Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

tosse ≤4 semanas

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observação

Como a bronquite aguda está mais comumente associada a infecções por mediação viral, as estratégias de tratamento são direcionadas à minimização dos sintomas até a resolução da doença. Para muitos pacientes com pouca tosse, incapaz de prejudicar as atividades diárias ou interromper o sono, a melhor abordagem pode ser não oferecer tratamento.

A instrução do paciente sobre a bronquite aguda como uma doença autolimitada que, geralmente, se resolve em até 4 semanas sem tratamento, pode ajudar na satisfação do paciente.

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antipirético

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Um antipirético pode ser útil para o conforto do paciente se houver febre.

Opções primárias

paracetamol: 500-1000 mg por via oral a cada 4-6 horas quando necessário, máximo de 4000 mg/dia

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broncodilatador beta-agonista de ação curta

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O salbutamol pode ser usado em pacientes com sibilância. No entanto, esse benefício em potencial não é amparado pelos dados disponíveis e deve ser ponderado com relação aos efeitos adversos associados ao seu uso.[15] [ Cochrane Clinical Answers logo ] No Reino Unido, o National Institute for Health and Care Excellence não recomenda um broncodilatador por via oral ou inalatória, a menos que o paciente tenha uma doença subjacente das vias aéreas (por exemplo, asma).[16]

O uso está associado a reduções na frequência da tosse em 1 semana e na melhora geral dos sintomas em 1 semana.[31][32] A combinação de salbutamol com um antibiótico não mostrou benefícios adicionais em relação ao salbutamol isolado, embora os desfechos >1 semana não tenham sido estudados.[31] Os benefícios do tratamento devem ser ponderados por conta dos efeitos adversos (agitação e tremores), que podem ser mais incômodos para o paciente que a tosse em si.

Opções primárias

salbutamol: 100-200 microgramas (1-2 puffs) por via inalatória a cada 4-6 horas quando necessário; 2.5 mg nebulizados a cada 4-6 horas quando necessário

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antitussígenos

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Podem ser eficazes no manejo do quadro agudo de tosse. Muitas vezes, os antitussivos são combinados com outros agentes, como a guaifenesina (um expectorante) ou anti-histamínicos, mas os benefícios destes últimos na bronquite aguda não foram comprovados. A codeína e o dextrometorfano apresentam potencial para abuso e dependência.[17]

Medicamentos para tosse e resfriados que incluem opioides, como codeína ou hidrocodona, só devem ser usados em adultos maiores de 18 anos, uma vez que os riscos (respiração lenta ou com dificuldade, uso indevido, abuso, dependência, overdose e morte) superam os benefícios quando usados para tosse em pacientes mais jovens.[18]

Opções primárias

dextrometorfano: 20 mg por via oral a cada 4 horas quando necessário; ou 30 mg a cada 6-8 horas quando necessário; máximo de 120 mg/dia

ou

fosfato de codeína: 15-30 mg por via oral a cada 6-8 horas quando necessário, máximo de 120 mg/dia

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associado a – 

considerar tratamento com antibióticos imediato ou tardio

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A maioria das principais agências reguladoras não recomenda o uso da antibioticoterapia empírica na bronquite aguda. Consulte as orientações locais para auxiliar nas decisões de tratamento, inclusive a escolha do antibiótico.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças e o American College of Physicians não recomendam o tratamento rotineiro com antibióticos na bronquite aguda não complicada na ausência de pneumonia.[3]

No Reino Unido, o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recomenda antibióticos somente em pacientes com doenças sistêmicas ou com maior risco de complicações (ou seja, pessoas com uma comorbidade preexistente; pacientes com idade ≥80 anos com uma ou mais das seguintes histórias, ou pacientes com idade ≥65 anos com uma ou mais das seguintes histórias: hospitalização no ano passado, uso atual de corticosteroide oral, diabetes tipo 1 ou 2 ou história de insuficiência cardíaca congestiva.[16]

O NICE também recomenda que a proteína C-reativa seja usada para orientar a terapia se, após avaliação clínica, um diagnóstico de pneumonia não tiver sido feito. Os antibióticos não são recomendados na rotina se a proteína C-reativa for <20 mg/L e se os sintomas estiverem presentes há mais de 24 horas. Os antibióticos tardios são recomendados se a proteína C-reativa for 20-100 mg/L, e os antibióticos imediatos são recomendados se a proteína C-reativa for >100 mg/L.[10]

A prescrição protelada pode ser considerada juntamente com aconselhamento sobre a história natural da doença e tratamentos sintomáticos.[16] Um estudo de coorte revelou que a prescrição protelada pode resultar em um número reduzido de repetição de consultas em caso de piora da doença.[22] Outros estudos também dão suporte ao uso de estratégias de prescrição protelada, pois elas estão associadas a uma redução no uso de antibióticos em comparação com a prescrição imediata.[23][24] Uma revisão Cochrane constatou que o antibiótico tardio alcançou taxas mais baixas de uso de antibióticos (31%), comparado ao antibiótico imediato (93%), com taxas similares de satisfação do paciente.[25]

