Neuralgia do trigêmeo
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
neuralgia do trigêmeo (NT) recém-diagnosticada
terapia farmacológica
A base da terapia medicamentosa consiste em medicamentos anticonvulsivantes, geralmente a carbamazepina ou a oxcarbazepina. A carbamazepina é o único medicamento anticonvulsivante com eficácia comprovada em ensaios clínicos randomizados e controlados e costuma ser a terapia de primeira linha.[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com
[22]Gronseth G, Cruccu G, Alksne J, et al. Practice parameter: the diagnostic evaluation and treatment of trigeminal neuralgia (an evidence-based review): report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology and the European Federation of Neurological Societies. Neurology. 2008 Oct 7;71(15):1183-90.
https://n.neurology.org/content/71/15/1183
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18716236?tool=bestpractice.com
[26]Yang F, Lin Q, Dong L, et al. Efficacy of 8 different drug treatments for patients with trigeminal neuralgia: a network meta-analysis. Clin J Pain. 2018 Jul;34(7):685-90.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29200017?tool=bestpractice.com
[27]Wiffen PJ, Derry S, Moore RA, et al. Carbamazepine for chronic neuropathic pain and fibromyalgia in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Apr 10;2014(4):CD005451.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24719027?tool=bestpractice.com
[ ]
How does carbamazepine affect outcomes in adults with chronic neuropathic pain?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.457/fullMostre-me a resposta Quase 90% dos pacientes alcançam um controle significativo da dor inicial com carbamazepina ou oxcarbazepina.[4]Cruccu G, Di Stefano G, Truini A. Trigeminal neuralgia. N Engl J Med. 2020 Aug 20;383(8):754-62.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32813951?tool=bestpractice.com
No entanto, o uso de longo prazo pode estar associado à diminuição da eficácia.[2]Lambru G, Zakrzewska J, Matharu M. Trigeminal neuralgia: a practical guide. Pract Neurol. 2021 Oct;21(5):392-402.
https://pn.bmj.com/content/21/5/392
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34108244?tool=bestpractice.com
A oxcarbazepina, um derivado da carbamazepina com menos interações medicamentosas e um perfil com menos efeitos adversos, parece igualmente eficaz. A resposta individual a ambos os medicamentos varia consideravelmente; assim, se um não for eficaz, o outro pode ser testado.[2]Lambru G, Zakrzewska J, Matharu M. Trigeminal neuralgia: a practical guide. Pract Neurol. 2021 Oct;21(5):392-402.
https://pn.bmj.com/content/21/5/392
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34108244?tool=bestpractice.com
[3]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Heinskou TB, et al. Advances in diagnosis, classification, pathophysiology, and management of trigeminal neuralgia. Lancet Neurol. 2020 Sep;19(9):784-96.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32822636?tool=bestpractice.com
Caso carbamazepina e a oxcarbazepina não forem toleradas ou não forem efetivas, lamotrigina pode ser usada como monoterapia ou terapia complementar.[2]Lambru G, Zakrzewska J, Matharu M. Trigeminal neuralgia: a practical guide. Pract Neurol. 2021 Oct;21(5):392-402. https://pn.bmj.com/content/21/5/392 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34108244?tool=bestpractice.com [3]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Heinskou TB, et al. Advances in diagnosis, classification, pathophysiology, and management of trigeminal neuralgia. Lancet Neurol. 2020 Sep;19(9):784-96. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32822636?tool=bestpractice.com [20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com Um pequeno ensaio clínico randomizado transversal (n=14) mostrou que a lamotrigina foi eficaz como terapia complementar para pacientes com neuralgia do trigêmeo refratária.[28]Zakrzewska JM, Chaudhry Z, Nurmikko TJ, et al. Lamotrigine (lamictal) in refractory trigeminal neuralgia: results from a double-blind placebo controlled crossover trial. Pain. 1997 Nov;73(2):223-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9415509?tool=bestpractice.com
A gabapentina ou a pregabalina também podem ser usadas como monoterapia ou terapia complementar.[2]Lambru G, Zakrzewska J, Matharu M. Trigeminal neuralgia: a practical guide. Pract Neurol. 2021 Oct;21(5):392-402. https://pn.bmj.com/content/21/5/392 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34108244?tool=bestpractice.com [3]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Heinskou TB, et al. Advances in diagnosis, classification, pathophysiology, and management of trigeminal neuralgia. Lancet Neurol. 2020 Sep;19(9):784-96. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32822636?tool=bestpractice.com [4]Cruccu G, Di Stefano G, Truini A. Trigeminal neuralgia. N Engl J Med. 2020 Aug 20;383(8):754-62. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32813951?tool=bestpractice.com [20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com A experiência clínica indica que esses agentes são menos efetivos que a carbamazepina ou a oxcarbazepina, mas estão associados com menos eventos adversos.[4]Cruccu G, Di Stefano G, Truini A. Trigeminal neuralgia. N Engl J Med. 2020 Aug 20;383(8):754-62. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32813951?tool=bestpractice.com
O desenvolvimento de erupção cutânea alérgica com o uso de carbamazepina ou lamotrigina pode ser um precursor para reações potencialmente graves (por exemplo, síndrome de Stevens-Johnson) e deve incitar a descontinuação imediata.
