Abordagem
O diagnóstico da costocondrite é clínico.
História
Uma história de movimento repetitivo incomum nos membros superiores ou de tosse prolongada pode estar presente em uma costocondrite inflamatória. O paciente deve ser questionado sobre o uso recente de drogas intravenosas e sobre procedimentos cirúrgicos recentes, considerando-se a possibilidade de costocondrite infecciosa.
Dor geralmente gradual no início, de natureza constante e exacerbada pela inspiração profunda e pelo movimento que envolve a parede torácica são características sugestivas.
Exame
O principal sinal é a reprodução da dor à palpação das articulações costocondrais ou ao movimento que envolve a parede torácica.
Também pode ocorrer sensibilidade à palpação dos músculos adjacentes, das costelas e da articulação esternoclavicular. Geralmente não há edema na parede torácica. Se houver edema na parede torácica além da costocondrite, isso é conhecido como síndrome de Tietze, e etiologias inflamatórias e infecciosas precisarão ser descartadas.[8]
Investigações
Se houver uma suspeita forte de costocondrite em decorrência da história e dos exames, sem suspeita de artropatias inflamatórias infecciosas ou sistêmicas, os pacientes devem ser submetidos a uma tentativa terapêutica com um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) oral ou a uma injeção local de corticosteroide associado a anestésico nos sítios afetados. Os AINEs orais são geralmente a escolha preferencial no cenário da atenção primária, pois a injeção local geralmente é realizada por um especialista (por exemplo, controle da dor, medicina esportiva, reabilitação [fisiatra], reumatologista ou cirurgião ortopédico). O conhecimento dos principais marcos anatômicos e a consideração de orientação por imagem, como ultrassonografia, devem ser considerados para evitar a punção inadvertida de nervos e/ou pulmões. Uma resposta benéfica a esses tratamentos confirma o diagnóstico.
Uma falha na resposta à tentativa terapêutica com um AINE ou à injeção local, ou achados clínicos que coloquem o paciente em alto risco de um diagnóstico alternativo (por exemplo, história de febre, malignidade, história de trauma ou lesão, e inchaço e eritema localizado), são avisos para se proceder a investigações adicionais, conforme mostrado pelos possíveis diagnósticos diferenciais.
Suspeita de costocondrite infecciosa
Caso haja suspeita de uma causa infecciosa de costocondrite a partir da história e dos fatores de risco (por exemplo, uso de drogas intravenosas e características da anamnese que possam indicar uma causa infecciosa [inclusive febre, edema nas articulações ou envolvimento da articulação esternoclavicular]), devem ser realizados testes adicionais com hemocultura e/ou cultura da ferida, radiografia torácica e tomografia computadorizada (TC) ou ressonância nuclear magnética (RNM). Observe que essa investigação não é necessária se um usuário de drogas intravenosas tem uma apresentação benigna, sem essas características clínicas, e responde bem aos AINEs.
As hemoculturas são frequentemente positivas para espécies de Staphylococcus, especialmente nos usuários de medicamentos intravenosos. Exames de imagem da costocondrite séptica não foram estudados de modo adequado em comparação com um grupo-controle, mas assim como em qualquer infecção óssea ou de articulação, achados típicos de uma TC ou ressonância nuclear magnética (RNM) incluem cartilagem expandida e edemaciada, edema ósseo e captação elevada de sinal e contraste. Um pequeno estudo de pacientes consecutivos com síndrome de Tietze (presença de edema além de costocondrite) encontrou aumento, espessamento e sinais aumentados nas sequências T2/STIR/FAT-SAT na cartilagem afetada, edema de medula óssea e aumento da captação de gadolínio em alguns casos.[15]
A cintilografia óssea com tecnécio não é um exame útil para o diagnóstico, já que não é específico para a costocondrite e pode ser positivo em pessoas normais.[16]
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