Etiologia
A amenorreia pode resultar de uma patologia em qualquer um dos quatro componentes funcionais e estruturais distintos necessários para a menstruação: o hipotálamo, a adeno-hipófise, os ovários e a via de saída genital. Dentro desses componentes, seis condições são responsáveis pela maioria das pacientes que apresentam amenorreia primária: síndrome do ovário policístico (SOP), hiperprolactinemia, disfunção tireoidiana, hipogonadismo hipogonadotrófico e hipergonadotrófico e anormalidades anatômicas.[1] Em geral, a amenorreia primária é responsável por um percentual pequeno de visitas de pacientes pediátricos e adolescentes, mesmo em centros altamente especializados.
Pesquisadores já encontraram variantes raras em genes associados ao hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático em mulheres com amenorreia hipotalâmica, sugerindo que essas mutações podem contribuir para a suscetibilidade.[10] Uma insuficiência ovariana que esteja causando amenorreia primária também pode ser resultado de danos causados por quimioterapia, radioterapia ou cirurgias anteriores.[1][7]
Alguns médicos preferem abordar as pacientes com amenorreia em função da presença ou ausência de desenvolvimento do útero e das mamas (produção sinalizadora de estrogênio).[1] Um sistema de classificação apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na década de 1970 dividiu as pacientes em grupos com base na produção endógena de estrogênio, níveis de hormônio folículo-estimulante (FSH), níveis de prolactina e disfunção hipotálamo-hipofisária.[11] Essa classificação elimina vários diagnósticos baseados em informações iniciais. Entretanto, desde que esse sistema foi desenvolvido, houve muitos avanços na compreensão do controle hormonal da ovulação e melhoras na metodologia dos ensaios, sendo necessária uma investigação mais aprofundada para refinar o diagnóstico.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Classificação de amenorreia pela Organização Mundial da SaúdeCriado pelo BMJ Knowledge Centre [Citation ends].
Em 2021, a International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) introduziu um sistema de três camadas para categorizar os distúrbios ovulatórios. A primeira camada, chamada HyPO-P (hipotálamo-hipófise-ovário), se concentra na anatomia, categorizando os distúrbios em quatro grupos de componentes: tipo 1: hipotalâmico; tipo 2: hipofisário; tipo 3: ovariano; e tipo IV: SOP. A segunda camada fornece causas mais específicas dentro das categorias: genética, autoimune, iatrogênica, neoplasia; funcional, infecciosa e inflamatória, trauma e vascular; fisiológica, idiopática, endócrina (GAIN-FIT-PIE). A terceira camada inclui os diagnósticos ou distúrbios específicos.[12]
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