Critérios
Dose tóxica
Uma dose tóxica é considerada >75 mg/kg em um período de 24 horas.[3]
Superdosagem tóxica aguda
A superdosagem tóxica aguda é definida como uma ingestão de >75 mg/kg de paracetamol em um intervalo de 1 hora.[3]
Concentração de paracetamol sérica
Para a superdosagem de paracetamol oral aguda, o tratamento específico depende da concentração sérica de paracetamol relativa ao momento de ingestão. Uma concentração de paracetamol plasmático cronometrada é obtida pelo menos 4 horas após a ingestão para se estratificar a probabilidade de risco de lesão hepática e a necessidade de tratamento com acetilcisteína.[47] Os pacientes que se apresentam em até 4 horas após a ingestão devem ser submetidos à verificação da concentração sérica de paracetamol em 4 horas. A concentração sérica é representada graficamente em um nomograma de tratamento para se determinar se o tratamento com antídoto (acetilcisteína) é necessário.
No Reino Unido, os níveis são representados em gráficos que mostram a concentração sérica de paracetamol vs. o momento da ingestão e apresentam uma linha única que representa 100 mg/L no ponto de 4 horas e 15 mg/L a 15 horas. O tratamento com acetilcisteína é iniciado se o nível de paracetamol estiver sobre ou acima dessa linha. MHRA: paracetamol treatment graph Opens in new window
Na Austrália e na Nova Zelândia foi elaborada uma diretriz para início do tratamento com acetilcisteína semelhante ao nomograma de Rumack-Matthew usado nos EUA.[48]
Na ingestão supraterapêutica repetida e na superdosagem escalonada, a concentração sérica de paracetamol pode estar baixa ou indetectável, e não é usada para determinar o tratamento inicial, mas para monitoramento. Os níveis séricos da concentração de paracetamol não podem ser usados para o controle da superdosagem de paracetamol intravenosa. É recomendado que se busque aconselhamento de um toxicologista clínico para o tratamento da superdosagem de paracetamol intravenosa.
Hepatotoxicidade
A hepatotoxicidade grave após uma superdosagem de paracetamol é definida como uma concentração sérica de aspartato aminotransferase (AST) >1000 UI/L.[1]
Encefalopatia hepática: sistema de classificação de West Haven[35]
Grau 4: coma, com ou sem resposta a estímulos dolorosos.
Grau 3: sonolento, mas despertável, incapaz de realizar tarefas mentais, desorientação no tempo e no espaço, confusão acentuada, amnésia, acessos ocasionais de raiva, fala presente, mas incompreensível.
Grau 2: torpor, letargia, deficits graves na capacidade de realizar tarefas mentais, alterações óbvias da personalidade, comportamento inadequado, desorientação intermitente. A presença de asterixis (flapping) é evidente.
Grau 1: confusão leve, euforia ou depressão, diminuição da atenção, lentificação da capacidade de realizar tarefas mentais, irritabilidade, distúrbio do padrão do sono, como ciclo do sono invertido. O asterixis (flapping) pode ser detectado.
Grau 0: subclínico; estado mental normal, mas alterações mínimas na memória, concentração, função intelectual, coordenação.
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