Pitiríase liquenoide
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
doença leve a moderada
corticosteroide tópico ou imunomodulador tópico +/- emoliente
A doença leve a moderada inclui pacientes com pequenas lesões, sintomas mínimos ou inexistentes e ausência de envolvimento interno associado. Imunomoduladores e corticosteroides tópicos (por exemplo, tacrolimo) são igualmente efetivos como tratamento inicial.
Os corticosteroides tópicos são úteis para diminuir a inflamação da pele e o prurido associado.[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com Agentes de potência baixa a moderada (por exemplo, hidrocortisona, triancinolona) devem ser usados no rosto, virilha e áreas intertriginosas. Agentes de potência mais alta (por exemplo, clobetasol) podem ser usados por até 2 semanas e devem ser empregados com cautela na população pediátrica.
Possíveis efeitos colaterais dos corticosteroides tópicos incluem irritação, atrofia, telangiectasias, estrias e alterações na pigmentação. O uso de corticosteroides tópicos de alta potência em grandes áreas de superfície por tempo prolongado representa risco de absorção sistêmica e supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
O tacrolimo tópico tem sido utilizado com eficácia no tratamento da pitiríase liquenoide.[29]Simon D, Boudny C, Nievergelt H, et al. Successful treatment of pityriasis lichenoides with topical tacrolimus. Br J Dermatol. 2004 May;150(5):1033-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15149526?tool=bestpractice.com Essa pomada tem várias propriedades anti-inflamatórias que diminuem a expressão de citocinas na pele.[29]Simon D, Boudny C, Nievergelt H, et al. Successful treatment of pityriasis lichenoides with topical tacrolimus. Br J Dermatol. 2004 May;150(5):1033-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15149526?tool=bestpractice.com
Os efeitos colaterais mais comuns decorrentes do uso de tacrolimo são eritema, queimação e reações cutâneas alérgicas.[29]Simon D, Boudny C, Nievergelt H, et al. Successful treatment of pityriasis lichenoides with topical tacrolimus. Br J Dermatol. 2004 May;150(5):1033-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15149526?tool=bestpractice.com Raros efeitos colaterais graves incluem eczema herpético e sintomas tipo gripe.
Emolientes cutâneos gerais podem ser úteis para xerose ocasional.
Opções primárias
hidrocortisona tópica: (2.5%) crianças e adultos: aplicar na(s) área(s) afetada(s) duas a quatro vezes ao dia
ou
triancinolona tópica: (0.1%) crianças e adultos: aplicar na(s) área(s) afetada(s) duas a quatro vezes ao dia
ou
clobetasol tópico: (0.05%) crianças ≥12 anos de idade e adultos: aplicar na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia por até 2 semanas, máximo de 50 g/semana
ou
tacrolimo tópico: (0.03%) crianças ≥2 anos de idade e adultos: aplicar na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia; (0.1%) crianças ≥16 anos de idade e adultos: aplicar na(s) área(s) afetada(s) duas vezes ao dia
fototerapia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A fototerapia é eficaz e segura para populações de todas as faixas etárias no tratamento da pitiríase liquenoide.[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com [25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com [26]Goulden V, Ling TC, Babakinejad P, et al. British Association of Dermatologists and British Photodermatology Group guidelines for narrowband ultraviolet B phototherapy 2022. Br J Dermatol. 2022 Sep;187(3):295-308. https://academic.oup.com/bjd/article/187/3/295/6966564 Pode ser usada se não houver resposta ao tratamento de primeira linha. A terapia de escolha é a UVB de banda estreita sem psoralenos tópicos ou sistêmicos.[25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com [27]Pavlotsky F, Baum S, Barzilai A, et al. UVB therapy of pityriasis lichenoides-our experience with 29 patients. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2006 May;20(5):542-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16684281?tool=bestpractice.com
A fototerapia pode ser administrada como UVB banda larga ou estreita, UVA1, ou psoraleno e UVA (PUVA; tópica ou oral).[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com O mecanismo de ação da fototerapia baseia-se no estabelecimento de ligações cruzadas no ácido desoxirribonucleico (DNA) prevenindo a síntese de DNA e inibindo a atividade e ação das células inflamatórias na pele. Os efeitos colaterais mais comuns da fototerapia são fototoxicidade e espessamento da pele. A PUVA oral também pode causar náuseas, cefaleia e hipotensão.
anti-histamínico oral
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Anti-histamínicos orais podem ser tentados para reduzir os sintomas de prurido e queimação.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com No entanto, alguns especialistas acreditam que não são eficazes.
A cetirizina é um antagonista H1 minimamente sedativo de segunda geração que pode ser administrado a adultos e crianças.
Os efeitos colaterais mais comuns dos anti-histamínicos são sonolência, boca seca, desconforto abdominal, tontura e cefaleia. Efeitos colaterais significativos e muito raros incluem reação de hipersensibilidade, hepatite, arritmia e insuficiência cardíaca.