Uma revisão Cochrane de 17 ensaios clínicos (3936 participantes) mostrou que existem evidências limitadas dando suporte ao uso de antibióticos no tratamento de bronquite aguda. Alguns pacientes podem se recuperar mais rapidamente com o tratamento com antibióticos; porém, a diferença (meio dia ao longo de um período de 8 a 10 dias) não foi considerada significativa. Antibióticos podem apresentar um efeito benéfico em alguns pacientes (por exemplo, idosos, com comorbidades existentes); porém, isso deve ser ponderado em relação aos possíveis efeitos adversos e à contribuição para o desenvolvimento de resistência.[26] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

CONTÍNUA

tosse >4 semanas

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avaliar outras causas

Deve-se considerar a avaliação de outras causas de tosse persistente (por exemplo, tosse asmática/bronquite eosinofílica, refluxo, síndrome do gotejamento pós-nasal, síndrome da tosse das vias aéreas superiores).[29]

Uma história cuidadosa que permita investigar exposições ocupacionais ou ambientais pode ajudar a indicar se os inalantes são a causa da tosse.

Em pacientes com fatores de risco ou outros sintomas suspeitos para doença do refluxo gastroesofágico, pode ser necessário um teste empírico com um antagonista H2 ou inibidor da bomba de prótons.

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broncodilatador beta-agonista de ação curta

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Pacientes cuja tosse persiste por >4 semanas podem beneficiar-se do tratamento com um broncodilatador beta-agonista de ação curta, embora o uso rotineiro de beta-agonistas para tosse crônica associada à bronquite aguda não seja recomendado geralmente, a menos que o paciente tenha uma doença subjacente das vias aéreas.[15][16]

O salbutamol pode ser usado para sibilância em pacientes com sintomas persistentes. No entanto, esse benefício em potencial não é amparado pelos dados disponíveis e deve ser ponderado com relação aos efeitos adversos associados ao seu uso.[15] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

O uso está associado a reduções na frequência da tosse em 1 semana e na melhora geral dos sintomas em 1 semana.[31][32]

A combinação de salbutamol com um antibiótico não mostrou benefícios adicionais em relação ao salbutamol isolado, embora os desfechos >1 semana não tenham sido estudados.[31]

Os benefícios do tratamento devem ser ponderados por conta dos efeitos adversos (agitação e tremores), que podem ser mais incômodos para o paciente que a tosse em si.

Opções primárias

salbutamol por via inalatória: 100-200 microgramas (1-2 puffs) por via inalatória a cada 4-6 horas quando necessário; 2.5 mg nebulizados a cada 4-6 horas quando necessário

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considerar tratamento com antibióticos imediato ou tardio

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Antibióticos não são indicados simplesmente por causa de uma duração prolongada de tosse na bronquite aguda, mas podem ser considerados para determinados pacientes.

A maioria das principais agências reguladoras não recomenda o uso da antibioticoterapia empírica na bronquite aguda. Consulte as orientações locais para auxiliar nas decisões de tratamento, inclusive a escolha do antibiótico.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças e o American College of Physicians não recomendam o tratamento rotineiro com antibióticos na bronquite aguda não complicada na ausência de pneumonia.[3]

No Reino Unido, o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recomenda antibióticos somente em pacientes com doenças sistêmicas ou com maior risco de complicações (ou seja, pessoas com uma comorbidade preexistente; pacientes com idade ≥80 anos com uma ou mais das seguintes histórias, ou pacientes com idade ≥65 anos com uma ou mais das seguintes histórias: hospitalização no ano passado, uso atual de corticosteroide oral, diabetes tipo 1 ou 2 ou história de insuficiência cardíaca congestiva.[16]

O NICE também recomenda que a proteína C-reativa seja usada para orientar a terapia se, após avaliação clínica, um diagnóstico de pneumonia não tiver sido feito. Os antibióticos não são recomendados na rotina se a proteína C-reativa for <20 mg/L e se os sintomas estiverem presentes há mais de 24 horas. Os antibióticos tardios são recomendados se a proteína C-reativa for 20-100 mg/L, e os antibióticos imediatos são recomendados se a proteína C-reativa for >100 mg/L.[10]

A prescrição protelada pode ser considerada juntamente com aconselhamento sobre a história natural da doença e tratamentos sintomáticos.[16] Um estudo de coorte revelou que a prescrição protelada pode resultar em um número reduzido de repetição de consultas em caso de piora da doença.[22] Outros estudos também dão suporte ao uso de estratégias de prescrição protelada, pois elas estão associadas a uma redução no uso de antibióticos em comparação com a prescrição imediata.[23][24] Uma revisão Cochrane constatou que o antibiótico tardio alcançou taxas mais baixas de uso de antibióticos (31%), comparado ao antibiótico imediato (93%), com taxas similares de satisfação do paciente.[25]

Uma revisão Cochrane de 17 ensaios clínicos (3936 participantes) mostrou que existem evidências limitadas dando suporte ao uso de antibióticos no tratamento de bronquite aguda. Alguns pacientes podem se recuperar mais rapidamente com o tratamento com antibióticos; porém, a diferença (meio dia ao longo de um período de 8 a 10 dias) não foi considerada significativa. Antibióticos podem apresentar um efeito benéfico em alguns pacientes (por exemplo, idosos, com comorbidades existentes); porém, isso deve ser ponderado em relação aos possíveis efeitos adversos e à contribuição para o desenvolvimento de resistência.[26] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

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