Critérios
Fases da infecção crônica por HBV segundo a American Association for the Study of Liver Diseases (AASLD)[2]
A AASLD classifica a infecção crônica por vírus da hepatite B (HBV) em fases, considerando a relação entre replicação viral e evolução e resposta imune do hospedeiro. As fases nem sempre são distintas, e os pacientes podem passar de uma fase a outra e voltar sem nenhuma alteração clínica.
Hepatite B crônica:
Antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg): presente por ≥6 meses
DNA do HBV sérico: varia de indetectável a vários bilhões de UI/mL
Anticorpo antiantígeno E do vírus da hepatite B (HBeAg): positivo (níveis de DNA do HBV normalmente >20,000 UI/mL) ou negativo (níveis de DNA do HBV normalmente mais baixos, na faixa de 2000-20,000 UI/mL)
Níveis de alanina aminotransferase (ALT) e/ou aspartato aminotransferase (AST): normais ou elevados
Biópsia hepática: hepatite crônica com necroinflamação variável e/ou fibrose
Hepatite B crônica imunológica tolerante:
HBsAg: presente por ≥6 meses
DNA do HBV sérico: normalmente muito alto (>1 milhão de UI/mL)
HBeAg: positivo
Níveis de ALT e/ou AST: normais ou minimamente elevados
Biópsia hepática ou exames não invasivos: sem fibrose e inflamação mínima
Hepatite B crônica imunológica ativa:
HBsAg: presente por ≥6 meses
DNA do HBV sérico: >20,000 UI/mL (HBeAg positivo) e >2000 UI/mL (HBeAg negativo)
Níveis de ALT e/ou AST: intermitentemente ou persistentemente elevados
Biópsia hepática ou exames não invasivos: hepatite crônica com necroinflamação moderada ou grave com ou sem fibrose
Hepatite B crônica imunológica inativa:
HBsAg: presente por ≥6 meses
DNA do HBV sérico: <2000 UI/mL
HBeAg: negativo (anticorpo para HBeAg [anti-HBe]-positivo)
Níveis de ALT e/ou AST: persistentemente normais
Biópsia hepática ou exames não invasivos: confirma a ausência de necroinflamação significativa e mostra níveis variáveis de fibrose
A reativação do HBV é definida como:
Perda do controle imunológico do HBV em pacientes positivos para HBsAg/anticorpo contra antígeno do núcleo da hepatite B (anti-HBc), ou negativos para HBsAg/positivos para anti-HBc que recebem terapia imunossupressora para uma doença concomitante
Um aumento no DNA do HBV comparado ao valor basal (ou um nível absoluto de DNA do HBV quando o valor basal não estiver disponível); e
Soroconversão reversa (sororeversão) de negativos para HBsAg a positivos para HBsAg para pacientes negativos para HBsAg/positivos para anti-HBc.
Fases da infecção crônica por HBV segundo a European Association for the Study of the Liver (EASL)[38]
As diretrizes da EASL classificam o HBV crônico em cinco fases, de acordo com os marcadores sorológicos e a doença hepática. As fases nem sempre são distintas, e os pacientes podem passar de uma fase a outra e voltar sem nenhuma alteração clínica.
Infecção crônica por HBV positiva para HBeAg: níveis normais de ALT; DNA do HBV elevado; biópsia hepática mostra inflamação e fibrose mínimas; antes conhecida como fase "imunotolerante".
Hepatite B crônica positiva para HBeAg: níveis elevados de ALT, DNA do HBV elevado; necroinflamação hepática moderada a grave e progressão acelerada da fibrose; na maioria dos pacientes, ocorrem a soroconversão de HBeAg e a supressão do DNA do HBV, e estes entram na fase de infecção negativa para HBeAg, enquanto em outros pacientes, o controle do HBV não ocorre, e estes progridem para a fase de hepatite B crônica negativa para HBeAg, que pode permanecer por muitos anos; antes conhecida como fase "imunorreativa positiva para HBeAg".
Infecção crônica por HBV negativa para HBeAg: positiva para anti-HBe; níveis de ALT normais; DNA do HBV baixo ou não detectável; a biópsia hepática mostra necroinflamação mínima e baixa fibrose; antes conhecida como fase de "portador inativo".
Hepatite B crônica negativa para HBeAg: anti-HBe detectável; DNA do HBV moderado a alto; níveis de ALT elevados (persistentes ou intermitentes); necroinflamação e fibrose moderadas a graves.
HBsAg negativo: o paciente é negativo para HBsAg, positivo para anti-HBc e pode ter anti-HBe detectável; níveis de ALT normais; DNA do HBV geralmente não detectável; a imunossupressão nesses pacientes pode causar reativação; fase também conhecida como infecção oculta por HBV.
Centros de Controle e Prevenção de Doenças: definições de caso[95]
Critérios clínicos
Na ausência de um diagnóstico alternativo mais provável, início agudo ou nova detecção de pelo menos um dos seguintes:
Icterícia
Bilirrubina total ≥51.3 micromoles/L (≥3 mg/dL)
Níveis de alanina aminotransferase (ALT) sérica elevados >200 UI/L
Hepatite B aguda
Evidência laboratorial confirmatória (nível 1):
Detecção do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) e detecção do anticorpo anti-antígeno central da hepatite B (anti-HBc IgM); OU
Detecção de antígeno E do vírus da hepatite B (HBeAg) e detecção de IgM anti-HBc; OU
Detecção de DNA do HBV e detecção de IgM anti-HBc; OU
Detecção de HBsAg, HBeAg ou DNA do HBV até 12 meses (365 dias) após um resultado negativo do teste de HBsAg (ou seja, soroconversão de HBsAg)
Evidência laboratorial confirmatória (nível 2):
Detecção de HBsAg e teste de IgM anti-HBc não realizado ou resultado não disponível; OU
Detecção de DNA do HBV e teste de IgM anti-HBc não realizado ou resultado não disponível
Evidência laboratorial presuntiva:
Detecção de IgM anti-HBc; E
Resultado negativo ou teste não realizado para HBsAg, DNA do HBV ou HBeAg
Um caso provável atende aos critérios clínicos e evidências laboratoriais presuntivas de infecção aguda por HBV. Um caso confirmado atende aos critérios clínicos e às evidências laboratoriais confirmatórias de nível 1 de infecção aguda por HBV; OU atende aos critérios clínicos e às evidências laboratoriais confirmatórias de nível 2 de infecção aguda por HBV.
Hepatite B crônica
Evidência laboratorial confirmatória:
Detecção de HBsAg em duas amostras clínicas coletadas com intervalo ≥6 meses; OU
Detecção de HBeAg em duas amostras clínicas coletadas com intervalo ≥6 meses; OU
Detecção de HBsAg ou HBeAg e anti-HBc total; OU
Detecção de HBsAg e HBeAg; OU
Detecção de DNA do HBV
Evidência laboratorial presuntiva:
Detecção de HBsAg ou HBeAg E teste de IgM anti-HBc negativo, não realizado ou resultado não disponível.
Um caso provável atende às evidências laboratoriais presuntivas de infecção crônica pelo HBV. Um caso confirmado atende às evidências laboratoriais confirmatórias de infecção crônica pelo HBV.
Veja a definição completa do caso para obter informações mais detalhadas:
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