Parto prematuro

O parto prematuro pode ser causado por vários fatores e ocorre entre a 24ª e a 37ª semanas de gestação. O parto prematuro espontâneo está geralmente associado a infecção e inflamação, especialmente no início das gestações. Apenas uma minoria das mulheres que apresentam contrações pré-termo evolui realmente para o trabalho de parto e o parto.

Os fatores de risco incluem trabalho de parto prematuro prévio, cirurgia cervical, infecções do trato urinário, parto cesáreo de emergência prévio e gestações múltiplas (multifetais). Sangramento e ruptura prematura de membranas em qualquer gestação estão associados a taxas elevadas de parto prematuro.

O nascimento espontâneo precoce pode ser predito por exame de toque seriado ou ultrassonografia transvaginal do colo uterino. A fibronectina fetal detectada em secreções cérvico-vaginais também pode ser usada. A combinação de ultrassonografia cervical e fibronectina fetal proporciona a melhor predição da evolução para nascimento pré-termo.

Não foram identificadas intervenções profiláticas efetivas. A cerclagem cervical tem um papel limitado em mulheres com alto risco, e a terapia de progesterona pode ser benéfica. Poucas intervenções no estilo de vida melhoram o desfecho, mas o abandono do hábito de fumar é recomendado.

A transferência "in utero" para instalações neonatais apropriadas e os corticosteroides pré-natais reduzem a mortalidade e a morbidade perinatais. São usados agentes tocolíticos em algumas pacientes para prevenir o nascimento em curto prazo, a fim de viabilizar a transferência "in utero" e a administração de corticosteroides. O uso mais prolongado de tocólise não está estabelecido como uma intervenção efetiva.

Não há uma definição internacionalmente reconhecida do trabalho de parto prematuro. O nascimento pré-termo ocorre entre a 24ª e a 37ª semana de gestação. No entanto, os bebês agora conseguem sobreviver a partir das 22 semanas de gestação.[1]Mactier H, Bates SE, Johnston T, et al. Perinatal management of extreme preterm birth before 27 weeks of gestation: a framework for practice. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2020 May;105(3):232-9. https://fn.bmj.com/content/105/3/232.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31980443?tool=bestpractice.com ​ Em dois terços dos casos, o nascimento prematuro ocorre após o início espontâneo do trabalho de parto.[2]Romero R, Dey SK, Fisher SJ. Preterm labor: one syndrome, many causes. Science. 2014 Aug 15;345(6198):760-5. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4191866 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25124429?tool=bestpractice.com ​ Apenas uma minoria das mulheres que apresentam contrações pré-termo, conhecidas como ameaça de parto pré-termo (APPT), evolui realmente para o trabalho de parto e o parto. O restante dos nascimentos pré-termo decorre de parto iatrogênico, cujas causas mais comuns são a pré-eclâmpsia e a restrição do crescimento intrauterino. A ruptura prematura de membranas é definida como a ruptura das membranas a <37 semanas de gestação e antes do início do trabalho de parto. Este tópico se concentrará no manejo do trabalho de parto prematuro espontâneo, que pode ocorrer após APPT ou ruptura prematura de membranas.