Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
anticoagulante lúpico
Exame
O diagnóstico de anticoagulante lúpico baseia-se em ensaios de coagulação e envolve um estágio inicial de detecção, seguido por um estágio de confirmação.[36][37]
O princípio do ensaio é o prolongamento, pelo anticorpo, do teste de coagulação dependente de fosfolipídeo. No estágio confirmatório, a adição de fosfolipídeos carregados negativamente se liga ao anticorpo, reduzindo, assim, o tempo de coagulação. Sempre que possível, o teste de anticoagulante lúpico deve ser realizado antes do início da anticoagulação, pois os anticoagulantes podem levar a resultados falso-positivos. Quando não for possível, o teste pode ser realizado com heparina não fracionada ou heparina de baixo peso molecular, desde que o ensaio contenha um neutralizante de heparina e os níveis do medicamento não sejam supraterapêuticos.[38] O teste para anticoagulante lúpico em pacientes que tomam anticoagulante oral direto não é recomendado, a menos que sejam removidos ou neutralizados.
Resultado
positivo em 2 ocasiões, intervalo de 12 semanas
anticorpos anticardiolipina
Exame
O anticorpo anticardiolipina de isotipo IgG ou IgM no soro ou plasma está presente em título médio ou alto (ou seja, >40 unidades de fosfolipídeos IgG [GPL] ou unidades de fosfolipídeos IgM [MPL] ou >percentil 99) em 2 ocasiões ou mais, com intervalo de pelo menos 12 semanas, pelo ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) padronizado.[1][2][39]
Resultado
elevados em 2 ocasiões, intervalo de 12 semanas
anticorpos anti-beta 2-glicoproteína I
Exame
Anticorpo anti-beta 2-glicoproteína I de isotipo IgG ou IgM no soro ou plasma, (em título >percentil 90) em 2 ocasiões ou mais, com intervalo de pelo menos 12 semanas, medido pelo ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) padronizado.[1][2]
Resultado
elevados em 2 ocasiões, intervalo de 12 semanas
fator antinuclear, anticorpos para o ácido desoxirribonucleico (DNA) de fita dupla e para o antígeno nuclear extraível
Exame
A presença desses anticorpos pode sugerir lúpus eritematoso sistêmico associado subjacente.
Resultado
elevado no lúpus eritematoso sistêmico
Hemograma completo
Exame
A trombocitopenia pode estar presente na síndrome antifosfolipídica, geralmente decorrente de um mecanismo imune ou da presença de outra doença autoimune (púrpura trombocitopênica idiopática). A anemia pode ser decorrente de um mecanismo imune e apresentar-se como anemia hemolítica.
Resultado
pode mostrar trombocitopenia ou anemia
creatinina e ureia
Exame
Os níveis de creatinina e ureia devem ser obtidos para avaliar a função renal.
Em casos raros, a nefropatia (manifestando-se como edema e proteinúria) pode ser decorrente de trombose microangiopática secundária à síndrome antifosfolipídica.[31]
Resultado
elevadas se houver nefropatia presente
Investigações a serem consideradas
ultrassonografia Doppler venosa
Exame
A presença de trombose venosa profunda (TVP) ou trombose arterial é considerada um critério clínico para o diagnóstico de síndrome antifosfolipídica; o coágulo deve ser documentado por exames de imagem.
Resultado
variável; pode mostrar evidências de TVP, se não estiver confirmada
venografia ou ressonância nuclear magnética (RNM)
Exame
A presença de trombose venosa profunda (TVP) ou trombose arterial é considerada um critério clínico para o diagnóstico de síndrome antifosfolipídica; o coágulo deve ser documentado por exames de imagem.
Resultado
variável; pode mostrar evidências de TVP, se não estiver confirmada
RNM da trombose
Exame
A presença de trombose venosa profunda (TVP) ou trombose arterial é considerada um critério clínico para o diagnóstico de síndrome antifosfolipídica; o coágulo deve ser documentado por exames de imagem.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Imagem por ressonância magnética direta do trombo em uma trombose venosa profunda (TVP) bilateral proximalDo acervo pessoal de ensino do Professor Hunt; usado com permissão [Citation ends].
Resultado
variável; pode mostrar evidências de TVP, se não estiver confirmada
angiotomografia do tórax
Exame
A presença de embolia pulmonar é considerada um critério clínico para o diagnóstico da síndrome antifosfolipídica. Para ser considerado um critério clínico, o coágulo deve ser documentado por exames de imagem.
Resultado
variável; pode mostrar evidências de embolia pulmonar, se esta não tiver sido confirmada
cintilografia de ventilação/perfusão (V/Q)
Exame
A presença de embolia pulmonar é considerada um critério clínico para o diagnóstico da síndrome antifosfolipídica. Para ser considerado um critério clínico, o coágulo deve ser documentado por exames de imagem.
Resultado
variável; pode mostrar evidências de embolia pulmonar, se esta não tiver sido confirmada
ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio
Exame
Não é sensível nem específica para síndrome antifosfolipídica, mas a trombose arterial é considerada um critério clínico e deve ser documentada por exames de imagem.
Resultado
variável; pode mostrar evidências de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, se este não tiver sido confirmado
ecocardiografia
Exame
A ecocardiografia é indicada para pacientes com características clínicas indicativas de lesões ou vegetações na valva cardíaca. A ecocardiografia transesofágica é o estudo mais sensível para identificar essas lesões e deve ser realizada se houver alto índice de suspeita.
Vegetações, espessamento das valvas e disfunção das valvas cardíacas parecem ser mais frequentes na síndrome antifosfolipídica (SAF) que em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico isolado. Isso é conhecido como endocardite de Libman-Sacks e pode estar relacionado ao depósito de fibrina nas valvas. A valva mitral é mais comumente afetada. Até 20% dos pacientes com SAF apresentam anormalidades nas valvas, embora elas raramente causem problemas hemodinâmicos.[40]
Resultado
variável; pode mostrar vegetações nas valvas
exame de trombofilia hereditária
Exame
Pode ser considerado em pacientes que apresentam o primeiro episódio de tromboembolismo venoso quando jovens ou que apresentam história familiar de tromboembolismo venoso, para excluir trombofilia hereditária.
Inclui nível da proteína C, nível da proteína S livre, resistência à proteína C ativada, nível da antitrombina, fator V de Leiden e/ou reação em cadeia da polimerase para mutação no gene da protrombina (G-20210-A).
Resultado
geralmente negativa, a trombofilia hereditária em pacientes com SAF é rara
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