutânea, hemorragias petequiais, hiperemia da membrana mucosa e língua em morango também podem ocorrer.[25]Drago F, Ciccarese G, Gasparini G, et al. Contemporary infectious exanthems: an update. Future Microbiol. 2017 Feb;12:171-93.
https://www.futuremedicine.com/doi/10.2217/fmb-2016-0147
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27838923?tool=bestpractice.com
Ambas são caracterizadas por febre alta, hipotensão e rash descamativo.
O diagnóstico é primariamente clínico, uma vez que as culturas de sangue e de fluidos geralmente são negativas, embora o quadro clínico permita diferenciação.
O tratamento inclui antibióticos parenterais e terapia de suporte intensiva.
Escarlatina
Aproximadamente 90% dos casos de escarlatina ocorrem em crianças menores de 10 anos.[61]UK Health Security Agency. Scarlet fever: symptoms, diagnosis and treatment. Mar 2019 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/scarlet-fever-symptoms-diagnosis-treatment/scarlet-fever-factsheet
Geralmente, é uma doença leve, mas altamente infecciosa.
Apresenta-se com um rash eritematoso generalizado, que parece uma lixa e muitas vezes é precedida por dor de garganta (faringite, amigdalite).
Eritema faríngeo com exsudatos, petéquias palatinas e língua vermelha e inchada (em morango) são características sugestivas.
Os médicos são aconselhados a manter um alto índice de suspeita, pois o reconhecimento precoce e o início imediato de terapia específica e de suporte para pacientes com infecção invasiva por estreptococos do grupo A podem salvar vidas.
O tratamento imediato da escarlatina com antibióticos é recomendado para reduzir o risco de possíveis complicações, incluindo estreptococo do grupo A invasivo, e para limitar transmissões subsequentes.
Em países como o Reino Unido, onde os testes rápidos de detecção de antígenos (RADTs) para escarlatina não estão prontamente disponíveis, a confirmação do teste de infecção por estreptococos do grupo A não é necessária antes de se iniciarem antibióticos nos pacientes com diagnóstico clínico de escarlatina.[62]UK Health Security Agency. Guidance on scarlet fever: managing outbreaks in schools and nurseries. Apr 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/scarlet-fever-managing-outbreaks-in-schools-and-nurseries
Em países onde os RADTs para escarlatina estão disponíveis, um resultado positivo no teste pode ser necessário antes de iniciar o tratamento com antibióticos (os pacientes com sintomas virais claros não precisam de testes para bactérias estreptocócicas do grupo A).[63]Centers for Disease Control and Prevention. Group A strep infection: clinical guidance for group A streptococcal pharyngitis. Mar 2024 [internet publication].
https://www.cdc.gov/group-a-strep/hcp/clinical-guidance/strep-throat.html
Se houver incerteza sobre o diagnóstico, obtenha um swab da garganta antes de iniciar os antibióticos.[63]Centers for Disease Control and Prevention. Group A strep infection: clinical guidance for group A streptococcal pharyngitis. Mar 2024 [internet publication].
https://www.cdc.gov/group-a-strep/hcp/clinical-guidance/strep-throat.html
[64]UK Health Security Agency. Group A streptococcal infections: activity during the 2022 to 2023 season. Jun 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/group-a-streptococcal-infections-activity-during-the-2022-to-2023-season
[65]Shulman ST, Bisno AL, Clegg HW, et al. Clinical practice guideline for the diagnosis and management of group A streptococcal pharyngitis: 2012 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2012 Nov 15;55(10):e86-102.
https://academic.oup.com/cid/article/55/10/e86/321183?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22965026?tool=bestpractice.com
[66]Gerber MA, Baltimore RS, Eaton CB, et al. Prevention of rheumatic fever and diagnosis and treatment of acute streptococcal pharyngitis: a scientific statement from the American Heart Association Rheumatic Fever, Endocarditis, and Kawasaki Disease Committee of the Council on Cardiovascular Disease in the Young, the Interdisciplinary Council on Functional Genomics and Translational Biology, and the Interdisciplinary Council on Quality of Care and Outcomes Research: endorsed by the American Academy of Pediatrics. Circulation. 2009 Mar 24;119(11):1541-51.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.109.191959
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19246689?tool=bestpractice.com
O tratamento da escarlatina com antibióticos com base apenas no diagnóstico clínico deve seguir as diretrizes clínicas internas do país.
