Prevenção primária

A ingestão de líquidos deve ser de, pelo menos, 2.5 a 3.0 litros por dia para adultos, e 1 a 2 litros por dia para crianças e jovens (dependendo da idade) para evitar a formação de cálculos.[15][16][17]​​​ Os fatores dietéticos também são importantes.[47]​ As medidas devem incluir a redução da ingestão de alimentos com gordura, proteína animal e sódio.[17]​​[23][41]​​​​​[42][43][44]​​​​[47][48]​​​[49]​ Recomenda-se também alcançar e manter um índice de massa corporal saudável.[50]

Prevenção secundária

Nos pacientes que costumam formar cálculos, recomenda-se uma meta de débito urinário de 2.0 a 2.5 litros por dia; o volume de ingestão pode precisar ser de até 4 litros por dia para se alcançar isso.[18][19][20]​​ A modificação alimentar em longo prazo é crucial para evitar cálculos futuros.[47] O suco de laranja pode aumentar os níveis de citrato urinário muito mais que o suco de limão, devido a seu alto teor de potássio.

A dieta deve ser equilibrada, incluindo contribuições de todos os grupos alimentares, sem nenhum tipo de excesso.[49]

  • Frutas, vegetais e fibras: a ingestão de frutas e vegetais deve ser encorajada devido aos efeitos benéficos das fibras. O conteúdo alcalino da dieta vegetariana também aumenta o pH urinário a níveis desejáveis.

  • A ingestão excessiva de produtos ricos em oxalato deve ser limitada ou evitada visando evitar carga de oxalato. Isso inclui frutas e vegetais ricos em oxalato como farelo de trigo. Isso é importante principalmente nos pacientes que apresentam excreção elevada de oxalato. Os seguintes produtos possuem alto teor de oxalato:[151]

    • Ruibarbo

    • Espinafre

    • Chocolate

    • Chá

    • nozes

    • A vitamina C é um precursor do oxalato; não é recomendado tomar mais de 1000 mg/dia

  • A proteína animal deve ser restrita.[18] O consumo excessivo de proteína animal pode aumentar a hipercalciúria, a hipocitratúria, o pH baixo, a hiperoxalúria e a hiperuricosúria.

  • A ingestão de cálcio não deve ser restrita, a não ser que haja motivos muito fortes devido à relação inversa entre o cálcio alimentar e a formação de cálculos de cálcio. A ingestão recomendada de cálcio para prevenir cálculos renais é de 1000-1200 mg por dia (equivalente a 3 porções de laticínios nas refeições).[18][151] Os suplementos de cálcio não são recomendados, exceto nos casos de hiperoxalúria entérica.

  • Evite o consumo excessivo de sal.[151] Um alto consumo de sódio causa hipercalciúria devido à redução da reabsorção tubular proximal de cálcio. O citrato urinário é reduzido. O risco de formação de cristais de urato de sódio aumenta e o efeito da tiazida na redução do cálcio urinário é contra-atacado com uma ingestão elevada de sódio.

  • A ingestão de alimentos especialmente ricos em urato deve ser restrita em pacientes com cálculos de oxalato de cálcio hiperuricosúricos, bem como em pacientes com cálculos de ácido úrico. Exemplos de alimentos ricos em urato:[151]

    • Carne vermelha

    • Carne de órgãos (fígado, rins)

    • Sardinhas, anchovas, mariscos

Talvez sejam necessárias terapias preventivas específicas em caso de anormalidades metabólicas específicas que não respondam à modificação alimentar.[18] Elas incluem:

  • Cálculos de ácido úrico: alcalinização da urina com citrato de potássio ou bicarbonato de sódio.

  • Hiperuricosúria, cálculos de oxalato de cálcio recorrentes e cálcio urinário normal: alopurinol ou febuxostate.

    • Um aumento do risco de morte foi relatado com o febuxostate em comparação com o alopurinol.[133] A Food and Drug Administration dos EUA recomenda que o febuxostate só deve ser prescrito para os pacientes que não puderem tolerar o alopurinol, ou quando o tratamento com alopurinol tiver falhado, e que tiverem sido aconselhados em relação ao risco cardiovascular.[132] Em julho de 2019, a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency do Reino Unido emitiu um lembrete para evitar o tratamento com febuxostate em pacientes com doença cardiovascular maior preexistente, amenos que não haja outras opções de terapia adequadas.[134]

  • Hipercalciúria e cálculos de cálcio recorrentes: diurético tiazídico com ou sem suplementação de potássio (citrato de potássio).

  • Hipocitratúria e cálculos de cálcio recorrentes: alcalinização da urina (por exemplo, citrato de potássio; o bicarbonato de sódio pode ser considerado se o paciente tiver risco de hipercalemia).

  • Hiperoxalúria: quelante de oxalato (por exemplo, cálcio, magnésio ou colestiramina), citrato de potássio, piridoxina.

  • Cistinúria: alcalinização da urina com citrato de potássio, agente de ligação de tiol (por exemplo, tiopronina, que é mais bem tolerada que a penicilamina).[2]

  • Cálculos de estruvita: monitoramento vigilante e tratamento para infecções do trato urinário com ou sem profilaxia antibiótica em longo prazo. Os inibidores de urease (por exemplo, ácido aceto-hidroxâmico) são reservados aos cálculos de estruvita complexos/recorrentes, nos quais o manejo cirúrgico tiver sido esgotado.[32] A supervisão de cuidado secundário deve ser empregada, pois pode produzir efeitos adversos graves, como flebite e hipercoagulabilidade.

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