Caso clínico
Caso clínico #1
Um homem com 20 anos de idade se apresenta ao médico da unidade básica de saúde com lombalgia e rigidez persistente por mais de 3 meses. Não há história de lesão óbvia, mas ele é um desportista aficionado. Os sintomas nas costas são piores quando ele acorda pela manhã, e a rigidez perdura por mais de 1 hora. Os sintomas nas costas melhoram com exercício. Ele trabalha sentado a uma mesa e acha que permanecer sentado por longos períodos exacerba os sintomas. Ele tem de se levantar regularmente e se movimentar um pouco. Os sintomas nas costas o acordam na segunda metade da noite, após o qual ele pode ter dificuldades de se sentir confortável. Normalmente, ele toma um medicamento anti-inflamatório durante o dia e acha que a rigidez é pior quando deixa de tomar uma dose. Ele já apresentou 2 episódios de irite no passado.
Caso clínico #2
Um menino de 17 anos se apresenta com uma história de 18 meses de dor no tornozelo direito e em ambos os calcanhares, com rigidez matinal e fadiga. O ato de caminhar por curtas distâncias tem sido difícil por causa da dor nos calcanhares, o que o fez desistir da prática de esportes. O exame físico revela acentuada sensibilidade e edema em ambos os tendões de Aquiles.
Outras apresentações
A espondiloartropatia é observada em crianças, embora menos comumente que em adultos. Ela é classificada no âmbito de artrite relacionada à entesite (inflamação das conexões dos tendões ou ligamentos ao osso) na classificação de artrite idiopática juvenil.
Existem diferenças significativas no padrão de início e evolução da doença entre crianças e adultos. A apresentação habitual de um adolescente é na forma de oligoartrite assimétrica. As articulações envolvidas geralmente são as dos membros inferiores, incluindo os quadris e as articulações tarsais. O envolvimento da coluna vertebral é incomum no início da doença. A sacroileíte que se manifesta como lombalgia ou entesite associada à artrite podem ser os sintomas de apresentação. A inserção calcânea do tendão de Aquiles e da fáscia plantar, as conexões da fáscia plantar com a base do quinto metatarso e as cabeças dos metatarsos são locais comuns de entesite em crianças. Embora o comprometimento espinhal precoce seja incomum, medições da mobilidade lombossacral usando o teste de Schober são importantes para detectar o problema em crianças com artrite relacionada à entesite.[11] A prevalência de HLA-B27 é alta em crianças com artrite relacionada à entesite.[12][13] Observa-se também uveíte anterior aguda, geralmente unilateral, em 10% a 20% das crianças com artrite relacionada à entesite.[14][15] Em um número significativo de adultos com espondilite anquilosante (EA), o início da doença é observado no período juvenil. Existem dados mostrando que a EA de início na juventude está associada a um retardo significativo no diagnóstico e a piores desfechos funcionais em comparação com EA de início na idade adulta.[16]
Algumas evidências sugerem diferenças no quadro clínico da EA em mulheres, o que pode explicar o pouco reconhecimento da doença neste grupo. As mulheres tendem a apresentar mais dor nas articulações cervicais e periféricas que os homens e também têm uma maior probabilidade de ter artrite periférica. No entanto, a gravidade radiográfica é mais baixa em mulheres. Além disso, as mulheres relatam graus mais elevados de comprometimento funcional para graus específicos de dano radiograficamente evidente. Esses fatores podem contribuir para diagnósticos incorretos em pacientes do sexo feminino.[17]
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