Etiologia

Embora muitos fatores, como sexo, gestação, profissão, peso e raça, tenham sido implicados como fatores predisponentes de veias varicosas, somente um episódio anterior de trombose venosa profunda e ligações genéticas podem ser fatores causadores. A causa primária exata das veias varicosas permanece indefinida.[4][6]

A insuficiência da valva venosa é a etiologia mais comum.[10] Como as veias trabalham contra a gravidade, suas valvas funcionam compartimentando o sangue, melhorando a equalização das pressões ao longo das veias e evitando o refluxo. O sangue se acumula quando as valvas não funcionam adequadamente, levando ao aumento da pressão e à distensão das veias.[11] No entanto, não está claro se as valvas falham devido à dilatação da veia ou se as veias dilatam devido à falha da valva.

Acredita-se que a progesterona causa dilatação venosa passiva e, assim, pode levar à disfunção valvar. O estrogênio produz alterações nas fibras de colágeno e relaxamento dos músculos lisos, o que, juntos, provocam a dilatação da veia.[4]

Fisiopatologia

O sistema venoso age como reservatório e canal de retorno de sangue para o coração e para os pulmões, para a oxigenação e recirculação. A pressão venosa capilar final é baixa (20 mmHg). As veias têm paredes finas e não contam com paredes musculares, como as artérias. Portanto, as veias necessitam de ajuda para o retorno do sangue. Isso é feito pelas valvas e pelo bombeamento muscular - quando a pessoa anda, as bombas musculares contraem e empurram o sangue contra a gravidade e, quando as bombas relaxam, a queda do sangue é impedida pelo sistema de valvas. Quando um desses fatores não funciona adequadamente, podem ocorrer hipertensão e insuficiência venosa, possivelmente ocasionando veias varicosas.

A parede de uma veia normal tem três camadas de músculo liso, que ajudam a manter seu tônus. As veias varicosas demonstram uma proliferação acentuada da matriz de colágeno, bem como diminuição da elastina, que causam distorção e ruptura das camadas de fibras musculares.[6]

Classificação

Classificação clínica, etiológica, anatômica e fisiopatológica (CEAP) das doenças venosas crônicas[2]

A classificação CEAP é um padrão reconhecido internacionalmente para descrever os pacientes com distúrbios venosos crônicos, originalmente desenvolvido em 1993 e atualizado em 1996, 2004 e 2020. Ela se baseia nas manifestações clínicas, na etiologia, na anatomia envolvida e na patologia venosa subjacente.[2]

O sistema de estadiamento é amplo, mas a classe clínica é o único aspecto de uso comum.

Classe clínica

  • C0 – sem sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa

  • C1 - telangiectasias ou veias reticulares

  • C2 - veias varicosas

  • C2r - veias varicosas recorrentes

  • C3 – edema

  • C4 - alterações na pele e no tecido subcutâneo secundárias a doença cardiovascular

    • C4a – pigmentação ou eczema

    • C4b – lipodermatoesclerose ou atrofia branca

    • C4c - corona flebectática

  • C5 – úlcera venosa cicatrizada

  • C6 – úlcera venosa ativa

  • C6r - úlcera venosa ativa recorrente.

Cada classe clínica pode ser subcaracterizada da seguinte forma:

  • S: sintomático (incluindo dor, rigidez, irritação na pele, sensação de peso, cãibras musculares e outras queixas que podem ser atribuídas à disfunção venosa)

  • A: Assintomático.

Classe etiológica

  • Ep – primária

  • Es – secundária

    • Esi - secundária intravenosa

    • Ese - secundária extravenosa

  • Ec - congênita

  • En – nenhuma causa venosa identificada

Classe anatômica

  • As – veias superficiais

    • locais de refluxo identificados por abreviatura

  • Ap – veias perfurantes

    • locais de refluxo identificados por abreviatura

  • Ad – veias profundas

    • locais de refluxo identificados por abreviatura

  • An – nenhum local identificado

Classe fisiopatológica (acompanhada da localização anatômica)

  • Pr – refluxo

  • Po – obstrução

  • Pro – refluxo e obstrução

  • Pn - nenhuma fisiopatologia identificada.

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