Novos tratamentos
Meropeném/vaborbactam
O meropeném/vaborbactam é uma combinação do antibiótico carbapenêmico meropeném com o inibidor de betalactamase vaborbactam.[72][73] A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e a European Medicines Agency (EMA) aprovaram seu uso para o tratamento de adultos com infecção do trato urinário complicada, inclusive pielonefrite, causada por micro-organismos gram-negativos suscetíveis (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e complexo Enterobacter cloacae). No ensaio clínico randomizado e controlado (ECRC) TANGO I, meropeném/vaborbactam demonstrou não ser inferior à piperacilina/tazobactam para a resolução completa juntamente com a erradicação microbiana em infecções do trato urinário (ITUs) complicadas em adultos, inclusive pielonefrite aguda.[73]
Plazomicina
A plazomicina é um aminoglicosídeo de última geração desenhado para escapar de todas as enzimas modificadoras de aminoglicosídeos clinicamente relevantes, o principal mecanismo de resistência aos aminoglicosídeos.[74] Não é um agente de primeira linha, mas foi aprovado pela FDA para o tratamento de adultos com ITUs complicadas, incluindo pielonefrite, causadas por micro-organismos gram-negativos suscetíveis (E coli, K pneumoniae, Proteus mirabilis e complexo de E cloacae) em pacientes com poucas ou nenhuma opção de tratamento alternativo. Não está aprovado pela EMA para essa ou qualquer outra indicação. Um estudo mostrou que a plazomicina não foi inferior ao meropeném para o tratamento de ITU complicada e pielonefrite aguda causada por Enterobacteriaceae, inclusive cepas resistentes a múltiplos medicamentos.[75]
Cefepima/enmetazobactam
Cefepima/enmetazobactam é uma combinação da cefalosporina de quarta geração cefepima com o inibidor de betalactamase enmetazobactam. A FDA e a EMA aprovaram a cefepima/enmetazobactam para o tratamento de adultos com ITU complicada, incluindo pielonefrite, causada por microrganismos Gram-negativos suscetíveis (E coli, K pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, P mirabilis e complexo E cloacae). Um ECRC demonstrou que a cefepima/enmetazobactam não é inferior, e é até mesmo superior, à piperacilina/tazobactam para a cura clínica e a erradicação microbiológica em casos de ITU complexa e pielonefrite aguda.[76]
Cefepima/taniborbactam
Cefepima/taniborbactam é uma combinação experimental da cefepima de quarta geração com o inibidor de betalactamase taniborbactam. Estudos demonstraram atividade contra espécies de Enterobacterales e P aeruginosa. Em um recente ECRC de fase 3, a cefepima/taniborbactam foi superior ao meropeném para o tratamento de ITU complicada que incluíu pielonefrite, com um perfil de segurança similar ao do meropeném.[77]
Tebipeném
O tebipeném é um antibiótico carbapenêmico experimental biodisponível por via oral com atividade contra Enterobacterales uropatogênicas, inclusive cepas produtoras de beta-lactamase de espectro estendido e resistentes a fluoroquinolonas. Em um ensaio clínico de fase 3 recente, o tebipeném não foi inferior ao ertapeném intravenoso no tratamento da ITU complicada e da pielonefrite aguda.[78] A FDA concedeu a designação de tramitação rápida ("fast track") para o medicamento, mas afirmou que são necessários ensaios clínicos adicionais.
Terapias antioxidantes/anti-inflamatórias
No futuro, alguns fatores de E coli (p. ex., adesinas, sideróforos, toxinas, coberturas de polissacarídeos) podem fornecer alvos efetivos para intervenções anti-ITU.[22] Em modelos animais de pielonefrite, o tratamento com os varredores de radicais livres catalase e dimetilsulfóxido conseguiu prevenir a cicatrização renal.[79] De modo semelhante, em camundongos com rins inoculados com E coli, a lipoproteína sacarídeo demonstrou menos cicatrização renal 6 semanas após a inoculação nos camundongos que receberam um inibidor de cox-2.[80]
Terapia com vacina
As vacinas contra antígenos específicos estão sendo estudadas devido aos avanços na purificação de proteínas e ao desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante.[81] Demonstrou-se que a imunização de camundongos com um antígeno capsular E coli associado ao toxoide diftérico melhora a imunogenicidade da vacina e aumenta a atividade imunológica mediada por células em resposta à exposição subsequente à E coli.[82]
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