Prevenção primária

Suplementação probiótica durante a gravidez e amamentação pode reduzir o risco de doença atópica; suplementação com óleo de peixe durante a gravidez e amamentação pode reduzir o risco de sensibilização a alérgenos alimentares.[43] Evitar o consumo pela mãe de alimentos alergênicos durante a gravidez ou lactação não parece reduzir o risco de doenças alérgicas ou autoimunes.[43]

A introdução precoce de amendoim e ovos na dieta infantil pode reduzir o risco dessas alergias.[44]​​[45]​ Outros alérgenos comuns também podem ser introduzidos na mesma época.[45]​ Em lactentes sem história de alergia ao ovo, e ausência de, ou com doença atópica leve a moderada, os alimentos contendo amendoim podem ser introduzidos durante o desmame.[44] Em lactentes com eczema grave e/ou alergia a ovo, o rastreamento para alergia ao amendoim deve ocorrer antes da introdução de alimentos contendo amendoim.[44]

Precauções contra exposição a picadas de inseto incluem uso de sapatos fechados e meias grossas em ambiente externo. As janelas devem ser fechadas no carro ou dentro de casa (o uso de proteção contra insetos em casa é recomendado). Comer ou beber em ambiente externo requer cuidado especial, pois abelhas são atraídas por líquidos em geral, principalmente em climas quentes, e vespas são atraídas pelo açúcar das bebidas. Essas recomendações são essenciais para indivíduos com alergias conhecidas e indivíduos com alto risco, como crianças de famílias alérgicas ou crianças atópicas. Recomenda-se que a população geral evite a exposição a picadas de insetos (por exemplo, abelhas, vespas e formigas), uma vez que os indivíduos podem não saber de sua alergia. O National Institute for Occupational Safety and Health dos EUA publicou informações para empregadores e colaboradores sobre o risco de exposição a insetos e escorpiões, bem como a prevenção de picadas e ferroadas. CDC: insects and scorpions at work Opens in new window

Profissionais de saúde e grupos de pacientes de alto risco (por exemplo, pacientes com espinha bífida) podem se proteger contra o desenvolvimento de alergia ao látex evitando materiais contendo látex e cateteres.[28]

Prevenção secundária

A prevenção das reações alérgicas subsequentes começa pela identificação clara do alérgeno causador e sua evitação. A conscientização e a instrução do paciente e do cuidador são cruciais.[109]

Para as alergias alimentares, a conscientização inclui atenção cuidadosa à rotulagem nutricional, cautela com alimentos de restaurantes e marmitas, e um ambiente livre do alérgenos. Muitos países industrializados exigem a rotulagem precisa de todos os alimentos. Os restaurantes geralmente especificam os aditivos e ingredientes. Isso é útil, uma vez que até traços de um alérgeno podem ser suficientes para desencadear uma reação alérgica. Para obter mais informações, consulte Alergia alimentar.

São necessárias precauções sem o uso de látex em procedimentos dentários ou cirúrgicos em pacientes alérgicos ao látex.[110] Alergias a medicamentos requerem um alerta no registro clínico e um bracelete ou colar do tipo MedicAlert. Também deve ser considerada uma possível reatividade cruzada.

A prevenção contra picadas de insetos é essencial em indivíduos alérgicos. A imunoterapia com veneno é recomendada para pacientes que tiveram reações sistêmicas graves a picadas de inseto e que apresentam imunoglobulina E específica para alérgenos de veneno.[92]​​​ Uma triptase sérica basal elevada está intimamente correlacionada com o risco de anafilaxia grave a picadas de insetos, e a medição da triptase sérica basal pode ser útil nos indivíduos com história prévia de suspeita de anafilaxia por picada de abelha ou vespa.​​[111]​​​[112]

Profilaxia com corticosteroides e/ou anti-histamínicos

A profilaxia farmacológica com corticosteroides e/ou anti-histamínicos pode ser considerada para a prevenção de episódios recorrentes de anafilaxia a agentes específicos em protocolos de quimioterapia.[12] A administração rotineira de corticosteroides e/ou anti-histamínicos não é recomendada para a prevenção de anafilaxia em pacientes com reações prévias de hipersensibilidade ao radiocontraste.[12] No entanto, pode ser considerada pré-medicação se houver um nível alto de risco de anafilaxia ou comorbidades associadas a um risco mais alto de fatalidade por anafilaxia.[12]

Autoinjetores de adrenalina

É prática comum prescrever dois autoinjetores de adrenalina após qualquer episódio de anafilaxia devido ao risco de anafilaxia grave ou recorrência bifásica que exija múltiplas doses, embora possa ser razoável adotar uma abordagem estratificada de risco.[55][86] O paciente ou cuidador deve carregá-los em todas as ocasiões e estar familiarizado com o seu uso.[78] Para crianças com risco de anafilaxia, os autoinjetores de adrenalina devem ser prescritos em conjunto com um plano de emergência personalizado por escrito.[78][87] American Academy of Pediatrics: allergy and anaphylaxis emergency plan Opens in new window

Com base em um alerta da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, recomenda-se que os pacientes e cuidadores revisem periodicamente suas instruções de autoinjeção e pratiquem a administração com um dispositivo de treinamento. Os usuários do autoinjetor de adrenalina EpiPen® devem inspecionar seu dispositivo antes de precisar usá-lo, para verificar se a liberação de segurança azul não está elevada e se o dispositivo pode ser removido com facilidade do tubo.[113]

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