De acordo com a Agência de Vigilância Sanitária do Reino Unido, as notificações de escarlatina e doença invasiva por estreptococo do grupo A (iGAS) na Inglaterra foram superiores ao esperado entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, com o pico observado em dezembro de 2022.[64]UK Health Security Agency. Group A streptococcal infections: activity during the 2022 to 2023 season. Jun 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/group-a-streptococcal-infections-activity-during-the-2022-to-2023-season
[67]UK Health Security Agency. Update on scarlet fever and invasive group A strep. May 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/news/ukhsa-update-on-scarlet-fever-and-invasive-group-a-strep-1
As notificações diminuíram significativamente desde então e agora estão em linha com o número esperado para a época do ano.[64]UK Health Security Agency. Group A streptococcal infections: activity during the 2022 to 2023 season. Jun 2023 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/group-a-streptococcal-infections-activity-during-the-2022-to-2023-season
Os outros países que registaram um aumento da incidência de escarlatina e doença por iGAS durante este período incluem França, Irlanda, Países Baixos e Suécia. O aumento foi particularmente acentuado durante o segundo semestre de 2022.[68]World Health Organization. Increased incidence of scarlet fever and invasive group A Streptococcus infection - multi-country. Dec 2022 [internet publication].
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2022-DON429
Meningococcemia
A erupção maculopapular pode ser um sinal precoce de meningococemia e distingue-se da erupção petequial ou purpúrica coalescida mais clássica encontrada com frequência mais tardiamente no processo da doença. A erupção maculopapular é transitória, com duração de algumas a não mais de 48 horas, e se assemelha a uma ampla variedade de exantemas virais. Dada a gravidade do processo dessa doença, é importante considerar a meningococemia precoce nos possíveis diferenciais ao se avaliar um paciente com erupção maculopapular.
Os fatores da história a serem avaliados incluem:
Condições de moradia (mais comuns em condições de moradia aglomeradas, como dormitórios universitários, prisões)
Estado imunológico (imunização prévia; as pessoas com imunização há >10 anos, as crianças pequenas e os idosos podem ter uma imunidade inadequada).
Geralmente há febre e rigidez da nuca.
Esse distúrbio infeccioso é tratado com antibioticoterapia empírica como uma emergência e com terapia de suporte. A escolha dos antibióticos é orientada pelos padrões de suscetibilidade locais, entre outros fatores clínicos.
Infecção por rickettsias (febre maculosa das Montanhas Rochosas)
Febre e rash generalizado no verão ou outono são observados 1 semana após as atividades ao ar livre, nas quais pode ocorrer picada de carrapato.
Mal-estar, mialgia e cefaleia são comuns.
Há uma erupção cutânea petequial generalizada envolvendo as palmas das mãos e as solas dos pés. A erupção cutânea começa caracteristicamente nos punhos e tornozelos e se dissemina até o tronco.[70]Gottlieb M, Long B, Koyfman A. The evaluation and management of Rocky Mountain spotted fever in the emergency department: a review of the literature. J Emerg Med. 2018 Jul;55(1):42-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29685474?tool=bestpractice.com
Aproximadamente metade dos pacientes não se lembra da exposição ao carrapato.[70]Gottlieb M, Long B, Koyfman A. The evaluation and management of Rocky Mountain spotted fever in the emergency department: a review of the literature. J Emerg Med. 2018 Jul;55(1):42-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29685474?tool=bestpractice.com
A sorologia pode confirmar o diagnóstico.
