Epidemiologia
A pericardite aguda é mais comum em adultos (geralmente entre 20 e 50 anos) e em homens.[14] É a doença mais comum do pericárdio encontrada na prática clínica. A incidência e a prevalência reais são desconhecidas e há um grande número de casos não diagnosticados. A pericardite pode ser responsável por até 5% dos comparecimentos a prontos-socorros com queixas de dor torácica, e por até 0.1% das internações hospitalares.[16][17][18]
Fatores de risco
A pericardite aguda é descrita com maior frequência em homens, em particular na forma viral, para a qual há uma proporção de 3:1 entre homens e mulheres.[14]
Esse distúrbio é descrito com maior frequência em adultos com idade entre 20 e 50 anos.[14]
Existem duas formas de pericardite após infarto do miocárdio (IAM): “precoce” (pericardite epistenocárdica) e “tardia” (síndrome de Dressler).[28][29] A forma precoce é causada pela inflamação local na borda do IAM epicárdico com exsudação direta. Ocorre em 5% a 20% dos IAMs transmurais, mas geralmente não é reconhecida clinicamente. A forma tardia ocorre dentro de 1 semana a vários meses após o infarto, e não é necessário que tenha havido um infarto transmural. Sua incidência é de 0.5% a 5% (e <0.5% em pacientes tratados com trombolíticos). A incidência de pericardite após infarto do miocárdio transmural diminuiu desde o uso de trombolíticos e da revascularização miocárdica.
A síndrome pós-cardiotomia foi relatada em até 20% dos casos 4 semanas após o enxerto coronariano. Ela se desenvolve dentro de dias até meses do período pós-operatório. Em comparação com a síndrome pós-infarto, há uma resposta maior de antimiocárdio (antissarcolêmicos e antifibrilatório) com uma maior liberação de antígenos.[1][12]
O paciente pode apresentar uma história recente de infecção do trato respiratório superior ou doença diarreica.[15]
A pericardite viral é a causa mais comum de infecção pericárdica.[1][12] A inflamação é devido a um ataque viral direto e/ou a uma resposta imune (antiviral ou anticardíaca). O início é frequentemente pós-viral, sem evidência de presença do vírus no pericárdio.
A pericardite bacteriana pode ser uma pericardite purulenta causada por patógenos bacterianos e ocorre em 5% dos casos. A infecção pericárdica pode ocorrer por disseminação hematogênica ou por extensão direta oriunda de órgãos adjacentes, em especial dos pulmões e/ou do espaço pleural.
Em países desenvolvidos, 4% dos casos de pericardite aguda são decorrentes do Mycobacterium tuberculosis.[30]
Existem duas formas: pericardite urêmica e pericardite associada à diálise. A pericardite urêmica é relatada em 6% a 10% dos pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica, antes ou logo após a institição da diálise. A probabilidade de ocorrência da pericardite aumenta com a intensidade da azotemia (nitrogênio ureico no sangue >21.4 mmol/L [>60 mg/dL]).[1]
A pericardite associada à diálise é relatada em até 13% dos pacientes que recebem hemodiálise crônica. Ocasionalmente, observa-se em pacientes em diálise peritoneal que não foram submetidos à diálise de forma adequada. A maioria dos pacientes responde à diálise intensiva dentro de 1 ou 2 semanas.
Normalmente, a pericardite está associada a doenças como artrite reumatoide e lúpus, mas nem sempre se apresenta clinicamente.[1]
Ocorre de semanas a meses após o evento.
A pericardite exsudativa aguda associada à radioterapia é rara. A pericardite aguda tardia é mais comum e ocorre semanas após a radioterapia. Geralmente se manifesta como derrame pericárdico assintomático ou pericardite sintomática. A pericardite crônica tardia pode se apresentar semanas a anos após a radioterapia e causar pericardite constritiva.[31]
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