Diagnósticos diferenciais
Intolerância à glicose
SINAIS / SINTOMAS
Pode não haver sintomas de diferenciação.
Investigações
A glicemia de jejum está entre 5.6 e 6.9 mmol/L (100-125 mg/dL).
A glicemia duas horas após sobrecarga é de 7.8 a 11.0 mmol/L (140-199 mg/dL) no teste oral de tolerância à glicose.
Hemoglobina glicada (HbA1c) de 38 mmol/mol a 47 mmol/mol (5.7% a 6.4%).
Diabetes mellitus do tipo 1 (DMT1)
SINAIS / SINTOMAS
Peso corporal: a maioria dos pacientes com DMT1 não tem obesidade (embora a obesidade seja cada vez mais observada quando os pacientes são diagnosticados)
Sintomas: a maioria dos pacientes com DMT1 tem sintomas de curta duração, com poliúria recente, polidipsia e perda de peso. Esses sintomas são menos comuns no diabetes mellitus do tipo 2 (DMT2). Muitas vezes, pacientes com DMT2 apresentam características de resistência insulínica e síndrome metabólica, como acantose nigricans, hipertensão, dislipidemia e síndrome do ovário policístico, enquanto esses achados raramente são encontrados em jovens diagnosticados com DMT1.[65]
História familiar: foi relatado que 75% a 90% dos pacientes com DMT2 têm um parente de primeiro ou segundo grau afetado, enquanto a porcentagem correspondente para pacientes com DMT1 é inferior a 10%.[65]
Idade: quase metade dos pacientes com DMT1 apresentam antes dos 10 anos de idade.[65] Por outro lado, pacientes com DMT2 geralmente apresentam após o início da puberdade, com idade média de 14 anos.[36]
Grupo étnico: jovens que pertencem a minorias, como norte-americanos nativos, afro-americanos, hispânico e nativos das ilhas do Pacífico apresentam um risco muito maior de desenvolver DMT2, em comparação com jovens brancos.[65]
Investigações
Cetonúrias: como pacientes com DMT1 têm maior probabilidade de apresentar cetoacidose no momento do diagnóstico, a medição do pH venoso e das cetonas urinárias pode ajudar a diferenciar entre DMT2 e DMT1, especialmente na presença de sintomas típicos (por exemplo, polidipsia, poliúria e sinais de desidratação). No entanto, deve-se lembrar que a cetoacidose diabética pode estar presente em 5% a 25% das crianças com DMT2 na apresentação.[4]
Autoanticorpos pancreáticos: anticorpos contra insulina, descarboxilase do ácido glutâmico, antígeno de ilhota 2 ou transportador de zinco 8 estão presentes em 85% a 100% dos indivíduos com DMT1, mas geralmente são negativos no DMT2.[65]
Peptídeo C: nível baixo de peptídeo C (<200 picomoles/L [<0.6 nanogramas/mL]) detectado em crianças recém-diagnosticadas com diabetes sugere fortemente DMT1.[65]
Diabetes monogênico: diabetes juvenil de início na tardio (MODY)
SINAIS / SINTOMAS
O diabetes juvenil de início na maturidade (MODY) é a forma mais comum de diabetes monogênico e afeta de 1% a 2% das pessoas com diabetes.[70]
O MODY é causado pela mutação de um único gene (ou seja, é monogênico). Caracteriza-se pelo diabetes não dependente de insulina combinado com ausência de autoimunidade pancreática.[65]
Pelo menos 14 mutações genéticas do MODY são conhecidas.[71]
O MODY tem herança autossômica dominante e deve ser suspeitado nos pacientes sem sinais típicos de diabetes mellitus do tipo 1 (DMT1) ou diabetes mellitus do tipo 2 (DMT2) (por exemplo, sem obesidade, autoanticorpos negativos) e com história familiar de diabetes em gerações sucessivas.[1]
Investigações
Peptídeo C presente.
Autoanticorpos ausentes.
O teste genético em pacientes com alto índice de suspeita identifica mutações mais comumente em genes que codificam glicoquinase e fatores de transcrição.[72]
Diabetes monogênico: diabetes neonatal
SINAIS / SINTOMAS
O diabetes que ocorre com menos de 6 meses de idade é chamado de "neonatal" ou diabetes "congênito", e cerca de 80% a 85% dos casos têm uma causa monogênica subjacente. O diabetes neonatal ocorre com muito menos frequência depois dos 6 meses de idade.[1]
Geralmente diabetes isolado em um padrão de herança autossômico dominante.[1]
Algumas causas monogênicas são caracterizadas por uma série de características sindrômicas.[1][73]
Investigações
Testes genéticos com a maioria das mutações nos genes que codificam o canal de potássio sensível à adenosina trifosfato e no gene da insulina.[73]
Independentemente da idade, todas as pessoas diagnosticadas com diabetes nos primeiros 6 meses de vida devem ser submetidas a testes genéticos para diabetes neonatal de maneira imediata.[1]
Diabetes atípico em jovens negros
SINAIS / SINTOMAS
Geralmente, manifesta-se com cetoacidose.
Sem manifestações associadas a resistência insulínica (por exemplo, acantose nigricans).
História familiar autossômica dominante.
Dependência de insulina intermitente ou contínua.
Sem comorbidades associadas a resistência insulínica (por exemplo, hipertensão, dislipidemia). Sobrepeso ou obesidade podem estar presentes.
Investigações
Não há exames de diferenciação.
Negativo para autoanticorpos específicos do diabetes.
Diabetes gestacional
SINAIS / SINTOMAS
Ocorre apenas na gestação.
Investigações
Detectado por rastreamento durante a gravidez com teste oral de tolerância à glicose com critérios específicos.[1]
Diabetes iatrogênico
SINAIS / SINTOMAS
História de talassemia, transplantes de medula óssea, transplantes de órgãos sólidos ou corticosteroides em longo prazo.
Pode não haver sintomas de diferenciação.
Investigações
Não há exames de diferenciação.
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