Prevenção primária

A prevenção primária contra queimadura solar é fundamental, pois os tratamentos atuais são minimamente eficazes na redução dos sinais e sintomas da queimadura solar. Até o momento, nenhuma terapia demonstrou reverter os danos ao DNA induzidos pelo ultravioleta.[16] A melhor forma de prevenção é evitar o sol, sobretudo durante os horários de pico das 10h às 16h. Os indivíduos devem ser orientados sobre o uso apropriado de roupas e filtros solares para se proteger.

Um índice ultravioleta (UVI) solar global foi desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde por meio de uma colaboração internacional. Ele descreve, por uma escala numérica simples, a intensidade de radiação ultravioleta (UV) na superfície da terra relevante para os efeitos na pele humana. Global Solar UV Index Opens in new window Índices UV de 1 a 2 indicam que é seguro ficar ao ar livre sem medidas de proteção solar, índices UV de 3 a 7 recomendam ficar à sombra nos horários próximos ao meio-dia e medidas de proteção solar em todos os outros horários, e índices UV de 8 ou acima indicam que deve-se evitar a exposição ao sol nos horários próximos ao meio-dia, com medidas obrigatórias de proteção solar o tempo todo. Uma declaração de consenso para Austrália e Nova Zelândia recomenda a aplicação de protetor solar diariamente quando os índices UV forem 3 ou mais.[22]

O aconselhamento de adultos jovens e pacientes pediátricos (e pais) para minimizar a exposição à radiação ultravioleta é recomendado pela Preventive Services Task Force dos EUA para pacientes pediátricos até 24 anos de idade com tipos de pele clara.[17] Outras intervenções de prevenção de queimaduras solares utilizam táticas de medo: um ensaio clínico randomizado em grupos de adolescentes brasileiros demonstrou que uma intervenção de envelhecimento facial por aplicativo de telefone celular pode aumentar os comportamentos de proteção contra o câncer de pele (inclusive aplicação de proteção solar aos 6 meses) nesta população.[23]

É um equívoco pensar que o uso de câmaras de bronzeamento artificial antes das férias protegerá contra futuras queimaduras solares. Essas unidades utilizam radiação ultravioleta A e, embora possa ocorrer um aumento visível no bronzeado ou na pigmentação, isso não aumenta a produção de melanina.[24][25]

Prevenção secundária

Tratam-se de medidas semelhantes à prevenção primária. Deve-se incentivar o uso de roupas protetoras, como camisas de manga longa (tecidos com uma trama fechada proporcionam melhor proteção contra o ultravioleta [UV]) e chapéus de abas largas. Roupas com classificação de proteção UV, bem como produtos de lavagem, como bis-etilexiloxifenol metoxifenil triazina, que melhora a capacidade do tecido de proteger a pele da luz solar, estão disponíveis comercialmente.[40]

O fator de proteção solar (FPS) é um padrão de medição que indica o tempo que uma pessoa com filtro solar pode ficar exposta à radiação ultravioleta B (UVB) antes que ocorra uma queimadura solar em relação ao tempo em que ocorreria uma queimadura solar sem o filtro solar. Por exemplo, um FPS 15 permite que uma pessoa que normalmente se queimaria depois de 10 minutos no sol sem filtro solar fique protegida no sol por 150 minutos. A maioria das pessoas não aplica uma quantidade adequada de filtro solar para obter a classificação de FPS listada (2 mg/cm²).[20] Para obter a classificação de FPS listada, um adulto médio de 1.7 m de altura deve aplicar 34 g, ou um pouco mais de 1 onça, de filtro solar para uma aplicação total no corpo, 20 minutos antes de ir ao ar livre, com reaplicação periódica. Recomenda-se no mínimo um FPS 15. Filtros solares resistentes à água ou ao suor mantêm seu FPS por 40 ou 80 minutos após a exposição e, desta maneira, também precisam ser reaplicados periodicamente. Portanto, os novos regulamentos da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA proíbem o uso das palavras 'à prova d'água' ou 'à prova de suor', pois esses termos induzem a erro. Agora, os filtros solares resistentes à água ou ao suor serão rotulados como oferecendo proteção de 40 ou 80 minutos. Regulamentos da FDA que entraram em vigor em 2012 visam tornar os rótulos dos filtros solares mais claros para o público. FDA: for consumers - sunscreen products Opens in new window Os regulamentos também estabelecem um teste padrão para determinar quais produtos podem ser rotulados como proteção de "amplo espectro" UVA/UVB. Para atender aos critérios desse teste, os filtros solares precisam proteger contra UVB com um FPS 15 ou mais alto, e também precisam compreender pelo menos uma parte do espectro UVA. No entanto, muitos dos filtros solares que serão rotulados como "amplo espectro" não bloqueiam UVA1. A consequência de uma exposição UVA1 ineficaz é o bronzeamento, o qual foi associado ao câncer de pele e envelhecimento da pele. Em 2019, a FDA emitiu uma regra proposta com requisitos atualizados para protetores solares, além de fornecer orientações sobre como aplicar e armazenar o protetor solar e informações sobre o rótulo e ingredientes do protetor solar.[38] A FDA inclui as seguintes substâncias como ingredientes ativos aceitáveis para filtro solar: ácido aminobenzoico, avobenzona, cinoxato, dioxibenzona, homossalato, meradimato, octocrileno, octinoxato, octisalato, oxibenzona, padimato O, ensulizol, sulisobenzona, dióxido de titânio, salicilato de trolamina e óxido de zinco. Apenas dois desses 16 ingredientes, óxido de zinco e dióxido de titânio, são "geralmente reconhecidos como seguros e eficazes". A regra proposta em 2019 também inclui uma proposta para elevar o valor máximo do FPS no filtro solar de 50 para 60.[39]

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