Mortalidade >20% nos casos não tratados.[94]Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Fatal cases of Rocky Mountain spotted fever in family clusters--three states, 2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2004 May 21;53(19):407-10.
https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm5319a1.htm
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15152183?tool=bestpractice.com
Os pacientes são tratados empiricamente com doxiciclina (preferencialmente).[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Rash maculoso característico da febre maculosa das Montanhas RochosasCortesia da CDC Public Health Image Library [Citation ends].
Doença de Kawasaki
A doença de Kawasaki (síndrome do linfonodo mucocutâneo) é uma doença aguda, multissistêmica e febril que afeta principalmente crianças com <5 anos.[77]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[78]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
A causa é desconhecida, embora se suspeite de uma etiologia infecciosa.
A incidência máxima ocorre entre o inverno e o fim da primavera.
Os critérios diagnósticos incluem febre por ≥4 dias associada a ≥4 dos 5 sinais principais:[77]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[78]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
Hiperemia conjuntival, bilateral
Linfadenopatia cervical, geralmente unilateral
Alterações orofaríngeas (incluindo hiperemia, fissuras orais, lábios rachados e língua em morango)
Alterações nos membros periféricos (incluindo a descamação das mãos e pés, eritema e edema)
Rash polimorfo.
Os médicos experientes podem estabelecer o diagnóstico antes, aos 3 dias de febre.[77]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[78]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
As orientações do Reino Unido recomendam que os médicos considerem a doença de Kawasaki em todas as crianças com febre com duração ≥5 dias, mesmo na ausência dos principais sinais.[79]National Institute for Health and Care Excellence. Fever in under 5s: assessment and initial management. Nov 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng143
A erupção cutânea é tipicamente generalizada e maculopapular, sem petéquias; o eritema perineal é particularmente pronunciado. A erupção cutânea se assemelha ao exantema viral, embora seja essencial reconhecê-la devido a possíveis complicações com risco à vida da doença de Kawasaki não tratada:
Comprometimento cardíaco (complicação mais grave), incluindo aneurisma nas artérias coronárias (a causa mais comum de morte), miocardite e insuficiência cardíaca congestiva
Comprometimento de múltiplos órgãos (comum) afetando o sistema nervoso central, olhos, rins e sistema gastrointestinal (incluindo hidropisia da vesícula biliar).
A vasculite de vasos de pequeno e médio calibre contribui para a patologia.
O diagnóstico é feito clinicamente, já que não há um teste diagnóstico disponível.[77]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[78]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
O tratamento geralmente inclui imunoglobulina intravenosa e aspirina.[77]McCrindle BW, Rowley AH, Newburger JW, et al. Diagnosis, treatment, and long-term management of Kawasaki disease: a scientific statement for health professionals from the American Heart Association. Circulation. 2017 Apr 25;135(17):e927-99.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000484
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28356445?tool=bestpractice.com
[78]Jone PN, Tremoulet A, Choueiter N, et al. Update on diagnosis and management of kawasaki disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2024 Dec 3;150(23):e481-500.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001295
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39534969?tool=bestpractice.com
Doença do Ebola
O exantema maculopapular se desenvolveu no início da evolução da doença em aproximadamente 25% a 52% dos pacientes em surtos prévios.[45]Kortepeter MG, Bausch DG, Bray M. Basic clinical and laboratory features of filoviral hemorrhagic fever. J Infect Dis. 2011;204(suppl 3):S810-16.
http://jid.oxfordjournals.org/content/204/suppl_3/S810.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21987756?tool=bestpractice.com
No entanto, só se desenvolveu em 1% a 5% dos pacientes no surto de 2014.[46]Dallatomasinas S, Crestani R, Squire JS, et al. Ebola outbreak in rural West Africa: epidemiology, clinical features and outcomes. Trop Med Int Health. 2015 Apr;20(4):448-54.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25565430?tool=bestpractice.com
[47]WHO Ebola Response Team. Ebola virus disease in West Africa: the first 9 months of the epidemic and forward projections. N Engl J Med. 2014 Oct 16;371(16):1481-95.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1411100#t=article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25244186?tool=bestpractice.com
[48]Lado M, Walker N, Baker P, et al. Clinical features of patients isolated for suspected Ebola virus disease at Connaught Hospital, Freetown, Sierra Leone: a retrospective cohort study. Lancet Infect Dis. 2015 Sep;15(9):1024-33.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26213248?tool=bestpractice.com
Frequentemente descrito como não pruriginoso, eritematoso e maculopapular.
