Prognóstico

Doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) aguda

Usando o escore de risco de DECH aguda de Minnesota para categorizar uma coorte de pacientes relativamente recente (2007-2016), as taxas de resposta global (resposta completa associada a resposta parcial) para pacientes com DECH aguda de risco padrão e DECH aguda de alto risco foram de 68% e 49% no dia 56, respectivamente.[87]​ Os pacientes com DECH aguda de alto risco apresentaram aumento do risco de mortalidade relacionada ao transplante em 2 anos e mortalidade geral em comparação com pacientes com DECH de risco padrão. Vale ressaltar que o escore de risco de DECH de Minnesota tem como objetivo explorar o risco de DECH, informar a terapia inicial para DECH aguda e melhorar a estratificação de risco em ensaios clínicos.

Depois que a DECH aguda ocorre, o preditor mais importante de sobrevida em longo prazo é a resposta primária à terapia. O risco de morbidade e mortalidade aumenta significativamente em pacientes que não respondem completamente à terapia inicial.[165][166]​ A ausência de resposta ou ausência de melhora depois de 3 a 7 dias de corticoterapia está associada a um prognóstico desfavorável, essencialmente em razão de infecções oportunistas com risco de vida e/ou disfunção de múltiplos órgãos.[167] Nos casos de DECH grave, graus III-IV, as taxas de sobrevida após 1 ano são de aproximadamente 10% a 15%.

Em alguns casos, a supressão da corticoterapia pode causar uma exacerbação da DECH aguda e/ou evoluir para a DECH crônica. A taxa exata das exacerbações é imprevisível, mas é maior em transplantes de células hematopoéticas (HCTs) de doadores incompatíveis ou não aparentados.

A perspectiva para os pacientes que necessitam de tratamentos de segunda linha é desfavorável, e são necessárias novas abordagens de profilaxia e de terapia inicial e de resgate. Além disso, é difícil predizer quais pacientes responderão a determinadas modalidades terapêuticas.

DECH crônica

O prognóstico global para pacientes com DECH crônica depende essencialmente do diagnóstico apropriado, tratamento, prevenção das complicações associadas ao tratamento e cuidados de longa duração dos órgãos afetados. A principal causa de morte são as complicações associadas ao tratamento, sobretudo infecções oportunistas com risco de vida.

Apesar do manejo agressivo, a sobrevida global após o diagnóstico e tratamento não melhorou significativamente durante os últimos 30 anos.[8][168][169]​ Em uma análise de 668 pacientes tratados para DECH crônica, a incidência cumulativa de mortalidade não relacionada à recidiva em 2 anos foi de 16% e a sobrevida global em 2 anos foi de 74%.[170]

Complicações relacionadas ao tratamento

A exposição prolongada a corticosteroides sistêmicos no tratamento de DECH aguda e crônica pode levar a inúmeras toxicidades e efeitos adversos potencialmente irreversíveis em muitos órgãos, incluindo hipertensão, hiperglicemia, ansiedade, alterações de humor, necrose avascular, osteopenia, fraturas vertebrais, má cicatrização de feridas, obesidade central, miopatia e atrofia da pele com despigmentação local e telangiectasias. Além disso, danos aos órgãos mediados pela DECH também contribuem para morbidade e mortalidade significativas.

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