Os pacientes com NT parcial ou completamente refratária a medicamentos anticonvulsivantes frequentemente recebem outra classe de medicamentos analgésicos, como o baclofeno, embora os dados que dão suporte ao uso na NT sejam escassos.[3]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Heinskou TB, et al. Advances in diagnosis, classification, pathophysiology, and management of trigeminal neuralgia. Lancet Neurol. 2020 Sep;19(9):784-96. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32822636?tool=bestpractice.com [20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com O baclofeno pode ser útil para a NT nos pacientes com esclerose múltipla que usam o medicamento para sintomas de espasticidade.[2]Lambru G, Zakrzewska J, Matharu M. Trigeminal neuralgia: a practical guide. Pract Neurol. 2021 Oct;21(5):392-402. https://pn.bmj.com/content/21/5/392 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34108244?tool=bestpractice.com Com base na preferência do profissional, ele pode ser fornecido sequencialmente, como uma monoterapia, ou em combinação, até que um esquema eficaz seja estabelecido.
Opções primárias
carbamazepina: 200 mg/dia por via oral administrados em 1-2 doses fracionadas inicialmente, a dose de manutenção habitual é de 400-1200 mg/dia administrados em 2 doses fracionadas
ou
oxcarbazepina: 300 mg/dia por via oral inicialmente, a dose de manutenção habitual é de 600-1200 mg/dia, máximo de 1200 mg/dia administrados em 2 doses fracionadas
Opções secundárias
gabapentina: 300 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, a dose de manutenção habitual é de 300-1800 mg/dia, máximo de 1800 mg/dia administrados em 3 doses fracionadas
ou
pregabalina: 75 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia por 1 semana, seguidos por 150 mg duas vezes ao dia por 1 semana, e daí em diante 300 mg duas vezes ao dia
ou
lamotrigina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Opções terciárias
baclofeno: 10 mg por via oral três vezes ao dia inicialmente, a dose de manutenção habitual é de 40-80 mg/dia, máximo de 80 mg/dia
neuralgia do trigêmeo clássica não responsiva a medicamentos
descompressão microvascular
É o tratamento procedural de primeira linha para a NT clássica, pois é voltada para o iniciador patológico presuntivo da NT e tem as menores sequelas neurológicas em longo prazo, com taxas e durabilidade de melhora dos sintomas equivalentes ou melhores que outros tratamentos cirúrgicos/procedimentos.[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com [22]Gronseth G, Cruccu G, Alksne J, et al. Practice parameter: the diagnostic evaluation and treatment of trigeminal neuralgia (an evidence-based review): report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology and the European Federation of Neurological Societies. Neurology. 2008 Oct 7;71(15):1183-90. https://n.neurology.org/content/71/15/1183 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18716236?tool=bestpractice.com [29]Laghmari M, El Ouahabi A, Arkha Y, et al. Are the destructive neurosurgical techniques as effective as microvascular decompression in the management of trigeminal neuralgia? Surg Neurol. 2007 Nov;68(5):505-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17765958?tool=bestpractice.com Uma análise combinada que incluiu 5149 pacientes mostrou que a descompressão microvascular é eficaz, com 62% a 89% dos pacientes sem dor ao acompanhamento (após 3-11 anos). As complicações graves, como morte, AVC ou meningite, são raras. Outras possíveis complicações incluem paralisia do nervo craniano (4%), perda auditiva (1.8%) e hipoestesia facial (3%).[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com
neuralgia do trigêmeo idiopática não responsiva a medicamentos
cirurgia ablativa
Há várias técnicas ablativas disponíveis.
Radiocirurgia estereotáxica direcionada à raiz sensitiva do nervo trigêmeo para fornecer altas doses de radiação sem disseminação significativa para os tecidos adjacentes. É a opção cirúrgica menos invasiva, e o alívio da dor normalmente ocorre em semanas a meses, com a melhora máxima da dor em 1 mês. Entre 30% e 66% das pessoas submetidas à radiocirurgia estereotáxica alcançam a remissão em longo prazo.[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com O procedimento deve ser realizado em clínicas especializadas, e os pacientes devem ser selecionados por uma equipe multidisciplinar especializada no manejo da neuralgia do trigêmeo.[33]National Institute for Health and Care Excellence. Stereotactic radiosurgery for trigeminal neuralgia. Feb 2022 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg715
A gangliólise do trigêmeo pode ser térmica (radiofrequência) ou química (glicerol). Entre 26% e 82% dos pacientes alcançam a remissão após a gangliólise por radiofrequência, e 19% a 58% alcançam a remissão após a injeção de glicerol.[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com
A compressão por balão do gânglio trigêmeo requer anestesia geral. Ela tem eficácia e taxas de recorrência similares à gangliólise, mas com taxas diminuídas de disestesia grave e comprometimento da sensibilidade corneana. Análises combinadas relataram que, com acompanhamento de 4-11 anos, 55% a 80% dos pacientes (n=155) com neuralgia do trigêmeo ficaram sem dor após a compressão por balão.[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com
As complicações mais comuns dos procedimentos ablativos são hipoestesia facial (19%), hipoestesia corneana (5%) e fraqueza motora do trigêmeo (5%). A meningite (0.7%) e a anestesia dolorosa (0.5%) são complicações raras.[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com
neuralgia do trigêmeo secundária não responsiva a medicamentos
terapia individualizada
Geralmente, os pacientes com NT secundária apresentam resposta não tão positiva à terapia medicamentosa ou ao tratamento cirúrgico. Como nenhum tratamento tem evidências suficientes para comprovar sua eficácia específica em pacientes com NT secundária, eles devem ser tratados de maneira similar aos pacientes com NT primária.[20]Bendtsen L, Zakrzewska JM, Abbott J, et al. European Academy of Neurology guideline on trigeminal neuralgia. Eur J Neurol. 2019 Jun;26(6):831-49. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13950 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30860637?tool=bestpractice.com A escolha do procedimento depende, em última análise, da preferência do paciente, mas quaisquer procedimentos só devem ser realizados após discussão e compreensão total da eficácia, das taxas de recorrência e das potenciais complicações de cada método.
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