A erupção pode ter início de forma localizada e depois tornar-se difusa, generalizada e confluente.
O rash pode se tornar purpúreo ou petequial posteriormente no curso da infecção em pacientes com coagulopatia.[49]Nkoghe D, Leroy EM, Toung-Mve M, et al. Cutaneous manifestations of filovirus infections. Int J Dermatol. 2012 Sep;51(9):1037-43.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22909355?tool=bestpractice.com
Pode ser difícil de distinguir o rash em pessoas de pele escura.
A base do tratamento é o reconhecimento precoce da infecção, juntamente com isolamento eficaz e os melhores cuidados de suporte disponíveis em ambiente hospitalar.
Anticorpos monoclonais antivirais terapêuticos estão disponíveis. A Organização Mundial da Saúde recomenda fortemente o atoltivimabe/maftivimabe/odesivimabe (também conhecido como REGN-EB3) ou o ansuvimabe (também conhecido como mAb114) para pacientes com infecção confirmada pelo vírus Ebola e neonatos ≤7 dias de idade com infecção não confirmada nascidos de mães com infecção confirmada pelo vírus Ebola.[95]World Health Organization. Therapeutics for Ebola virus disease. Aug 2022 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240055742
Dengue hemorrágica (DH)
Infecção viral transmitida por mosquito causada por qualquer um dos quatro vírus intimamente relacionados da dengue. A dengue tem sido classificada tradicionalmente como apenas dengue, dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue (SCD).[96]World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23762963?tool=bestpractice.com
A infecção por dengue apresenta três fases distintas:[96]World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23762963?tool=bestpractice.com
Febril
Crítica
Convalescente.
A fase febril é caracterizada por uma súbita febre alta e desidratação que pode durar de 2 a 7 dias.[96]World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23762963?tool=bestpractice.com
A fase crítica é caracterizada pelo extravasamento plasmático, sangramento, choque e deficiência de órgão, e dura aproximadamente de 24 a 48 horas. Ela geralmente começa em torno do momento da defervescência (embora isso não aconteça sempre), por volta dos dias 3 a 7 da infecção. Sinal de alerta que indica que um paciente com infecção por dengue está prestes a entrar na fase crítica da infecção:[96]World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23762963?tool=bestpractice.com
Dor ou sensibilidade abdominal
Vômito persistente
Acúmulo de fluido clínico (por exemplo, ascite, derrame pleural)
Sangramento das mucosas
Letargia/inquietação
Aumento do fígado >2 cm
Laboratório: aumento do hematócrito com rápida diminuição na contagem plaquetária.
Os pacientes com DH/SCD passam por todos os três estágios; no entanto, os pacientes com dengue comum não passam pela fase crítica.[96]World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23762963?tool=bestpractice.com
Pacientes com sinais de alerta estabelecidos ou na fase crítica da infecção, com extravasamento plasmático grave (com ou sem choque), hemorragia grave, ou insuficiência grave de órgãos (por exemplo, comprometimento renal ou hepático, cardiomiopatia, encefalopatia ou encefalite) necessitam de intervenção médica de emergência. O acesso a centros de tratamento intensivo e a transfusão sanguínea devem estar disponíveis. Recomenda-se a administração rápida de cristaloides e coloides intravenosos, de acordo com os algoritmos produzidos pela Organização Mundial da Saúde.[96]World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. 2009 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241547871
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23762963?tool=bestpractice.com
[97]World Health Organization. Comprehensive guidelines for prevention and control of dengue and dengue haemorrhagic fever. 2011 [internet publication].
https://apps.who.int/iris/handle/10665/204894
[98]World Health Organization. Handbook for clinical management of dengue. 2012 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789241504713