Abordagem

O tratamento é desafiador, pois zumbido é um sintoma, não uma doença; a intervenção depende do tratamento da causa subjacente.[9] Zumbido persistente deve ser manejado com o tratamento sintomático.[49]

É muito importante aconselhar o paciente sobre o manejo do problema.[7] O tratamento deve diminuir os efeitos negativos na qualidade de vida e reduzir o risco de complicações, como depressão, privação de sono e perda de função. Atualmente, não existem medicamentos no mercado que estejam aprovados para o zumbido, e as abordagens farmacológicas baseadas em evidências são limitadas ao tratamento de comorbidades como depressão, ansiedade ou insônia.[50]

Tratamento sintomático

Todos os pacientes com zumbido problemático devem receber instruções sobre a condição e aconselhamento sobre o manejo. Durante as sessões, os pacientes são aconselhados a evitar medicamentos como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e outros medicamentos ototóxicos. A exposição a barulhos altos deve ser desencorajada. Alguns pacientes são sensíveis a cafeína, álcool, açúcares simples, aspartame, Nutrasweet, glutamato monossódico, corantes alimentares e tabaco. Uma tentativa de evitação de 6 a 8 semanas pode ser considerada.

A redução da ansiedade pode ser obtida mediante o ensino de técnicas de relaxamento aos pacientes. Técnicas de hipnose ou biofeedback também são usadas para diminuir a ansiedade.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) deve ser iniciada quando os pacientes informem aos seus médicos que o zumbido lhes causa ansiedade, impede-os de realizar atividades agradáveis e atrapalha suas vidas. A TCC ajuda os pacientes a identificarem comportamentos, crenças e reações negativas, e sugere mecanismos mentais para substituí-los por respostas mais positivas e adequadas. Um ensaio clínico randomizado e controlado concluiu que a TCC reduz a gravidade e a limitação imposta pelo zumbido, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, independentemente da gravidade.[51] A TCC apresenta mais benefícios que as técnicas de aconselhamento mencionadas acima.[2]

Se o paciente apresentar perda auditiva (mesmo leve), é necessário o uso de próteses auditivas. O sucesso do tratamento de zumbido com próteses auditivas nesses pacientes é de cerca de 50%.[2]

O mascaramento com um som de fundo durante o sono ou em ambientes silenciosos é útil para diminuir a percepção do zumbido. Embora uma revisão sistemática tenha descoberto que uma falta de pesquisas de qualidade é parcialmente responsável pela falta de evidências fortes da eficácia deste tratamento, os autores observaram que a ausência de evidências conclusivas não deve ser interpretada como evidência de ausência de eficácia.[52] Mascaradores de zumbido são ferramentas similares às próteses auditivas que se encaixam atrás da orelha. Tais dispositivos geram e produzem um ruído branco para a orelha que mascara (isto é, cobrindo) o zumbido em pacientes com audição normal ou próxima ao normal. O paciente é instruído a usar os dispositivos continuamente o dia todo, mesmo durante o sono.

A terapia de retreinamento do zumbido (TRT) é aconselhamento acompanhado de dispositivos semelhantes a próteses auditivas que criam um ruído branco de baixo nível (isto é, dispositivos de mascaramento do zumbido).[7] Geralmente os pacientes usam essa terapia por um período de 1-2 anos. A taxa de sucesso varia entre os pacientes.[7]

O Neuromonics (dispositivo com música e um estímulo neural acústico) e outras terapias de som podem beneficiar alguns pacientes.[14]

Não há cura para o zumbido; no entanto, há muitas coisas que podem ser tentadas para melhorar o sintoma. O que funciona para uma pessoa pode não ser necessariamente eficaz para outra. Existem muitas terapias alternativas que podem atenuar o zumbido em alguns pacientes, e tais opções não devem ser descartadas. Geralmente, as terapias integrativas (hipnose, acupuntura, suplementos e ervas) têm um efeito positivo em aproximadamente 40% do tempo, embora faltem evidências de alta qualidade.[53][54][55]

Depressão ou ansiedade associadas

O zumbido, quando grave, pode estar geralmente associado a sintomas psicológicos, como depressão ou ansiedade. Ainda está sendo discutido se a condição causa tais eventos psicológicos ou se o zumbido é mais prevalente em pessoas com doenças psicológicas.[56][57]​ Os tratamentos farmacológicos podem ajudar os pacientes com zumbido associado a depressão. Os antidepressivos tricíclicos, os inibidores seletivos de recaptação de serotonina e os ansiolíticos podem ajudar a reduzir os sintomas de zumbido nos pacientes com depressão.[57] No entanto, há poucas evidências para sugerir o seu uso em pacientes que possuem zumbido sem ansiedade ou depressão associada.[56]

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