Opções primárias
cetirizina: crianças de 6-11 meses de idade: 2.5 mg por via oral uma vez ao dia quando necessário; crianças de 12-23 meses de idade: 2.5 mg por via oral uma ou duas vezes ao dia, quando necessário; crianças de 2-5 anos de idade: 2.5 a 5 mg por via oral uma vez ao dia (ou 2.5 mg por via oral duas vezes ao dia) quando necessário; crianças ≥6 anos de idade e adultos: 5-10 mg por via oral uma vez ao dia quando necessário
descontinuação do agente desencadeante
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se o médico suspeitar que o medicamento é um potencial causador de pitiríase liquenoide, a descontinuação desse medicamento é uma solução lógica.
terapêutica antimicrobiana
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se o fator desencadeante suspeito for um patógeno infeccioso conhecido, a terapêutica antimicrobiana direcionada a esse patógeno é o tratamento de primeira escolha ideal. Alguns estudos dão suporte ao uso de antimicrobianos independentemente do fator desencadeante.[25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com
Tetraciclina, doxiciclina e eritromicina demonstraram utilidade na pitiríase liquenoide.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com [4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com Estes agentes podem ser especialmente vantajosos na pitiríase liquenoide devido às suas propriedades anti-inflamatórias.[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com A azitromicina é outra opção antimicrobiana; um estudo revelou que a azitromicina era comparável à UVB de banda estreita em termos de eficácia do tratamento entre pacientes com pitiríase liquenoide crônica.[6]Elbendary A, Youssef R, Abdel-Halim MRE, et al. Role of streptococcal infection in the etiopathogenesis of pityriasis lichenoides chronica and the therapeutic efficacy of azithromycin: a randomized controlled trial. Arch Dermatol Res. 2023 Apr;315(3):521-30. https://link.springer.com/article/10.1007/s00403-022-02398-0 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36129521?tool=bestpractice.com A eritromicina é uma escolha melhor no caso da população pediátrica, em virtude dos possíveis efeitos colaterais dentários associados à tetraciclina.
Para evitar recorrências da doença, aconselha-se a redução gradual desses antibióticos.
Opções primárias
tetraciclina: adultos: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia por 2-3 meses, seguidos por 250-500 mg uma vez ao dia
ou
doxiciclina: adultos: 50-100 mg por via oral duas vezes ao dia por 2-3 meses, seguidos por 50-100 mg uma vez ao dia
ou
eritromicina base: crianças: 30-50 mg/kg/dia por via oral administrados em 1-2 doses fracionadas; adultos: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia durante 2-3 meses, seguido por 250-500 mg uma vez ao dia
Opções secundárias
azitromicina: adultos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Mais azitromicinaAs doses usadas em ensaios clínicos variam e não há consenso sobre a dose mais adequada.
doença grave ou resistência ao tratamento
corticosteroide sistêmico ou imunomodulador ± cuidados de suporte
A doença grave inclui pacientes com lesões que variam de médias a grandes, lesões pruriginosas e dolorosas e aquelas associadas a sintomas constitucionais.
Pacientes com doenças graves devem ser examinados por um dermatologista e tratados com medicamentos sistêmicos como corticosteroides, metotrexato, ergocalciferol, pentoxifilina, tiabendazol, dapsona, imunoglobulina e retinoides.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com [4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com [25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com [28]Pyrpasopoulou A, Athyros VG, Karagiannis A, et al. Intravenous immunoglobulins: a valuable asset in the treatment of a case of septic febrile ulceronecrotic Mucha-Habermann disease. Dermatology. 2007;215(2):164-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17684382?tool=bestpractice.com Esses medicamentos provocam efeitos colaterais significativos e devem ser usados como última linha de tratamento e monitorados rigorosamente com exames laboratoriais adequados. Eles desempenham um papel de suma relevância em imunossupressão e antiproliferação, as quais, por sua vez, são importantes para melhora da pitiríase liquenoide.
A terapia imunossupressora em altas doses com cuidados intensivos e de suporte é necessária para controlar a variante doença ulceronecrótica febril de Mucha-Habermann. A pitiríase liquenoide tipo doença ulceronecrótica febril de Mucha-Habermann fulminante deve ser tratada como emergência dermatológica porque geralmente requer cuidados hospitalares agudos e monitoramento em uma unidade de terapia intensiva ou de queimaduras, com tratamento de feridas adequado para lesões necróticas da pele. Consulte um especialista para orientação sobre os esquemas imunossupressores mais adequados para esses pacientes (pode ser necessária terapia combinada).
Opções primárias
prednisolona: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Opções secundárias
metotrexato: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
ergocalciferol: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
pentoxifilina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
tiabendazol: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
dapsona: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
acitretina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
corticosteroide sistêmico ou metotrexato ± cuidados de suporte
A doença grave inclui pacientes com lesões que variam de médias a grandes, lesões pruriginosas e dolorosas e aquelas associadas a sintomas constitucionais.
Corticosteroides sistêmicos ou metotrexato podem ser usados em casos raros, refratários ou graves de pitiríase liquenoide em crianças.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com [4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com Entretanto, eles acarretam efeitos colaterais significativos e devem ser usados como última linha de tratamento, sobretudo em crianças, e monitorados rigorosamente com exames laboratoriais adequados. Eles desempenham um papel de suma relevância em imunossupressão e antiproliferação, as quais, por sua vez, são importantes para melhora da pitiríase liquenoide.
A terapia imunossupressora em altas doses com cuidados intensivos e de suporte é necessária para controlar a variante doença ulceronecrótica febril de Mucha-Habermann. A pitiríase liquenoide tipo doença ulceronecrótica febril de Mucha-Habermann fulminante deve ser tratada como emergência dermatológica porque geralmente requer cuidados hospitalares agudos e monitoramento em uma unidade de terapia intensiva ou de queimaduras, com tratamento de feridas adequado para lesões necróticas da pele. Consulte um especialista para orientação sobre os esquemas imunossupressores mais adequados para esses pacientes.
Opções primárias
prednisolona: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Opções secundárias
metotrexato: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
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